Haliotis pourtalesii

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Fotografia em preto e branco da concha de H. pourtalesii, espécie de um laranja intenso.
Fotografia em preto e branco da concha de H. pourtalesii, espécie de um laranja intenso.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Clado: Vetigastropoda
Classe: Gastropoda
Superfamília: Haliotoidea
Família: Haliotidae
Género: Haliotis
Linnaeus, 1758[1]
Espécie: H. pourtalesii
Nome binomial
Haliotis pourtalesii
Dall, 1881[1]
Distribuição H. pourtalesii no oceano Atlântico.
Sinónimos
Haliotis aurantium Simone, 1998[1][2][3]
Haliotis portalesii (sic)

Haliotis pourtalesii (em inglês Pourtales's abalone) é uma espécie de pequeno molusco gastrópode marinho pertencente à família Haliotidae. Foi classificada por Dall, em 1881. É nativa do oeste do oceano Atlântico, em águas moderadamente profundas.[1][4]

Descrição da concha[editar | editar código-fonte]

Concha com até 2.5 centímetros,[4] com 3 voltas completas e superfície de coloração amarelada ou salmão a alaranjada,[5] por vezes marmoreada,[6] até abóbora ou vermelho amarronzada; dotada de 22 a 27 estrias espirais como relevo e 4 a 5 perfurações abertas em sua superfície.[7][8] Região interna da concha nacarada, apresentando o relevo da face externa visível.[2][5][9]

Taxonomia e distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Os espécimes hoje denominados Haliotis pourtalesii já estiveram sob táxon distintos no passado: Haliotis pourtalesii (Dall, 1881) e Haliotis aurantium (Simone, 1998).[10] Atualmente tais espécies se colocam como subespécies: Haliotis pourtalesii pourtalesii[7] e Haliotis pourtalesii aurantium.[1][8]

Vivem entre 10 a 300 metros de profundidade[9] (Rios a descreve entre 60 a 360 metros, em algas Laminaria e em fundos de algas calcárias e conchas quebradas),[5] ocorrendo desde a Carolina do Norte[10] ao mar do Caribe, em Aruba, Bonaire, Curaçao, Golfo do México[1] e Iucatã,[11] Cuba, Colômbia,[1] Venezuela,[12] Suriname[13] e na costa do Brasil, do Pará,[5] ou Amapá,[2] ao Rio Grande do Sul,[5] com a subespécie Haliotis pourtalesii aurantium, de concha com coloração mais intensa,[2][3] ocorrendo principalmente na região sudeste do Brasil.[8][9]

Descoberta e nomenclatura[editar | editar código-fonte]

A história da descoberta e descrição desta espécie se inicia pela coleta do primeiro exemplar, realizada em 31 de março de 1869 a uma profundidade aproximada de 350 metros,[14] pelo naturalista suíço-americano Louis François de Pourtalès (1824-1880), no navio da expedição Bibb, na costa sul da Flórida.[15][16] O material da expedição, com este holótipo, foi enviado para o Museu de História Natural dos Estados Unidos, em Washington, e posteriormente enviado para Chicago; depositado na Academia de Ciência de Chicago para estudo pelo Dr. William Stimpson (1832-1872), onde foi destruído pelo grande incêndio de Chicago, em 1871, sem ser descrita a especie.[17][18]

O malacologista William Healey Dall (1845-1927), fascinado pelo espécime que havia estudado enquanto esteve no Museu de História Natural dos Estados Unidos, o descreve de memória, em 1881, e o nomeia em homenagem a seu coletor como Haliotis pourtalesii.[14] Oito anos mais tarde, Dall redescreve a espécie com base em dois espécimes coletados nas Galápagos, no oceano Pacífico, pelo navio-expedição Albatross;[19][20] até 1915, quando John B. Henderson compara espécimes, coletados dois anos antes pelo navio da expedição Eolis (em Florida Keys) com estes. Esta comparação faz Henderson achar que o material das Galápagos e os recolhidos por ele não são a mesma espécie; designando o material das Galápagos como uma nova espécie, Haliotis dalli, e definindo o neótipo de Haliotis pourtalesii.[21][22]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f g «Haliotis pourtalesii» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 2 de maio de 2016 
  2. a b c d «Haliotis aurantium Simone, 1998» (em inglês). Idscaro. 1 páginas. Consultado em 2 de maio de 2016 
  3. a b «Haliotis aurantium Simone, 1998» (em inglês). ViaNet Conchology. 1 páginas. Consultado em 2 de maio de 2016 
  4. a b ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 19. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  5. a b c d e RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 22. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  6. «Haliotis pourtalesii» (em inglês). Jaxshells. 1 páginas. Consultado em 2 de maio de 2016 
  7. a b «Haliotis pourtalesii pourtalesii» (em inglês). Gastropods. 1 páginas. Consultado em 2 de maio de 2016. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  8. a b c «Haliotis pourtalesii aurantium» (em inglês). Gastropods. 1 páginas. Consultado em 2 de maio de 2016. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  9. a b c «Haliotis pourtalesii = Haliotis aurantium» (em inglês). Conquiologistas do Brasil. 1 páginas. Consultado em 2 de maio de 2016 
  10. a b Simone, Luiz Ricardo L. (1998). «Morphology of the Western Atlantic Haliotidae (Gastropoda, Vetigastropoda) with description of a new species from Brazil» (PDF) (em inglês). Malacologia. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2016 
  11. Harry, Harold W. «Haliotis pourtalesii Dall, 1881 from Yucatan» (em inglês). Biostor. 1 páginas. Consultado em 2 de maio de 2016 
  12. Ruiz, E. R.; Ruiz, B. L. (1994). Nota acerca de la presencia del gastropodo Haliotis (Padollus) pourtalesii Dall, 1881 (Archeogastropoda, Pleurotomariacea) en aguas del Caribe venezolano (em espanhol). [S.l.]: Acta Biológica Venezuelica. pp. 63–64 
  13. Nijssen-Meyer, J. (1969). «On the occurrence of Haliotis pourtalesii Dall, 1881, off Surinam (South America)» (em inglês). Zoologische Mededelingen. 1 páginas. Consultado em 2 de maio de 2016 
  14. a b «Haliotis (Padollus) pourtalesii Dall, Bull. M. C. Z., IX. p. 79, 1881» (em inglês). Bulletin of the Museum of Comparative Zoology. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2016 [ligação inativa]
  15. Smith, Maxwell. «East coast marine shells: descriptions of shore mollusks together with many living below tide mark, from Maine to Texas inclusive, especially Florida, with more than one thousand» (em inglês). Biodiversity Heritage Library. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2016 
  16. «Breakthrough Years (1866-1922)» (em inglês). National Oceanic and Atmospheric Administration. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2016 
  17. Sarasúa, Hortensia (1968). «Primer hallazgo del género Haliotis (Mollusca: Gastropoda) en aguas cubanas» (em inglês). WorldCat. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2016 
  18. «The First Museum in the West / Rising From the Ashes» (em inglês). Peggy Notebaert Nature Museum. 1 páginas. Consultado em 5 de maio de 2016 
  19. Dall, W. H. (1889). Preliminary report on the Mollusca. Report on the results of dredging by the U.S. Coast Survey Steamer Blake (em inglês). [S.l.]: Bulletin of Museum Comparative Zoology. Harvard. pp. 9(2): 33–144 
  20. Dall, W. H. (1889). Preliminary report on the collection of Mollusca and Brachiopoda obtained in 1887-88. VII. Scientific results of exploration by the U. S. Fisheries Commission Steamer Albatros (em inglês). [S.l.]: Proceedings of the United States National Museum. pp. 12: 219–362 
  21. Henderson, John B. (1911). «Extracts from the log of the Eolis» (em inglês). The Nautilus (Biodiversity Heritage Library). pp. 81–83. Consultado em 5 de maio de 2016 
  22. Henderson, John B. (1915). «Rediscovery of Pourtales Haliotis» (em inglês). Proceedings of the United States National Museum (Biodiversity Heritage Library). pp. 659–661. Consultado em 5 de maio de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]