Instituto Nicolas Berggruen

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O Instituto Nicolas Berggruen (NBI) é um think tank dedicado ao estudo comparativo e à concepção de sistemas de governação adaptados aos desafios do século XXI. Tem por objectivo integrar as novas possibilidades da era da informação com as boas práticas características das administrações eficientes e meritocráticas da Ásia e o controlo da responsabilidade política característico do Ocidente. A sociedade do conhecimento habilita e exige uma comunidade inteligente, uma democracia inteligente e um governo inteligente.[1]

Equipa do NBI[editar | editar código-fonte]

Nicolas Berggruen – Presidente

Dawn Nakagawa – Directora executiva

Nathan Gardels – Assessor sénior

Projectos do NBI[editar | editar código-fonte]

O Instituto Nicolas Berggruen desenvolve projectos através de grupos de trabalho formados por líderes de diversos âmbitos que elaboram recomendações para a reforma da governação num contexto específico. Alguns dos seus projectos incluem:

The Council for the Future of Europe[editar | editar código-fonte]

O Council for the Future of Europe é um grupo de pesquisa e reflexão, fundado pelo Berggruen Institute para debater e defender formas de fazer a Europa progredir de forma unida. O Conselho é presidido pelo ex Primeiro Ministro da Itália, Mario Monti. Seus membros incluem ex-chefes de estado Tony Blair (GB), Gerhard Schröder (Alemanha), Felipe González (Espanha), Romano Prodi (Itália), Matti Vanhanen (Finlândia), Guy Verhofstadt (Bélgica), Franz Vranitzky (Áustria), e Marek Belka (Polônia); os economistas Joseph Stiglitz, Michael Spence, Robert Mundell, Jean Pisani-Ferry, Nouriel Roubini, e Otmar Issing; os CEOs Mohamed El-Erian e Juan Luis Cebrián; os acadêmicos Niall Ferguson e Anthony Giddens; o ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors; o ex-chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha Jakob Kellenberger, o Diretor-Geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) Pascal Lamy; o presidente da Goldman Sachs e ex-diretor da OMC Peter Sutherland; o ex-chefe do Deutsche BundesbankAxel Weber; a membra do Conselho Federal Suíço Doris Leuthard; e o homem de negócios francês Alain Minc.[2] O grupo defende uma maior integração política da Europa, que teria a forma de uma maior consolidação fiscal dentro dela, maiores poderes ao Banco Central Europeu, e o engajamento dos cidadãos europeus.[3][4]

Em outubro de 2012, o conselho patrocinou um fórum em Berlim, intitulado ’’A Europa Além da Crise’’ Entre seus participantes estavam os ex-chanceleres alemães Gerhard Schröder e Helmut Schmidt, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici, o Presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz, e o Presidente Executivo do Google, Eric Schmidt.[5] Um dos principais temas abordados no fórum foi o apelo a uma maior integração europeia.[6] Em um discurso ao fórum, o ex-primeiro-ministro Tony Blair declarou que era necessária "uma grande medida de união política" na Europa, a fim de resolver a crise da Zona do Euro, afirmando que "se as estruturas da zona do Euro acabarem com uma Europa que é fundamentalmente dividida politicamente e economicamente, ao invés de uma Europa com uma definição política que acomode diferentes níveis de integração dentro dela, a União Europeia, tal como a conhecemos, estará em rota de colisão."[7] O fórum também contou com uma palestra do financista George Soros, que discutiu como uma falha na resposta à crise pode colocar a Europa em risco de se tornar um sistema permanente de dois níveis, com países credores e devedores.[8] O investidor David Bonderman, ex-primeiro-ministro paquistanêsShaukat Aziz, a ex-chefe do Conselho de Assessores Econômicos do Presidente Clinton, Laura Tyson, e o presidente executivo do Google, Eric Schmidt, também advertiram que a incerteza política da Europa ameaça seu futuro econômico.[9] Em um discurso para os presentes no fórum, o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder pediu que a Europa adote reformas para superar a crise, semelhantes às reformas da Agenda 2010, que ele instituiu na Alemanha.

Em maio de 2013, o conselho organizou outro fórum, desta vez em Paris. O foco do fórum era abordar alta taxa de desempregoentre os jovens europeus.[10] O presidente francês François Hollande fez o discurso de abertura do conselho, pedindo ações urgentes para enfrentar a crise.[11] O ponto central do evento foi a lançamento de uma "Iniciativa de Crescimento para a Europa", que foi elaborada pelos ministérios franceses e alemães, em conjunto com o Berggruen Institute.[12] A iniciativa apresentou três elementos principais, incluindo uma "garantia de juventude", que prometeu emprego, aprendizagem, e educação continuada para jovens fora da escola ou desempregados, aumentando a mobilidade geográfica dos jovens por meio de subsídios de viagens para estudar e aprender novas habilidades em outros países europeus; assim como a expansão do crédito para empresas de pequeno e médio portes, que são tradicionalmente mais propensas a empregar jovens.[13][14]

21st Century Council[editar | editar código-fonte]

O Conselho do Século XXI é um comitê organizado pelo Berggruen Institute sobre Governo, dedicado à reforma do governo global.[15] O Conselho é presidido pelo ex Presidente do Mexico, Ernesto Zedillo. Composto por ex-Chefes de Estado, prêmios Nobel e empresários globais, seu foco atual é acompanhar o G-20 para recomendar revisões sobre o mercado político, econômico e financeiro.[16][17][18] O comitê apresentou suas recomendações ao presidente Sarkozy da França no outono de 2011, antes da Cúpula do G-20 em Cannes, bem como em maio de 2013 ao presidente Calderón antes da Cúpula do G-20 no México.[19]

No encontro do México, em 2012, o Conselho mencionou a crise na zona do Euro. Ele argumentou que a Europa vive um dilema: sua desintegração ou uma mudança para uma união fiscal e econômica mais forte. Felipe González, ex-premiê da Espanha, disse que um sentimento de dor e frustração pairava sobre a Europa, e que deveria haver um maior equilíbrio entre as exigências e políticas de austeridade que estimulassem o crescimento de curto prazo. O Conselho disse que a incapacidade de coordenar políticas de crescimento macroeconômicas e uma falta de estratégias comuns ameaçavam trazer uma nova crise financeira à Europa.[20] O Conselho também reafirmou a ênfase do Presidente mexicano Calderón ao ’’crescimento verde’’, comentando que a falta de uma estrutura global sobre mudanças climáticas inibiam a decolagem da economia de energia limpa. O Conselho propôs que uma teia de redes nacionais e regionais fosse usada para fornecer bens públicos globais, tais como o crescimento com baixa emissão de carbono para combater as mudanças climáticas. Outra ideia discutida foi unir as Regiões R20 de Ações Climáticas com as metas do G-20 sobre mudanças climáticas. A esperança é que, mesmo que as medidas sobre mudanças climáticas sejam deixadas de lado a nível global ou nacional, as regiões possam seguir em frente e progredir com as metas.[21] Agustín Carstens, Presidente do Banco do México, falou sobre alterar a participação dos votos no Fundo Monetário Internacional para refletir a importância cada vez maior dos mercados emergentes nos resultados econômicos globais.[22]

No final de janeiro de 2013, quando o Conselho se reuniu em Zurique, alguns de seus membros mostraram frustração com a falta de eficácia que caracterizou o processo do G-20. Para solucionar esse assunto, o Conselho recomendou as seguintes alterações:

  • UMA MAIORIA QUALIFICADA OU COM ’’ARQUITETURA ABERTA’’ AO INVÉS DE CONSENSO | O procedimento do G-20 deveria tomar suas decisões com uma maioria qualificada em todos os assuntos, ao invés de um consenso. Outra alternativa seria uma ’’arquitetura aberta’’ na votação, que permitiria a formação de uma ’’coligação de desejos’’, que variasse de decisão política em decisão política.
  • UM SECRETARIADO PERMANENTE | Devido ao fato dos chefes do G-20 serem trocados a cada sucessão, há pouca continuidade. Para se evitar essa tendência, um secretariado permanente seria criado. Esse secretariado - que coordenaria os chefes do G-20 atuais, anteriores e futuros - seria presidido por uma pessoa internacionalmente confiável e de renome.
  • FOCO E CONFERÊNCIAS MINISTERIAIS | Deve haver foco nos itens principais 1-3 em cada cúpula. Tudo isso, e o trabalho de preparação dos itens principais, pode ser feito em conferências ministeriais do G-20 por todo o ano. O objetivo é tanto dispensar os assuntos técnicos, porém menos importantes, enquanto se liberta a agenda do líder da cúpula para que o mesmo se concentre nos itens mais importantes e críticos.
  • SEMINÁRIOS PENSE LONGE | A cada ano, o presidente do G-20 organizaria seminários ’’pense longe’’, sobre assuntos ainda não colocados na mesa, mas críticos na solução do governo global no longo prazo. Eles poderiam incluir assuntos como um novo sistema monetário global, redefinir a forma de cálculo do PIB ou de comércio, energia, etc. Para aumentar a legitimidade do G-20, estados não-membros, assim como acadêmicos e a sociedade civil, seriam convidados para esses seminários.[23]

Os membros deste grupo, além de Nicolas Berggruen, são:[24]

The Think Long Committee for California[26][editar | editar código-fonte]

O Comitê Pense Longe para a Califórnia busca oferecer uma abordagem simples para reparar e renovar o sistema de governo falido da Califórnia, propondo políticas e instituições vitais para o futuro de longo prazo do estado.[27] O Comitê Pense Longe para a Califórnia envolve um grupo político bi-partidário desde sua criação.

Os membros do Comitê Pense Longe para a Califórnia coordenam toda a parte ideológica. Ex-Secretários de Estado Republicanos George Schultz e Condoleezza Rice, os Democratas Willie Brown e Gray Davis, o Presidente Executivo do Google, Eric Schmidt e o filantropo de Los Angeles Eli Broad aparecem no comitê. Arnold Schwarzenegger, na época Governador da Califórnia, participou no primeiro encontro.[28]

Em novembro de 2011, o Comitê Pense Longe publicou um relatório, A Blueprint to Renew California: Report and Recommendations (Um Plano para Renovar a Califórnia: Relatório e Recomendações).[29] O centro da proposta, de acordo com Berggruens e com o conselheiro sênior Nathan Gardels, veio em três partes:

  1. ’’Fortalecimento local: devolver o poder de decisão e recursos de Sacramento para, quando conveniente, as localidades e regiões onde a economia real funciona e o governo é mais próximo das pessoas - sendo mais aberto, flexível e responsável. Ajudando a cobrir os custos de desenvolvimento da segurança pública do estado para os condados, nosso plano também ajudará a reduzir os alto custos associados com as prisões - onde atualmente gastamos mais do que com educação superior. O plano Pense Longe dedicaria anualmente novas rendas aos condados para segurança pública, infraestrutura e outros usos, decididos a nível local.
  2. Um grupo de observação composto por cidadãos independentes: criar um grupo de observação independente para o interesse público no longo prazo como equilíbrio para a mentalidade e cultura política de interesses especiais de curto prazo que dominam Sacramento. Este Conselho de Cidadãos, imparcial e apartidário, para Prestação de Contas do Governo, que teria poderes para colocar iniciativas diretamente em votação para aprovação pública, garantirá que as prioridades públicas - excelência em educação, infraestrutura de qualidade, qualidade de vida sustentada, oportunidades de bons empregos e o fortalecimento de uma classe média vibrante, através do aumento da competitividade do estado na atual economia global - continuem no topo da agenda das políticas públicas de longo prazo. Como uma qualidade apolítica do corpo de controle de qualidade, o Conselho de Cidadãos garantirá que os contribuintes californianos tenham seu ’’retorno sobre o investimento’’.
  3. Um sistema tributário moderno e amplo: atualizar o sistema tributário da Califórnia para reproduzir a composição real de nossa moderna economia de serviços e informações, fornecendo um sistema tributário estável, amplo, que seja sustentável no longo prazo.’’[30]


Além de Berggruen, os membros do comité são:[31]

Matt Fong, ex-tesoureiro do Estado da Califórnia, foi membro até à data da sua morte, em 2011.

Delegações[editar | editar código-fonte]

O NBI tem, actualmente, escritórios em Los Angeles, Nova Iorque e Berlim.

Referências

  1. [1]. Nicolas Berggruen Institute URL, acedido a 2011-06-06
  2. [2] Arquivado em 3 de novembro de 2013, no Wayback Machine. Berggruen.org
  3. Billionaire Living Out of Tote Bag Amasses Fortune to Give Away Bloomberg Markets Magazine.
  4. http://blogs.ft.com/brusselsblog/files/2011/09/Future-of-Europe-Statement_Brussels_September-5-2011.pdf
  5. «Cópia arquivada». Consultado em 19 de novembro de 2013. Arquivado do original em 12 de dezembro de 2013 
  6. Future of Europe debate heats up BBC News.
  7. Blair warns coalition over eurosceptics The Financial Times
  8. Soros, George (13 de novembro de 2012). «George Soros: To survive, Europe must recapture spirit of solidarity». Christian Science Monitor. ISSN 0882-7729. Consultado em 3 de setembro de 2021 
  9. Billionaire Berggruen's Focus On Governance Offers Solutions For The EU Forbes.
  10. A Billionaire Dreams of Steering Europe’s Future New York Times
  11. François Hollande raises alarm over Europe’s young jobless The Financial Times
  12. «Cópia arquivada». Consultado em 19 de novembro de 2013. Arquivado do original em 3 de novembro de 2013 
  13. [3] The Financial Times
  14. European Leaders Huddle on Youth Unemployment The New York Times
  15. «Billionaire 'playboy' has a $20 million vision to save California». The Mercury News (em inglês). 9 de dezembro de 2011. Consultado em 3 de setembro de 2021 
  16. A Man For All Reasons Forbes.
  17. Clark, Nicola (3 de junho de 2013). «A Billionaire Dreams of Steering Europe's Future». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 3 de setembro de 2021 
  18. «A Man For All Reasons». Forbes (em inglês). 2 de dezembro de 2010. Consultado em 3 de setembro de 2021 
  19. [4] Arquivado em 8 de agosto de 2012, no Wayback Machine. Berggruen Institute. Retrieved 2011-06-06.
  20. Lunes (7 de maio de 2012). «La Jornada: Peligro de nueva crisis global por la falta de regulación financiera». www.jornada.com.mx (em espanhol). Consultado em 3 de setembro de 2021 
  21. Berggruen, Nicolas; Gardels, Nathan (2013). Intelligent Governance for the 21st Century.
  22. 24 Horas. "México será um elemento de cambio”. 2012.
  23. «Digitalnpq.org». www.digitalnpq.org. Consultado em 3 de setembro de 2021 
  24. [5] Arquivado em 26 de junho de 2012, no Wayback Machine. Berggruen Institute, Who We Are. Retrieved on 2013-01-01.
  25. New York Times: 7 de Janeiro de 2011
  26. Nicolas Berggruen invests in California governance Californians to watch By Torey Van Oot [6] Arquivado em 29 de dezembro de 2010, no Wayback Machine.
  27. Nicolas Berggruen Institute Arquivado em 8 de agosto de 2012, no Wayback Machine.. Retrieved 2013-01-01.
  28. [7] Bid to remake California state government finds major benefactor]
  29. A Blueprint to Renew California: Report and Recommendations Arquivado em 12 de novembro de 2013, no Wayback Machine., Berggruen Institute
  30. Berggruen, Nicolas and Gardels, Nathan. "A Blueprint to Renew California." Huffington Post. 2011.
  31. [8] Arquivado em 26 de junho de 2012, no Wayback Machine. Nicolas Berggruen Institute, Who We Are. URL acedido a 2013-01-01.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]