Lúcio Antônio

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Lúcio Antônio
Cônsul da República Romana
Lúcio Antônio
Denário de prata de Lúcio Antônio
Consulado 41 a.C.
Nascimento 81 a.C.[1]

Lúcio Antônio (n. 81 a.C.; em latim: Lucius Antonius) foi um político da gente Antônia da República Romana eleito cônsul em 41 a.C. com Públio Servílio Vácia Isáurico. Lúcio era filho de Marco Antônio Crético com Júlia Antônia, parente de Júlio César, e irmão mais novo do triúnviro Marco Antônio.[2] Era conhecido como Pietas[3] por que pretendia atacar César para ajudar o irmão, uma referência à virtude romana da pietas ("senso do dever"). Sabe-se que, quando esteve de posse de Roma durante seu consulado, propôs a abolição do triunvirato, mas este fato por si só não demonstra que ele seria contrário aos interesses do irmão. Cícero tinha uma opinião bastante desfavorável de Lúcio, chamando-o de "gladiador" e "bandido", entre outras coisas.[4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Lúcio Antônio foi questor propretor da Ásia entre 50 e 49 a.C.. Já de volta a Roma, foi tribuno da plebe em 44 a.C.. Depois do assassinato de César, Lúcio tentou ajudar seus irmãos mais velhos, Marco e Caio Antônio,[2] e introduziu uma lei agrária, que favorecia os veteranos do exército de César. Em seguida, acompanhou seu irmão até a Gália e participou da Batalha de Mutina no exército de Marco Antônio. Em 41 a.C., foi eleito cônsul com Públio Servílio Vácia Isáurico e realizou um triunfo por suas vitórias contra tribos alpinas.

Quando o Segundo Triunvirato foi firmado entre Marco Antônio, Otaviano e Lépido, uma das tarefas de Otaviano era a divisão das terras. Cabia a ele escolher entre veteranos e proprietários nas dezoito cidades onde estavam os lotes de terra e preferiu os primeiros, o que resultou em uma grande agitação local nestas cidades.

A disputa pela divisão das terras aos veteranos de César provocou, durante o consulado de Lúcio, a chamada Guerra de Perúsia, da qual participou a pedido de Fúlvia, esposa de Marco Antônio, que queria recuperar seu marido, entretido na corte de Cleópatra, e aproveitou a oportunidade para tentar eliminar Otaviano. Lúcio, com um exército de 100 000 soldados, entrou em Roma e se manteve lá por algum tempo, prometendo ao povo que o triunvirato seria abolido. Quando o exército de Otaviano se aproximou, Lúcio fugiu para a Etrúria, refugiando-se em Perúsia, onde foi cercado e obrigado a se render (em 40 a.C.) sem que seu aliado, Caio Asínio Polião, governador da Gália Cisalpina e os legados de Marco Antônio, Quinto Fúfio Caleno, Lúcio Munácio Planco e Públio Ventídio Basso pudessem ajudá-lo. Na realidade, seus soldados não queriam enfrentar o filho adotivo do maior general da história de Roma, Júlio César. A cidade caiu e foi saqueada, mas Lúcio foi perdoado e enviado como governador para a Hispânia. Depois disto, desapareceu das fontes.

Árvore genealógica[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Marco Emílio Lépido II

com Lúcio Munácio Planco

Públio Servílio Vácia Isáurico II
41 a.C.

com Lúcio Antônio

Sucedido por:
Caio Asínio Polião

com Cneu Domício Calvino


Referências

  1. Sumner, Graham Vincent, "The Lex Annalis under Caesar (Continued)", Phoenix XXV, No. 4 (Winter, 1971), pp. 357-371: 367 [1].
  2. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Marco Antônio, 15.3
  3. Dião Cássio, História Romana XLVIII 5
  4. Cícero, Philippicae III 12, V 7, 11, XII 8 & c

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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