Marco de Canaveses

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Marco de Canaveses

Rua em Marco de canavezes. 1904

Brasão de Marco de Canaveses Bandeira de Marco de Canaveses

Localização de Marco de Canaveses

Gentílico marcoense[1]
Área 201,89 km²
População 53 450 hab. (2011)
Densidade populacional 264,7  hab./km²
N.º de freguesias 16
Presidente da
câmara municipal
Manuel Moreira (PSD)
Fundação do município
(ou foral)
1852
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Tâmega [1]
Distrito Porto
Província Douro Litoral
Orago Nossa Senhora do Castelinho
Feriado municipal 8 de Setembro (Natividade de Maria - Nª Srª do Castelinho)
Código postal 4630
Sítio oficial http://www.cm-marco-canaveses.pt/
Município de Portugal

O Marco de Canaveses[2] é uma cidade portuguesa no Distrito do Porto, região do Norte e sub-região do Tâmega, com cerca de 10 500 habitantes.[3] É sede de um concelho (desde 1852) que engloba no seu perímetro a cidade de Marco de Canaveses e a vila de Alpendorada.

O município tem 201,89 km² de área[4] e 53 450 habitantes (2011),[5][6] estando subdividido em 16 freguesias.[7] É limitado a norte pelo município de Amarante, a leste por Baião, a sul por Cinfães, a sudoeste por Castelo de Paiva e a oeste por Penafiel.

Por esta terra diz-se "Entre o Douro e o Tâmega, onde começa o Marão".

Nascida num relevo instável a cidade tem a seus pés e como porta principal o Rio Tâmega. É servida de bons acessos Rodoviários, através da A4. Tem também ligações Ferroviárias, esperando por obras de electrificação da Linha que liga ao Porto.

O Marco de Canaveses é berço de figuras ilustres, que projectaram além-fronteiras o nome desta terra, destacando-se no panorama artístico a figura de Carmem Miranda, no ramo empresarial Belmiro de Azevedo e no mundo da ciência, o historiador Aníbal Barreira.

Cidade desde 1993, de meia altitude (217 metros), de face voltada para o Norte, para a Serra da Aboboreira.

História

O topónimo principal "Marco de Canaveses" é composto por dois elementos, sendo que o segundo será certamente uma alusão à cultura do cânhamo, outrora abundante nesta região. O primeiro elemento do topónimo, "Marco" derivaria de uma marca de pedra, divisória das freguesias de Fornos, S. Nicolau e Tuias. Uma outra explicação para o topónimo tem origem numa lenda. Conta-se, que a rainha D. Mafalda teria passado pelas obras da ponte que mandara construir, e cheia de sede, pediu água aos pedreiros. Como o acesso ao rio era muito difícil, um deles ofereceu uma cana para que a rainha bebesse directamente do rio. A rainha, ao devolve-la terá dito "Guardai-a porque a cana é boa às vezes".

O povoamento do território a que corresponde o actual concelho do Marco de Canaveses remonta a épocas bastante recuadas, tendo sido encontrados importantes vestígios do período neolítico, nomeadamente alguns monumentos funerários. Do tempo da ocupação romana, chegaram até aos nossos dias os vestígios de Tongóbriga, uma povoação romana de que restam as termas, o fórum, zonas habitacionais e uma necrópole.

A história do concelho passa pela história da velha vila de Canaveses. Mendo Gil foi o seu primeiro administrador conhecido. Durante os anos de 1255 a 1384, o senhorio pertenceu a D. Gonçalo Garcia e seus descendentes. Em 1384, D. João I deu-o a João Rodrigues Pereira, parente de Nuno Álvares. Já no reinado de D. João II era posse da coroa, sendo um meirinho nomeado pelo rei que administrava e nomeava os juizes, procuradores e tabeliães. No século XIX, foi integrada no concelho de Soalhães e em meados do mesmo século, no de Marco.

O concelho do Marco de Canaveses foi criado em 1852 por decreto de D. Maria II, por anexação dos concelhos de Benviver, Canaveses, Soalhães, Portocarreiro, parte dos de Gouveia e Santa Cruz de Riba Tâmega. A vila foi elevada a cidade em 1993.

Hoje, o Marco de Canaveses é uma cidade e concelho que, pela sua proximidade ao Grande Porto, serve de residência a muitos que procuram a tranquilidade perto de um grande centro urbano.

Actualmente os Monumentos mais visitados são a Igreja de Sta. Maria, na Cidade, a cidade Romana de Tongobriga, no Freixo ; o Convento de Alpendurada, em Alpendurada e o Santuário do Menino Jesus de Praga,em Avessadas.

População

Número de habitantes [8]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
23 820 25 398 27 564 28 188 29 480 30 293 32 354 36 888 38 400 39 270 42 125 46 131 48 133 52 419 53 450

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário [9]
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
0-14 Anos 10 532 10 906 10 935 12 119 13 628 13 395 14 342 16 090 15 426 12 138 11 274 9 655
15-24 Anos 5 053 5 267 5 541 5 744 6 159 6 924 6 519 7 235 9 288 9 970 8 477 7 248
25-64 Anos 10 989 11 784 12 070 12 829 14 195 14 971 15 432 15 635 17 294 21 274 26 801 29 588
= ou > 65 Anos 1 520 1 443 1 581 1 904 2 108 2 489 2 977 3 165 4 123 4 751 5 867 6 959
> Id. desconh 78 23 59 42 100

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Freguesias

Freguesias do concelho de Marco de Canaveses.

O concelho de Marco de Canaveses está dividido em 16 freguesias:[7]

Até a reforma administrativa de 2013, o concelho dividia-se em 31 freguesias.[7]

Geografia

O Concelho do Marco de Canaveses é fortemente marcado pelo seu relevo, com áreas a altitudes principalmente compreendidas entre 200 e os 600 metros, atingindo valores mais elevados nas Serras da Aboboreira e Montedeiras. O ponto mais alto do concelho situa-se a uma altitude de 962 metros, na Serra da Aboboreira, que é partilhada pelos Concelhos do Marco de Canaveses, Amarante e Baião. Na Serra de Montedeiras são atingidos valores de 640 metros. A norte encontra-se a Serra do Marão, no Concelho de Amarante. A região é também percorrida por dois dos mais importantes rios portugueses, o Rio Douro e o Rio Tâmega. O Douro, vindo de regiões transmontanas, com curso de este para oeste, delimita o Concelho a sul, separando-o dos Concelhos de Cinfães e Castelo de Paiva. O Tâmega, com curso de norte para sul, delimita grande parte do Concelho a oeste, separando-o do Concelho de Penafiel. Outro rio que passa ao longo do concelho é o Ovelha, que vem directamente do Concelho de Amarante. A Cidade do Marco de Canaveses está localizada a 56 km do Porto, a 18 km de Amarante, a 19 km de Penafiel, a 23 km de Baião e a 30 km de Cinfães.

Clima

Devido ao seu relevo, o Marco de Canaveses tem um clima instável e marcadamente de extremos, com Invernos frios e rigorosos e com Verões quentes. A estação mais fria do ano é normalmente prolongada, descendo as temperaturas muitas vezes abaixo de 0 °C. Nesta época, as temperaturas diurnas raramente ultrapassam os 13 °C, e a precipitação que dá origem à verdura do Concelho, pode ser uma constante. O nevoeiro é também presença constante. O frio é mais evidente, nas zonas a norte, bem como nas Serras da Aboboreira e Montedeiras, nas quais é comum nevar, registando-se por vezes temperaturas negativas na ordem dos -8 °C. Com ventos dominantes dos quadrantes oeste e sudoeste, são normalmente proporcionadas fortes precipitações nas áreas mais altas e que diminuem à medida que as vertentes baixam para os vales. Durante os meses mais secos de Verão, poderão ser registadas temperaturas acima dos 30 °C, podendo por vezes chegarem a valores perto de 40 °C. No entanto, agradáveis dias de Verão poderão ser interrompidos por dias constantes de nebulosidade e alguma chuva. Independentemente da estação do ano, a nebulosidade é frequente, sendo esta mais notória nos dias de Inverno. A humidade relativa é bastante elevada, situando-se entre os 75% e os 80%. Os dias intermédios são raros, sendo as diferenças de temperatura bastante bruscas.

Ensino

  • Cerca de 60 Jardins de Infância
  • Cerca de 50 Escolas Primárias
  • 4 Escolas de 2ª e 3ª Ciclo
  • 2 Escolas Secundárias
  • Escola Profissional de Arqueologia
  • Escola Profissional da Pedra
  • Escola Profissional de Agricultura
  • Cesae
  • Multiformativa
  • Artâmega - Academia das Artes do Marco de Canaveses

Economia

No Concelho do Marco de Canaveses predomina actualmente o sector dos Serviços. Contudo a Indústria e Agricultura desempenham também um importante papel no desenvolvimento económico concelhio. A indústria têxtil e a exploração da pedra são dois exemplos. A agricultura, embora marcadamente para consumo próprio, marca também a paisagem concelhia.

Ambiente

  • Parque da Cidade
  • Jardim Municipal
  • Parque fluvial do Tamega
  • Parque de Montedeiras
  • Vários outros parques espalhados pelo concelho
  • Praias Fluviais
  • Várias ETARs

Comércio

  • Comércio tradicional
  • Centro Comercial Praça da Cidade
  • Centro Comercial Marco Shopping e Edifício Sonae
  • Vários Super e Hiper Mercados
  • Grafipacto - Artes Gráficas

Transportes

  • A4 - Porto - Amarante -» Saída Marco de Canaveses
  • A11-"Apulia-Castelões-A4 (Porto/Amarante)-" Saída Marco de Canaveses
  • CP - Linha Urbana - Porto - Caíde - Marco e transporte regional para o Alto Douro.
  • Autocarros

Património

O concelho do Marco de Canaveses tem um destino e uma vocação marcados por dois dos mais belos rios com que a Natureza nos brindou: o Douro e o Tâmega. As albufeiras artificiais de Carrapatelo, no Douro, e do Torrão, no Tâmega, possuem condições extraordinárias para os desportos e passatempos náuticos, como a pesca desportiva, a vela, o windsurf ou a canoagem…

Para além disso, pelo Douro passam anualmente milhares de turistas, que certamente jamais esquecerão a perfeita simbiose entre o rio e a montanha. É, aliás, esmagadora a grandiosidade proporcionada pelas serras da Aboboreira e de Montedeiras, que fazem desta região um dos locais mais sublimes de Portugal do ponto de vista paisagístico.

Mas falar da serra da Aboboreira é, também, falar da riqueza arqueológica do Marco de Canaveses, com os seus importantes vestígios pré-históricos, nomeadamente antas e mamoas.

A arqueologia constitui, precisamente, um elemento fundamental do ponto de vista do património do concelho, sobretudo graças a Tongobriga, uma importante Cidade romana, de que restam as termas, o fórum, zonas habitacionais e uma necrópole.

A edificação religiosa é outra das mais-valias deste concelho, sendo obrigatório falar-se dos circuitos do românico e do barroco, presentes em grande força nas inúmeras igrejas existentes e, sobretudo, nas casas solarengas.

Ainda no plano patrimonial, a cidade do Marco de Canaveses ganhou projecção internacional com a grandiosa obra arquitectónica que é a Igreja de Santa Maria, desenhada pelo arquitecto Siza Vieira, sendo também de destacar o Convento de Alpendurada e as Obras do Fidalgo.

Artesanato e Gastronomia

O artesanato e a gastronomia são outros tesouros desta terra, que integra a Rota dos Vinhos Verdes e onde o Anho Assado com Arroz do Forno ( prato original deste concelho ), as cavacas e fatias do Freixo, e os biscoitos de Soalhães constituem tentações irresistíveis.

Festividades

As festas da Cidade do Marco, em honra a Sta. Marinha, realizam-se no mês de Julho. Ao longo do concelho há lugar a outras festas e romarias que atraem cada vez mais pessoas ao Marco de Canaveses.

A 8 de Setembro celebra-se a Senhora do Castelinho, padroeira do Concelho. É também já habitual a realização do Festival de Rock de Montedeiras, no início de Setembro, ano após ano.

Galeria de imagens

Ver também

Referências

  1. «Dicionário de Gentílicos e Topónimos». Portal da Língua Portuguesa. Consultado em 23 de junho de 2010 
  2. Antes da reforma ortográfica de 1945 escrevia-se Marco de Canavezes
  3. INE (2013). Anuário Estatístico da Região Norte 2012 (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 32. ISBN 978-989-25-0218-2. ISSN 0871-911X. Consultado em 13 de março de 2014 
  4. Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013» (XLS-ZIP). Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2013 
  5. INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Norte (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 115. ISBN 978-989-25-0186-4. ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013 
  6. INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_NORTE". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013. Cópia arquivada em 8 de outubro de 2014 
  7. a b c Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  8. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  9. INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros

Ligações externas

Predefinição:ConcelhosPorto

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