Margarida da Sicília, Condessa da Turíngia

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Margarida
Margarida da Sicília, Condessa da Turíngia
Ilustração de Margarida na Crônica Espalatina
Condessa da Turíngia
Condessa Palatina da Saxônia
Reinado 12658 de agosto de 1270
 
Nascimento c. 1236/1237 ou
1 de dezembro de 1241
  Graz, Ducado da Estíria, Sacro Império Romano-Germânico (atualmente na Áustria) ou
Foggia, Reino da Sicília (atualmente na Apúlia, Itália)
Morte 8 de agosto de 1270
  Frankfurt am Main, Sacro Império Romano-Germânico (atualmente em Hesse, Alemanha)
Cônjuge Alberto II de Meissen
Descendência Henrique
Frederico I de Meissen
Teodorico IV da Lusácia
Margarida
Inês de Meissen
Casa Hohenstaufen
Wettin (por casamento)
Pai Frederico II do Sacro Império Romano-Germânico
Mãe Isabel da Inglaterra.

Margarida da Sicília ou Margarida de Hohenstaufen (em alemão: Margaretha; Graz, c. 1236/1237 ou Foggia, 1 de dezembro de 1241Frankfurt am Main, 8 de agosto de 1270)[1][2] foi uma princesa da Sicília por nascimento. Ela foi condessa da Turíngia e condessa palatina da Saxônia pelo seu casamento com Alberto II de Meissen.

Família[editar | editar código-fonte]

Margarida foi filha do imperador Frederico II do Sacro Império Romano-Germânico e de princesa Isabel da Inglaterra.

Os seus avós paternos foram o imperador Henrique VI do Sacro Império Romano-Germânico e Constança da Sicília. Os seus avós maternos foram o rei João de Inglaterra e Isabel de Angolema.

Entre seus irmãos estavam: Henrique, de quem não sabe muito; Carlos Otão, Senhor de Viterbo, conhecido como Henrique de 1242 a 1251. No testamento do pai, lhe foi legado o Reino de Jerusalém, e, de acordo com Matthew Paris, o Papa Inocêncio IV tentou, sem sucesso, fazer Henrique, quem ele considerava como um filho, se casar com uma de suas sobrinhas.[1] Ela também teve um irmão chamado Frederico, e mais um irmão ou irmã sem nome. Além destes, outras fontes nomeiam um irmão chamado Jordano, que recebeu o nome devido ao seu batismo com água do Rio Jordão, e uma irmã chamada Inês, ambos os quais morreram logo após nascerem.

Do primeiro casamento do pai, Frederico, com Constança de Aragão, foi meio-irmã de Henrique VII da Germânia, e do segundo casamento dele com a rainha Isabel II de Jerusalém, também foi meio-irmã de Conrado IV da Germânia.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento[editar | editar código-fonte]

A data de nascimento de Margarida é difícil de averiguar com precisão, pois há controvérsia em relação ao número exato de filhos que a sua mãe teve. O único fato sobre os filhos é que, na época em que Isabel morreu em dezembro de 1241, havia duas crianças sobreviventes, um menino e uma menina, segundo Frederico II relata numa carta para o cunhado, o rei Henrique III, contando sobre a morte da irmã dele.[2] Alguns autores colocam a data de nascimento de Margarida como sendo no final de 1236, no começo ou fim de 1237, em Graz, como o cronista Ricardo de São Germano, que menciona uma nova filha nascia de Isabel em fevereiro de 1237. Frederico também escreve sobre o nascimento de uma filha numa carta sem data, normlamente atribuída ao ano de 1237. Já outros autores acreditam que Isabel morreu no parto de Margarida, em 1 de dezembro de 1241, em Foggia.[2]

Apesar da questão da sua data de nascimento, há o registro de que ela esteve noiva de Hermano II, Conde da Turíngia, no ano de 1238. Segundo uma carta escrita pelo Papa Inocêncio IV, ela tinha 2 anos na época.[2] Hermano era filho de Luís IV, Conde da Turíngia e da princesa e Santa Isabel da Hungria. Porém, o contrato de casamento foi rompido em 1239, pois de acordo com o Annales Sancti Pantaleonis Coloniensis, Hermano repudiou o seu noivado com a filha do imperador.[1] Hermano acabou se casando com Helena de Brunsvique-Luneburgo em 1239, e faleceu em 3 de janeiro de 1241.[1]

Casamento[editar | editar código-fonte]

Em 1242, ficou noiva de Alberto, conhecido como "o Degenerado", filho e herdeiro de Henrique III de Meissen e de Constança da Áustria. Eles se casaram em 1254 ou em junho de 1255,[1] e a noiva recebeu o Território Imperial de Pleissenland, ou seja, as cidades de Altemburgo, Zwickau, Chemnitz e Leisnig, como seu dote.

O casal se estabeleceu na residência de Alberto em Eckartsberga, e mais tarde eles se mudaram para o Castelo de Wartburg. Juntos tiveram cinco filhos, três homens e duas mulheres.

Mural representando Margarida no Castelo de Albrechtsburg.

Em 1265, o seu marido recebeu os títulos de conde da Turíngia e de conde palatino da Saxônia, após a abdicação de seu pai, que manteve o controle sob Meissen. Ele só se tornou marquês de Meissen anos depois, em 1288.

Após a execução de seu sobrinho, Conradino da Germânia, filho de seu meio-irmão, o rei Conrado IV, em 29 de outubro de 1268, a condessa Margarida, como a parente mais próxima, deveria ter se tornado a rainha por direito (suo jure) da Sicília, além da herdeira geral das reivindicações da Dinastia de Hohenstaufen ao Ducado da Suábia e do Reino de Jerusalém (apesar do fato de que ela era não era descendente dos reis de Jerusalém, o seu pai, o imperador Frederico II, tinha reivindicado o trono para si). O seu filho, Frederico I de Meissen assumiu por algum tempo os títulos em direito da mãe.

Após descobrir que o seu marido a traía com Cunegunda de Eisemberga, sua dama de companhia, quem aparentemente tinha tentado várias vezes envenenar Margarida com o conhecimento de Alberto, Margarida foi embora de Wartburg, em 24 de junho de 1270.[3] Segundo uma lenda, antes de partir, ela mordeu a bochecha do filho Frederico; a partir de então, ele ficou conhecido como Frederico, o Mordido. [4]

Margarida primeiro foi para o Castelo de Krayenburg, na Turíngia, de lá se dirigiu para o Mosteiro de Kreuzberg, que hoje fica no município de Philippsthal, e depois seguiu para Fulda, hoje no estado do Hesse. Por fim ela passou a morar na Igreja Weissfrauenkirche, em Frankfurt,[5] onde foi apoiada pelos cidadãos de lá. A princesa morreu seis semanas depois, em 8 de agosto de 1270, e foi enterrada na igreja. [6]

Quando escavações ocorreram em 1953 como parte da demolição da igreja, que foi destruída na Segunda Guerra Mundial, foram identificadas cerca de 70 sepulturas, porém, o túmulo de Margarida não foi encontrado.

Descendência[editar | editar código-fonte]

  • Henrique (21 de março de 1256 – 25 de janeiro/23 de julho de 1282), senhor das Pleissenlands em 1274. Foi casado com Edviges de Breslau, com quem teve um filho;
  • Frederico I de Meissen (1257 – 16 de novembro de 1323), sucessor do pai. Foi primeiro casado com Inês de Gorizia-Tirol, com quem teve um filho, e depois foi marido de Isabel de Lobdeburg-Arnshaugk, com quem teve dois filhos;
  • Teodorico IV da Lusácia (1260 – 10 de dezembro de 1307), marquês da Lusácia. Foi o primeiro marido de Judite de Henneberg, mas não teve filhos;
  • Margarida (m. após 10 de abril de 1273);
  • Inês de Meissen (antes de 1264 – setembro de 1332), foi esposa do duque Henrique I de Brunsvique-Grubenhagen, com quem teve dezesseis filhos, entre eles Adelaide, segunda esposa do rei Henrique I da Boêmia e Irene de Brunsvique, imperatriz bizantina como esposa de Andrónico III Paleólogo.

Ancestrais[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. a b c d e «GERMANY, KINGS & EMPERORS». fmg.ac 
  2. a b c d «Margaretha (Staufer) von Staufen (abt. 1236 - 1270)». wikitree.com 
  3. «Kunigunde of Eisenberg – The Poisoner». historyofroyalwomen.com 
  4. «Margaret of Sicily, daughter of the Holy Roman Emperor Frederick II, saying goodbye to her children before leaving the …». lookandlearn.com 
  5. Kirchner, Anton (1807). Geschichte der Stadt Frankfurt am Main. Frankfurt am Main: [s.n.] 230 páginas 
  6. «Margaret of Sicily». findagrave.com 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Margaret of Sicily».
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em alemão cujo título é «Margaretha von Staufen».