Onda de calor na Europa em 2022

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Onda de calor na Europa em 2022
Onda de calor na Europa em 2022
Temperaturas na Europa de 10 a 16 de julho de 2022
Duração 2 meses
Data Junho–Setembro de 2022
Local Portugal, Espanha, França, Suíça e Reino Unido
Tipo Onda de calor
Mortes 4 224
  • Alemanha: 1 636
  • Espanha: 1 508
  • Portugal: 1 063
  • Reino Unido: 10
  • Irlanda: 4
  • Polônia: 3

A onda de calor na Europa de 2022 foi um fenómeno climático de calor extremo que chegou inusualmente cedo entre junho e julho e que afetou partes da Europa ocidental, central e meridional, especificamente países como Portugal, Espanha, Croácia,[1] França,[2] Alemanha,[3] Grécia,[1] Suíça[4] e o Reino Unido.[5][6][7] Na Espanha, França e Portugal, países que costumam ser afectados naturalemnte pela seca, as altas temperaturas favoreceram o aparecimento de incêndios florestais.

Por país[editar | editar código-fonte]

Alemanha[editar | editar código-fonte]

De 14 à 20 de junho a Alemanha testemunhou 1636 mortes excessivas que são atribuídas à temperatura de 39,2 graus célsius experimentada na semana.[8][9] A semana seguinte teve um aumento de mortes excessivas em 14%.

Espanha[editar | editar código-fonte]

Imagem de satélite de incêndios florestais na região de Salamanca

O alerta especial em razão das altas temperaturas foi ativado pelo AEMET em 10 de junho, mas apenas para 12 províncias e com alerta amarela para Aragão, Castela-Mancha, Catalunha, Extremadura e na Comunidade de Madrid, e alerta laranja para Andaluzia.[10] Nesse primeiro estágio, o calor anormal não afetou as Ilhas Canárias, Galiza, a costa ocidental da Cantabria e ponto da costa peninsular Mediterrânea.[11] Inicialmente, o AEMET previu que a onda de calor iria durar até 15 de junho, sem tirar de questão a possibilidade de que dure pelo resto da semana.[10]

Em 11 de junho, altas temperaturas já foram registradas no sudoeste da península, com 41 graus célsius em Servilha. Os alertas amarelos também permaneceram ativos em Aragão, Castela e Leão, Castela-Mancha, Catalunha e Madrid, e o alerta laranja para Extremadura e Andaluzia.[12] Entretanto, as condições climáticas não corresponderam aos critérios oficiais para classificar como onda de calor.[13]

Em 12 de junho, os termômetros registraram 43,2 graus célsius em Almadén, o maior valor no início oficial da onda de calor. Temperaturas acima de 40 graus célsius também foram registradas em 47 estações na rede do AEMET. Da mesma maneira, a agência emitiu um notificado especial com informações sobre o fenômeno, as previsões e notificou o início do plano preventivo de ações para os efeitos da temperatura excessiva na saúde de acordo com a gravidade distribuída pelo mapa.[11]

Previsão de temperatura máxima para o dia 12 de junho na Península Ibérica.

Em 14 de junho, a onda de calor se espalhou pelo sul da Galiza e para o interior do Mar Cantábrico. Noites tropicais também continuaram, com termômetros que não diminuíram abaixo de 20 graus célsius em muitas províncias. Por outro lado, havia sido previsto que o cume da onda de calor seria atingido na sexta-feira, 17 de junho, a data em que alguns recordes de temperatura poderiam ser quebrados em cidades como Zaragoza, Lleida e Córdova.[14]

Entre 11 e 20 de junho, 829 pessoas morreram devido ao calor em Espanha.[15]

O único ponto na Espanha que não foi atingido ate então pela onda de calor foi Asturias, Ilhas Canárias, e as cidades autônomas de Ceuta e Melilla.[16] Em seu comunicado diário, o AEMET fez a previsão do episódio climático no sábado, devido à uma dinâmica climática do Atlântico que injeta ar quente vindo da África, que se aproxima da península causando instabilidade e uma diminuição das temperaturas.[17]

França[editar | editar código-fonte]

Imagem de satélite de incêndios florestais em Gironda, França

Em 16 de junho, o serviço nacional de meteorologia Météo-France ativou o alerta vermelho em 12 departamentos e o alerta laranja em outros 25 devido à onda de calor. Os departamentos em alerta vermelho estão na maior parte localizados no sudoeste, ao longo da costa Atlântica, e no sul, enquanto que a gravidade é geralmente menor no norte e leste. Essa é a onda de calor mais adiantada desde que os registros começaram, e a quarte vez que o alerta vermelho foi emitido desde que o protocolo foi ativado desde a onda de calor de 2003 na Europa.[18]

Em 17 de junho, o alerta vermelho foi ativado em 14 departamentos, adicionando os Altos Pirenéus e os Pirenéus Atlânticos aos doze do dia anterior. Da mesma maneira, o alerta laranja foi ativado em 56 departamentos.[19]

Polônia[editar | editar código-fonte]

Em 19 de junho, a temperatura na Polônia ocidental excederam 36 graus célsius. Em Słubice, a temperatura máxima atingida foi de 38,3 graus célsius. Isso é o equivalente ao recorde de maior temperatura em Junho (estabelecido em 2019).[20] Pela segunda vez, a temperatura subiu no início do fim do mês. Em 30 de junho, 9 estações meteorológicas registraram temperaturas mensais recorde. O critério para o recorde mensal também foi estabelecido em 1 de julho. Em Tarnów, a temperatura atingiu 37,7 graus célsius, quebrando o recorde de maior temperatura em Julho. Krosno registrou 35,5 graus célsius, que é a maior temperatura em geral para essa estação.[21] Em 24 de junho, um homem morreu na fila de carros na fronteira polaco-ucraniana. Suspeita-se que a sua morte foi causada por superaquecimento.[22]

Portugal[editar | editar código-fonte]

Em julho, mais de 3 000 hectares foram queimados por incêndios florestais em Leiria, bloqueando uma parte da autoestrada A1 que vai do Porto a Lisboa. No Algarve, iniciou-se um incêndio na cidade de Faro que se alastrou ao resort Quinta do Lago. De acordo com a Autoridade de Proteção Civil, pelo menos 135 pessoas ficaram feridas desde o início dos incêndios e cerca de 800 pessoas foram evacuadas de suas casas.[23] Em 18 de julho, o número de mortes em excesso relacionadas à onda de calor aumentou para 1 063.[24] Em 14 de Julho, a estação meteorológica de Pinhão–Santa Barbára (Viseu), registou a temperatura de 47 graus Celsius.[25]

Referências

  1. a b Kirby, Paul (15 de julho de 2022). «Europe heatwave: Thousands escape wildfires in France, Spain and Greece». BBC News (em inglês). Consultado em 15 de julho de 2022 
  2. «Une vague de chaleur exceptionnelle par sa précocité et son intensité». Météo-France (em francês). 17 de junho de 2022. Consultado em 17 de junho de 2022 
  3. «Spain, Germany Battle Wildfires Amid Unusual Heat Wave». www.voanews.com. Consultado em 16 de julho de 2022 
  4. «Canicule à basse altitude pour une bonne partie de la Suisse». MétéoSuisse. 17 de junho de 2022. Consultado em 17 de junho de 2022 
  5. «O mapa do calor marca Portugal, Espanha e França a vermelho». Público. 15 de junho de 2022. Consultado em 17 de junho de 2022 
  6. «Aviso especial número 4/2022» (PDF). AEMET. 13 de junho de 2022. Consultado em 17 de junho de 2022 
  7. «Heatwave alert as parts of UK experience hottest day of 2022 so far». The Guardian. 17 de junho de 2022. Consultado em 18 de junho de 2022 
  8. «Sterbefallzahlen im Juni 2022 um 8 % über dem mittleren Wert der Vorjahre». Statistisches Bundesamt (em alemão). Consultado em 16 de julho de 2022 
  9. «Die Station Cottbus hat einen neuen Altzeitrekord gestellt.». Twitter (em alemão). Consultado em 16 de julho de 2022 
  10. a b «La AEMET activa el aviso especial por la primera ola de calor del año». RTVE (em espanhol). 10 de junho de 2022. Consultado em 14 de junho de 2022 
  11. a b Benayas, Victoria Torres (12 de junho de 2022). «El primer día de la ola de calor dispara los termómetros a 43 grados». El País (em espanhol). Consultado em 14 de junho de 2022 
  12. «A la espera de la ola de calor el termómetro ya agobia al suroeste peninsular». www.efe.com (em espanhol). Consultado em 14 de junho de 2022 
  13. «¿Cuándo terminará la ola de calor? Una dana vendrá a echarnos una mano». Tiempo.com | Meteored (em espanhol). 13 de junho de 2022. Consultado em 14 de junho de 2022 
  14. «El calor extremo no da tregua en España: en qué provincias se pasará de 40 grados este martes 14 de junio». 20minutos (em espanhol). 14 de junho de 2022. Consultado em 15 de junho de 2022 
  15. IANS (16 de julho de 2022). «84 dead in 1st three days of Spain's heatwave; death toll likely to rise». Business Standard India. Consultado em 16 de julho de 2022. Arquivado do original em 18 de julho de 2022 
  16. Benayas, Victoria Torres (14 de junho de 2022). «La peor ola de calor en junio en 20 años alcanza su pico entre hoy y mañana y durará al menos hasta el sabado». El País (em espanhol). Consultado em 15 de junho de 2022 
  17. «La ola de calor sigue al menos hasta el sábado con temperaturas de entre 7 y 12ºC más altas de lo normal» (em espanhol). Europa Press. 15 de junho de 2022. Consultado em 15 de junho de 2022 
  18. «Canicule : Météo France place 12 départements en vigilance rouge, 25 départements en orange à partir de vendredi». Franceinfo (em francês). 16 de junho de 2022. Consultado em 17 de junho de 2022 
  19. «Canicule : 14 départements en vigilance rouge et 56 en orange». Le Point (em francês). 17 de junho de 2022. Consultado em 17 de junho de 2022 
  20. «Pogoda. Rekord temperatury wyrównany 19 czerwca w Słubicach | Wiadomości Radio ZET» 
  21. «Najpierw w czerwcu, a teraz w lipcu takiego żaru jeszcze nie było. Nawet 38 stopni. Gdzie było najgoręcej?» 
  22. «Dramat na granicy z Ukrainą. Z powodu upału zmarł mężczyzna. Brakuje wody, a w autach jest jak w piekarniku». Consultado em 18 de julho de 2022. Arquivado do original em 29 de junho de 2022 
  23. Demony, Catarina; Pereira, Miguel (13 de julho de 2022). «Scorching heat wave sparks wildfires in Europe». Reuters (em inglês). Consultado em 15 de julho de 2022. Arquivado do original em 17 de julho de 2022 
  24. de 2022, 19 de Julio. «Portugal registra más de 1.000 muertes relacionadas con el calor». infobae (em espanhol). Consultado em 20 de julho de 2022 
  25. Ferreira, Nicolau. «Pinhão, com 47 graus, atingiu o recorde de temperatura para Julho». PÚBLICO. Consultado em 21 de julho de 2022