Pedro Pinto (político)

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(Redirecionado de Pedro Soares Pinto)
 Nota: Não confundir com Pedro Pinto (jornalista).
 Nota: Não confundir com Pedro Augusto Cunha Pinto (ex-deputado do PSD).
Pedro Pinto
Pedro Pinto (político)
Pedro Pinto
Presidente do Grupo Parlamentar do CHEGA à Assembleia da República
Período 2 de junho de 2022
até à atualidade
Legislaturas XVI da República Portuguesa
XV da República Portuguesa
Deputado à Assembleia da República pelo Distrito de Faro
Período 29 de março de 2022
até à atualidade
Legislaturas XVI da República Portuguesa
XV da República Portuguesa
Adjunto da Direção Nacional do Partido CHEGA
Período 29 de janeiro de 2023
até à atualidade
Presidente André Ventura
Secretário-Geral do Partido CHEGA
Período 1 de fevereiro de 2021
até 29 de janeiro de 2023
Presidente André Ventura
Dados pessoais
Nome completo Pedro Miguel Soares Pinto
Nascimento 1 de julho de 1977 (46 anos)
Nacionalidade Portuguesa
Partido CHEGA

Pedro Miguel Soares Pinto (Lisboa, 1 de julho de 1977), conhecido habitualmente como Pedro Pinto, é um empresário e político português. Atualmente, desempenha as funções de deputado à Assembleia da República, presidente do grupo parlamentar e adjunto na direção nacional do partido CHEGA.[1]

Natural de Lisboa, licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Autónoma de Lisboa. Anteriormente, dedicou-se ao empreendedorismo no ramo da organização de espetáculos tauromáquicos,[1][2] onde já exerceu a função de diretor da revista Ruedo Ibérico, dedicado à tauromaquia.[3]

Atividade política[editar | editar código-fonte]

É antigo militante e dirigente do CDS-PP de Portalegre.[1][3][2] Em 2019 desfiliou-se do CDS, ingressando no Chega, onde assumiu a liderança da distrital de Beja, candidatando-se às eleições legislativas desse ano como cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral daquele distrito.[2] Atualmente, ocupa o cargo de adjunto da direção nacional, responsável pela secretária-geral do partido e foi candidato à Câmara Municipal de Beja nas eleições autárquicas de 2021.[4]

Nas eleições legislativas de 2022, foi inicialmente apontado ao distrito de Portalegre, acabando por ser escolhido para ser cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral de Faro, uma vez que este distrito eleitoral elege nove deputados, ao invés dos dois de Portalegre, aumentando assim as probabilidades do dirigente conseguir um lugar no Parlamento, condizente com a sua posição de dirigente nacional do partido.[1]

Na sua página oficial de Facebook chama às alterações climáticas “uma charada politicamente correta” e defende que o “lugar dos assassinos, violadores, pedófilos é ficar na cadeia para sempre”.[2] No dia 6 de fevereiro foi escolhido para assumir a liderança do grupo parlamentar do Chega na Assembleia da República.

Em entrevista à TSF, Pedro Pinto criticou a forma como António Costa montou o novo executivo. Defendendo que o Governo, embora novo, não traz novidades.[5] Deixou críticas ao primeiro-ministro pela escolha de Fernando Medina para Ministro das Finanças: "Se fosse dia 1 de abril até acreditaríamos que Fernando Medina podia ser ministro das Finanças, porque com aquilo que deixou em Lisboa, um legado de dívidas na câmara e uma quase venda aos russos de variadíssimas coisas, isto é quase uma brincadeira de mau-gosto de António Costa com os portugueses".[5]

A 3 de maio de 2022 esteve no Algarve, a fim de ouvir os órgãos distritais sobre os problemas que afetam a região, garantindo “a promessa de que os interesses da região serão defendidos no debate do OE”.[6]

Em declarações à rádio TSF, manifestou-se a favor da adesão da Ucrânia à União Europeia, desde que o processo seja "transparente e legal", esperando que este não se atrase por questões económicas.[7]

No XI Conselho Nacional do partido, Pedro Pinto visou a comunicação social: “Vão dizer que o que se está aqui a passar hoje é culto ao líder. Não é. É respeito por aquele homem que pode realmente mudar Portugal”.[8] Criticou de seguida a oposição interna do partido e apontou “quatro tipos de oposição" “cobardes”, que “não tiveram coragem de dar a cara”: “Há aqueles que se autoexcluíram de um gabinete de estudos e começaram a minar, tal qual como fizeram no CDS”; “há ainda os arruaceiros, que diziam que traziam autocarros… Onde é que eles estão?" e “ressabiados, das guerras internas das distritais”.[9][8]

No encerramento da III Academia de Verão da Juventude CHEGA, defendeu que o futuro não passa pelas "amarras do socialismo", considerando esse o principal combate do partido.[10] Achou também "curiosa e intrigante" a imagem do presidente do PSD, Luís Montenegro, a discursar na Universidade de Verão social-democrata com vários jovens atrás de si, afirmando que "o partido que mais jovens mandou embora do país é agora aquele que se apresenta como o partido dos jovens".[11]

No dia 22 de janeiro de 2024, André Ventura, presidente do CHEGA, voltou a confirmá-lo como cabeça de lista às eleições legislativas de 2024 por Faro.[12]

Deputado na Assembleia da República[editar | editar código-fonte]

XV Legislatura da República Portuguesa[editar | editar código-fonte]

A 30 de janeiro de 2022, Pedro Pinto foi eleito deputado à Assembleia da República pelo Chega, pelo círculo eleitoral de Faro.[13][14] No dia 6 de fevereiro foi escolhido como líder da bancada parlamentar do partido Chega.[15] A 29 de março de 2022 tomou posse como deputado.[16]

Em entrevista ao Observador, Pedro Pinto disse que “em política não se pode passar pelos pingos da chuva”, numa alusão à rejeição do programa do Governo. O líder da bancada parlamentar do Chega diz que “ninguém acreditava que Fernando Medina fosse ministro das Finanças”.[17] Relativamente ao programa do governo, mencionou que "este é um programa de Governo que é um programa eleitoral, que não fala de economia, do turismo, do mundo rural, de tudo aquilo que se pretende que existam respostas, ainda para mais no período de guerra que se vive em que estamos a atravessar uma crise e que será maior ainda".[17]

No dia 19 de abril, acompanhou os deputados André Ventura, Rita Matias e Pedro Frazão à Porta do Colégio Planalto, numa ação para sensibilizar pais e alunos e exigir, no contexto da pandemia de COVID-19, ao Governo o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras, sobretudo em meio escolar.[18]

Numa declaração política na Assembleia da República, sublinhou que o SEF "precisa de ser melhorado, mas não extinto", sublinhando que a reforma do Governo iria trazer "mais burocracia e mais atraso",[19] apresentando um projeto de lei que revoga a reestruturação do sistema português de controlo de fronteiras, repondo a estrutura orgânica e as missões do SEF.[19]

Em debate sobre o Orçamento de Estado de 2022, afirmou tal "orçamento [tinha] falhas graves ao nível da Justiça e da economia”, justificando que “não pode votar a favor de um Orçamento que não é bom para o português comum”.[20] No parlamento ainda acusou a reestruturação de ser uma ‘Cabritada’, em crítica ao antigo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.[21] O Chega acusou este processo de ser um “capricho” do antigo MAI.[21] O líder da bancada do Chega, acusou o Governo de ter tomado uma "decisão irrefletida" numa altura em que precisava de "vender a alma à extrema-esquerda", em particular ao Bloco de Esquerda.[22] Entre as prioridades que o deputado encontra para manter o SEF conta-se a necessidade de conter refugiados que, segundo ele, chegam "de iPhone na mão".[22] No último dia da discussão do OE, criticou “o país das maravilhas de António Costa” para falar sobre os problemas nas forças de segurança.[23] Sublinhou também que as dificuldades "são mais graves no interior" do país, onde há um "abandono total dos territórios", pedindo ao Governo mais efetivos para reforçar as forças de segurança.[23] A 2 de junho de 2022, foi eleito e tomou posse como presidente do grupo parlamentar.[24]

Numa intervenção política, considerou que eliminar as isenções fiscais para os partidos “é da mais elementar justiça” e que as forças políticas têm de “partilhar o fardo fiscal com o cidadão”.[25]

No encerramento da segunda moção de censura apresentada pelo CHEGA ao Governo, acusou o PSD de ter cedido ao socialismo e de ser "frouxo, fraquinho e fofinho", defendendo que o seu partido é uma “oposição única” ao Partido Socialista.[26] Afirmando ainda que, “na política, não há meio-termo, é sim ou não”, criticando de seguida a abstenção dos deputados sociais-democratas, argumentando que representa “cumplicidade com as políticas socialistas e com António Costa”.[27][28][29]

Comissões Parlamentares[editar | editar código-fonte]

  • Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias [Vice-Presidente da Comissão];
  • Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto [Suplente].

XVI Legislatura da República Portuguesa[editar | editar código-fonte]

A 10 de março de 2024, foi reeleito deputado à Assembleia da República pelo CHEGA, pelo círculo eleitoral de Faro.[30] Nas eleições que levaram à instauração da XVI Legislatura, Pedro Pinto conquista o primeiro lugar no círculo eleitoral de Faro, e passa a existir três forças políticas a conquistar algum círculo eleitoral no País.[31][32] Sendo o primeiro círculo eleitoral do país onde o CHEGA consegue conquistar o primeiro lugar.[33]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em julho de 2022, foi noticiado que, nesse mesmo mês, Pedro Pinto, num corredor da Assembleia da República, tentou encostar a sua testa à de Nuno Saraiva, assessor do PS, num tom provocatório, enquanto ameaçava partir-lhe a “tromba”, chamando-o de "anão".[34]

Em junho de 2023, foi reportado que Pedro Pinto tinha sido visto, nesse mesmo mês, a agredir um árbitro de futebol de 18 anos e a tentar agredir um outro da mesma idade num torneio infantil de escalões de sub-11 e sub-13, em que também participava a equipa do seu filho, o Futebol Clube do Crato.[35]

Resultados Eleitorais[editar | editar código-fonte]

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Data Partido Círculo eleitoral Posição CI. Votos % +/- Status Notas Ref
2022 CH Faro 1.º (em 9) 3.º 23 988
12,30 / 100,00
Eleito Presidente do Grupo Parlamentar [36]
2024 1.º (em 9) 1.º 64 228
27,19 / 100,00
Aumento14,89 Eleito Presidente do Grupo Parlamentar [37]

Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]

Câmara Municipal[editar | editar código-fonte]

Data Partido Concelho Posição Cl. Votos % Status Notas Ref
2021 CH Beja 1.º (em 7) 5.º 880
5,44 / 100,00
Não eleito [38]

Referências

  1. a b c d Figueiredo, Inês André (23 de janeiro de 2022). «Chega. Os promovidos, os despromovidos e um desaparecido. A escolha unipessoal de Ventura para deixar de ser único na AR». Observador. Consultado em 30 de janeiro de 2022 
  2. a b c d Guerreiro, Catarina; Claudino, Henrique Magalhães (31 de janeiro de 2022). «Só há uma mulher nos deputados do Chega. E é antifeminista». CNN Portugal. Consultado em 2 de fevereiro de 2022 
  3. a b «Ventura mais 11: quem é quem no novo grupo parlamentar do Chega». Expresso. 31 de janeiro de 2022. Consultado em 31 de janeiro de 2022 
  4. Freitas, Ana E. de (1 de julho de 2021). «Autárquicas 2021: Pedro Pinto é o candidato do Chega à Câmara de Beja e o entrevistado na Voz da Planície | Rádio Voz da Planície». Rádio Voz da Planície - 104.5FM - Beja. Consultado em 30 de janeiro de 2022 
  5. a b «PSD critica ″fulanização″ de pastas no Governo, Chega vê Medina como ″brincadeira de mau gosto″». TSF Rádio Notícias. 24 de março de 2022. Consultado em 28 de março de 2022 
  6. «Deputado eleito pelo Algarve ouviu órgãos distritais do Chega». Jornal diariOnline Região Sul. O seu portal de notícias Algarve e Alentejo Portugal. 12 de maio de 2022. Consultado em 13 de maio de 2022 
  7. «Chega a favor da adesão da Ucrânia à UE desde que processo seja ″transparente″». TSF Rádio Notícias. 17 de junho de 2022. Consultado em 17 de junho de 2022 
  8. a b «Chega. André Ventura sai legitimado de uma Batalha sem opositores internos». Jornal SOL. Consultado em 19 de setembro de 2022 
  9. Ameixa, Inês. «Ventura aponta baterias a opositores internos, fala em "destino" e deixa uma promessa: não vai desistir até ser primeiro-ministro de Portugal - como aconteceu». Observador. Consultado em 19 de setembro de 2022 
  10. «Vice do Chega diz que "não é preciso um Tribunal Constitucional em Portugal"». CNN Portugal. Consultado em 28 de setembro de 2023 
  11. «Vice do Chega diz que "não é preciso um Tribunal Constitucional em Portugal"». CNN Portugal. Consultado em 28 de setembro de 2023 
  12. «Pedro Pinto por Faro, João Tilly por Viseu: conhecidos mais cabeças de lista do Chega». CNN Portugal. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  13. «Ao minuto: direção do PSD apanhada de surpresa pelos resultados, PS ainda sonha com a maioria». CNN Portugal. 30 de janeiro de 2022. Consultado em 30 de janeiro de 2022 
  14. «Eleições Legislativas 2022». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 30 de janeiro de 2022 
  15. ECO (6 de fevereiro de 2022). «Chega escolhe Pedro Pinto como líder da bancada parlamentar». ECO. Consultado em 6 de fevereiro de 2022 
  16. Portugal, Rádio e Televisão de. «Chega e BE antecipam a próxima legislatura». Chega e BE antecipam a próxima legislatura. Consultado em 30 de março de 2022 
  17. a b Dias, Miguel Viterbo. «Pedro Pinto, líder da bancada do Chega, no "Sofá do Parlamento": "Quando veem os nossos deputados os outros fogem um bocadinho"». Observador. Consultado em 8 de abril de 2022 
  18. Figueiredo, Inês André. «Deputados do Chega ficam à porta de escola do Opus Dei em Lisboa após direção cancelar reunião». Observador. Consultado em 22 de abril de 2022 
  19. a b «Agência para Migrações a cargo da ministra dos Assuntos Parlamentares». Notícias ao Minuto. 27 de abril de 2022. Consultado em 27 de abril de 2022 
  20. ECO (28 de abril de 2022). «PCP, Chega e IL votam contra OE 2022 na generalidade». ECO. Consultado em 29 de abril de 2022 
  21. a b «Carneiro não avança data de reestruturação do SEF». Jornal SOL. Consultado em 29 de abril de 2022 
  22. a b «Entidade sucessora do SEF fica no ministério dos Assuntos Parlamentares». www.jn.pt. Consultado em 29 de abril de 2022 
  23. a b «A "galinha dos ovos de ouro", a "incineradora" de dinheiro e a taxa para "os desenrascados": foi assim o debate que terminou com a aprovação do OE». CNN Portugal. Consultado em 30 de abril de 2022 
  24. Portugal, Rádio e Televisão de. «Deputados do Chega elegem líder da bancada parlamentar». Deputados do Chega elegem líder da bancada parlamentar. Consultado em 2 de junho de 2022 
  25. ECO (17 de junho de 2022). «Parlamento chumba projetos-lei que previam acabar com isenções fiscais dos partidos». ECO. Consultado em 17 de junho de 2022 
  26. Tavares, Inês André Figueiredo, Rita (19 de setembro de 2023). «Moção de censura chumbada. PSD absteve-se - como aconteceu». Observador. Consultado em 28 de setembro de 2023 
  27. «″Frouxo, fraquinho e fofinho.″ Chega diz que este é o PSD dos ″três F″». TSF Rádio Notícias. 19 de setembro de 2023. Consultado em 28 de setembro de 2023 
  28. «Visão | Moção de Censura do Chega ao Governo rejeitada (sem surpresas)». Visão. 19 de setembro de 2023. Consultado em 28 de setembro de 2023 
  29. Renascença (19 de setembro de 2023). «Chumbada moção de censura ao Governo. Só Chega e IL votaram a favor - Renascença». Rádio Renascença. Consultado em 28 de setembro de 2023 
  30. «Eleições Legislativas 2024». legislativas2024.mai.gov.pt. Consultado em 11 de março de 2024 
  31. «Voto de protesto dá vitória ao Chega no Algarve. PS e PSD justificam com "desalento" e "esquecimento"». Expresso. 11 de março de 2024. Consultado em 11 de março de 2024 
  32. Barlavento (10 de março de 2024). «Legislativas 2024: Chega conquista o Algarve». Barlavento - Notícias do Algarve e Portugal. Consultado em 11 de março de 2024 
  33. Cardoso, Francisco José. «Chega conquista o distrito de Faro». DNOTICIAS.PT. Consultado em 11 de março de 2024 
  34. Moita Cordeiro, Vítor (23 de julho de 2022). «"Parto-te a tromba. És um anão": Deputado do Chega ameaça assessor socialista». Correio da Manhã. Consultado em 25 de abril de 2023 
  35. Soares, Tiago; Cedovim Pinto, José; Pombo, Diogo; Gustavo, Rui (26 de junho de 2023). «"Pai, isto é uma vergonha": deputado do Chega agrediu árbitro de 18 anos em jogo de futebol». Expresso. Consultado em 27 de junho de 2023 
  36. «Eleições Legislativas 2022». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  37. «Eleições Legislativas 2024». legislativas2024.mai.gov.pt. Consultado em 10 de março de 2024 
  38. «A carregar...». www.eleicoes.mai.gov.pt. Consultado em 30 de janeiro de 2024