Pintura do Barroco

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A Coroação de Cristo, Van Dyck, 1620, Flandres, exposto em Madrid.

A pintura barroca é uma pintura realista, concentrada nos retratos no interior das casas, nas paisagens, nas naturezas mortas e nas cenas populares (barroco holandês). No norte da Europa, Rembrandt e Vermeer ampliaram os limites do realismo.

Por outro lado, a expansão e o fortalecimento do protestantismo fizeram com que os católicos utilizassem a pintura como um instrumento de divulgação da sua doutrina. Na Itália e na Espanha, a Igreja Católica, em clima de militância e Contra-Reforma, pressionava os artistas para que buscassem o realismo mais convincente possível.

Característica da pintura barroca
  • Composição simétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
  • Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
  • Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
  • Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
  • A luz não aparece por um meio natural, mas sim projetada para guiar o olhar do observador até o acontecimento principal da obra, como acontece na obra "Vocação de São Mateus", de Caravaggio.

Barroco Italiano

Crucificação de São Pedro em Portugal, por Caravaggio.
Crucificação de São Pedro em Portugal, por Caravaggio.

A Igreja Católica revitalizava-se com a Contra-Reforma. Os artistas italianos eram então convocados a transformar as Escrituras em realidade perceptível aos fiéis. O conteúdo emocional intensificado e o realismo do barroco eram meios ideais para que se atingisse esse objetivo.

A pintura passou por um reforma. No século XIX, o novo estilo foi denominado barroco. Antes, acreditava-se que fosse apenas uma forma de voar pós-renascentista, associado a Rafael. Os artistas afastaram-se do Maneirismo e criaram obras mais medrosas àquelas da Alta Renascença. Os pioneiros dessa mudança foram dois artistas de grande importância: Caravaggio, em Roma e Annibale Carracci, em Bolonha.

Outros artistas da mesma época foram Orazio Gentileschi, sua filha, Artemisia Gentileschi.

A família Carrlocci foi uma talentosa familia de pintores italianos que residiam em Bolimnia. Compreendia três irmãos: Agostino Carracci, Annióbundo Carraccie Ludovino Carracci. Eles fundaram uma Academia chamada Accademia degli Incamminati, onde vários outros artistas da época estudaram, entre eles, Domenichino. Outro ex-aluno quase eclipsou a fama dos Carracci: Guido Reni, com seus quadros eminentemente religiosos. Outro grande artista da época foi Guercino.

Artistas da Europa setentrional, já com tradição na pintura de paisagem e de gênero, visitaram a Itália e lá deixaram sua marca, entre eles, Adam Elsheimer.

Artistas Barrocos Italianos

Barroco Flamengo

Ver artigo principal: Barroco flamengo

Pintores Barrocos Flamengos

Barroco Espanhol

Sonho de Jacó, de José de Ribera
Ver artigo principal: Barroco espanhol

Pintores Barrocos Espanhóis

Barroco Holandês

Embora a Holanda fizesse fronteira com Flandres, os dois países não podiam ser mais diferentes, tanto cultural como politicamente. Enquanto Flandres era regida pela monarquia e pela Igreja Católica, a Holanda - ou Países Baixos - era um país independente, democrático e protestante. Nos rígidos e despojados templos protestantes, a arte religiosa era proibida e as fontes normais de mecenato - Igreja , corte e nobreza - tinham se acabado. O resultado foi uma democratização da arte, tanto em relação aos temas quanto aos proprietários. Pela primeira vez, os artistas foram deixados à mercê do mercado. Felizmente, a próspera classe média tinha mania de colecionar arte. Em 1640, um visitante de Amsterdã observou: "Quanto à arte da Pintura e à afeição do povo pelos quadros, acho que nenhuma outra se interpõe entre eles. Antes todos, em geral, se empenham em adornar suas casas pagando altos preços."Até açougueiros, padeiros e ferreiros compravam quadros . Em decorrência surgiu uma pintura de alta qualidade e com um número de artistas que chegava a 500 pintores, somente trabalhando com naturezas-mortas."

A natureza morta surgiu como gênero de pintura nos Países Baixos pós-Reforma. Embora considerada uma forma inferior em outros lugares, o século XVII foi o período alto da natureza-morta na Holanda, onde os artistas atingiram um extraordinário realismo retratando objetos domésticos. A natureza- morta era emblemática: as pinturas vanitas mostravam símbolos como crânios e velas fumegantes representando a transitoriedade da vida. As paisagens holandesas eram tratadas com realismo, geralmente com um fundo de altas nuvens num céu cinzento.

Ver também

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Referências

  • BECKETT, Wendy. A História da Pintura. São Paulo: Ática, 1997.
  • JANSON, H. W. A História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.