Teatro de fantoches
Teatro de fantoches, teatro de bonecos ou teatro de marionetes é o termo que designa, no teatro, à apresentação feita com fantoches, marionetes ou bonecos de manipulação, em especial aqueles onde o palco, cortinas, cenários e demais caracteres próprios são construídos especialmente para a apresentação.
História
[editar | editar código-fonte]O teatro de fantoches é uma antiga forma de expressão artística originada há cerca de três mil anos.[1] Desde então, os bonecos foram usados para alegrar e comunicar ideias ou necessidades de várias sociedades humanas.[2]
Alguns historiadores defendem que seu uso antecipou os atores no teatro. Evidências mostram que eram utilizados no Egito, em 2000 a.C., com o uso de figuras de madeira operadas com barbante. Bonecos articulados de marfim e argila controlados com cordões também foram encontrados nas tumbas egípcias. Os hieróglifos também descrevem "estátuas que caminham" usadas pelos antigos egípcios em peças teatrais religiosas.[1]
Os escritos mais antigos sobre os bonecos são creditados a Xenofonte em registro datado de 422 a.C..
Michel Giacometti, etnomusicólogo francês que se fixou em Portugal a partir de 1959, fez uma importante recolha de dados etnográficos sobre o teatro de marionetes.[3]
Técnicas de manipulação
[editar | editar código-fonte]- Robótica - manipulação com uso da tecnologia moderna[4]
- Bonecos habitáveis - o boneco é vestido pelo manipulador[4]
- Associação de gatilho - boneco é acionado à distância com técnica de vara de origem chinesa. Utiliza-se colete, o que permite ao ator trabalhar com bonecos maiores, mas com mãos livres para utilizar manetes e vara[4]
- Luva-mamulengo - a luva é uma dos tipos da manipulação direta, ou seja, o artista está diretamente ligado ao boneco. A palavra "mamulengo" é uma referência a um folguedo de Pernambuco[4]
- Objetos - incorporação de elementos para construção da narrativa[4]
- Títeres de vara - variação de origem chinesa, com utilização de grande número de varas em cada boneco para aumentar as possibilidades de movimento[4]
Teatro de fantoches pelo mundo
[editar | editar código-fonte]Teatro de fantoches persa
[editar | editar código-fonte]Kheime'h-shab-bazi é o nome do tradicional teatro de fantoches persa, executado em uma pequena câmera. Há duas pessoas envolvidas: o artista musical e um outro, denominado morshed. Os diálogos ocorrem entre o morshed e os bonecos. A forma de atuação, as caracterizações e as técnicas de redação dos textos tornam essa forma de teatro de bonecos única e opilanal entre as demais.
Uma variação desse teatro surgiu no Irã, durante a era Qajar, sendo ainda bastante popular naquele país. A ópera de bonecos "Rostam e Sohrab" é o exemplo mais notável desta arte no Irã atual.
Teatros famosos
[editar | editar código-fonte]- O Lambert Puppet Theatre & Museum de Dublin é um importante núcleo de apresentação desta arte.
- Teatro de Guinhol, modalidade francesa.
- Teatro Aquático de Fantoches, no Vietnam.
- Teatro de Marionetes da Sicília.
- Teatro de Marionetes de Lübeck.
Teatro de fantoches na educação
[editar | editar código-fonte]Muitos educadores utilizam os fantoches para auxiliar na formação dos alunos da educação infantil e primeiro ciclo do fundamental. O Teatro de Fantoches facilita a introdução de temas e matérias transversais, melhora a socialização na escola, estimula o entendimento de conceitos e a frequência da leitura. História, matemática, ciências, português, e todos os demais conteúdos programáticos podem ser explorados em cenas e enredos com fantoches, pois, durante a apresentação, as crianças ficam suscetíveis e concentradas nas informações e acontecimentos do teatro.[5]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Blumenthal, Eileen (2005). Puppetry and Puppets, Thames & Hudson ISBN 978-0-500-51226-5
- ↑ Dugan , E.A. Emotions in Motion
- ↑ Vitalité des formes anciennes du théâtre de marionnettes au Portugal: le cas des Bonecos de Santo Aleixo – texto de Christine Zurbach, Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA) Universidade de Évora
- ↑ a b c d e f Melo, Janaína Cunha. (9 de junho de 2010). Festival Internacional de Bonecos mostra diversidade de técnicas. Jornal Estado de Minas, Caderno EM Cultura, acesso em 10 de junho de 2010
- ↑ «Teatro de Fantoches Infantil na escola | Cia ArtePalco». www.contadoresdehistorias.com.br. Consultado em 1 de março de 2018