The Adventurers (1970)

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The Adventurers
The Adventurers (1970)
Cartaz promocional do filme.
No Brasil O Mundo dos Aventureiros
 Estados Unidos
1970 •  cor •  171 min 
Gênero aventura
drama
Direção Lewis Gilbert
Produção Lewis Gilbert
Joseph E. Levine
Roteiro Michael Hastings
Lewis Gilbert
Baseado em The Adventurers
romance de 1966
de Harold Robbins
Elenco Charles Aznavour
Alan Badel
Candice Bergen
Thommy Berggren
Delia Boccardo
Ernest Borgnine
Rossano Brazzi
Olivia de Havilland
Bekim Fehmiu
Anna Moffo
Leigh Taylor-Young
Música Antônio Carlos Jobim
Cinematografia Claude Renoir
Direção de arte Jack Maxsted
John Hoesli
Aurelio Crugnola
Harry Pottle
Efeitos especiais Cliff Richardson
Figurino Ronald Paterson
Edição Anne V. Coates
Companhia(s) produtora(s) Embassy Pictures
Distribuição Paramount Pictures
Lançamento
  • 25 de março de 1970 (1970-03-25) (Estados Unidos)[1]
Idioma inglês
Orçamento US$ 12 milhões[1]
Receita US$ 7.750.000 (América do Norte)[2]

The Adventurers (bra: O Mundo dos Aventureiros)[3] é um filme estadunidense de 1970, dos gêneros aventura e drama, dirigido por Lewis Gilbert, e estrelado por Charles Aznavour, Alan Badel, Candice Bergen, Thommy Berggren, Delia Boccardo, Ernest Borgnine, Rossano Brazzi, Olivia de Havilland, Bekim Fehmiu, Anna Moffo e Leigh Taylor-Young. O roteiro de Michael Hastings e Lewis Gilbert foi baseado no romance homônimo de 1966, de Harold Robbins, que foi vagamente inspirado na vida do diplomata dominicano Porfirio Rubirosa.[1]

A trama retrata a história de um aventureiro que deixa Roma para se vingar de um policial que matou sua mãe no fictício país sul-americano de Corteguay.

A produção foi filmada na Europa e em partes da América do Sul. Lewis Gilbert fez o filme sob um contrato lucrativo que assinou com a Paramount após o sucesso de "Alfie". Ele chamou o filme de "a pior coisa que já fiz" e chegou a dizer que o livro era "impossível".[4]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Marcel Campion (Charles Aznavour), um playboy, decide viajar para Corteguay, um pequeno país sul-americano, onde seu pai foi assassinado. Lá, ele descobre que o presidente, antigo amigo de sua família e homem que foi colocado no poder por intermédio de seu pai, foi o responsável pela morte dele. Marcel, decidido a organizar uma verdadeira revolução, descobre da pior maneira possível que as coisas não são tão simples quanto ele imaginava.

Elenco[editar | editar código-fonte]

Produção[editar | editar código-fonte]

Em 1963, a Embassy Pictures comprou os direitos de exibição do próximo romance de Harold Robbins por US$ 1 milhão, contratando John Michael Hayes para escrever o roteiro. Quando o romance foi oficialmente lançado em 1966, a Paramount Pictures promoveu a história com um sorteio, pedindo aos leitores que enviassem suas escolhas para a escalação do elenco, com os vencedores recebendo US$ 500.

Lewis Gilbert disse que a Paramount não queria nenhuma estrela já conhecida, apenas desconhecidos, já que os filmes com atores famosos estavam declinando. Ele disse que o filme "teve um elenco muito bom".[5]

A fotografia principal do filme começou em 12 de abril de 1968, no Cinecittà, com outras locações sendo filmadas em Roma e Veneza. A produção foi seguida por 12 dias de filmagens na cidade de Nova Iorque e, em seguida, três meses de filmagens em Bogotá e Cartagena, ambas na Colômbia; e nos Andes.[1]

Trilha sonora[editar | editar código-fonte]

A trilha sonora foi composta pelo compositor de bossa nova Antonio Carlos Jobim. Das 12 canções do álbum, três delas, "Children's Games" (Chovendo na Roseira), "A Bed of Flowers For Sue Ann" (Sue Ann) e "Dax & Amparo-Love Theme" (Olha Maria), passaram a se tornar algumas das músicas de assinatura de Jobim. Essas canções foram ouvidas pela primeira vez nesta trilha sonora. A música suave e muitas vezes terna contrasta fortemente com a escuridão presente nos temas da história.

Uma canção rara da banda britânica Family chamada "Young Love" foi apresentada como faixa de apoio para um desfile de moda no filme. A faixa não aparece em nenhum CD da banda.

Recepção[editar | editar código-fonte]

"The Adventurers" teve uma "pré-estreia aerotransportada" especial em 23 de fevereiro de 1970, como o entretenimento em voo do primeiro Boeing 747 Superjet da Trans World Airlines entre as cidades de Nova Iorque e Los Angeles, com as estrelas do filme e membros da imprensa a bordo. Foi a primeira vez que um filme e um avião estrearam no mesmo evento.[1][6] As pré-exibições adicionais ocorreram em 4 de março de 1970, no DeMille Theatre, em Nova Iorque; e no Fox Village Theatre, em Westwood, na Califórnia.[1] A versão da pré-estreia durou 205 minutos, e foi recebida negativamente pela imprensa e pelo público. A Paramount reeditou o filme inteiro um pouco antes de seu lançamento oficial, mas vários críticos, incluindo Pauline Kael e Joe Morgenstern, não foram convencidos a assisti-lo uma segunda vez.[1] O lançamento oficial ocorreu em mais de 100 cinemas dos Estados Unidos em 25 de março de 1970.[1]

Howard Thompson, em sua crítica para o The New York Times, afirmou: "Na tela, The Adventurers acaba sendo ainda mais maçante do que o romance best-seller de Harold Robbins".[7] Arthur D. Murphy, da revista Variety, chamou-o de "um monumento clássico ao mau gosto ... marcado pela opulência produtiva e esbanjadora; direção inferior, imitativa e curiosamente antiquada; diálogo banal e ridículo; atuação abaixo do padrão, sem vida e embaraçosa; música irritante; violência indulgente, gratuita e enfadonha; e sexo escandalosamente não erótico".[8] Gene Siskel, do jornal Chicago Tribune, deu ao filme 1/4 estrelas, e escreveu: "The Adventurers não tem nada para recomendar. Não é erótico. Não é engraçado. É violento ao ponto da obscenidade, e é tanto a história de por que as empresas cinematográficas estão perdendo milhões quanto a história do romance best-seller de Harold Robbins".[9]

Kevin B. Thomas, do Los Angeles Times, afirmou que o filme "é flagrante em seus empréstimos das manchetes mais sensacionalistas e nu em sua manipulação de emoções para os suscetíveis", e acrescentou que "Gilbert não é nada senão consistente: a atuação e o diálogo implacavelmente risível são uniformemente terríveis".[10] Gary Arnold, do The Washington Post, escreveu: "Infelizmente, a versão cinematográfica de Lewis Gilbert do romance é bastante fiel à letra e ao espírito do original. Ele alterna do abate ao torpor, do sexo ao torpor, e de volta ao abate. Seja qual for o modo, as cenas são geralmente horríveis ou desajeitadas em seus próprios termos, e inúteis como pistas para eventos subsequentes ou os motivos dos personagens".[11] O The Monthly Film Bulletin chamou-o de "um trabalho árduo de três horas que contém todos os clichês imagináveis ​​de escrita e direção", e ainda comentou: "Este pode ser descrito como o filme com tudo; o problema é que é difícil imaginar alguém querendo alguma coisa dele".[12]

Na década de 2000, as críticas consideraram "The Adventurers" divertido, como uma comédia não intencional. Em 2005, a produção foi listada no livro "The Official Razzie Movie Guide" como um dos "dez melhores filmes ruins de todos os tempos", com o autor John Wilson escrevendo que o filme "não tem nem mesmo um personagem, performance ou linha de diálogo crível. Mas tudo é feito com tanta sinceridade que é muito mais divertido do que esse mesmo material seria nas mãos de qualquer pessoa, exceto incompetentes".[13] Paul Mavis, revisando o lançamento do filme em DVD pela Warner Archive, gostou de sua ousadia, afirmando que a produção é, "meio um trabalho falso de David Lean, meio uma história em quadrinhos escandalosa com sotaques engraçados e seios nus – e tudo isso em uma bagunça irresistível e frequentemente enlouquecedora". Mavis acredita que a mistura de política do Terceiro Mundo e jet set foi inspirada pelo diplomata internacional Porfirio Rubirosa.[14]

Segundo il Morandini, o filme é "um melodrama aventureiro transbordando de sexo, violência, fogos de artifício, orgias e amores lésbicos".[15]

Em 25 de junho de 2010, o diretor Lewis Gilbert disse no programa de rádio "Desert Island Discs", da BBC, que "The Adventurers" era "um filme grande, extenso e muito caro que foi um desastre. Eu nunca deveria tê-lo feito. É algo de que não me orgulho".[4]

Mídia doméstica[editar | editar código-fonte]

Em 12 de julho de 2005, a Paramount Home Entertainment lançou o filme pela primeira vez em DVD em ecrã panorâmico. A mesma empresa relançou o filme na Warner Archive Collection em 24 de setembro de 2013. O DVD foi editado e reclassificado, com cortes significativos nas cenas em que mulheres são estupradas e mortas por soldados.[16]

Referências

  1. a b c d e f g h «The First 100 Years 1893–1993: The Adventurers (1970)». American Film Institute Catalog. Consultado em 11 de agosto de 2023 
  2. «Big Rental Films of 1970». Variety (em inglês). 6 de janeiro de 1971. p. 11. ISSN 0042-2738 
  3. «O Mundo dos Aventureiros (1970)». Brasil: AdoroCinema. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  4. a b «Interview with Lewis Gilbert Side 12». British Entertainment History Project. 1996 
  5. «Interview with Lewis Gilbert Side 13». British Entertainment History Project. 1996 
  6. Moore, Ethel Mae (14 de março de 1970). "Comfort, Luxury on TWA's New 747". The Chicago Defender. 38.
  7. Thompson, Howard (26 de março de 1970). "Harold Robbins's 'Adventurers' Whoops Across Three Screens". The New York Times. 58.
  8. Murphy, Arthur D. (25 de março de 1970). "Film Reviews: The Adventurers". Variety. 18.
  9. Siskel, Gene (26 de março de 1970). "The Adventurers". Chicago Tribune. Seção 2, p. 15.
  10. Thomas, Kevin (25 de março de 1970). "'Adventurers' Opens on Various Screens". Los Angeles Times. Parte IV, p. 19.
  11. Arnold, Gary (27 de março de 1970). "'Adventurers' Goes Nowhere". The Washington Post. B10.
  12. «The Adventurers». The Monthly Film Bulletin. 37 437 ed. Junho de 1970. p. 126 
  13. Wilson, John (2005). The Official Razzie Movie Guide: Enjoying the Best of Hollywood's Worst. [S.l.]: Grand Central Publishing. ISBN 0-446-69334-0 
  14. «'The Adventurers' (1970): For true film lovers – bad moviemaking at its BEST!». 17 de outubro de 2019 
  15. «L'ultimo avventuriero». MYmovies.it (em italiano). Itália. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  16. «The Adventurers». Amazon. Consultado em 12 de agosto de 2023