Tubarão-tigre

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Tubarão-tigre de Bahamas
Tubarão-tigre de Bahamas
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Chondrichthyes
Subclasse: Elasmobranchii
Superordem: Selachimorpha
Ordem: Carcharhiniformes
Família: Carcharhinidae
Género: Galeocerdo
Espécie: G. cuvier
Nome binomial
Galeocerdo cuvier
( Péron & Lesueur, 1822)
Distribuição geográfica
Distribuição natural do tubarão-tigre (em azul).
Distribuição natural do tubarão-tigre (em azul).
Sinónimos

O tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) é um tubarão da família dos Carcharhinidae de águas tropicais e subtropicais, encontrado em diferentes ambientes e comum no Nordeste do Brasil. Também é conhecido pelos nomes de cação-jaguara, cação-tintureiro, jaguara, tubarão-jaguara ou tubarão-tintureira.

Seu nome provém das riscas pretas que apresenta ao longo das costas, que vão desaparecendo à medida que o tubarão envelhece.

Características[editar | editar código-fonte]

Possui um tamanho médio de 4 a 5 metros de comprimento, com dimorfismo sexual aparente na diferença de tamanho, com as fêmeas sendo maiores que os machos.[1] Há registro de um indivíduo excepcional de 7,4 metros e 3.110 kg, mas como é muito maior do que é observado cientificamente, ainda é necessária a verificação de tal registro.[2]

Comparação de tamanho entre um tubarão-tigre e um humano (aproximação)

Apresentam corpo robusto, cabeça larga e achatada, focinho curto e arredondado, nadadeira caudal pontuda, dorso variando de cinza-escuro a cinza-amarronzado com manchas escuras verticais.

Dentes[editar | editar código-fonte]

Dentição do tubarão-tigre

Seus dentes possuem a forma triangular de um abridor de latas, o que o permite cortar ossos, carne e até cascos de tartaruga com maior facilidade.[3]

Visão[editar | editar código-fonte]

Os tubarões não têm pálpebras móveis, mas o tubarão-tigre, entre outros tubarões, possui uma membrana nictitante, uma pálpebra transparente que pode cobrir o olho.[4]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

É a única espécie de sua família que é ovovivípara, ou seja, se reproduz por seus ovos, que eclodem internamente e os filhotes nascem vivos quando totalmente desenvolvidos.[5] Além disso, empregam a embritrofia para nutrir seus filhotes dentro do útero, que usa sacos cheios fluido que nutre os jovens em gestação; isto permite que os jovens aumentem dramaticamente de tamanho, mesmo que não tenham ligação placentária com a mãe.[6]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

O tubarão-tigre é frequentemente encontrado perto da costa, principalmente em águas tropicais e subtropicais em todo o mundo. Tolera muitos tipos diferentes de habitats marinhos, mas geralmente prefere águas turvas em áreas costeiras. É frequentemente visto na superfície, mas já foi relatado em profundidades de 350 m.[5]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

O tubarão-tigre é um predador conhecido por se alimentar de um repertório notável de animais, além de engolir objetos humanos com frequência. A sua dieta inclui normalmente peixe, focas, tubarões menores, lulas e até tartarugas. Já foram encontradas botas, latas de conserva e pedaços de pneus no seu trato digestivo. Um estudo revelou que os bebês de tubarões-tigre se alimentam regularmente de aves sazonais, comendo pássaros que caem na água mortos ou vivos.[7]

Relação com humanos[editar | editar código-fonte]

É considerado agressivo, porém é um tubarão que possui uma grande curiosidade com mergulhadores, quase nunca os atacando. Sua pesca comercial é realizada com espinhel e rede pesada.

O tubarão-tigre encontra-se em terceiro lugar, ultrapassado pelo tubarão-branco (segundo) e pelo cabeça chata (primeiro), no que toca ao número de fatalidades humanas. Estas três espécies são, junto com o tubarão-galha-branca-oceânico consideradas as que mais oferecem risco de ataque não provocado a humanos, com um número de fatalidades muito maior do que as causadas por outras espécies.

Mitologia[editar | editar código-fonte]

Os tubarões-tigre são considerados 'aumākua sagrados (espíritos ancestrais) por alguns havaianos nativos. No sistema de crenças havaiano, os 'aumakua assumem várias formas, sejam animais ou objetos, representando conexões ancestrais e manifestações de familiares falecidos.[8]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Meyer, Carl G.; O'Malley, Joseph M.; Papastamatiou, Yannis P.; Dale, Jonathan J.; Hutchinson, Melanie R.; Anderson, James M.; Royer, Mark A.; Holland, Kim N. (8 de jan. de 2014). «Growth and Maximum Size of Tiger Sharks (Galeocerdo cuvier) in Hawaii». PLOS ONE (em inglês) (1): e84799. ISSN 1932-6203. PMC 3885620Acessível livremente. PMID 24416287. doi:10.1371/journal.pone.0084799. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  2. Simpfendorfer, Colin A.; Goodreid, Adrian B.; McAuley, Rory B. (1 de maio de 2001). «Size, Sex And Geographic Variation in the Diet of the Tiger Shark, Galeocerdo Cuvier, From Western Australian Waters». Environmental Biology of Fishes (em inglês) (1): 37–46. ISSN 1573-5133. doi:10.1023/A:1011021710183. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  3. Randall, J. E. (1992). «Review of the biology of the Tiger Shark (Galeocerdo cuvier)». Marine and Freshwater Research (em inglês) (1): 21–31. ISSN 1448-6059. doi:10.1071/mf9920021. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  4. Gilbert, Perry W.. “Studies on the anatomy, physiology, and behavior of sharks.” (1970).
  5. a b Knickle, Craig (2017). «Galeocerdo cuvier - Tiger Shark Biological Profile». Florida Museum of Natural History Ichthyology Department (em inglês). Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  6. Castro, José I.; Sato, Keiichi; Bodine, Ashby B. (7 de fevereiro de 2016). «A novel mode of embryonic nutrition in the tiger shark, Galeocerdo cuvier». Marine Biology Research (em inglês) (2): 200–205. ISSN 1745-1000. doi:10.1080/17451000.2015.1099677. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  7. Fox, Alex (21 de maio de 2019). «Forget seabirds. Baby tiger sharks feast on songbirds in the Gulf of Mexico». Science. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.aay1150. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  8. «Hawaiian Sharks | Parts of a Shark and Behavior». Maui Information Guide (em inglês). 30 de maio de 2022. Consultado em 13 de dezembro de 2023