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Clare Hollingworth: diferenças entre revisões

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'''Clare Hollingworth''', [[Ordem do Império Britânico|OBE]] ([[10 de Outubro]] de [[1911]] – [[10 de Janeiro]] de [[2017]]) foi uma [[jornalista]] e [[escritora]] inglesa. Foi a primeira [[correspondente de guerra]] a relatar a eclosão da [[Segunda Guerra Mundial|II Guerra Mundial]], descrito como o "[[Furo (jornalismo)|furo]] do século".<ref name="WWII">{{Citar jornal|url=http://www.bbc.co.uk/news/entertainment-arts-38573643}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
| imagem = Clare Hollingworth OBE.jpg
[[Categoria:!Páginas com citações sem titulo]]
| legenda = Clare Hollingworth em 1968
[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref> Em 1939, na qualidade de repórter do''[[The Daily Telegraph| Daily Telegraph,]]'' durante a viagem da [[Polónia]] para a [[Alemanha]], viu e relatou as forças alemãs se enfileirando na fronteira com a Polónia; três dias depois, foi a primeira a relatar a [[Invasão da Polônia|invasão alemã da Polónia]].<ref>"Clare Hollingworth, Reporter Who Broke News of World War II, Dies at 105", The New York Times, 10 January 2017</ref>
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'''Clare Hollingworth''', [[Ordem do Império Britânico|OBE]] ([[10 de Outubro]] de [[1911]] – [[10 de Janeiro]] de [[2017]]) foi uma [[jornalista]] e [[escritora]] [[Inglaterra|inglesa]]. Foi a primeira [[correspondente de guerra]] a relatar a eclosão da [[Segunda Guerra Mundial]], descrita como o "[[Furo (jornalismo)|furo]] do século".<ref name="WWII">{{Citar jornal|url=http://www.bbc.co.uk/news/entertainment-arts-38573643}}</ref> Em 1939, na qualidade de repórter do''[[The Daily Telegraph|Daily Telegraph]]'', viajando da [[Polónia]] para a [[Alemanha]], viu e relatou as forças alemãs enfileiradas na fronteira com a Polónia; três dias depois, foi a primeira a relatar a [[Invasão da Polónia|invasão alemã da Polónia]].<ref>"Clare Hollingworth, Reporter Who Broke News of World War II, Dies at 105", The New York Times, 10 January 2017</ref>


Em 1982, Hollingworth foi agraciada por [[Isabel II do Reino Unido|Isabel II]] com uma OBE para "serviços ao jornalismo".<ref>{{Citar jornal|url=http://metro.co.uk/2017/10/10/who-was-clare-hollingworth-and-what-was-her-scoop-of-the-century-6988533/}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
Em 1982, Hollingworth foi agraciada por [[Isabel II do Reino Unido|Isabel II]] com uma [[OBE]] por "serviços ao jornalismo".<ref>{{Citar jornal|url=http://metro.co.uk/2017/10/10/who-was-clare-hollingworth-and-what-was-her-scoop-of-the-century-6988533/}}</ref> Tinha 105 anos quando morreu.
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[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref> Contava 105 anos quando morreu.


== Primeiros anos ==
== Primeiros anos ==
Hollingworth nasceu em 1911 em [[Knighton, Leicester|Knighton]], um subúrbio a sul de [[Leicester]], filha de Daisy e Albert Hollingworth.<ref name="addley">{{Citar jornal|url=https://www.theguardian.com/books/2004/jan/17/featuresreviews.guardianreview13}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
Hollingworth nasceu em 1911, em [[Knighton (Leicester)|Knighton]], um subúrbio a sul de [[Leicester]], filha de Daisy e Albert Hollingworth.<ref name="addley">{{Citar jornal|url=https://www.theguardian.com/books/2004/jan/17/featuresreviews.guardianreview13}}</ref><ref name="Guardian_obit">{{Citar jornal|url=https://www.theguardian.com/media/2017/jan/10/clare-hollingworth-obituary}}</ref> Durante a [[Primeira Grande Guerra]], o seu pai assumiu a administração da fábrica de calçado paterna, e a família mudou-se para uma fazenda perto de [[Shepshed]]. Desde cedo mostrou interesse em se tornar escritora, apesar da oposição da mãe, e seu interesse pela guerra foi estimulado por visitas aos locais de batalhas históricas na [[Grã-Bretanha]] e em [[França]], acompanhada pelo pai. Após deixar a escola, frequentou uma faculdade de [[ciências domésticas]] em Leicester, de que não gostou.
[[Categoria:!Páginas com citações sem titulo]]
[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref><ref name="Guardian_obit">{{Citar jornal|url=https://www.theguardian.com/media/2017/jan/10/clare-hollingworth-obituary}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
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[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref> Durante [[Primeira Guerra Mundial|a I Guerra Mundial]], o seu pai assumiu a administração da fábrica de calçado paterna, e a família mudou-se para uma fazenda perto de [[Shepshed]]. Mostrou desde cedo interesse em se tornar escritora, apesar da oposição da mãe, e o interesse pela guerra foi estimulado por visitas a lugares de batalhas históricas na [[Grã-Bretanha]] e [[França]], acompanhada pelo pai. Após deixar a escola, frequentou uma faculdade de [[ciências domésticas]] em Leicester, de que não gostou.


== Pré-guerra ==
== Pré-guerra ==
Hollingworth ficou noiva do filho de uma família local conhecida da sua, mas em vez de casar, foi trabalhar como secretária do organizador do [[Worcestershire]] da [[League of Nations Union]] (LNU). Nessa altura ganhou uma bolsa de estudos para a [[UCL School of Slavonic and East European Studies]], em [[Londres]], sendo posteriormente admitida na [[Universidade de Zagreb]] para estudar [[Língua croata|croata]].
Hollingworth ficou noiva do filho de uma família local conhecida da sua, mas em vez de casar, foi trabalhar como secretária do organizador da [[League of Nations Union]] (LNU) no [[Worcestershire]]. Ganhou então uma bolsa de estudos para a [[UCL School of Slavonic and East European Studies]], em [[Londres]], sendo posteriormente admitida na [[Universidade de Zagreb]] para estudar [[Língua croata|croata]].


Hollingworth começou a escrever artigos como [[freelancer]] para o ''[[New Statesman]]''. Em Junho de 1939, foi seleccionada para lutar pelo [[Melton (UK Parliament constituency)|assento parlamentar de Melton]] para o [[Partido Trabalhista (Reino Unido)|Partido Trabalhista]] nas eleições gerais, que estavam previstas ocorrer pelo final de 1940,<ref>Report of the Annual Conference of the Labour Party, 1939</ref> mas o rebentar da guerra levou à sua suspensão.
Hollingworth começou a escrever artigos como [[freelancer]] para o ''[[New Statesman]]''. Em Junho de 1939, foi seleccionada para lutar pelo [[Melton (UK Parliament constituency)|assento parlamentar de Melton]] para o [[Partido Trabalhista (Reino Unido)|Partido Trabalhista]] nas eleições gerais, previstas ocorrer pelo final de 1940,<ref>Report of the Annual Conference of the Labour Party, 1939</ref> que acabariam sendo suspensas devido ao rebentar da guerra.


Após o [[Acordo de Munique]] de 1938, com a incorporação dos [[Região dos Sudetas|Sudetas]] germanófilos na Alemanha, foi para [[Varsóvia]], trabalhar com refugiados checos. Entre Março e Julho de 1939, ajudou a resgatar milhares de pessoas das forças nazis fornecendo [[vistos britânicos]].<ref>{{Citar jornal|url=http://www.bbc.co.uk/news/uk-37606306}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
Após o [[Acordo de Munique]] de 1938, com a incorporação dos [[Região dos Sudetas|Sudetas]] germanófilos na Alemanha, foi para [[Varsóvia]] trabalhar com refugiados checos. Entre Março e Julho de 1939, ajudou a resgatar milhares de pessoas das forças nazis fornecendo [[vistos britânicos]].<ref>{{Citar jornal|url=http://www.bbc.co.uk/news/uk-37606306}}</ref> Essa experiência levou a que fosse contratada em Agosto de 1939 por Arthur Wilson, editor do ''[[The Daily Telegraph]]''.
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[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref> Essa experiência levou a que fosse contratada em Agosto de 1939 por Arthur Wilson, editor do ''[[The Daily Telegraph]]''.


== II Guerra Mundial ==
== II Guerra Mundial ==
Hollingworth havia começado a trabalhar como jornalista do ''Daily Telegraph'' há menos de uma semana, quando foi enviada à Polónia para reportar sobre o agravamento das tensões na Europa. Convenceu o Cônsul Geral Britânico em [[Katowice]], John Anthony Thwaites, a lhe emprestar o carro com motorista para uma missão de apuramento de factos na Alemanha.<ref name="scoop">{{Citar jornal|url=http://www.telegraph.co.uk/comment/6111610/Second-World-War-70th-anniversary-The-Scoop.html}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
Hollingworth havia começado a trabalhar como jornalista do ''Daily Telegraph'' há menos de uma semana, quando foi enviada ao sul da Polónia para reportar sobre o agravamento das tensões na Europa. Encontrando as fronteiras fechadas, e o acesso limitado aos veículos do [[corpo diplomático]], conseguiu convencer o Cônsul Geral Britânico em [[Katowice]], John Anthony Thwaites, a lhe emprestar o seu carro com motorista para uma missão de apuramento de factos na Alemanha.<ref name="scoop">{{Citar jornal|url=http://www.telegraph.co.uk/comment/6111610/Second-World-War-70th-anniversary-The-Scoop.html}}</ref><ref>{{Citation|title=Clare Hollingworth, reporter who broke news about start of World War II, dies at 105|publication-date=2017-01-10|author1=Otis, John|journal=The Washington Post|publisher=The Washington Post|issn=0190-8286|ISSN=0190-8286}}</ref> A 28 de Agosto, enquanto conduziam ao longo da fronteira germano–polaca, Hollingworth observou uma enorme acumulação de tropas alemãs, tanques e carros blindados, de frente para a Polónia, quando as telas de camuflagem que os escondiam foram perturbadas pelo vento. No dia seguinte, a sua reportagem foi o tema principal da primeira página do ''Daily Telegraph''.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.telegraph.co.uk/history/world-war-two/11922645/Clare-Hollingworth-the-foreign-correspondent-who-broke-news-of-Second-World-War-turns-104.html}}</ref>
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[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref><ref>{{Citation|title=Clare Hollingworth, reporter who broke news about start of World War II, dies at 105|publication-date=2017-01-10|author1=Otis, John|journal=The Washington Post|publisher=The Washington Post|issn=0190-8286|ISSN=0190-8286}}<code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;ISSN=</code> e <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;issn=</code> redundantes ([[Ajuda:Erros nas referências#redundant parameters|ajuda]])
[[Categoria:!Páginas com citações e parâmetros redundantes]]</ref> A 28 de Agosto, enquanto conduziam ao longo da fronteira germano–polaca, Hollingworth observou uma enorme acumulação de tropas alemãs, tanques e carros blindados, de frente para a Polónia, após as telas de camuflagem que os escondiam terem sido perturbadas pelo vento. No dia seguinte, a sua reportagem foi o tema principal da primeira página do ''Daily Telegraph''.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.telegraph.co.uk/history/world-war-two/11922645/Clare-Hollingworth-the-foreign-correspondent-who-broke-news-of-Second-World-War-turns-104.html}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
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[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref>


A 1 de Setembro, Hollingworth contactou a embaixada britânica em Varsóvia, para informar sobre a invasão alemã da Polónia. Para conseguir convencer os cépticos funcionários da embaixada, Hollingworth segurou o telefone fora da janela do quarto, para capturar os sons das forças alemãs. O relato ocular de Hollingworth foi o primeiro relatório que o [[Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico]] recebeu sobre a [[invasão da Polônia]].
A 1 de Setembro, Hollingworth contactou a embaixada britânica em Varsóvia, para informar sobre a invasão alemã da Polónia. De modo a conseguir convencer os cépticos funcionários da embaixada, Hollingworth segurou o telefone fora da janela do quarto, para capturar os sons das forças alemãs. O relato ocular de Hollingworth foi o primeiro relatório que o [[Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico]] recebeu sobre a [[invasão da Polónia]].


Hollingworth continuou a relatar a situação na Polónia, e em 1940, trabalhando então para o''[[ Daily Express]]'', foi para [[Bucareste]], onde reportou a abdicação forçada de [[Carlos II da Romênia|Carol II]], e a agitação que se seguiu. Os seus relatórios telefónicos ignoravam as regras da [[censura]], e diz-se que uma vez conseguiu evitar ser presa ao despir-se. Em 1941, foi para o Egipto, tendo posteriormente reportado a partir da Turquia, Grécia e [[Cairo]]. Os seus esforços foram dificultados pelo facto das mulheres correspondentes de guerra não receberem uma acreditação formal. Após a tomada de [[Trípoli]] por [[Bernard Montgomery]], em 1943, foi-lhe ordenado que voltasse para o Cairo. Desejando permanecer na linha da frente, passou a cobrir as forças do [[Dwight D. Eisenhower|General Eisenhower]] em [[Argel]], escrevendo para o ''[[Chicago Daily News]]''. Posteriormente, reportou a partir da [[Palestina]], [[Iraque]] e [[Pérsia]]. Nessa ocasião, tornou-se a primeira a entrevistar o [[Xá|Xá da Pérsia]].
Hollingworth continuou a relatar a situação na Polónia e, em 1940, trabalhando então para o''[[ Daily Express]]'', foi para [[Bucareste]], onde reportou a abdicação forçada de [[Carlos II da Romênia|Carol II]], e a agitação que se seguiu. Os seus relatórios telefónicos ignoravam as regras da [[censura]], e diz-se que certa vez conseguiu evitar ser presa ao despir-se. Em 1941, foi para o Egipto, tendo posteriormente reportado a partir da Turquia, Grécia e [[Cairo]]. Os seus esforços foram dificultados pelo facto das mulheres correspondentes de guerra não receberem uma acreditação formal. Após a tomada de [[Trípoli]] pelo Marechal-de-Campo [[Bernard Montgomery]], em 1943, foi-lhe ordenado que voltasse ao Cairo. Desejando permanecer na [[linha da frente]], passou a cobrir as forças do general [[Dwight D. Eisenhower|Eisenhower]] em [[Argel]], escrevendo para o ''[[Chicago Daily News]]''. Posteriormente, reportou a partir da [[Palestina]], [[Iraque]] e [[Pérsia]], tornou-se a primeira jornalista a entrevistar o [[Xá da Pérsia]].


== Carreira posterior ==
== Carreira posterior ==
Durante  as décadas do pós-guerra, Hollingworth reportou sobre os conflitos na [[Mandato Britânico da Palestina|Palestina]], Argélia, China, [[Áden|Aden]] e Vietname. Segundo a BBC, embora Hollingworth não fosse a sua primeira correspondente de guerra do sexo feminino, "''a profundidade da sua visão técnica, táctica e estratégico, colocava-a em posição de destaque''".<ref name="BBC_obit">{{Citar jornal|url=http://www.bbc.co.uk/news/uk-13960347}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
Durante as décadas do pós-guerra, Hollingworth reportou sobre os conflitos na [[Mandato Britânico da Palestina|Palestina]], [[Argélia]], [[China]], [[Áden]] e [[Vietname]]De acordo com a BBC, embora Hollingworth não fosse a sua primeira correspondente de guerra do sexo feminino, "''a profundidade da sua visão técnica, táctica e estratégico, colocava-a em posição de destaque''".<ref name="BBC_obit">{{Citar jornal|url=http://www.bbc.co.uk/news/uk-13960347}}</ref> O ''[[The New York Times|New York Times]]'' descreveu-a como "''a indiscutível grande senhora dos correspondentes de guerra''".<ref>[https://www.nytimes.com/newsletters/2017/01/10/evening-briefing?nlid=68634180 ''Clare Hollingworth''], Evening Briefing, The New York Times, Tuesday, 10 January 2017, NYTimes.com</ref> Acumulou uma experiência considerável em tecnologia militar e, após um treinamento como piloto durante a década de 1940, tornou-se particularmente conhecedora de aeronaves.
[[Categoria:!Páginas com citações sem titulo]]
[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref> O ''[[The New York Times|New York Times]]'' descreveu-a como "''a rainha indiscutível dos correspondentes de guerra''".<ref>[https://www.nytimes.com/newsletters/2017/01/10/evening-briefing?nlid=68634180 ''Clare Hollingworth''], Evening Briefing, The New York Times, Tuesday, 10 January 2017, NYTimes.com</ref> Acumulou uma experiência considerável em tecnologia militar e, após um treinamento como piloto durante a década de 1940, tornou-se particularmente conhecedora em aeronaves.


Imediatamente após a guerra, começou a trabalhar para o ''[[The Economist]]'' e o ''[[The Observer]]''. Em 1946, Hollingworth e o marido, Geoffrey Hoare, estavam no local do  [[Atentado do Hotel King David|Atentado do King David Hotel]], em [[Jerusalém]], que matou 91 pessoas.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.haaretz.com/hasen/spages/1112310.html}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
Imediatamente após a guerra, começou a trabalhar para o ''[[The Economist]]'' e o ''[[The Observer]]''. Em 1946, Hollingworth e o marido, Geoffrey Hoare, estavam no local do  [[Atentado do Hotel King David]], em [[Jerusalém]], que matou 91 pessoas.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.haaretz.com/hasen/spages/1112310.html}}</ref> Posteriormente, diz-se que se recusava a apertar a mão do líder do [[Irgun]], e mais tarde primeiro-ministro israelita, [[Menachem Begin]], devido ao seu papel ao ordenar o atentado. Em 1950, havia mudado da sua base no Cairo para Paris, trabalhando para o ''[[The Guardian]]''. Começou a visitar a Argélia, desenvolvendo contactos com [[Frente de Libertação Nacional (Argélia)|Frente de Libertação Nacional]] argelina. No início da década de 1960, reportou sobre a [[Guerra de Independência Argelina|Guerra da Argélia]].
[[Categoria:!Páginas com citações sem titulo]]
[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref> Posteriormente, diz-se que se recusava a apertar a mão do líder do [[Irgun]], depois primeiro-ministro israelita, [[Menachem Begin]], devido ao seu papel ao ordenar o atentado. Em 1950, havia mudado da sua base no Cairo para Paris, trabalhando para o ''[[The Guardian]]''. Começou a visitar a Argélia, desenvolvendo contactos com [[Frente de Libertação Nacional (Argélia)|Frente de Libertação Nacional]] algeriana. Reportou sobre a [[Guerra de Independência Argelina|Guerra da Argélia]] no início da década de 1960.


No início de 1963, ainda trabalhando para o ''Guardian'', estava em Beirute, tendo começado a investigar [[Kim Philby]], um correspondente do ''Observer'', descobrindo que havia partido para [[Odessa]] num navio soviético. O editor do ''Guardian'', [[Alastair Hetherington]], temendo uma acção judicial, aguentou a história da deserção de Philby durante três meses, publicando a reportagem detalhada de Hollingworth a 27 de Abril de 1963. A sua deserção foi posteriormente confirmada pelo governo. Foi nomeada correspondente de defesa do ''Guardian ''em 1963, sendo a primeira mulher com esse papel.
No início de 1963, ainda trabalhando para o ''Guardian'', encontrava-se em Beirute quando começou a investigar [[Kim Philby]], um correspondente do ''Observer'', descobrindo que havia partido para [[Odessa]] num navio soviético. O editor do ''Guardian'', [[Alastair Hetherington]], temendo uma acção judicial, segurou a história da deserção de Philby durante três meses, acabando por publicar a reportagem detalhada de Hollingworth a 27 de Abril de 1963. A sua deserção foi posteriormente confirmada pelo governo. Foi nomeada correspondente de defesa do ''Guardian ''em 1963, sendo a primeira mulher com esse papel.


Em 1967, deixou o ''Guardian,'' começando a contribuir novamente para o ''Telegraph''. O seu desejo de trabalhar em zonas de conflito, em vez da política externa governamental, encorajou essa mudança. Foi enviada para o Vietname em 1967, para cobrir a [[Guerra do Vietnã|Guerra do Vietname]]. Foi uma das primeiras pessoas a prever que a guerra terminaria num empate, e as suas reportagens distinguiram-se pela atenção que tinha com as opiniões de civis vietnamitas.
Em 1967, deixou o ''Guardian,'' começando a contribuir novamente para o ''Telegraph''. O seu desejo de trabalhar em zonas de conflito, em vez de cobrir a política externa governamental, encorajou a mudança. Foi enviada para o Vietname em 1967 para cobrir a [[Guerra do Vietname]], sendo uma das primeiras pessoas a prever que a guerra terminaria num empate. As suas reportagens distinguiram-se também pela atenção que tinha com as opiniões dos civis vietnamitas.


Em 1973, tornou-se correspondente do ''Telegraph'' na China, a primeira desde a formação da [[China|República Popular da China]] em 1949. Conheceu [[Zhou Enlai]], e a esposa de [[Mao Tsé-Tung]],[[ Jiang Qing]]. Foi a última pessoa a entrevistar o [[Xá|Xá da Pérsia]]; o jornalista [[John Simpson]] comentou que Hollingworth "''era a única pessoa com quem ele queria falar''".<ref name="Lo_Dico_2015">{{Citar jornal}}</ref> Em 1981, aposentou-se e mudou-se para Hong Kong, passando também algum tempo na Grã-Bretanha, França e China. Observou os [[Protesto na Praça da Paz Celestial em 1989|protestos da Praça Tiananmen de 1989]] a partir de uma varanda do hotel.
Em 1973, tornou-se correspondente do ''Telegraph'' na China, a primeira desde a formação da [[República Popular da China]] em 1949. Conheceu [[Zhou Enlai]], e a esposa de [[Mao Tsé-Tung]], [[Jiang Qing]]. Foi a primeira pessoa a entrevistar o [[Xá da Pérsia]]; o jornalista [[John Simpson]] comentou que Hollingworth "''era a única pessoa com quem o Xá queria falar''".<ref name="Lo_Dico_2015">{{Citar jornal}}</ref> Em 1981, aposentou-se, mudando-se para Hong Kong, passando também algum tempo na Grã-Bretanha, França e China. Observou os [[Protesto na Praça da Paz Celestial em 1989|protestos da Praça Tiananmen de 1989]] a partir de uma varanda do hotel.


== Vida pessoal ==
== Vida pessoal ==
Hollingworth casou-se duas vezes. A primeira vez foi em 1936, com Vandeleur Robinson, organizador regional da [[League of Nations Union]] (LNU) no [[Sudeste da Inglaterra|sudeste de Inglaterra]], mas o casamento terminou durante a guerra. Divorciaram-se em 1951, e, no mesmo ano, casou-se com Geoffrey Hoare, correspondente do ''[[The Times]]'' no Médio Oriente. Hoare morreu em 1965.
Hollingworth casou-se duas vezes. A primeira em 1936, com Vandeleur Robinson, organizador regional da [[League of Nations Union]] (LNU) no [[sudeste de Inglaterra]], mas o casamento terminou durante a guerra. Divorciaram-se em 1951, e no mesmo ano Hollingworth casou-se com Geoffrey Hoare, correspondente do ''[[The Times]]'' no Médio Oriente. Hoare morreu em 1965.


Após 1981, Hollingworth viveu em [[Hong Kong]]. Era uma frequentadora quase diária do  [[Foreign Correspondents' Club, Hong Kong|Foreign Correspondents' Club]], onde era embaixadora da boa vontade honorária. Em 1990, publicou suas memórias com o título ''Front Line''. Em 2006, Hollingworth processou o seu gestor financeiro, e confrade do ''Correspondents' Club, ''Thomas Edward Juson, também conhecido como Ted Thomas, pelo desvio de cerca de 300.000 dólares da sua conta bancária.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.taipeitimes.com/News/world/archives/2006/05/04/2003306086}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
Após 1981, Hollingworth viveu em [[Hong Kong]]. Era uma frequentadora quase diária do  [[Foreign Correspondents' Club, Hong Kong|Foreign Correspondents' Club]], onde era embaixadora da boa vontade honorária. Em 1990, publicou suas memórias com o título ''Front Line''. Em 2006, Hollingworth processou o seu gestor financeiro, e confrade do ''Correspondents' Club, ''Thomas Edward Juson, também conhecido como Ted Thomas, pelo desvio de cerca de 300,000 dólares da sua conta bancária.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.taipeitimes.com/News/world/archives/2006/05/04/2003306086}}</ref> Embora Juson defendesse as suas acções como investimentos, em 2007 concordou em reembolsar o dinheiro. No final de 2016, ainda não o havia reembolsado totalmente.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.telegraph.co.uk/expat/6400251/Doyenne-of-war-correspondents-parted-from-lifes-savings.html}}</ref><ref name="spec">{{Citar jornal|url=http://www.chinadaily.com.cn/hkedition/2011-10/12/content_13873277.htm}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.spectator.co.uk/2016/12/how-to-make-it-as-a-female-war-correspondent/|titulo=How to make it as a female war correspondent|obra=The Spectator}}</ref> O sobrinho-neto de Hollingworth, Patrick Garrett, publicou uma biografia sua em 2016, chamada ''Of Fortunes and War: Clare Hollingworth, First of the Female War Correspondents''.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.scmp.com/magazines/post-magazine/books/article/2008873/book-review-life-clare-hollingworth-war-correspondent}}</ref>
[[Categoria:!Páginas com citações sem titulo]]
[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref> Embora Juson defendesse as suas acções como investimentos, em 2007 concordou em reembolsar o dinheiro. No final de 2016, ainda não o havia reembolsado totalmente.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.telegraph.co.uk/expat/6400251/Doyenne-of-war-correspondents-parted-from-lifes-savings.html}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
[[Categoria:!Páginas com citações sem titulo]]
[[Categoria:!Páginas com citações e URLs vazios]]</ref><ref name="spec">{{Citar jornal|url=http://www.chinadaily.com.cn/hkedition/2011-10/12/content_13873277.htm}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
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A 10 de Janeiro de 2017, Hollingworth foi encontrada sem reacção no seu apartamento do [[Central, Hong Kong|Central]], sendo confirmada a morte pouco depois no [[Ruttonjee Hospital]]; Tinha então 105 anos.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.scmp.com/news/world/europe/article/2060970/veteran-british-war-correspondent-clare-hollingworth-dies}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
A 10 de Janeiro de 2017, Hollingworth foi encontrada sem reacção no seu apartamento da [[Central, Hong Kong|Central]], em Hong Kong, sendo confirmada a morte pouco depois no [[Ruttonjee Hospital]]; Tinha então 105 anos.<ref>{{Citar jornal|url=http://www.scmp.com/news/world/europe/article/2060970/veteran-british-war-correspondent-clare-hollingworth-dies}}</ref><ref>Fox, Margalit, ''[https://www.nytimes.com/2017/01/10/business/media/clare-hollingworth-reporter-who-broke-news-of-world-war-ii-dies-at-105.html?emc=edit_ne_20170110&nl=evening-briefing&nlid=68634180&te=1 Clare Hollingworth, Reporter Who Broke News of World War II, Dies at 105]'', New York Times, 10 January 2017</ref>
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== Prêmios e homenagens ==
== Prêmios e homenagens ==
Em 1962, Hollingworth ganhou o prémio de ''Mulher Jornalista do Ano'', pelo trabalho de reportagem na guerra civil na Argélia (Hannen Swaffer Awards, EUA).<ref>{{Citar web|url=http://www.pressawards.org.uk/page-view.php?pagename=1962-1969-Winners|titulo=Press Awards|obra=www.pressawards.org.uk}}</ref> Em 1994, ganhou o Prémio de Jornalismo James Cameron. Em 1999, recebeu o prémio de carreira, do programa de televisão britânico ''[[What the Papers Say]]''. Em 1982, tornou-se Oficial da [[Ordem do Império Britânico]] por serviços ao jornalismo.<ref>{{London Gazette|issue=49008|date=11 June 1982|page=10|supp=y}}</ref><ref>{{Citar jornal|url=http://www.telegraph.co.uk/news/2017/01/10/clare-hollingworth-dies-aged-105-telegraph-correspondent-broke/}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
Em 1962, Hollingworth ganhou o prémio de ''Mulher Jornalista do Ano'', pelo seu trabalho de reportagem na guerra civil na Argélia (Hannen Swaffer Awards, EUA).<ref>{{Citar web|url=http://www.pressawards.org.uk/page-view.php?pagename=1962-1969-Winners|titulo=Press Awards|obra=www.pressawards.org.uk}}</ref> Em 1994, ganhou o Prémio de Jornalismo James Cameron. Em 1999, recebeu o prémio de carreira, do programa de televisão britânico ''[[What the Papers Say]]''. Em 1982, tornou-se Oficial da [[Ordem do Império Britânico]] por serviços ao jornalismo.<ref>London Gazette, nº 49008, 11 de Junho de 1982, p. 10</ref><ref>{{Citar jornal|url=http://www.telegraph.co.uk/news/2017/01/10/clare-hollingworth-dies-aged-105-telegraph-correspondent-broke/}}</ref>

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A 10 de Outubro de 2017, o Google mostrou um [[doodle]] dedicado a Clara Hollingworth, pelo seu 106º aniversário.<ref>[https://www.google.com/doodles/clare-hollingworths-106th-birthday "Clare Hollingworth’s 106th birthday"]. Google. Retrieved 10 October 2017</ref><ref>{{Citar jornal|url=http://time.com/4975533/google-clare-hollingworth-birthday-cartoon/}}</ref><ref name="obse_Dood">{{Citar web| título = Doodle celebra aniversário da jornalista que deu o “furo” do início da II Guerra Mundial | autor = Observador| obra = Observador| data = | acessadoem = 10 de Outubro de 2017 | url = http://observador.pt/2017/10/10/doodle-celebra-aniversario-da-jornalista-que-deu-o-furo-do-inicio-da-ii-guerra-mundial/| língua = pt | citação = }}</ref>
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A 10 de Outubro de 2017, o Google mostrou um [[doodle]] dedicado a Clara Hollingworth, pelo seu 106º aniversário.<ref>[https://www.google.com/doodles/clare-hollingworths-106th-birthday "Clare Hollingworth’s 106th birthday"]. Google. Retrieved 10 October 2017</ref><ref>{{Citar jornal|url=http://time.com/4975533/google-clare-hollingworth-birthday-cartoon/}}Em falta ou vazio <code style="color:inherit; border:inherit; padding:inherit;">&#x7C;título=</code> ([[Ajuda:Erros nas referências#citation missing title|ajuda]])
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== Bibliografia ==
== Bibliografia ==
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* ''The Three Weeks' War in Poland'' (1940), Duckworth {{ASIN|B000XFSXEM}}
* ''The Three Weeks' War in Poland'' (1940), Duckworth {{ASIN|B000XFSXEM}}
* ''There's a German Just Behind Me'' (1945), Direito ao Clube do Livro {{ASIN|B0007J5R3Y}}
* ''There's a German Just Behind Me'' (1945), Direito ao Clube do Livro {{ASIN|B0007J5R3Y}}
Linha 81: Linha 54:
* ''Mao and the Men Against Him'' (1984), Jonathan Cape {{ISBN|9780224017602}}
* ''Mao and the Men Against Him'' (1984), Jonathan Cape {{ISBN|9780224017602}}
* ''Front Line'' (memórias) (1990), Jonathan Cape {{ISBN|9780224028271}}
* ''Front Line'' (memórias) (1990), Jonathan Cape {{ISBN|9780224028271}}
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== Referências ==
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[[Categoria:Mortos em 2017]]
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Revisão das 15h46min de 10 de outubro de 2017

Clare Hollingworth
Clare Hollingworth
Clare Hollingworth em 1968
Nascimento 10 de outubro de 1911
Knighton
Morte 10 de janeiro de 2017 (105 anos)
Hong Kong
Cidadania Inglaterra, Reino Unido, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Alma mater
Ocupação jornalista, correspondente de guerra, escritora
Prêmios
  • Hannen Swaffer Awards (1962)
  • James Cameron Memorial Trust Award (1994)
  • Oficial da Ordem do Império Britânico
Empregador(a) Libération, The Daily Telegraph, The Guardian, The Economist

Clare Hollingworth, OBE (10 de Outubro de 191110 de Janeiro de 2017) foi uma jornalista e escritora inglesa. Foi a primeira correspondente de guerra a relatar a eclosão da Segunda Guerra Mundial, descrita como o "furo do século".[1] Em 1939, na qualidade de repórter doDaily Telegraph, viajando da Polónia para a Alemanha, viu e relatou as forças alemãs enfileiradas na fronteira com a Polónia; três dias depois, foi a primeira a relatar a invasão alemã da Polónia.[2]

Em 1982, Hollingworth foi agraciada por Isabel II com uma OBE por "serviços ao jornalismo".[3] Tinha 105 anos quando morreu.

Primeiros anos

Hollingworth nasceu em 1911, em Knighton, um subúrbio a sul de Leicester, filha de Daisy e Albert Hollingworth.[4][5] Durante a Primeira Grande Guerra, o seu pai assumiu a administração da fábrica de calçado paterna, e a família mudou-se para uma fazenda perto de Shepshed. Desde cedo mostrou interesse em se tornar escritora, apesar da oposição da mãe, e seu interesse pela guerra foi estimulado por visitas aos locais de batalhas históricas na Grã-Bretanha e em França, acompanhada pelo pai. Após deixar a escola, frequentou uma faculdade de ciências domésticas em Leicester, de que não gostou.

Pré-guerra

Hollingworth ficou noiva do filho de uma família local conhecida da sua, mas em vez de casar, foi trabalhar como secretária do organizador da League of Nations Union (LNU) no Worcestershire. Ganhou então uma bolsa de estudos para a UCL School of Slavonic and East European Studies, em Londres, sendo posteriormente admitida na Universidade de Zagreb para estudar croata.

Hollingworth começou a escrever artigos como freelancer para o New Statesman. Em Junho de 1939, foi seleccionada para lutar pelo assento parlamentar de Melton para o Partido Trabalhista nas eleições gerais, previstas ocorrer pelo final de 1940,[6] que acabariam sendo suspensas devido ao rebentar da guerra.

Após o Acordo de Munique de 1938, com a incorporação dos Sudetas germanófilos na Alemanha, foi para Varsóvia trabalhar com refugiados checos. Entre Março e Julho de 1939, ajudou a resgatar milhares de pessoas das forças nazis fornecendo vistos britânicos.[7] Essa experiência levou a que fosse contratada em Agosto de 1939 por Arthur Wilson, editor do The Daily Telegraph.

II Guerra Mundial

Hollingworth havia começado a trabalhar como jornalista do Daily Telegraph há menos de uma semana, quando foi enviada ao sul da Polónia para reportar sobre o agravamento das tensões na Europa. Encontrando as fronteiras fechadas, e o acesso limitado aos veículos do corpo diplomático, conseguiu convencer o Cônsul Geral Britânico em Katowice, John Anthony Thwaites, a lhe emprestar o seu carro com motorista para uma missão de apuramento de factos na Alemanha.[8][9] A 28 de Agosto, enquanto conduziam ao longo da fronteira germano–polaca, Hollingworth observou uma enorme acumulação de tropas alemãs, tanques e carros blindados, de frente para a Polónia, quando as telas de camuflagem que os escondiam foram perturbadas pelo vento. No dia seguinte, a sua reportagem foi o tema principal da primeira página do Daily Telegraph.[10]

A 1 de Setembro, Hollingworth contactou a embaixada britânica em Varsóvia, para informar sobre a invasão alemã da Polónia. De modo a conseguir convencer os cépticos funcionários da embaixada, Hollingworth segurou o telefone fora da janela do quarto, para capturar os sons das forças alemãs. O relato ocular de Hollingworth foi o primeiro relatório que o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico recebeu sobre a invasão da Polónia.

Hollingworth continuou a relatar a situação na Polónia e, em 1940, trabalhando então para o Daily Express, foi para Bucareste, onde reportou a abdicação forçada de Carol II, e a agitação que se seguiu. Os seus relatórios telefónicos ignoravam as regras da censura, e diz-se que certa vez conseguiu evitar ser presa ao despir-se. Em 1941, foi para o Egipto, tendo posteriormente reportado a partir da Turquia, Grécia e Cairo. Os seus esforços foram dificultados pelo facto das mulheres correspondentes de guerra não receberem uma acreditação formal. Após a tomada de Trípoli pelo Marechal-de-Campo Bernard Montgomery, em 1943, foi-lhe ordenado que voltasse ao Cairo. Desejando permanecer na linha da frente, passou a cobrir as forças do general Eisenhower em Argel, escrevendo para o Chicago Daily News. Posteriormente, reportou a partir da Palestina, Iraque e Pérsia, tornou-se a primeira jornalista a entrevistar o Xá da Pérsia.

Carreira posterior

Durante as décadas do pós-guerra, Hollingworth reportou sobre os conflitos na Palestina, Argélia, China, Áden e Vietname. De acordo com a BBC, embora Hollingworth não fosse a sua primeira correspondente de guerra do sexo feminino, "a profundidade da sua visão técnica, táctica e estratégico, colocava-a em posição de destaque".[11] O New York Times descreveu-a como "a indiscutível grande senhora dos correspondentes de guerra".[12] Acumulou uma experiência considerável em tecnologia militar e, após um treinamento como piloto durante a década de 1940, tornou-se particularmente conhecedora de aeronaves.

Imediatamente após a guerra, começou a trabalhar para o The Economist e o The Observer. Em 1946, Hollingworth e o marido, Geoffrey Hoare, estavam no local do  Atentado do Hotel King David, em Jerusalém, que matou 91 pessoas.[13] Posteriormente, diz-se que se recusava a apertar a mão do líder do Irgun, e mais tarde primeiro-ministro israelita, Menachem Begin, devido ao seu papel ao ordenar o atentado. Em 1950, havia mudado da sua base no Cairo para Paris, trabalhando para o The Guardian. Começou a visitar a Argélia, desenvolvendo contactos com Frente de Libertação Nacional argelina. No início da década de 1960, reportou sobre a Guerra da Argélia.

No início de 1963, ainda trabalhando para o Guardian, encontrava-se em Beirute quando começou a investigar Kim Philby, um correspondente do Observer, descobrindo que havia partido para Odessa num navio soviético. O editor do Guardian, Alastair Hetherington, temendo uma acção judicial, segurou a história da deserção de Philby durante três meses, acabando por publicar a reportagem detalhada de Hollingworth a 27 de Abril de 1963. A sua deserção foi posteriormente confirmada pelo governo. Foi nomeada correspondente de defesa do Guardian em 1963, sendo a primeira mulher com esse papel.

Em 1967, deixou o Guardian, começando a contribuir novamente para o Telegraph. O seu desejo de trabalhar em zonas de conflito, em vez de cobrir a política externa governamental, encorajou a mudança. Foi enviada para o Vietname em 1967 para cobrir a Guerra do Vietname, sendo uma das primeiras pessoas a prever que a guerra terminaria num empate. As suas reportagens distinguiram-se também pela atenção que tinha com as opiniões dos civis vietnamitas.

Em 1973, tornou-se correspondente do Telegraph na China, a primeira desde a formação da República Popular da China em 1949. Conheceu Zhou Enlai, e a esposa de Mao Tsé-Tung, Jiang Qing. Foi a primeira pessoa a entrevistar o Xá da Pérsia; o jornalista John Simpson comentou que Hollingworth "era a única pessoa com quem o Xá queria falar".[14] Em 1981, aposentou-se, mudando-se para Hong Kong, passando também algum tempo na Grã-Bretanha, França e China. Observou os protestos da Praça Tiananmen de 1989 a partir de uma varanda do hotel.

Vida pessoal

Hollingworth casou-se duas vezes. A primeira em 1936, com Vandeleur Robinson, organizador regional da League of Nations Union (LNU) no sudeste de Inglaterra, mas o casamento terminou durante a guerra. Divorciaram-se em 1951, e no mesmo ano Hollingworth casou-se com Geoffrey Hoare, correspondente do The Times no Médio Oriente. Hoare morreu em 1965.

Após 1981, Hollingworth viveu em Hong Kong. Era uma frequentadora quase diária do  Foreign Correspondents' Club, onde era embaixadora da boa vontade honorária. Em 1990, publicou suas memórias com o título Front Line. Em 2006, Hollingworth processou o seu gestor financeiro, e confrade do Correspondents' Club, Thomas Edward Juson, também conhecido como Ted Thomas, pelo desvio de cerca de 300,000 dólares da sua conta bancária.[15] Embora Juson defendesse as suas acções como investimentos, em 2007 concordou em reembolsar o dinheiro. No final de 2016, ainda não o havia reembolsado totalmente.[16][17][18] O sobrinho-neto de Hollingworth, Patrick Garrett, publicou uma biografia sua em 2016, chamada Of Fortunes and War: Clare Hollingworth, First of the Female War Correspondents.[19]

A 10 de Janeiro de 2017, Hollingworth foi encontrada sem reacção no seu apartamento da Central, em Hong Kong, sendo confirmada a morte pouco depois no Ruttonjee Hospital; Tinha então 105 anos.[20][21]

Prêmios e homenagens

Em 1962, Hollingworth ganhou o prémio de Mulher Jornalista do Ano, pelo seu trabalho de reportagem na guerra civil na Argélia (Hannen Swaffer Awards, EUA).[22] Em 1994, ganhou o Prémio de Jornalismo James Cameron. Em 1999, recebeu o prémio de carreira, do programa de televisão britânico What the Papers Say. Em 1982, tornou-se Oficial da Ordem do Império Britânico por serviços ao jornalismo.[23][24]

A 10 de Outubro de 2017, o Google mostrou um doodle dedicado a Clara Hollingworth, pelo seu 106º aniversário.[25][26][27]

Bibliografia

Referências

  1. http://www.bbc.co.uk/news/entertainment-arts-38573643  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. "Clare Hollingworth, Reporter Who Broke News of World War II, Dies at 105", The New York Times, 10 January 2017
  3. http://metro.co.uk/2017/10/10/who-was-clare-hollingworth-and-what-was-her-scoop-of-the-century-6988533/  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  4. https://www.theguardian.com/books/2004/jan/17/featuresreviews.guardianreview13  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. https://www.theguardian.com/media/2017/jan/10/clare-hollingworth-obituary  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  6. Report of the Annual Conference of the Labour Party, 1939
  7. http://www.bbc.co.uk/news/uk-37606306  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  8. http://www.telegraph.co.uk/comment/6111610/Second-World-War-70th-anniversary-The-Scoop.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. Otis, John (10 de janeiro de 2017), «Clare Hollingworth, reporter who broke news about start of World War II, dies at 105», The Washington Post, The Washington Post, ISSN 0190-8286  |ISSN= e |issn= redundantes (ajuda)
  10. http://www.telegraph.co.uk/history/world-war-two/11922645/Clare-Hollingworth-the-foreign-correspondent-who-broke-news-of-Second-World-War-turns-104.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  11. http://www.bbc.co.uk/news/uk-13960347  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  12. Clare Hollingworth, Evening Briefing, The New York Times, Tuesday, 10 January 2017, NYTimes.com
  13. http://www.haaretz.com/hasen/spages/1112310.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  14. Citação vazia (ajuda) 
  15. http://www.taipeitimes.com/News/world/archives/2006/05/04/2003306086  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  16. http://www.telegraph.co.uk/expat/6400251/Doyenne-of-war-correspondents-parted-from-lifes-savings.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  17. http://www.chinadaily.com.cn/hkedition/2011-10/12/content_13873277.htm  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  18. «How to make it as a female war correspondent». The Spectator 
  19. http://www.scmp.com/magazines/post-magazine/books/article/2008873/book-review-life-clare-hollingworth-war-correspondent  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  20. http://www.scmp.com/news/world/europe/article/2060970/veteran-british-war-correspondent-clare-hollingworth-dies  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  21. Fox, Margalit, Clare Hollingworth, Reporter Who Broke News of World War II, Dies at 105, New York Times, 10 January 2017
  22. «Press Awards». www.pressawards.org.uk 
  23. London Gazette, nº 49008, 11 de Junho de 1982, p. 10
  24. http://www.telegraph.co.uk/news/2017/01/10/clare-hollingworth-dies-aged-105-telegraph-correspondent-broke/  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  25. "Clare Hollingworth’s 106th birthday". Google. Retrieved 10 October 2017
  26. http://time.com/4975533/google-clare-hollingworth-birthday-cartoon/  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  27. Observador. «Doodle celebra aniversário da jornalista que deu o "furo" do início da II Guerra Mundial». Observador. Consultado em 10 de Outubro de 2017