Carlos Brito (político comunista)

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Carlos Brito
Carlos Brito (político comunista)
Carlos Brito em 2015.
Nascimento 9 de fevereiro de 1933
África Oriental Portuguesa
Cidadania Portugal
Ocupação político, poeta, jornalista
Prêmios
  • Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique
  • Grande-Oficial da Ordem da Liberdade

Carlos Alfredo de Brito GCIHGOL (Lourenço Marques[1], 9 de fevereiro de 1933) é um escritor e político português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Vindo de Moçambique, instalou-se com a família em Portugal, mais precisamente em Alcoutim, com apenas três anos de idade, em 1936. Por volta dos 17 anos mudou-se para Lisboa, frequentando o Instituto Comercial, hoje ISCAL[2].

Com a mesma idade de 17 anos Carlos Brito aderiu ao MUD Juvenil, corria o ano de 1951. Um par de anos mais tarde estava nas fileiras do Partido Comunista Português.

Nos anos 1950 encontra-se colaboração da sua autoria na revista da Associação Académica da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Quadrante[3], iniciada em 1958.

Perseguido pela sua atividade como militante comunista, seria preso três vezes, cumprindo um total de oito anos de cárcere[2], nas cadeias do Aljube, Caxias e Peniche, onde foi duramente torturado. Liberto em 1966, passou a assumir na clandestinidade, enquanto funcionário do PCP, a responsabilidade por diversas ações de propaganda contra o regime. EM 1967 chegava à direção do partido e, na década de 1970, evidenciava-se como um dos seus operacionais no ramo militar, tendo um papel especial na mobilização do partido para o golpe de 25 de abril de 1974[2].

Em 1975 foi eleito deputado à Assembleia Constituinte, para exercer de seguida, sem interrupções, o cargo de deputado à Assembleia da República, sucessivamente eleito nas legislaturas iniciadas em 1976, 1979, 1980, 1983, 1985 e 1987. Durante 15 anos foi presidente do Grupo Parlamentar do PCP. Em 1980 foi o candidato apoiado por esse partido a Presidente da República, mas abdicaria em prol de Ramalho Eanes, que defrontava o candidato apoiado pela Aliança Democrática, António Soares Carneiro. Entre 1992 e 1998 foi diretor do jornal Avante![2].

Assumindo ao longo dos anos o papel de membro histórico do Partido Comunista, em meados da década de 1990 Carlos Brito insurge-se contra o rumo rigidamente marxista-leninista do PCP, tornando-se o protagonista dos chamados renovadores do partido. Em virtude da sua contestação seria suspenso pelo Comité Central em 2002 e depois, autossuspendeu-se, em 2003[4]

Também em 2003 foi um dos fundadores da Associação Política Renovação Comunista de que é, desde então, dirigente e porta-voz. Nas presidenciais de 2006 apoiou o candidato independente Manuel Alegre. Em 2015 aplaudiu o acordo entre o PS, PCP, BE e PEV que deu sustentação parlamentar à investidura do XXI Governo Constitucional, do primeiro-ministro António Costa. Em entrevista à TSF, considerou esse governo «a sua segunda maior alegria política», logo a seguir ao 25 de Abril e, em entrevista ao Diário de Notícias, afirmou: «é o mais importante acontecimento político das últimas décadas da democracia portuguesa».

Condecorações[editar | editar código-fonte]

A 9 de Junho de 1997 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e, a 25 de Abril de 2004, com a Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.[5]

Família[editar | editar código-fonte]

Foi casado com a também histórica ex-comunista Zita Seabra, da qual tem duas filhas, Ana e Rita de Seabra Roseiro de Brito. É casado, desde 1987, com Rosa Nunes Lopes Brito.

Publicações[editar | editar código-fonte]

Poesia[editar | editar código-fonte]

  • Anotação dos Dias, poemas da prisão, 1994
  • Voz Ocasional, 1997
  • Saudades de Alcoutim, 1998
  • O Modo e os Lugares, 2004
  • Anotação dos Dias, poemas da prisão, 1994
  • Manhã Interdita, 2011

Prosa[editar | editar código-fonte]

  • Tempo de Subversão, 1998
  • Vale a Pena ter Esperança, 1999
  • A Páginas Tantas, 2000
  • Águas do Meu Contar, 2002
  • 25 Anos que mudaram o Algarve, 2005
  • Álvaro Cunhal - Sete Fôlegos do Combatente, 2010
  • Páginas Vividas da Resistência, 2011
  • As Três Mortes do Lobisomem e outras Rebeldia, 2015
  • Cadeia do Forte de Peniche – Como foi Vivida, 2016

Referências

  • Gonçalves, Ilena Luís Candeias. Escritores Portugueses do Algarve. Edições Colibri, Lisboa, 2006.