Carlos Antônio Napion

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Carlos Antônio Napion
Carlos Antônio Napion
Carlos Antônio Napion nasceu em Turim na Itália, a 30 de outubro de 1757, onde, como militar e engenheiro dotado de cultura técnico-especializada na área do Material Bélico.
Nascimento 30 de outubro de 1757
Turim, Itália.
Morte 22 de junho de 1814 (56 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade italiano
Ocupação militar
Serviço militar
Patente tenente-general
Patrono do Quadro de Material Bélico do Exército Brasileiro

Carlos Antônio Napion, ou Carlo Antonio Napione em italiano, (Turim, 30 de outubro de 1757Rio de Janeiro, 22 de junho de 1814) foi um químico piemontês que lutou contra os franceses e foi para Portugal a convite de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, alistando-se no Exército Português. Acompanhou José Bonifácio de Andrada e Silva em 1800, por sua viagem de inspeção mineralógica a Estremadura e à Beira. Foi o 10º ministro do Superior Tribunal Militar.[1]

Em 1807 foi feito brigadeiro, passando a exercer altos cargos como Inspetor Real do Exército e das oficinas e laboratórios de instrumentos bélicos.

Acompanhou ao Brasil a corte portuguesa, quando da transferência desta ao Brasil em 1808.

Continuando sua carreira militar, chegando a marechal-de-campo e a tenente-general. Foi Inspetor Geral da Artilharia e membro do Conselho Supremo Militar, tendo criado uma fábrica de pólvora na fazenda da lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.

O seu nome está ligado ao da Academia Militar das Agulhas Negras, inaugurada como Academia Real Militar, da qual foi o primeiro comandante. Napion é o patrono do Quadro de Material Bélico do Exército Brasileiro.

O tenente-general Carlos Antônio Napion nasceu em Turim - Itália, em 1756. Sua história confunde-se com a do Material Bélico no Brasil. Revelou-se, desde cedo, um aficcionado pelo estudo da metalurgia E da química, buscando sempre o melhor aproveitamento militar para os metais. Em 1800, após a conquista da Itália por Napoleão Bonaparte, passa a servir ao Reino de Portugal como contratado.

Veio para o Brasil em 1808, integrando a comitiva da família real. Aqui chegando, foram atribuídas ao tenente general Napion múltiplas e difíceis missões ligadas à defesa e implantação da Indústria Militar de Material Bélico, bem como ao ensino militar superior. No setor de Material Bélico, na função de Inspetor Geral Real, criou e dirigiu a Fábrica Estrela e o Arsenal de Guerra do Rio, ambas as raízes de toda a estrutura de Material Bélico do Exército.

Foi também Inspetor Geral de Artilharia, ampliando a Real Fábrica de Armas da Conceição e aprimorando a estrutura das fortalezas da colônia. Como presidente da Junta Militar da Academia Real Militar, criada por D. João VI em 1810, coube a Napion organizá-la e dirigi-la, fato este que lhe conferiu o privilégio de ter sido o primeiro comandante das Academias Militares em terras brasileiras.

Seu nome figura em primeiro lugar na galeria de ex-comandantes, localizada na Academia Militar das Agulhas Negras[2]. Permaneceu nesta função até sua morte em 22 de junho de 1814. Seus restos mortais encontram-se no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro. O precioso legado de realizações tornou-o merecedor do reconhecimento da instituição e do país, materializado através do decreto presidencial nº 59.068, de 12 de agosto de 1966 que o consagra Patrono do Quadro de Material Bélico[3].

Foi condecorado com a grã-cruz da Ordem da Torre e Espada[4].

O primeiro aeronavegante do Exército Brasileiro[editar | editar código-fonte]

Símbolo do Material Bélico

O primeiro voo documentado em um aeróstato, em Turim – e o segundo na Itália - teve lugar no dia 11 de dezembro de 1783, seis meses após a primeira experiência de voo aerostático feita pelos irmãos Montgolfier em Annonay, quando o balão, com três membros da Academia de Ciências de Turim, Roberto De Lamanon, Tenente Carlo Antonio Napione e Giuseppe Amedeo, ascenderam aos céus por um espaço aberto entre as casas de Borgo Dora em Turim. O balão levantou até a então Piazza d'Armi e andou 13 milhas. A corda que prendia o balão foi cortada pela Princesa da Carignano na presença do Duque e da Duquesa de Chablais. A experiência despertou a atenção de toda a população da capital do Piemonte. Para os moradores, a partir do dia desse evento memorável, esta região da cidade de Turim passou a ser chamada simplesmente de "Balon", onde mais tarde, este local foi transformado em um mercado. E da mesma forma, também é chamado o famoso mercado de pulgas que ocorre todos os sábados. Enquanto em cada segundo domingo do mês há a chamada "Gran Balon", feira de antiguidades. O Tenente Napione transforma-se assim no futuro e primeiro militar do Exército Brasileiro "Aeronavegante". [5][6]

Referências

  1. Ministros do STM desde 1808
  2. Cláudio Moreira Bento (2010). «2010 - 200 Anos da Criação da Academia Real Militar à Academia Militar das Agulhas Negras». Academia de História Militar Terrestre do Brasil. Consultado em 14 de fevereiro de 2021 
  3. Presidência da República (12 de agosto de 1966). «Decreto nº 59.068, de 12 de agosto de 1966 - Institui como Patrono do Quadro de Material Bélico, o Tenente-General Carlos Antonio Napion». Casa Civil. Consultado em 14 de fevereiro de 2021 
  4. Di Carlo Antonio Gerolano Maria Galleani Napione Coconato, Carlos Napion, MAPA
  5. Biografia em italiano de Carlo Antonio Napione, disponível em: https://www.treccani.it/enciclopedia/carlo-antonio-napione_(Dizionario-Biografico)/
  6. Toppino, Angelo. «Prove di volo nella Torino dell'Ottocento (Testes de voo em Turim do século XIX)». Biblioteche Civiche Torinesi. Consultado em 25 de maio de 2023 

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]