Complexo paterno

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Complexo paterno em psicologia é um complexo - um grupo de associações inconscientes, ou fortes impulsos inconscientes - que se refere especificamente à imagem ou arquétipo do pai. Esses impulsos podem ser positivo (admirar e buscar figuras paternas em pessoas mais velhas) ou negativo (desconfiar ou ter medo).[1]

Sigmund Freud e a psicanálise depois dele, viu o complexo paterno, nomeadamente como sentimentos ambivalentes para o pai por parte da criança do sexo masculino e um aspecto do complexo de Édipo.[2] Em contraste, Carl Jung considerou que tanto meninos quanto meninas podem ter um complexo paterno, que por sua vez pode ser positivo ou negativo.[2][3] As experiências da mãe e do pai são suficientemente fortes para acionar a criação destes complexos. O Arquétipo Patriarcal é o arquétipo da organização e não deve seno privado apenas ao masculino, pois está presente na psique da mulher e do homem.

O Complexo Paterno tem suas origens densas em algo que transcende o campo da psique individual, que se forma a partir do Arquétipo do Pai. No domínio da experiência humana, é o pai ou quem exerce a paternidade, o primeiro esboço de alteridade, estimulando a criança a ir avaliando e testando sua tensão rumo à distinção com a mãe, à edificação de sua própria identidade no mundo. Assim a ausência do pai pode beneficiar o fracasso da experiência de humanização do arquétipo do Pai e cristalizar conflitos em oposição ao arquétipo do Pai, ampliando o desenvolvimento a tirania do eu. A dinâmica do Complexo Paterno que estabelece um pai tirano, fora e dentro da psique ou ainda a identificação pessoal patológica com o arquétipo.

A figura do pai na psicologia é o agente da lei, tanto social, quanto familiar e pessoal, lei assim entendida como princípio de organização por intermédio da regularidade, constituindo a psique.

O Complexo Paterno pode atingir a psique masculina, tanto na lapidação da identidade quanto diretamente na paternidade exercida. Já na psique feminina demanda uma aplicação mais ampla à relação que Jung propõe entre as constituições e manifestações do ânimus na mulher. Onde a mulher, além de estar aparentemente ligada ao pai, possui um referencial masculino decididamente atrelado a ele, e o seu ânimus será a demonstração desse complexo. Em situações extremas ou não, o Complexo Paterno oferecerá uma tonalidade peculiar ao ânimus de uma mulher, e as experiências positivas ou negativas associadas ao pai pessoal trarão um desempenho ainda mais central da figura paterna na caracterização de seu ânimus.

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Verena Kast (1997). Pais e filhas, mães e filhos: caminhos para a auto-identidade a partir dos complexos materno e paterno. Edicoes Loyola. p. 123. ISBN 978-85-15-01477-4.
  • J.E. Roeckelein (2006). Elsevier's Dictionary of Psychological Theories. Elsevier. p. 111. ISBN 978-0-08-046064-2.
  • Mario Jacoby (2003). Jungian Psychotherapy and Contemporary Infant Research: Basic Patterns of Emotional Exchange. Routledge. p. 101. ISBN 978-1-134-63472-9.
  • BYINGTON, Carlos Amadeu Botelho (1985). O Conceito de Self Terapêutico e a Interação da Transferência Defensiva e da Transferência Criativa no Quatérnio Transferencial. Junguiana, Revista da Soc. Bras. de Psicologia Analítica. São Paulo, 1985, Nº 3, pp 5-18.
  • BYINGTON, Carlos Amadeu Botelho (2008). Psicologia Simbólica Junguiana. A viagem de humanização do cos-mos em busca da iluminação. São Paulo: Ed. Linear B.
  • BYINGTON, Carlos Amadeu Botelho (2013). A Viagem do Ser em Busca da Eternidade e do Infinito. As Sete Eta-pas Arquetípicas da Vida pela Psicologia Simbólica Junguiana. São Paulo: Ed. do Autor, 2013.
  • Byington, Carlos. AS POLARIDADES MASCULINO E FEMININO, ADULTO E CRIANÇA E O MÉTODO SIMBÓLICO, NA TEORIA DO CONHECIMENTO Núcleo de Estudos Junguianos, PUC SP, disponível em: <https://www.pucsp.br/jung/portugues/publicacoes/artigos_as_polaridades_masculino_feminino.html>. Acesso em: 23 de jun. de 2019.
  • CHAGAS, M. I. O.; CAMPOS, T. C. P. O complexo paterno na psique feminina e a sua influência nos relacionamentos heterossexuais numa perspectiva da Psicologia Analítica. 2000. Disponível em: <https://www.mackenzie.br/fileadmin/OLD/47/Graduacao/CCBS/Cursos/Psicologia/boletins/1/artigos8> . Acesso em: 10 jun. 2015.
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