Cristina (Minas Gerais)

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Cristina
  Município do Brasil  
Vista parcial de Cristina
Vista parcial de Cristina
Vista parcial de Cristina
Símbolos
Bandeira de Cristina
Bandeira
Brasão de armas de Cristina
Brasão de armas
Hino
Lema Labor Omnia Vincit Improbus
"O trabalho vence tudo"
Gentílico cristinense[1]
Localização
Localização de Cristina em Minas Gerais
Localização de Cristina em Minas Gerais
Localização de Cristina em Minas Gerais
Cristina está localizado em: Brasil
Cristina
Localização de Cristina no Brasil
Mapa
Mapa de Cristina
Coordenadas 22° 12' 43" S 45° 15' 50" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Olímpio Noronha, Carmo de Minas, Dom Viçoso, Maria da Fé, Pedralva, Conceição das Pedras
Distância até a capital 416 km
História
Fundação 19 de junho de 1850 (173 anos) (elevada à categoria de vila, desmembrando-se de Itajubá)[2]

15 de julho de 1872 (elevada à condição de cidade)[2]

Administração
Prefeito(a) Ricardo Pereira Azevedo (PSD, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [4] 311,330 km²
População total (IBGE/2022) [1] 10 374 hab.
Densidade 33,3 hab./km²
Clima Tropical de altitude
Altitude 1025 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 37476-000 a 37477-999[3]
Indicadores
IDH (PNUD/2010[5]) 0,668 médio
PIB (IBGE/2021) [6] R$ 233 896,02 mil
 • Posição 355º (MG)
PIB per capita (IBGE/2021) R$ 22 906,28
Sítio www.cristina.mg.gov.br (Prefeitura)
www.cristina.mg.leg.br (Câmara)

Cristina é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Localiza-se na Região Geográfica Imediata de São Lourenço. Sua população recenseada em 2022 era de 10 374 habitantes.[1] Cristina é conhecida como cidade imperatriz.

Localização[editar | editar código-fonte]

O município está localizado no sul do estado. Faz divisa com Maria da Fé, Dom Viçoso, Carmo de Minas, Olímpio Noronha, Pedralva e Conceição das Pedras.[7]

Topônimo[editar | editar código-fonte]

O topônimo é uma homenagem à imperatriz Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro II. O nome foi sugerido por um filho do município, o conselheiro Joaquim Delfino Ribeiro da Luz. Por esta razão, em 1° de dezembro de 1868, a Vila Christina (que se denominava "Espírito Santo dos Cumquibus"), recebe a visita da Princesa Isabel e seu esposo, o Conde D' Eu, a convite do conselheiro, para conhecer a terra que recebera o nome de sua mãe.[8]

História[editar | editar código-fonte]

O Sertão da Pedra Branca começou a ser desbravado a partir de 1797, quando surgiram 22 sesmarias. A primeira sesmaria foi concedida a João de Souza Portes em 6 de novembro de 1797 no local denominado Barra Mansa; no mesmo ano foram concedidas as sesmarias do Pitangal, pertencente a João Fernandes da Silva, e do Urutu, de propriedade de Manoel Cardoso de Menezes. Em 22 de maio de 1798 Domingos Rodrigues Simões recebeu meia légua na paragem chamada Comquibios (variação da palavra Cumquibus que significa riqueza). Foram estes os primeiros moradores das paragens às margens do rio Lambari, que derrubando matas edificaram as primeiras sesmarias, que na realidade eram fazendas dedicadas a agricultura, haja vista a fertilidade dos terrenos encontrados.

A cultura popular consagrou o dia 13 de maio de 1774 como sendo a fundação do primitivo arraial do Espírito Santo dos Cumquibus. No entanto, com o decorrer do tempo e descoberta de novos documentos, verificou-se que na data em questão, o Padre José Dutra da Luz, tão pouco residia na região de Cristina. De acordo com o historiador Luiz Gonzaga Teixeira, no início da década de 1770 o Padre Luz vivia distante dali, na região de Guarapiranga, hoje cidade de Piranga, documentos provam que em 1781 ele ainda se encontrava em Guarapiranga, quando solicitou uma sesmaria no chamado Sertão da Mantiqueira. O Padre Luz veio a fixar-se no Sul de Minas apenas em 1799, quando se tornou vigário encomendado de Pouso Alto, até o ano de 1804.

Sua fixação na Fazenda da Glória apenas se daria no ano de 1810, quando autorizações são concedidas, para construção de oratório e nele realizar-se serviços litúrgicos.[9] Por tradição, a data de 13 de maio foi mantida.

Formação do arraial[editar | editar código-fonte]

Surgiu com poucos habitantes e não dispunha de uma administração, possuía uma capela dedicada ao Espírito Santo, subordinada eclesiasticamente à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Pouso Alto e consequentemente ao Curato do Carmo, atualmente Carmo de Minas. A construção da capela deveu-se aos esforços de Manoel Machado de Vasconcelos e seu irmão Agostinho Machado, proprietários da sesmaria do Pitangal.[9]

Assumindo a Diocese de Mariana, em 1820, o bispo Dom Frei José da Santíssima Trindade, viajando pela Comarca do Rio das Mortes em suas visitas pastorais no ano de 1824, designou a ida de um sacerdote à Capela do Espírito Santo em Cumquibus, para a administração de crismas.[9]

Visita da Princesa[editar | editar código-fonte]

A visita da Princesa Isabel e seu esposo Conde D’Eu, a Cristina deu-se em sua viagem às estâncias hidrominerais de Água Virtuosas da Campanha, hoje Lambari e Caxambu, pertencente então a Baependi. Sua breve estadia na Vila de Cristina, já estava sendo preparada pela Câmara Municipal desde 26 de novembro daquele ano, conforme foi registrado em ata de sua Sessão Extraordinária.[9]

Os preparativos teriam sido feitos pelo então Presidente da Câmara Joaquim Delfino Ribeiro da Luz, tendo, também ocupado os cargos de Vice-presidente e Presidente Interino da Província de Minas Gerais e o de Deputado Geral do Império. A chegada da Princesa à Vila ocorreu no dia 1º de dezembro, hospedando-se na residência do Joaquim Delfino Ribeiro da Luz, situada na Rua Direita(atual Governador Valadares).[9]

Economia[editar | editar código-fonte]

Em meados do século XIX, o plantio e beneficiamento de fumo era o principal produto das maiores fazendas.

Indústria[editar | editar código-fonte]

Hoje o muncípio conta com diversas fábricas de luvas e outros equipamentos de couro (EPI) para o comércio intermunicipal e interestadual.[10][11] Além destas, a cidade conta com uma fábrica de batata palha, e outra de fabricação de produtos derivados do leite (Natalac).[12]

Agricultura[editar | editar código-fonte]

Cristina se destaca na produção de café, destacando-se a produção de café especial na fazenda do agricultor Sebastião Afonso da Silva, ganhador duas vezes seguidas do Cup Of Excellence, que consagra os melhores produtores de café do mundo.[13]

Pecuária[editar | editar código-fonte]

O município produz hoje em torno de 7,3 milhões de litros de leite/ano, com rebanho composto de aproximadamente 3,5 mil animais, pertencentes a 200 produtores.[14]

A criação de pequenos animais é uma atividade realizada praticamente por todas as famílias rurais com objetivos principais de consumo familiar e pequena comercialização.

Turismo[editar | editar código-fonte]

O município integra o Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas e é servido pelas rodovias AMG-1905, MG-347 e MGC-383.[15] A cidade conta com várias cachoeiras, dentre elas a da Gruta que fica a poucos metros da praça central da cidade, além de belos casarões antigos dos séculos XIX e XX e da bela e antiga estação ferroviária da cidade (atual rodoviária).[16]

Cultura e natureza[editar | editar código-fonte]

Sede da prefeitura municipal

Cristina é a terra natal de Delfim Moreira, 10º presidente da República. Cristina conta com um museu, o "Museu do Trem" (local onde são guardados equipamentos e utensílios da extinta ferrovia, a Estrada de Ferro Sapucaí, inclusive uma locomotiva restaurada), monumentos, como o busto e cripta do Dr. Silvestre Dias Ferraz Júnior, a estátua do Leão e do Peixinho, o famoso chafariz, o túmulo do "Conselheiro Joaquim Delfino Ribeiro da Luz" (logo na entrada do cemitério). Além de diversas praças, casarões antigos, inúmeras cachoeiras, rios, chácaras, fazendas históricas e montanhas.[17]

Entre os casarões, podem ser conhecidos:

  • Casarão dos Noronha Kauage (hoje transformado em pousada);
  • Casarão da família Fonseca (Nilo Fonseca);
  • Casarão da família Azevedo (João de Azevedo ("João Gastão");
  • Casarão da família Barcelos (propriedade da família Noronha);
  • Casarão da família Alves Ribeiro (descendentes de Cornélio Alves Ribeiro);
  • Prédio centenário da Estação Ferroviária (hoje, transformado em Terminal Rodoviário);
  • Casarão da Família Junqueira Ferraz (Adolfo Junqueira Ferraz);

Política[editar | editar código-fonte]

Período Imperial[editar | editar código-fonte]

No período imperial, os governantes a nível municipal eram denominadas presidentes da Câmara. Abaixo a lista dos chefes do executivo municipal de Cristina, até o fim da monarquia no Brasil:[9]

Presidentes da Câmara Municipal[editar | editar código-fonte]

Nome início do mandato fim do mandato
1 João Carneiro Santiago 1852 1852
2 João Batista Pinto 1853 1856
3 Joaquim Carneiro Santiago 1857 1857
4 José Felipe dos Santos 1857 1857
5 Joaquim Carneiro Santiago 1857 1860
6 Fernando Oliver Alzamora 1861 1861
7 Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1861 1861
8 Fernando Oliver Alzamora 1862 1862
9 Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1862 1864
10 Antônio Dias Ferraz 1864 1864
11 Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1865 1869
12 Manoel Carneiro Neto 1870 1871
13 Joaquim Delfino Ribeiro da Luz 1872 1876
14 Antônio Vieira da Silva 1877 1880
15 Francisco Carneiro Ribeiro 1881 1884
16 Antônio Olyntho Batista Pinto 1885 1888
17 Antônio Vieira da Silva 1889 1889

Período Republicano[editar | editar código-fonte]

Agentes Executivos[editar | editar código-fonte]

Com o advento da República, até o ano de 1930 os municípios elegiam apenas vereadores, o qual mais votado desempenhava o cargo de Agente Executivo:[9]

Nome início do mandato fim do mandato
1 Francisco Isidoro da Silveira Pinto 1890 1890
2 Antônio Vieira da Silva 1890 1890
3 João Batista da Fonseca 1890 1891
4 Luis d'Oliveira 1892 1892
5 Joaquim Machado de Andrade 1893 1894
6 Francisco José Barbosa 1895 1895
7 Francisco Isidoro da Silveira Pinto 1900 1903
8 Francisco José Ribeiro Sobrinho 1904 1907
9 Godofredo Pinto da Fonseca 1908 1923
10 Albertino Dias Ferraz 1923 1926
11 Pedro Carneiro de Rezende 1927 1930
12 Antônio Cândido Toledo 1931 1934
13 João Bueno Mendonça de Azevedo 1935 1937

Prefeitos municipais[editar | editar código-fonte]

Com o advento da Revolução de 1930 o cargo foi extinto e então criado o cargo de Prefeito Municipal:[9]

Nome início do mandato fim do mandato
1 José Rezende Ferraz (Interventor) 1937 1946
2 Gastão de Azevedo Filho (Interino) 1946 1946
3 Mário Carneiro Paraguai (Interino) 1947 1947
4 Gastão de Azevedo Filho (Interino) 1947 1947
5 João Bueno Mendonça de Azevedo 1947 1947
6 João Teixeira Pinto 1947 1951
7 Ibrahim Pinto da Fonseca 1951 1954
8 Cornélio Alves Ribeiro 1955 1959
9 João José de Souza 1959 1963
10 Gabriel Ribeiro Ferraz (afastado por motivo de doença) 1963 1963
11 Pedro Paulo de Rezende (Vice-prefeito) 1963 1967
12 Cornélio Alves Ribeiro 1967 1970
13 Benedito Teixeira de Carvalho 1971 1973
14 Walter Rodrigues 1973 1977
15 Miguel Aley 1977 1983
16 Walter Rodrigues 1983 1988
17 José Clênio Pereira 1989 1992
18 José Carlos Filho 1993 1996
19 João Dionísio Chaves 1997 2004
20 Luiz Dárcio Pereira 2005 2012
21 Márcio Barros Ribeiro 2013 2016
22 Ricardo Pereira Azevedo 2017 atualmente

Religião[editar | editar código-fonte]

De acordo com o censo demográfico de 2010 a população do município naquele ano era constituída por 84% de católicos romanos, 12% de evangélicos e 4% de outras denominações.[1]

Possível aparição de Nossa Senhora de Fátima em Cristina[editar | editar código-fonte]

Crianças afirmaram ter visto uma aparição de Nossa Senhora em Cristina[18], segundo elas teria aparecido consecutivamente por três dias e teria pedido insistentemente para as crianças rezarem, ainda segundo elas a aparição teria acontecido em cima de uma capela enquanto elas brincavam.

O fato realmente é curioso ao ponto de vista que várias pessoas conseguiram fotografar e filmar de vários pontos da cidade a suposta aparição, mas com o fim de investigação o pároco da cidade, Antônio Carlos Oliveira, retirou a corneta da capela[18] com o fim de estudar melhor o caso.

Segundo matéria vinculada pelo Estado de Minas o fato gerou controvérsias na pequena cidade, de 10.000 (dez mil) habitantes, ainda segundo a mesma matéria uma testemunha ocular teria sentido arrepios[19].

Mas para o astrofísico, Gabriel Hickel, o caso realmente aconteceu, porém com uma explicação científica, segundo ele trata-se de uma ilusão de ótica causada pelas luzes da igreja que refletia através da corneta uma imagem semelhante a Nossa Senhora gerando um efeito conhecido como pareidolia[20].

Notas[editar | editar código-fonte]


Referências

  1. a b c d «Cristina». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 29 de janeiro de 2024 
  2. a b «Cristina». IBGE Cidades. Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  3. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  4. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  5. «Ranking IDHM Municípios 2010». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2017. Consultado em 19 de janeiro de 2017 
  6. «Produto Interno Bruto dos Municípios». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 29 de janeiro de 2024 
  7. «Mapa Político do Estado de Minas Gerais» (PDF). Consultado em 10 de janeiro de 2017 
  8. «História de Cristina - Prefeitura Municipal de Cristina». Consultado em 10 de janeiro de 2017 
  9. a b c d e f g h Teixeira, Luiz Gonzaga (2013). Cristina - História. Belo Horizonte: [s.n.] ISBN 978-85-99024-02-7 
  10. «Localização». PROCIPA. Consultado em 19 de maio de 2015 
  11. «Fale conosco». Valcan EPI. Consultado em 9 de janeiro de 2016 
  12. «Quem Somos». Natalac. Consultado em 29 de janeiro de 2017 
  13. «Produtor de Cristina leva pelo segundo ano o título de Melhor Café Especial do Mundo». Jornal MG Turismo. Consultado em 29 de janeiro de 2017 
  14. «Camara Municipal de Cristina». Câmara Municipal de Cristina. Consultado em 9 de janeiro de 2016 
  15. «Rodovias Estaduais Coincidentes». DER/MG. Consultado em 10 de dezembro de 2011 
  16. «Cristina -- Estações Ferroviárias do Estado de Minas Gerais». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 26 de novembro de 2020 
  17. «Cristina -- Estações Ferroviárias do Estado de Minas Gerais». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 12 de setembro de 2020 
  18. a b «Crianças afirmam ter visto imagem de Nossa Senhora de Fátima em telhado de capela de Cristina, MG». G1. Consultado em 31 de março de 2021 
  19. Minas, Estado de; Minas, Estado de (28 de março de 2021). «'Eu senti muito arrepio', diz mulher que teria visto uma santa no telhado». Estado de Minas. Consultado em 31 de março de 2021 
  20. «Jogo de luz e pareidolia: saiba como a física explica 'aparição' de Nossa Senhora de Fátima em capela de MG». G1. Consultado em 31 de março de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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