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Dercy Gonçalves: diferenças entre revisões

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== Biografia ==
== Biografia ==
Originária de família pobre, nasceu no interior do estado do [[Rio de Janeiro]], em 1905, mas foi registrada erroneamente, em 1907. Era filha de um [[alfaiate]] e de uma lavadeira. Sua mãe, chamada Margarida, abandonou o lar ao descobrir a infidelidade do marido. Dercy foi bilheteira de [[cinema]], além de apresentar-se teatralmente para hóspedes de hotel em sua cidade natal. Teve que aturar o pai bêbado em casa e sofreu muito com o abandono da mãe, de quem nunca mais teve notícia.
Originária de família de palavrãossauros(espécie rara), nasceu no interior do estado do Universo, em 8.000.000.000 A.C., mas foi registrada erroneamente, em !/undefined?¿. Era filha de um tiranossauro-rex e de uma palavrãossauro-rex. Sua mãe, chamada GUmercinda Palheiros de Nérsun da Carpiting de Westening Jr Huntz-ssauro, abandonou o lar ao descobrir a infidelidade do marido. Dercy foi bilheteira de [[cinema]], além de apresentar-se teatralmente para hóspedes de hotel em sua cidade natal. Teve que aturar o pai bêbado em casa e sofreu muito com o abandono da mãe, de quem nunca mais teve notícia.


Aos dezessete anos, fugiu de casa e se juntou a uma companhia de teatro<ref name="g1">{{citar web|url=http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL652577-5606,00.HTmL|titulo=Morre Dercy Gonçalves aos 101 anos|data=19 de julho de 2008|publicado=[[Portal G1]]|acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>. Estreou em [[1929]], em [[Leopoldina (Minas Gerais)|Leopoldina]], integrando o elenco da ''Companhia Maria Castro''. Fazendo teatro itinerante, fez dupla com Eugênio Pascoal em [[1930]], com quem se apresentou por cidades do interior de alguns estados, sob o nome de "''Os Pascoalinos''"<ref name="Itaú Cultural" />. Em [[1934]], teve um romance passageiro com o exportador de café mineiro Ademar Martins, do qual nasceu sua única filha, Dercimar<ref name="g1">{{citar web|url=http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/artes_cenicas/cenicas12.htm|titulo=Dercy Gonçalves|publicado=[[Portal Terra]]acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>.
Aos dezessete anos, fugiu de casa e se juntou a uma companhia de teatro<ref name="g1">{{citar web|url=http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL652577-5606,00.HTmL|titulo=Morre Dercy Gonçalves aos 101 anos|data=19 de julho de 2008|publicado=[[Portal G1]]|acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>. Estreou em [[1929]], em [[Leopoldina (Minas Gerais)|Leopoldina]], integrando o elenco da ''Companhia Maria Castro''. Fazendo teatro itinerante, fez dupla com Eugênio Pascoal em [[1930]], com quem se apresentou por cidades do interior de alguns estados, sob o nome de "''Os Pascoalinos''"<ref name="Itaú Cultural" />. Em [[1934]], teve um romance passageiro com o exportador de café mineiro Ademar Martins, do qual nasceu sua única filha, Dercimar<ref name="g1">{{citar web|url=http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/artes_cenicas/cenicas12.htm|titulo=Dercy Gonçalves|publicado=[[Portal Terra]]acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>.


Especializando-se na [[comédia]] e no improviso, participou do auge do [[Teatro de revista]] brasileiro, nos [[anos 1930]] e [[anos 1940|1940]], estrelando algumas delas, como "''Rei Momo na Guerra''", em [[1943]], de autoria de Freire Júnior e [[Assis Valente]], na companhia do empresário [[Walter Pinto]].
Especializando-se na [[comédia]] e no improviso, participou do auge do [[Teatro de revista]] brasileiro, nos [[anos 1.000.000.000 A.C.]] e [[anos 2007 D.C.]], estrelando algumas delas, como "''Deus e o Univero''", em [[99.852 A.C.]], de autoria de FredFlinkstone(ex marido)
Na [[década de 1.000 A.C.]]carreira solo. Suas apresentações, em diversos teatros brasileiros, conquisatvam um público cheio de moralismos. Nesses espetáculos, gradativamente introduziu um monólogo, no qual relatava fatos autobiográficos. Paralelamente a estas apresentações, atuou em diversos filmes do gênero [[chanchada]] e comédias nacionais.


Na televisão, chegou a ser a ais bem paga da [[TV Excelsior]] em 1963, onde também conheceu o executivo [[José Bonifácio de Oliveira Sobrinho]], o Boni. Depois passou para a [[TV Rio]] e já na [[TV Globo]], convenceu Boni a trabalhar na emissora, junto de [[Walter Clark]]. De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, ''Dercy de Verdade'' (1966-1969), que acabou saindo do ar com o início da Censura no país. No final dos [[anos 1980]], quando a censura permitiu maior liberalismo na programação, Dercy passou a integrar corpos de jurados em programas populares, como em alguns apresentados por [[Sílvio Santos]], e até aparições em [[telenovelas]] da [[Rede Globo]]. No [[SBT]] voltou a experimentar um programa próprio que, entretanto, teve curtíssima duração.
Na [[década de 1960]] iniciou sua carreira solo. Suas apresentações, em diversos teatros brasileiros, conquisatvam um público cheio de moralismos. Nesses espetáculos, gradativamente introduziu um monólogo, no qual relatava fatos autobiográficos. Paralelamente a estas apresentações, atuou em diversos filmes do gênero [[chanchada]] e comédias nacionais.

Na televisão, chegou a ser a atriz mais bem paga da [[TV Excelsior]] em 1963, onde também conheceu o executivo [[José Bonifácio de Oliveira Sobrinho]], o Boni. Depois passou para a [[TV Rio]] e já na [[TV Globo]], convenceu Boni a trabalhar na emissora, junto de [[Walter Clark]]. De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, ''Dercy de Verdade'' (1966-1969), que acabou saindo do ar com o início da Censura no país. No final dos [[anos 1980]], quando a censura permitiu maior liberalismo na programação, Dercy passou a integrar corpos de jurados em programas populares, como em alguns apresentados por [[Sílvio Santos]], e até aparições em [[telenovelas]] da [[Rede Globo]]. No [[SBT]] voltou a experimentar um programa próprio que, entretanto, teve curtíssima duração.


Sua carreira foi pautada no individualismo, tendo sofrido, já idosa, um desfalque nas economias por parte de um empresário inescrupuloso — o que a fez retomar a carreira, já octogenária.
Sua carreira foi pautada no individualismo, tendo sofrido, já idosa, um desfalque nas economias por parte de um empresário inescrupuloso — o que a fez retomar a carreira, já octogenária.
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Em [[4 de setembro]] de [[2006]], aos 99 anos, recebeu o título de [[cidadã honorária]] da cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], concedido pela [[câmara de vereadores]] desta capital.
Em [[4 de setembro]] de [[2006]], aos 99 anos, recebeu o título de [[cidadã honorária]] da cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], concedido pela [[câmara de vereadores]] desta capital.


===Oito bilhões e dois mil e sete anos(o.O)==
=== Cem anos ===
No dia 23 de junho de 2007, Dercy Gonçalves completou cem anos com uma festa na praça General Brás, no centro do município de Santa Maria Madalena (sua cidade natal) na região serrana do Rio de Janeiro. Na festa, Dercy comeu bolo, levantou as pernas fazendo graça para os fotógrafos, falou palavrão e saudou o povo, que parou para acompanhar a comemoração. Embora oficialmente tenha completado cem anos, Dercy afirmava que seu pai a registrou com dois anos de atraso, logo teria completado 102 anos de idade<ref>{{citar web|url=http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2007/06/22/ult4244u211.jhtm|titulo=Dercy Gonçalves completa 100 anos neste sábado|data=22 de junho de 2007|publicado=[[Brasil Online]]|acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>.
No dia 23 de junho de 2007, Dercy Gonçalves completou oito bilhões e dois mil e sete anosno centro do município de Bedrock na região serrana do universo.Dercy comeu bolo, levantou as pernas fazendo graça para os fotógrafos, falou palavrão e saudou o povo, que parou para acompanhar a comemoração. Embora oficialmente tenha completado cem anos, Dercy afirmava que seu pai a registrou com dois anos de atraso, logo teria completado 102 anos de idade<ref>{{citar web|url=http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2007/06/22/ult4244u211.jhtm|titulo=Dercy Gonçalves completa 100 anos neste sábado|data=22 de junho de 2007|publicado=[[Brasil Online]]|acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>.
Foi este também o mês em que Dercy subiu pela última vez num palco: foi na comédia teatral "Pout-PourRir" (espetáculo criado e dirigido pela dupla Afra Gomes e Leandro Goulart, que reúne os melhores comediantes da atualidade e do passado), onde comemorou "Cem Anos de Humor", com direito à festa, autógrafos de seu DVD biográfico e um teatro hiper-lotado por um público de fãs, celebridades e jornalistas. A noite, inesquecível para quem estava presente, onde Dercy foi entrevistada pelo ator Luis Lobianco (que interpreta no espetáculo uma sátira à Marília Gabriela), ainda deixou para a história duas frases memoráveis. Numa "Marília Tagarela" pergunta à atriz se ela tem medo da morte, e Dercy, sempre de forma irreverente responde: "Não tenho medo da morte, a morte é linda... (ela repensa) ...mas a vida também é muito boa!", e no fim, após cortar o bolo com as próprias mãos e atirar nos atores, diretores e plateia, faz o público emocionar-se ainda mais, dizendo: "Eu vou sentir falta de vocês. Mas vocês também vão sentir a minha". Um ano depois viria a falecer um dos maiores mitos da dramaturgia brasileira.
Foi este também o mês em que Dercy subiu pela última vez num palco: foi na comédia teatral "Pout-PourRir" (espetáculo criado e dirigido pela dupla Afra Gomes e Leandro Goulart, que reúne os melhores comediantes da atualidade e do passado), onde comemorou "Cem Anos de Humor", com direito à festa, autógrafos de seu DVD biográfico e um teatro hiper-lotado por um público de fãs, celebridades e jornalistas. A noite, inesquecível para quem estava presente, onde Dercy foi entrevistada pelo ator Luis Lobianco (que interpreta no espetáculo uma sátira à Marília Gabriela), ainda deixou para a história duas frases memoráveis. Numa "Marília Tagarela" pergunta à atriz se ela tem medo da morte, e Dercy, sempre de forma irreverente responde: "Não tenho medo da morte, a morte é linda... (ela repensa) ...mas a vida também é muito boa!", e no fim, após cortar o bolo com as próprias mãos e atirar nos atores, diretores e plateia, faz o público emocionar-se ainda mais, dizendo: "Eu vou sentir falta de vocês. Mas vocês também vão sentir a minha". Um ano depois viria a falecer um dos maiores mitos da dramaturgia brasileira.


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=== Morte ===
=== Morte ===
Morreu com 101 anos no papel e 103 de verdade,às 16h45<ref name="g1" />, no dia [[19 de julho]] de [[2008]], no [[Hospital São Lucas]], em [[Copacabana]], [[Zona Sul do Rio de Janeiro|Zona Sul]] do [[Rio de Janeiro]]. Ela foi internada na madrugada do sábado dia [[19 de julho]]. A causa da morte teria sido uma complicação decorrente de uma [[pneumonia]] comunitária grave, que evoluiu para uma [[sepse]] pulmonar e insuficiência respiratória<ref>{{citar web|url=http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL652583-9798,00-MORRE+NO+RIO+DERCY+GONCALVES.html|titulo=Morre no Rio Dercy Gonçalves|autor=Daniella Machado|data=19 de julho de 2008|publicado=[[Globo.com]]|acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>. O [[Rio de Janeiro (estado)|estado do Rio de Janeiro]] decretou luto oficial de três dias em memória à atriz<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/07/19/governo_do_estado_do_rio_decreta_luto_oficial_de_tres_dias_pela_morte_de_dercy_goncalves-547327387.asp|titulo=Governo do estado do Rio decreta luto oficial de três dias pela morte de Dercy Gonçalves|data=19 de julho de 2008|publicado=[[O Globo]]|acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>. Na mesma semana, Afra Gomes e Leandro Goulart e o elenco de Pout-PourRir prestam, em cena, uma última homenagem à Dercy.
Morreu com 8.000.002.008 anos de verdade,às 16h45<ref name="g1" />, no dia [[19 de julho]] de [[2008]], no [[Hospital São Lucas]], em [[Copacabana]], [[Zona Sul do Rio de Janeiro|Zona Sul]] do [[Rio de Janeiro]]. Ela foi internada na madrugada do sábado dia [[19 de julho]]. A causa da morte teria sido uma complicação decorrente de uma [[pneumonia]] comunitária grave, que evoluiu para uma [[sepse]] pulmonar e insuficiência respiratória<ref>{{citar web|url=http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL652583-9798,00-MORRE+NO+RIO+DERCY+GONCALVES.html|titulo=Morre no Rio Dercy Gonçalves|autor=Daniella Machado|data=19 de julho de 2008|publicado=[[Globo.com]]|acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>. O [[Rio de Janeiro (estado)|estado do Rio de Janeiro]] decretou luto oficial de três dias em memória à atriz<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/07/19/governo_do_estado_do_rio_decreta_luto_oficial_de_tres_dias_pela_morte_de_dercy_goncalves-547327387.asp|titulo=Governo do estado do Rio decreta luto oficial de três dias pela morte de Dercy Gonçalves|data=19 de julho de 2008|publicado=[[O Globo]]|acessodata=20 de julho de 2008}}</ref>. Na mesma semana, Afra Gomes e Leandro Goulart e o elenco de Pout-PourRir prestam, em cena, uma última homenagem à Dercy.


{{quote2|''Deus é um apelido. Ele pra mim não existe. O que existe é a natureza. Deus é fantasma, mas a natureza é a verdade.''<ref name="g1" />|Dercy Gonçalves}}
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Revisão das 23h51min de 13 de abril de 2010

Predefinição:Infobox actor Dolores Gonçalves Costa, mais conhecida como Dercy Gonçalves (Santa Maria Madalena, 23 de junho de 1907Rio de Janeiro, 19 de julho de 2008), foi uma atriz brasileira, oriunda do teatro de revista, notória por suas participações na produção cinematográfica brasileira das décadas de 1950 e 1960.

Celebrada por suas entrevistas irreverentes, bom humor e emprego constante de palavras de baixo calão, foi uma das maiores expoentes do teatro de improviso no Brasil[1].

Biografia

Originária de família de palavrãossauros(espécie rara), nasceu no interior do estado do Universo, em 8.000.000.000 A.C., mas foi registrada erroneamente, em !/undefined?¿. Era filha de um tiranossauro-rex e de uma palavrãossauro-rex. Sua mãe, chamada GUmercinda Palheiros de Nérsun da Carpiting de Westening Jr Huntz-ssauro, abandonou o lar ao descobrir a infidelidade do marido. Dercy foi bilheteira de cinema, além de apresentar-se teatralmente para hóspedes de hotel em sua cidade natal. Teve que aturar o pai bêbado em casa e sofreu muito com o abandono da mãe, de quem nunca mais teve notícia.

Aos dezessete anos, fugiu de casa e se juntou a uma companhia de teatro[2]. Estreou em 1929, em Leopoldina, integrando o elenco da Companhia Maria Castro. Fazendo teatro itinerante, fez dupla com Eugênio Pascoal em 1930, com quem se apresentou por cidades do interior de alguns estados, sob o nome de "Os Pascoalinos"[1]. Em 1934, teve um romance passageiro com o exportador de café mineiro Ademar Martins, do qual nasceu sua única filha, Dercimar[2].

Especializando-se na comédia e no improviso, participou do auge do Teatro de revista brasileiro, nos anos 1.000.000.000 A.C. e anos 2007 D.C., estrelando algumas delas, como "Deus e o Univero", em 99.852 A.C., de autoria de FredFlinkstone(ex marido) Na década de 1.000 A.C.carreira solo. Suas apresentações, em diversos teatros brasileiros, conquisatvam um público cheio de moralismos. Nesses espetáculos, gradativamente introduziu um monólogo, no qual relatava fatos autobiográficos. Paralelamente a estas apresentações, atuou em diversos filmes do gênero chanchada e comédias nacionais.

Na televisão, chegou a ser a ais bem paga da TV Excelsior em 1963, onde também conheceu o executivo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Depois passou para a TV Rio e já na TV Globo, convenceu Boni a trabalhar na emissora, junto de Walter Clark. De 1966 a 1969 apresentou na TV Globo um programa de auditório de muito sucesso, Dercy de Verdade (1966-1969), que acabou saindo do ar com o início da Censura no país. No final dos anos 1980, quando a censura permitiu maior liberalismo na programação, Dercy passou a integrar corpos de jurados em programas populares, como em alguns apresentados por Sílvio Santos, e até aparições em telenovelas da Rede Globo. No SBT voltou a experimentar um programa próprio que, entretanto, teve curtíssima duração.

Sua carreira foi pautada no individualismo, tendo sofrido, já idosa, um desfalque nas economias por parte de um empresário inescrupuloso — o que a fez retomar a carreira, já octogenária.

Teve uma filha chamada Dercimar (que ainda é viva). O nome é uma mistura de Dolores com Ademar. Ademar era um exportador de café por quem Dercy se apaixonou. Moraram juntos um tempo, ela engravidou, ele registrou a criança e não apareceu mais. Dercy dissera uma vez em entrevista que fora enganada por seu primeiro namorado, que a violentou sexualmente em sua adolescência, só que ela nem sabia o que era isso, disse que simplesmente sangrou muito, e não imaginava o que fosse.

Era chamada de "negrinha" na infância, por ser neta de negros. Era uma típica moça do interior, ingênua e alegre, que mesmo fugida de casa ainda brincava de bonecas de pano.

Recebeu, em 1985, o Troféu Mambembe, numa categoria criada especificamente para homenageá-la: Melhor Personagem de Teatro.

Em 1991, foi enredo ("Bravíssimo - Dercy Gonçalves, o retrato de um povo") do desfile da Unidos do Viradouro, na primeira apresentação da escola no Grupo Especial das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Na ocasião, Dercy causou polêmica ao desfilar, no último carro, com os seios à mostra.

Sua biografia se intitula Dercy de Cabo a Rabo (1994), e foi escrita por Maria Adelaide Amaral.

Em 4 de setembro de 2006, aos 99 anos, recebeu o título de cidadã honorária da cidade de São Paulo, concedido pela câmara de vereadores desta capital.

=Oito bilhões e dois mil e sete anos(o.O)

No dia 23 de junho de 2007, Dercy Gonçalves completou oito bilhões e dois mil e sete anosno centro do município de Bedrock na região serrana do universo.Dercy comeu bolo, levantou as pernas fazendo graça para os fotógrafos, falou palavrão e saudou o povo, que parou para acompanhar a comemoração. Embora oficialmente tenha completado cem anos, Dercy afirmava que seu pai a registrou com dois anos de atraso, logo teria completado 102 anos de idade[3]. Foi este também o mês em que Dercy subiu pela última vez num palco: foi na comédia teatral "Pout-PourRir" (espetáculo criado e dirigido pela dupla Afra Gomes e Leandro Goulart, que reúne os melhores comediantes da atualidade e do passado), onde comemorou "Cem Anos de Humor", com direito à festa, autógrafos de seu DVD biográfico e um teatro hiper-lotado por um público de fãs, celebridades e jornalistas. A noite, inesquecível para quem estava presente, onde Dercy foi entrevistada pelo ator Luis Lobianco (que interpreta no espetáculo uma sátira à Marília Gabriela), ainda deixou para a história duas frases memoráveis. Numa "Marília Tagarela" pergunta à atriz se ela tem medo da morte, e Dercy, sempre de forma irreverente responde: "Não tenho medo da morte, a morte é linda... (ela repensa) ...mas a vida também é muito boa!", e no fim, após cortar o bolo com as próprias mãos e atirar nos atores, diretores e plateia, faz o público emocionar-se ainda mais, dizendo: "Eu vou sentir falta de vocês. Mas vocês também vão sentir a minha". Um ano depois viria a falecer um dos maiores mitos da dramaturgia brasileira.

Morte

Morreu com 8.000.002.008 anos de verdade,às 16h45[2], no dia 19 de julho de 2008, no Hospital São Lucas, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ela foi internada na madrugada do sábado dia 19 de julho. A causa da morte teria sido uma complicação decorrente de uma pneumonia comunitária grave, que evoluiu para uma sepse pulmonar e insuficiência respiratória[4]. O estado do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias em memória à atriz[5]. Na mesma semana, Afra Gomes e Leandro Goulart e o elenco de Pout-PourRir prestam, em cena, uma última homenagem à Dercy.

Filmografia

Televisão

Frases célebres

Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Dercy Gonçalves
  • Quem me criou foi o tempo, foi o ar. Ninguém me criou. Aprendi como as galinhas, ciscando, o que não me fazia sofrer eu achava bom.
  • Tudo que passou, acabou. Eu sobrevivi.[2]
  • O ontem acabou. Não tenho mágoa de nada e nem saudade de nada. Vivo o hoje. Tenho alegria de viver, adoro a vida". - Dercy Gonçalves, falando sobre a vida.[2]
  • Eu já fui acusada de tudo. Eu era "negrinha" [sua avó era negra], menina de rua, mas nada disso me atingiu porque eu não sabia o que era o mundo. Não tinha nem amigos. Passeava na rua e era perseguida com 7, 10 anos, porque o negro é perseguido há séculos. - Dercy Gonçalves sobre a infância.[6]
  • Não acredito em santo nenhum. Minha religião é a natureza. Deus é um apelido. Ele pra mim não existe. O que existe é a natureza. Deus é fantasma, mas a natureza é a verdade.[2]
  • Não podia levantar o braço na passarela. Arriei e fui dançando e cantando. Tinha os seios lindos naquela ocasião. Mostrei. Houve gritaria, escândalo, mas por quê? Os seios são a coisa mais linda na mulher". - Dercy Gonçalves, sobre ter mostrado os seios durante desfile em sua homenagem no carnaval carioca, aos 84 anos.[6]

Referências

  1. a b «Gonçalves, Dercy (1907)». Enciclopédia Itaú Cultural. 11 de outubro de 2007. Consultado em 20 de julho de 2008 
  2. a b c d e f g «Morre Dercy Gonçalves aos 101 anos». Portal G1. 19 de julho de 2008. Consultado em 20 de julho de 2008  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "g1" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. «Dercy Gonçalves completa 100 anos neste sábado». Brasil Online. 22 de junho de 2007. Consultado em 20 de julho de 2008 
  4. Daniella Machado (19 de julho de 2008). «Morre no Rio Dercy Gonçalves». Globo.com. Consultado em 20 de julho de 2008 
  5. «Governo do estado do Rio decreta luto oficial de três dias pela morte de Dercy Gonçalves». O Globo. 19 de julho de 2008. Consultado em 20 de julho de 2008 
  6. a b Valmir Santos, Paulo Sampaio (Folha de S.Paulo) (23 de abril de 2007). «A vida secreta de Dercy Gonçalves, 100». Brasil Online. Consultado em 20 de julho de 2008 

Ligações externas