Duarte Coelho

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Duarte Coelho foi o primeiro donatário da Capitania Hereditária de Pernambuco, e fundador de Olinda. Nasceu em Miragaia, talvez em 1485, e morreu em Portugal em 7 de agosto de 1554. Foi fidalgo, militar e administrador.

Biografia

Era filho bastardo na antiga família dos Coelhos, da nobreza agrária do Entre-Douro e Minho. Sem ter um lar organizado, teria sido criado por uma tia materna que era prioresa do Mosteiro de Vila Nova de Gaia. Seu pai era Gonçalo Coelho, escrivão da Fazenda Real e comandante da expedição portuguesa que partiu para o Brasil em 1503, na qual Duarte o acompanhou. Sua mãe era Catarina Ana Duarte, uma plebéia. Em 1506, seguiu para a Índia na armada de D. Fernando Coutinho. Entre 1516 e 1517 foi embaixador no Sião e visitou a China; retornou a Portugal em 1527. Em 1531 foi de novo enviado à Índia. Em 1532, recebeu o comando da frota encarregada de afastar os franceses do litoral brasileiro. Pelos seus serviços ele recebeu, em 10 de março de 1534, a doação de 60 léguas de costa no Brasil, nos actuais estados de Pernambuco e Alagoas que formavam a maior das capitanias hereditárias, a Capitania de Pernambuco, ou Nova Lusitânia.[carece de fontes?]

Chegando à Feitoria de Pernambuco em 9 de março de 1535, vinha acompanhado da mulher, Dona Brites de Albuquerque, do cunhado Jerônimo de Albuquerque, e alentada parentela, além de famílias do norte de Portugal. Vinham tentar a sorte no desenvolvimento da agroindústria canavieira.

A história diz que desembarcou às margens do Canal de Santa Cruz, onde havia um núcleo de povoamento no Porto dos Marcos. Avançou até a foz do rio Igaraçu onde fundou a povoação do mesmo nome e travou lutas com os índios. Construiu a Igreja dos Santos Cosme e Damião, a primeira do Brasil, dando a administração da povoação a Afonso Gonçalves, e seguiu para o sul.

Com ajuda de Vasco Fernandes Lucena, que ali vivia com os tabajaras, em 1537 elevou à categoria de vila a povoação de Olinda, que apareceu em 1535 no local da aldeia indígena de Marim dos Caetés. A beleza do local era grande, sobretudo do alto, com ampla visão do oceano. Diz a lenda que o donatário teria exclamado: "Ó linda situação para fundar uma vila!". Mas, na verdade, Dom Duarte deu esse nome às sete colinas de frente para o mar pois estava lendo o romance Amadis de Gaula, cuja heroína tinha o nome de Olinda. A povoação foi elevada a vila, recebendo este nome, aos 12 de março de 1537.

A tribo Marim dos caetés era a mais belicosa da região, por este motivo Duarte Coelho aliou-se a eles. Escravizou no seu lugar as tribos da região de Sergipe. Conseguiu consolidar a capitania, cultivando cana-de-açúcar, instalando os primeiros engenhos de açúcar,tabaco e algodão, .

Muitas foram às lutas entre os índios, Duarte Coelho e os colonos. Após a união de seu cunhado Jerônimo de Albuquerque com a filha do cacique dos tabajaras, batizada Maria do Espírito Santo, os índios se aquietaram. Conseguida paz, restou a preocupação com os franceses, o que levou Duarte Coelho a enviar embarcações ao longo da costa e dar início ao desbravamento do rio São Francisco.

Coube-lhe a implantação, de forma sistemática, das bases da indústria do açúcar. Para isso trazia novas técnicas de fabrico do produto, pois o acompanhavam mestres especializados da ilha da Madeira. E, sobretudo, garantira capital judeu para o financiamento do empreendimento. Bom organizador, procurou fixar os colonos criando engenhos, importando negros da Guiné, dominando as tribos rebeldes e protegendo as amigas. Sob a sua orientação Pernambuco prosperou economicamente, com base em famílias burguesas e da pequena nobreza no Norte de Portugal.

Retornou doente a Portugal, deixando o mando a sua mulher Dona Brites. Havia gerido sua capitania durante quase 20 anos e a capitania ainda enfrentaria dificuldades, sérios conflitos com os índios, e muitas lutas. Os índios que não morriam eram escravizados.

Desde 1549, o Brasil era administrado por um Governador-Geral. Os donatários passaram a prestar-lhe contas, como representante do Rei. A sede do Governo-Geral era Salvador, na Bahia. Em 24 de novembro de 1550, porém, Duarte Coelho foi isentado da jurisdição do primeiro Governador-Geral Tomé de Sousa.

Sucederam-no seus dois filhos Duarte Coelho de Albuquerque e Jorge de Albuquerque Coelho como, respectivamente, o segundo e o terceiro donatários da capitania. O quarto e último donatário será Mathias de Albuquerque, filho de Jorge.


Precedido por
Governador de Pernambuco
15341554
Sucedido por
Brites de Albuquerque