Intentona Comunista: diferenças entre revisões

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As unidades legalistas da Vila Militar, conseguiram instalar peças de [[artilharia]] para bombardear a pista e evitar que aviões decolassem. O assalto final foi realizado com uma carga de infantaria com apoio da artilharia, que retomou as instalações revoltadas.
As unidades legalistas da Vila Militar, conseguiram instalar peças de [[artilharia]] para bombardear a pista e evitar que aviões decolassem. O assalto final foi realizado com uma carga de infantaria com apoio da artilharia, que retomou as instalações revoltadas.


Uma vez reprimido e derrotado , o movimento foi submetido a intensa desmoralização- a começar pelo nome pejorativo e desqualificante que recebeu ("Intentona", ou "intento louco") - por parte das cúpulas militares; como lembra o militar esquerdista [[Nelson Werneck Sodré]] nas suas memórias, a participação intensa de oficiais e suboficiais nas fileiras dos insurretos alertou o exército para a necessidade de cerrar fileiras ideológicas, e de expurgar "influências exógenas" no interior da oficialidade militar nas três décadas seguintes. Tal cisão ideológica viria a expressar-se nas disputas políticas no interior do [[Clube Militar]] da década de 1950, no [[movimento dos sargentos]] da década de 1960, e daí até o [[Golpe de 1964]], após o qual quaisquer traços de esquerdismo organizado foram eliminados das fileiras militares. Diferentemente dos golpes tenentistas, que haviam criado divisões temporárias entre legalistas e insurretos, superáveis posteriormente por anistias e reorganizações de carreira, o movimento de 1935 criou uma clivagem político-ideológica até hoje não superada, em que os insurretos tiveram negada a sua própria condição de membros da corporação militar, com sua ação política sendo duradouramente criminalizada e estigmatizada como traição e ato hostil à hierarquia militar.<ref name="cpdoc2">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/O_anticomunismo_nas_FFAA|titulo=O anticomunismo nas Forças Armadas - CPDOC - FGV|acessodata=21/04/2015}}</ref>
Uma vez reprimido e derrotado , o movimento foi submetido a intensa desmoralização- a começar pelo nome pejorativo e desqualificante que recebeu ("Intentona", ou "intento louco") - por parte das cúpulas militares; como lembra o militar esquerdista [[Nelson Werneck Sodré]] nas suas memórias, a participação intensa de oficiais e suboficiais nas fileiras dos insurretos alertou o exército para a necessidade de cerrar fileiras ideológicas, e de expurgar "influências exógenas" no interior da oficialidade militar nas três décadas seguintes. Tal cisão ideológica viria a expressar-se nas disputas políticas no interior do [[Clube Militar]] da década de 1950, no [[movimento dos sargentos]] da década de 1960, e daí até o [[Golpe de 1964]], após o qual quaisquer traços de esquerdismo organizado foram eliminados das fileiras militares. Diferentemente dos golpes tenentistas, que haviam criado divisões temporárias entre legalistas e insurretos, superáveis posteriormente por anistias e reorganizações de carreira, o movimento de 1935 criou uma clivagem político-ideológica até hoje não superada, em que os insurretos tiveram negada a sua própria condição de membros da corporação militar, com sua ação política sendo duradouramente criminalizada e estigmatizada como traição e ato hostil à hierarquia militar.<ref name="cpdoc2">{{citar web|url=http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/O_anticomunismo_nas_FFAA|titulo=O anticomunismo nas Forças Armadas - CPDOC - FGV|acessodata=21/04/2015}}</ref> A Intentona Comunista gerou, nos meios militares, um forte [[anticomunismo]] e foi um dos fatores que contribuíram para implantação do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] em [[1937]].<ref>{{citar livro|autor=Maud Chirio|título=A política nos quartéis: Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira|editora=Zahar|ano=2012|páginas=|id=pág. 243 ISBN 9788537808306}}</ref>


Até o governo do presidente [[Fernando Henrique Cardoso]], anualmente, na data de 27 de novembro, eram realizadas comemorações públicas pelo [[Exército Brasileiro]], no [[Cemitério de São João Batista (Rio de Janeiro)|Cemitério de São João Batista]], no Rio de Janeiro, em homenagem aos militares legalistas mortos durante a intentona, que se caracterizavam pela intensidade das manifestações anticomunistas da cúpula militar a que davam oportunidade, daí terem sido interrompidas as solenidades quando do fim da [[Guerra Fria]] e da consolidação do regime constitucional restabelecido em 1985. O monumento aos mortos legalistas do movimento ergue-se na [[Praia Vermelha (Rio de Janeiro)|Praia Vermelha]].
Até o governo do presidente [[Fernando Henrique Cardoso]], anualmente, na data de 27 de novembro, eram realizadas comemorações públicas pelo [[Exército Brasileiro]], no [[Cemitério de São João Batista (Rio de Janeiro)|Cemitério de São João Batista]], no Rio de Janeiro, em homenagem aos militares legalistas mortos durante a intentona, que se caracterizavam pela intensidade das manifestações anticomunistas da cúpula militar a que davam oportunidade, daí terem sido interrompidas as solenidades quando do fim da [[Guerra Fria]] e da consolidação do regime constitucional restabelecido em 1985. O monumento aos mortos legalistas do movimento ergue-se na [[Praia Vermelha (Rio de Janeiro)|Praia Vermelha]].
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== Controvérsia a respeito das versões sobre as mortes durante a revolta ==
== Controvérsia a respeito das versões sobre as mortes durante a revolta ==
Segundo a professora Marly Vianna, doutora em história pela USP e professora da Universidade Federal de São Carlos além de autora do livro ''Revolucionários de 35'', apenas duas mortes ocorreram no episódio que envolve o levante do 3ºRI e estas seriam do major Misael Mendonça (legalista) e o segundo-tenente Tomás Meireles (revolucionário). <ref name="grabois">{{citar web|url=http://grabois.org.br/portal/cdm/noticia.php?id_sessao=72&id_noticia=4247|titulo=A ANL e o Levante de 1935 – Entrevista com Marly Vianna|acessodata=19/04/2015}}</ref> Segundo ela, a versão de que os militares revolucionários teriam assassinado covardemente oficiais legalistas enquanto dormiam é mentirosa, tendo sido inclusive tema de um discurso do então senador [[Jarbas Passarinho]] no [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] para, em nome de famílias de oficiais mortos, declarar que não estavam dormindo, pois esta versão seria prejudicial para sua imagem e memória. Segundo a mesma ainda, essa versão falsa teria sido plantada pela polícia de [[Filinto Müller]]. O historiador [[Hélio Silva]] diz o mesmo em seu livro ''O Ciclo de Vargas: 1935 - A Revolta Vermelha''. <ref name="dhnet1">{{citar web|url=http://www.dhnet.org.br/memoria/1935/livros/insurreicao/13.htm|título=A Revolta Comunista de 1935 em Natal|acessodata=21/04/2015}}</ref><ref name="dhnet2"></ref>
Segundo a professora Marly Vianna, doutora em história pela USP e professora da Universidade Federal de São Carlos além de autora do livro ''Revolucionários de 35'', apenas duas mortes ocorreram no episódio que envolve o levante do 3ºRI e estas seriam do major Misael Mendonça (legalista) e o segundo-tenente Tomás Meireles (revolucionário). <ref name="grabois">{{citar web|url=http://grabois.org.br/portal/cdm/noticia.php?id_sessao=72&id_noticia=4247|titulo=A ANL e o Levante de 1935 – Entrevista com Marly Vianna|acessodata=19/04/2015}}</ref> Segundo ela, a versão de que os militares revolucionários teriam assassinado covardemente oficiais legalistas enquanto dormiam é mentirosa, tendo sido inclusive tema de um discurso do então senador [[Jarbas Passarinho]] no [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] para, em nome de famílias de oficiais mortos, declarar que não estavam dormindo, pois esta versão seria prejudicial para sua imagem e memória. Segundo a mesma ainda, essa versão falsa teria sido plantada pela polícia de [[Filinto Müller]]. O historiador [[Hélio Silva]] diz o mesmo em seu livro ''O Ciclo de Vargas: 1935 - A Revolta Vermelha''. <ref name="dhnet1">{{citar web|url=http://www.dhnet.org.br/memoria/1935/livros/insurreicao/13.htm|título=A Revolta Comunista de 1935 em Natal|acessodata=21/04/2015}}</ref><ref name="dhnet2"></ref> Segundo o [[historiador]] [[Glauco Carneiro]], esta ação fez centenas de vítimas.<ref>{{citar livro|autor=Glauco Carneiro|título=História das revoluções brasileiras, Volume 1|editora=Edições O Cruzeiro, pág. 424|ano=1965|páginas=|id=}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 01h43min de 12 de abril de 2017

Intentona Comunista, também conhecida como Revolta Vermelha de 35,[1] Revolta Comunista de 35,[2][3] Levante Comunista,[4] e Levantes Anti-Fascistas,[5] foi uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas realizado em 23 de novembro de 1935 por militares, em nome da Aliança Nacional Libertadora, com apoio do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Comintern.

História

A Revolta Vermelha de 1935, conspiração de natureza político-militar, inscreve-se, pelas suas reivindicações políticas imediatas (de protesto político-institucional contra um governo autoritário), dentro do quadro dos movimentos tenentistas realizados no Brasil desde a década de 1920. No entanto, articularam-se estas reivindicações, sob influência comunista, à ideia de uma revolução "nacional-popular" contra as oligarquias, o imperialismo e o autoritarismo, possuindo, nas suas reivindicações menos imediatas, aspectos como a abolição da dívida externa, a reforma agrária e o estabelecimento de um governo de base popular - em outras palavras, uma revolução "nacional-libertadora", que, embora estabelecida por um movimento armado, não se propunha a ultrapassar o quadro da ordem social burguesa (como afirmado, à época, por um dos líderes do movimento, o capitão Agildo Barata).

Esta confluência de influências corporificou-se na pessoa de seu principal líder, Luís Carlos Prestes, capitão do Exército Brasileiro e líder tenentista convertido ao comunismo, que dirigiu o levante - à revelia da liderança formal do Partido Comunista Brasileiro, e em articulação direta com a direção da Internacional Comunista, que mantinha junto a Prestes um grupo de militantes comunistas internacionais, composto pela companheira de Prestes, a alemã Olga Benário, além do argentino Rodolfo Ghioldi, o alemão Arthur Ernest Ewert, Ranieri Gonzales e alguns outros militantes ligados ao Comitê Executivo da Internacional Comunista (CEIC).

A direita brasileira sempre caracterizou esta interferência do Comintern no movimento como prova do seu caráter antinacional, em que os militantes brasileiros teriam agido como simples fantoches do comunismo internacional. Dentro de terreno brasileiro, Prestes especulou fortemente sobre o seu prestígio e sua capacidade de articulação política para prevalecer sobre a direção formal do Partido Comunista do Brasil (PCB) - no processo marginalizando o então secretário-geral do partido, Antônio Bonfim, o "Miranda" - e conseguir o apoio direto do CEIC às suas políticas - cujas premissas revelar-se-iam cabalmente equivocadas.

Num primeiro momento, Prestes parecia considerar que o programa nacionalista da ANL seria capaz de permitir-lhe impor-se como um movimento de massa legal, capaz de atrair apoio tanto entre a classe operária e o campesinato como também entre a burguesia "progressista" de tendências anti-imperialista e antifascista - para depois, quando o governo Getúlio Vargas declarou a aliança ilegal - com o apoio da burguesia e da classe média, que temiam a infiltração comunista no movimento - optar, com o apoio do CEIC, por uma ação revolucionária concebida em termos de uma mera ação militar.

O levante eclodiu em pontos esparsos do território nacional, a saber:[2]

Fora de Natal, onde chegou a ser instalado um governo revolucionário provisório, o levante seguiu o padrão de um golpe militar clássico, limitando-se a ataques de militares rebeldes a quarteis. O último levante, no Rio de Janeiro, na Escola Militar da Praia Vermelha e na Vila Militar, é considerado por alguns autores apenas como um ato de lealdade dos conspiradores sediados nessa cidade, pois havia ficado claro que o movimento não teria chances reais de revolucionar o país.

No Rio de Janeiro, as proporções do movimento foram mais amplas e cruéis, tendo sido deflagrado, simultaneamente, no 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha; no 2º Regimento de Infantaria e no Batalhão de Comunicações, na Vila Militar; e na Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos. Os amotinados, companheiros de véspera, teriam, de acordo com a versão legalista, ferido e matado indiscriminada e covardemente seus companheiros que dormiam -versão esta que até hoje gera margem a dúvidas, já que os quartéis do Rio estavam em prontidão após os levantamentos revolucionários no Norte do País, e em tais circunstâncias seria extremamente difícil encontrar oponentes inermes a serem massacrados de tal forma. Seja como for, a luta foi atroz e sem quartel, com os insurretos tentando expandir a rebelião a todo custo, esbarrando na mais férrea resistência das forças legalistas, e - finalmente - perdendo a luta.

Por trás da estratégia equivocada do levante estava, de um lado, a superestimação que Prestes fazia de seu prestígio no interior do Exército Brasileiro, de outro, a crença da IC de que, numa sociedade "semicolonial", bastaria proclamar o movimento para produzir uma sublevação espontânea que englobaria de militares a operários e "cangaceiros partisans [guerrilheiros](sic)". O agente duplo do MI6 (serviço de inteligência britânico), Johann Heinrich Amadeus de Graaf, conhecido como Johnny de Graaf, estava infiltrado na rebelião de Prestes.[6] Graaf revelou os planos dos rebeldes ao serviço de inteligência britânico que repassou estas informações para a inteligência brasileira.[7] Prestes também teria sabotado o próprio levante despropositadamente, uma vez que enviara ao comandante do Grupo de Obuses de São Cristóvão Newton Estillac Leal um convite para participar do golpe e, tais fatos fazeram com que o Governo tomasse conhecimento da rebelião mesmo antes dela acontecer.[8]

O episódio mais dramático do levante comunista foi a tentativa de conquistar o Regimento de Aviação no Campo dos Afonsos, à época integrante do exército (a Força Aérea Brasileira só seria criada em 1941), visando obter aeronaves para bombardear a cidade do Rio de Janeiro.

As unidades legalistas da Vila Militar, conseguiram instalar peças de artilharia para bombardear a pista e evitar que aviões decolassem. O assalto final foi realizado com uma carga de infantaria com apoio da artilharia, que retomou as instalações revoltadas.

Uma vez reprimido e derrotado , o movimento foi submetido a intensa desmoralização- a começar pelo nome pejorativo e desqualificante que recebeu ("Intentona", ou "intento louco") - por parte das cúpulas militares; como lembra o militar esquerdista Nelson Werneck Sodré nas suas memórias, a participação intensa de oficiais e suboficiais nas fileiras dos insurretos alertou o exército para a necessidade de cerrar fileiras ideológicas, e de expurgar "influências exógenas" no interior da oficialidade militar nas três décadas seguintes. Tal cisão ideológica viria a expressar-se nas disputas políticas no interior do Clube Militar da década de 1950, no movimento dos sargentos da década de 1960, e daí até o Golpe de 1964, após o qual quaisquer traços de esquerdismo organizado foram eliminados das fileiras militares. Diferentemente dos golpes tenentistas, que haviam criado divisões temporárias entre legalistas e insurretos, superáveis posteriormente por anistias e reorganizações de carreira, o movimento de 1935 criou uma clivagem político-ideológica até hoje não superada, em que os insurretos tiveram negada a sua própria condição de membros da corporação militar, com sua ação política sendo duradouramente criminalizada e estigmatizada como traição e ato hostil à hierarquia militar.[9] A Intentona Comunista gerou, nos meios militares, um forte anticomunismo e foi um dos fatores que contribuíram para implantação do Estado Novo em 1937.[10]

Até o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, anualmente, na data de 27 de novembro, eram realizadas comemorações públicas pelo Exército Brasileiro, no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, em homenagem aos militares legalistas mortos durante a intentona, que se caracterizavam pela intensidade das manifestações anticomunistas da cúpula militar a que davam oportunidade, daí terem sido interrompidas as solenidades quando do fim da Guerra Fria e da consolidação do regime constitucional restabelecido em 1985. O monumento aos mortos legalistas do movimento ergue-se na Praia Vermelha.

A repressão ao movimento permitiu que o Congresso Nacional decretasse o Estado de Guerra, com uma erosão decisiva nas liberdades e garantias individuais liberais-democráticas, o que preparou o caminho para que Getúlio Vargas decretasse o Estado Novo em 1937, reforçado pelo chamado Plano Cohen.

Relação dos mortos

Não se tem um balanço completo das vítimas, juntando-se legalistas e insurgentes em todos os eventos ocorridos. Entre os insurgentes é difícil encontrar uma lista completa com os nomes das vítimas, mas estima-se que pelo menos uma centena tenham falecido[11] só no levante de Recife e outros vinte no levante da Praia Vermelha no Rio de Janeiro[12], sendo ainda necessário contabilizar as mortes ocorridas em Natal e demais quartéis do Rio de Janeiro. Entre as tropas legalistas envolvidas nos combates ocorreram 22 baixas fatais. [13] O Exército Brasileiro lista um total de 30 vítimas sem porém divulgar se eram legalistas ou insurgentes[14]. A historiadora Marly Vianna faz algumas considerações sobre as vítimas entre os militares insurgentes. [4] [15]

Controvérsia a respeito das versões sobre as mortes durante a revolta

Segundo a professora Marly Vianna, doutora em história pela USP e professora da Universidade Federal de São Carlos além de autora do livro Revolucionários de 35, apenas duas mortes ocorreram no episódio que envolve o levante do 3ºRI e estas seriam do major Misael Mendonça (legalista) e o segundo-tenente Tomás Meireles (revolucionário). [4] Segundo ela, a versão de que os militares revolucionários teriam assassinado covardemente oficiais legalistas enquanto dormiam é mentirosa, tendo sido inclusive tema de um discurso do então senador Jarbas Passarinho no Congresso Nacional para, em nome de famílias de oficiais mortos, declarar que não estavam dormindo, pois esta versão seria prejudicial para sua imagem e memória. Segundo a mesma ainda, essa versão falsa teria sido plantada pela polícia de Filinto Müller. O historiador Hélio Silva diz o mesmo em seu livro O Ciclo de Vargas: 1935 - A Revolta Vermelha. [3][1] Segundo o historiador Glauco Carneiro, esta ação fez centenas de vítimas.[16]

Ver também

Referências

  1. a b Hélio Silva (1969). O Ciclo de Vargas - Volume VIII. 1935 - A Revolta Vermelha. [S.l.]: Civilização Brasileira. 476 páginas 
  2. a b «A revolta comunista de 1935 - CPDOC - FGV». Consultado em 21 de abril de 2015 
  3. a b «A Revolta Comunista de 1935 em Natal». Consultado em 21 de abril de 2015 
  4. a b c «A ANL e o Levante de 1935 – Entrevista com Marly Vianna». Consultado em 19 de abril de 2015 
  5. http://www.brasildefato.com.br/node/32617
  6. R. S. Rose & Gordon D. Scott (2009). Johnny: a vida do espião que delatou a rebelião comunista de 1935. [S.l.]: Editora Record. 600 páginas. ISBN 9788501082534 
  7. Euler de França Belém. «Revista Bula: O espião alemão que detonou a revolução de Prestes». 16 de novembro de 2010. Consultado em 19 de março de 2017 
  8. William Waack (1993). Camaradas. Nos arquivos de Moscou: a história secreta da revolução brasileira de 1935. [S.l.]: Companhia das Letras. 225 páginas. ISBN 978-85-7164-342-0 
  9. «O anticomunismo nas Forças Armadas - CPDOC - FGV». Consultado em 21 de abril de 2015 
  10. Maud Chirio (2012). A política nos quartéis: Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira. [S.l.]: Zahar. pág. 243 ISBN 9788537808306 
  11. «Correio da manhã - edição de 26/11/1936 - Hemeroteca da BN». Consultado em 2 de maio de 2015 Procurar por título na última coluna à direita: "Cem mortos entre os revoltosos de Recife"
  12. «A Intentona Comunista: o que é fato e o que é boato». Consultado em 2 de maio de 2015 
  13. «Lembrai-vos de 1935: a intentona comunista». Consultado em 1 de maio de 2015 
  14. «Intentona Comunista de 1935 - Publicador de conteúdo - EB». Consultado em 1 de maio de 2015 
  15. «As rebeliões de novembro de 1935 - Revista Novos Rumos n. 34» (PDF). Consultado em 2 de maio de 2015  line feed character character in |titulo= at position 16 (ajuda)
  16. Glauco Carneiro (1965). História das revoluções brasileiras, Volume 1. [S.l.]: Edições O Cruzeiro, pág. 424 

Bibliografia

  • Estratégias da Ilusão, de Paulo Sérgio Pinheiro, São Paulo, Cia. das Letras,1992 - estudo acadêmico sobre a Intentona e a cultura política comunista da época em Google Books.
  • Revolucionários de 1935, de Marly de Almeida Gomes Viana, São Paulo, Cia. das Letras, 1992 - História narrativa do movimento.
  • Memórias do Cárcere, por Graciliano Ramos, narrando o clima político à época e a repressão no país em Google Books.
  • O Cavaleiro da Esperança de Jorge Amado(1a. edição Editorial Vitória, Rio, várias edições subseqüentes), biografia comunista "oficial" de Prestes escrita em 1945, às vésperas de uma anistia, com uma defesa de suas posições e do movimento de 1935 em Google Books.
  • Olga, biografia sobre a revolucionária Olga Benário Prestes, mulher de Luís Carlos Prestes e um dos principais personagens da Intentona, por Fernando Morais em Google Books.
  • Memórias de um Soldado, de Nelson Werneck Sodré (1a. edição Civilização Brasileira, Rio, 1967) descrição memorialística de um militar esquerdista e General de Brigada da reserva sobre as lutas ideológicas no Exército da época, que trata de passagem dos impacto político de 1935 (do qual o autor não participou diretamente) em Google Books
  • Camaradas de Willian Waack, São Paulo, Cia das Letras - obra sobre o movimento de 1935, tendo como base os arquivos soviéticos disponibilizados ao público após a Guerra Fria em Google Books.
  • "A Escola" de Miguel M. Abrahão é uma peça teatral publicada em 1983,que tem como pano de fundo os anos 30, durante a ditadura do Governo Vargas e retrata o fictício personagem Bolivár Bueno,que teria participado do movimento no romance. A Escola em Google books

Ligações externas