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Na década de 1990, após a emancipação municipal, Dom Eliseu se filiou a [[Associação dos Municípios do Araguaia e Tocantins]] e ingressou no movimento pela emancipação do sul do Pará, para criar o estado de [[Estado do Carajás|Carajás]]. Em 2011 mais de 90% da população do município votou a favor da emancipação do Carajás no [[plebiscito sobre a divisão do estado do Pará]]<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/12/apenas-4-cidades-que-integrariam-tapajos-votaram-contra-divisao-do-pa.html |título=Apenas 4 cidades que integrariam Tapajós votaram contra divisão do PA |publicado=G1}}</ref> |
Na década de 1990, após a emancipação municipal, Dom Eliseu se filiou a [[Associação dos Municípios do Araguaia e Tocantins]] e ingressou no movimento pela emancipação do sul do Pará através do CMPC (Comitê Municipal Pró Carajás), Que tinha como Presidente o então vereador Eldo José Ribeiro, para criar o estado de [[Estado do Carajás|Carajás]]. Em 2011 mais de 90% da população do município votou a favor da emancipação do Carajás no [[plebiscito sobre a divisão do estado do Pará]]<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/12/apenas-4-cidades-que-integrariam-tapajos-votaram-contra-divisao-do-pa.html |título=Apenas 4 cidades que integrariam Tapajós votaram contra divisão do PA |publicado=G1}}</ref> |
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== Economia == |
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Revisão das 11h54min de 4 de agosto de 2017
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Município do Brasil | |||
Vista Aérea de Dom Eliseu. | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | domeliseuense eliseuense | ||
Localização | |||
Localização de Dom Eliseu no Pará | |||
Localização de Dom Eliseu no Brasil | |||
Mapa de Dom Eliseu | |||
Coordenadas | 4° 17′ 06″ S, 47° 30′ 18″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Pará | ||
Municípios limítrofes | Ulianópolis, Paragominas, Rondon do Pará, Abel Figueiredo, Itinga do Maranhão e Açailândia. | ||
Distância até a capital | 450 km | ||
História | |||
Fundação | 1961 (63 anos) | ||
Emancipação | 10 de maio de 1988 (36 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Ayeso Gaston Siviero (PDT, 2017–2020) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 5 267,514 km² | ||
População total (estimativa IBGE 2016[2]) | 57 251 hab. | ||
Densidade | 10,9 hab./km² | ||
Clima | Tropical semiúmido ((As)) | ||
Altitude | 180 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 68633-000 | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[3]) | 0,615 — médio | ||
PIB (IBGE/2014[4]) | R$ 461 795,26 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2014[4]) | R$ 8 318,69 | ||
Sítio | www.domeliseu.pa.gov.br (Prefeitura) camaradedomeliseu.pa.gov.br (Câmara) |
Dom Eliseu é um município brasileiro situado no nordeste do estado do Pará. Localiza-se a uma latitude 04º17'06" sul e a uma longitude 47º30'18" oeste, estando a uma altitude de 180 metros. Sua população estimada em 2016 é de 57.251 habitantes. É o segundo município mais populosos da Microrregião de Paragominas atrás apenas do município homônimo Paragominas.
Historia
A ocupação da área territorial de Dom Eliseu iniciou-se na década de 1960. Neste período é aberta a primeira grande rodovia de integração da região, a BR-010, durante do governo JK. Imediatamente após a inauguração desta rodovia, o governador do Pará, Alacid da Silva Nunes, determina a construção de uma rodovia de integração entre o Nordeste do Pará e o Sudeste do Pará, a PA 70 (atual BR-222).
Colonização
O primeiro colono a se estabelecer na área de Dom Eliseu foi Leopoldo Cunha, em 1961. Este era um dos operários da Delta Engenharia, construtora responsável pela abertura da rodovia PA-70. Apesar da conclusão das obras, Leopoldo Cunha permaneceu e estabeleceu-se no entroncamento das rodovias BR-010 e PA-70. Após alguns meses sua família também mudou-se para o entreposto rodoviário.[5] Com "faro comercial", Cunha abriu um restaurante neste entroncamento. O restaurante tornou-se o ponto demográfico atrator e o primeiro estabelecimento comercial do município.
Com incentivos do governo militar, famílias do Piauí, Maranhão, Bahia, Goiás e Minas Gerais deslocaram-se para a localidade, e constituíram-se assim os primeiros colonos. O Estado brasileiro incentivou a formação agropecuária da localidade, dando títulos fundiários a estas famílias.[6]
A vila que se formou no entroncamento rodoviário foi denominada inicialmente de km 0 (quilômetro zero), ou vila do zero, por se encontrar no exato km 0 da PA-70. Devido ao trágico acidente que vitimou em julho de 1973, o então presidente do senado Filinto Müller, os colonos decidem renomear a vila em homenagem ao político. A vila passou a se chamar Filinto Müller.[6]
Contando com um grande depósito vegetal, a floresta amazônica, a região passou a vivenciar a partir de 1970 o ciclo madeireiro. Estabeleceram-se na vila de Filinto Müller as primeiras madeireiras. O primeiro estabelecimento deste tipo foi a Serraria Alves Marques Ltda. A exploração madeireira expandiu-se, e logo várias outras atividades floresceram na localidade, com destaque ao comércio.
Em 14 de setembro de 1983, Filinto Müller foi elevado à categoria de distrito do município de Paragominas. Por sugestão do deputado federal Fausto Fernandes, a vila foi novamente renomeada, dando-lhe o nome de Dom Eliseu, em homenagem ao bispo Dom Eliseu Corolli, da diocese de Bragança.[6]
Luta pela emancipação
Em meados da década de 1980, é criado no distrito a Associação de Desenvolvimento Comunitário de Dom Eliseu. Esta associação liderou o processo de discussões e propostas que culminaram com a emancipação política de Dom Eliseu. A referida associação conseguiu pressionar a câmara de Paragominas, para que aprovasse a proposta de redivisão territorial. O processo emancipatório foi levado a cabo na Assembleia Legislativa do Pará pelos deputados Maria Nazaré Barbosa e Nícias Ribeiro.
Com a aprovação do plebiscito pelo legislativo estadual, foi determinada sua realização. Realizado o plebiscito, apurou-se que houve aproximadamente 70% de aprovação pela emancipação. Dado o resultado favorável, foi aprovada a emancipação municipal em 1 de maio de 1988, através da lei estadual nº 5.450.[7]
Em 1 de janeiro de 1989 instalou-se o poder executivo municipal, tendo a frente o prefeito Antônio Jesus de Oliveira e o vice-prefeito Antônio Dionísio Lima. Ambos haviam sido eleitos na primeira eleição municipal, em 15 de novembro de 1988, com 65% dos votos válidos. Na mesma ocasião foram eleitos os nove representantes do poder legislativo municipal.[7][8]
Plebiscito sobre Carajás
Na década de 1990, após a emancipação municipal, Dom Eliseu se filiou a Associação dos Municípios do Araguaia e Tocantins e ingressou no movimento pela emancipação do sul do Pará através do CMPC (Comitê Municipal Pró Carajás), Que tinha como Presidente o então vereador Eldo José Ribeiro, para criar o estado de Carajás. Em 2011 mais de 90% da população do município votou a favor da emancipação do Carajás no plebiscito sobre a divisão do estado do Pará[9]
Economia
A primeira atividade econômica de Dom Eliseu foi o comércio, devido a característica de ocupação do povoado (entroncamento de rodovias). Logo após ganhou destaque a atividade madeireira, que encabeçou um vultuoso ciclo econômico, indo da década de 1970, até a década de 1990. Mas dada a característica predatória da própria atividade, esta praticamente desapareceu na década de 1990, devido a exaustão dos recursos vegetais, e a intensa fiscalização dos órgãos de defesa ambiental brasileiros.[10]
A agropecuária, que crescia como atividade paralela, ganhou projeção após o fechamento das madeireiras. Dom Eliseu é um dos municípios da chamada "Fronteira agrícola Amazônica", maior região produtora commodities agrícolas desta porção do território brasileiro. A commodity agrícola de maior destaque no município é a goiaba. O município também é destaque na produção e beneficiamento de derivados bovinos.[10]
Agropecuária e extrativismo
Os primeiros cultivos agrícolas na área municipal de Dom Eliseu iniciaram-se na década de 1960. Os colonos cultivavam arroz, milho e mandioca, principalmente para sustento próprio, sendo o pequeno excedente vendido para as localidades maranhenses próximas. Com o desenvolver da atividade no decorrer da década de 1970, passou-se a cultivar também o feijão, a pimenta-do-reino, o urucu, e a seringa.
As culturas de arroz, feijão, milho e mandioca são tradicionais, sendo sua distribuição encontrada em toda a área municipal. A cultura de arroz, introduzida por imigrantes sulistas, tem destaque no município, concentrando uma das maiores produções desta no estado do Pará.[6]
A pipericultura (cultivo de pimenta-do-reino) desenvolveu-se na área do município por causa da contaminação pela praga "fusariose da pimenta" das áreas tradicionais de cultivo no nordeste paraense.[11] Os imigrantes japoneses, tradicionais conhecedores das técnicas de cultivo, foram os responsáveis pela inserção desta cultura agrícola no sudeste do Pará (região de Dom Eliseu).[6][12]
A haveicultura (cultivo e extração de seringa) que havia ganhado destaque durante a década de 1990 foi praticamente abandonada durante parte da década de 2000. A cultura agrícola ressurgiu por iniciativa da Embrapa.[13]
Após a derrocada da atividade madeireira em Dom Eliseu, ocorrida durante a década de 1990, a pecuária tornou-se um dos "carro chefe" da economia local. É uma atividade muito dinâmica tendo uma influência preponderante sobre as demais atividades do município. A atividade é extensiva e é distribuída por todo o território do município. O rebanho bovino do município é principalmente destinado ao corte. Paralelamente o rebanho bovino do município responde pela oitava maior bacia leiteira do Pará. Boa parte da produção de carne e leite é destinada a abastecer os mercados de São Luís, Marabá e Belém.[6]
Há outros rebanhos significativos no município, como o de ovinos, suínos e de caprinos. A avicultura também tem presença no município.[6]
O cultivo da goiaba é no entanto, o destaque entre as atividades econômicas do município. Há aproximadamente 6000 hectares de área plantada de goiaba em Dom Eliseu.[14] A produção média do fruto, é de 140 kg/pé permitindo uma produtividade de 40 t/hectare. Atividades ligadas ao beneficiamento do produto instalaram-se no município, formando uma grande cadeia produtiva. Em 2005 alcançou-se uma produção 25 mil toneladas de doces de goiaba em Dom Eliseu.[15]
Indústria, comércio e serviços
Até a década de 1990, o parque industrial eliseuense centrava-se quase que exclusivamente nas atividades madeireiras. Havia muitos laminadores, serrarias e fábricas de compensados que funcionavam no município.[16] Com a exaustão dos recursos madeireiros e o maior rigor dos órgãos ambientais na fiscalização, a cadeia industrial da madeira praticamente extinguiu-se. Foi um período difícil para o município, pois viu grande parte de seus estabelecimentos industriais fecharem as portas.
Devido ao encolhimento das atividades industriais madeireiras, outros setores, principalmente ligados a agroindústria floresceram na cidade.[16] O capital ocioso que estava ligado as atividades madeireiras migrou, e fez surgir indústrias de beneficiamento de grãos (principalmente de arroz) suprindo a demanda tanto de Dom Eliseu, quanto dos municípios do entorno. O grande destaque no setor agroindustrial são as atividades relacionadas ao cultivo e beneficiamento da goiaba orgânica.[17]
Graças a condição de entreposto, Dom Eliseu tem um setor comercial e de serviços relativamente dinâmico. O intenso tráfego de pessoas e veículos beneficia as atividades ligadas ao comércio, que acaba prestando assistência não somente a Dom Eliseu, mas também aos municípios vizinhos. Os serviços financeiros e mecânicos também tem destaque graças a localização da sede do município.[10]
Dom Eliseu conta com agencias bancárias do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Banco do Estado do Pará, Banco da Amazônia, Banco Sicredi.
Subdivisões
A subdivisão urbana de Dom Eliseu, é definida pelos seguintes bairros:
- Centro
- PDS
- Jardim Primavera
- Jardim América
- Esplanada
- Jardim Primavera
- Jardim Flor do Ipê
- Bom Jesus
- Tropical
- Planalto
- São Paulo
- Bom Jardim
- Vitória
- Setor Industrial
- Nova Luanda
- Redenção
- Bartolomeu
- Alvorada
- Chinesa
- Jardim das Acácias.
- Recidencial Eldorado
- Recidencial America Do Sul
- Recidencial Jardim Do Vale
- Liberdade
- Planalto 2
Educação
Dom Eliseu detêm a maior nota no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do Estado do Pará. Dom Eliseu conta com um polo universitário. É o polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB).[carece de fontes]
Saúde
Dom Eliseu tem 13 unidades de saúde, sendo 11 público-municipais e 2 particulares. Uma dessas unidades é hospital, e 10 unidades são postos de saúde, todos na zona urbana.[carece de fontes]O município ainda conta com uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Transportes
Dom Eliseu tem uma frota de mais de 10.354 veículos.[carece de fontes] O município é entrecortado pelas rodovias BR-010, e BR-222 duas importantes rodovias federais brasileiras. O município conta também com uma pista de pouso e decolagem de 1,30 km.
Referências
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ «ESTIMATIVAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL E UNIDADES DA FEDERAÇÃO COM DATA DE REFERÊNCIA EM 1º DE JULHO DE 2016» (PDF). IBGE. Consultado em 2 de dezembro de 2016
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 21 de setembro de 2013
- ↑ a b «PIBMunicipal2010-2014». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 28 de dezembro de 2016
- ↑ «Município de Dom Eliseu». Belém Web
- ↑ a b c d e f g INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO-SOCIAL DO PARÁ. Novos Municípios Paraenses: Dom Eliseu. Belém, 1990.
- ↑ a b Tribunal Regional Eleitoral do Pará e Amapá. Relação de vereadores eleitos no estado do Pará em 15 de novembro de 1988. Belém, s/d
- ↑ A Província do Pará. Caderno Especial, p. 15. Belém, 29/04/89
- ↑ «Apenas 4 cidades que integrariam Tapajós votaram contra divisão do PA». G1
- ↑ a b c PARÁ. Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral. Perfil preliminar do município de Dom Eliseu. Belém, s.d.
- ↑ «Conjuntura do Mercado da Pimenta-Do-Reino no Brasil e no Mundo» (PDF). Embrapa - Amazônia Oriental
- ↑ «Manual de Segurança e Qualidade para a Cultura da Pimenta-do-Reino» (PDF). Embrapa - Amazônia Oriental
- ↑ «Embrapa retoma projetos com seringas». Dom Eliseu Online
- ↑ «PA: dia de campo e seminário fortalecem goiaba orgânica de Dom Eliseu». Página Rural
- ↑ «Irrigação garante colheita de goiaba durante o ano inteiro no Pará». Portal do Agronegócio
- ↑ a b PARÁ. Secretaria de Estado da Fazenda. Número de estabelecimentos industrias por gêneros de atividades. Número de estabelecimentos comerciais, varejistas e atacadistas cadastrados. Belém, 1988.
- ↑ HOMMA, Alfredo Kingo Oyama. «O Desenvolvimento da Agroindústria no Estado do Pará» (PDF). Ministério do Desenvolvimento Agrário