Commodity

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Finanças

Mercado financeiro
Ações
ETFs
Títulos e Obrigações
Corretoras de Valores
Forex
Derivativos
Commodity
Direitos de subscrição
Comissão de Valores Mobiliários
Classificação de crédito

Renda fixa
Certificado de depósito bancário (CDB)
CRA
CRI
Debênture
LC
LCA
LCI
Tesouro Direto

Imóveis
FII

Sistema bancário
Banco Central do Brasil
Depósito
Empréstimo

 Nota: Não confundir com Bem (economia), nem com Mercadoria, nem com Produto (marketing).

Em economia, comódite ou mercadoria (do inglês "commodity", /kəˈmɒdɪti/: "mercadoria"; do português "comodidades")[1][2][3][4] é um termo que corresponde a produtos básicos globais não industrializados,[5] ou seja, matérias-primas que não se diferem independentemente de quem as produziu ou de sua origem,[5] sendo seu preço uniformemente determinado pela oferta e procura internacional.[3][6]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Originalmente, o termo proveniente de Portugal, quando nos séculos XV dominava as navegações e comercio fluvial, transportavam produtos naturais (não industrializados) chamados de “comodidades”.[1] Que posteriormente foi adaptado para commodity (plural "commodities", que em português significa "mercadoria")[3][6] quando a Inglaterra conquistaram o domínio dos mares.[1] Com o avanço da economia, passou a ser utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária na bolsa de valores.[5]

O termo é usado sobretudo com referência aos produtos de base em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores. Estes produtos "in natura", cultivados ou de extração mineral, podem ser estocados por determinado período sem perda significativa de qualidade, dependendo de sua conservação. Possuem cotação e negociabilidade globais, utilizando bolsas de mercadorias.

Minério de ferro é uma comódite.

Conceitos[editar | editar código-fonte]

As commodities[4][6] são usadas na compra e venda de mercadorias fungíveis, como por exemplo o petróleo, a resma de papel, leite, cobre e outros tipos de metais, madeira (derivada de desmatamento ou não) e plantas (para usos medicinais).

Outros exemplos:

  • O preço do cobre é universal. As flutuações de preço diárias são baseadas na oferta e na procura global.
  • Já num sistema de som, existe uma diferenciação de produto em muitos aspectos, tais como a marca, a interface do utilizador, a qualidade aparente etc. Desta forma, quanto maior foi o seu valor aparente, maior será o seu preço.
Carne de vaca

Uma das características das commodities é que o seu preço é determinado como uma função do seu mercado no todo. As mercadorias físicas são ativamente transacionadas no mercado à vista (spot market) e no mercado de derivativos. Em geral, são matérias-primas e produtos agrícolas tais como minério de ferro, petróleo, carvão, sal, açúcar, café, soja, alumínio, cobre, arroz, trigo, ouro, prata, paládio e platina. Mercadorias agrícolas (soft commodities) são bens que são cultivados, enquanto que a mercadorias pesadas (hard commodities) são bens que são extraídos ou minerados.

O que torna os produtos de base muito importantes na economia é o fato de que possuem cotação e "negociabilidade" globais; portanto, as oscilações nas cotações destes produtos de base têm impacto significativo nos fluxos financeiros mundiais, podendo causar perdas a agentes econômicos e até mesmo a países. O mercado de derivativos surgiu como uma proteção aos agentes econômicos contra perdas provocadas pela volatilidade nas cotações dos produtos de base.

Existe também uma outra classe de commodities energéticas que incluem a eletricidade, o gás, o carvão e o petróleo.

A eletricidade tem a característica particular de geralmente não ser armazenável com economicidade, pelo que tem de ser consumida de imediato após sua geração.

Grãos de soja

A passagem à qualidade de commodities (comoditização) ocorre quando o mercado de bens ou serviços deixa de fazer a diferenciação de produto na sua base de fornecimento, na maioria das vezes por causa do desaparecimento do ônus do capital intelectual (patentes etc.) que era necessário para o adquirir ou produzir de forma eficaz. Assim, produtos transformam-se em mercadorias quando o seu preço base deixa de ser onerado com a aplicação de um prêmio (premium) para os detentores desse capital, como no caso dos medicamentos genéricos da indústria farmacêutica ou dos circuitos integrados (chips).

Tipos[editar | editar código-fonte]

Observações[editar | editar código-fonte]

Transacção de commodities[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Mercado de Futuros

As commodities são bens de qualidade uniforme produzidas em grandes quantidades sendo que as produções de cada um são equivalentes (o petróleo da Aramco é igual ao da Exxon, por exemplo). Num mercado de commodities, é a padronização subjacente definida pelo contrato que a define como uma mercadoria e não a qualidade inerente à produção de um produtor específico.

O mercado português[editar | editar código-fonte]

Dado Portugal não ser um produtor diversificado à escala global, não existe um mercado de commodities e o mercado de futuros à semelhança dos existentes em alguns países europeus e no continente americano.

Os mercados de mercadorias (commodities exchange) mundiais incluem:

Os mercados para a transacção de mercadorias podem ser muito eficientes, em particular se a divisão em grupos corresponder aos segmentos da procura. Estes mercados responderão rapidamente às mudanças na oferta e na procura para encontrar um equilíbrio de mercado entre o preço e a quantidade. Para além disso, os investidores podem obter uma exposição passiva aos mercados de mercadorias através de índices de preços de mercadorias (commodity price index).

Superciclo de commodities[editar | editar código-fonte]

Um superciclo de commodities é um período de uma década em que as commodities são comercializadas acima dos preços comuns, sendo um fenômeno raro.[7]

O último superciclo foi na década de 2000, devido à industrialização e modernização chinesa que manteve os preços altos até 2014,[8] e é possível, mas improvável,[Nota 1] que aconteça outro superciclo na década de 2020 devido à pandemia de COVID-19,[10] no entanto, o aumento do preço das commodities em 2021 pode não ser o começo de um superciclo mas apenas uma recuperação econômica por causa das perdas causadas pela pandemia.[11]

Notas

  1. É esperado que apenas o preço do cobre continue acima do comum por causa do aumento da procura por tecnologias renováveis, às quais o cobre está associado[9]

Referências

  1. a b c Mattoso, Sylvio de Queirós. «Vocabulário de uma língua: Comódites ou Commodity?». Bahia Econômica. Consultado em 30 de dezembro de 2015. Arquivado do original em 23 de abril de 2016 
  2. Dicionário escolar da língua portuguesa/Academia Brasileira de Letras. 2ª edição. São Paulo. Companhia Editora Nacional. 2008. p. 327.
  3. a b c «comódite - Significado no Dicionário Rápido». www.nossalinguaportuguesa.com.br. Consultado em 30 de dezembro de 2015 
  4. a b «Aportuguesamentos - em www.DicionárioeGramática.com». DicionarioeGramatica.com. Consultado em 30 de dezembro de 2015 
  5. a b c «Commodities: o que são e quais seus principais tipos». Nubank. Dicionário Financeiro. 20 de abril de 2020. Consultado em 31 de agosto de 2021 
  6. a b c «As infinitas possibilidades de diferenciar uma comódite». tiagosoares.com.br. Consultado em 30 de dezembro de 2015 
  7. Spilker, Gregor (22 de março de 2021). «Are We Witnessing the Start of a New Commodities Supercycle?». Institutional Investor. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 22 de março de 2021 
  8. Bullard, Nathaniel (18 de março de 2021). «Is the world on the verge of a new commodities supercycle?». Aljazeera. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 21 de março de 2021 
  9. Hume, Neil; Sanderson, Henry (8 de junho de 2021). «Copper boom: how clean energy is driving a commodities supercycle». Financial Times. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 8 de junho de 2021 
  10. Brown, Randy (13 de abril de 2021). «Are We About To Enter A Commodity Supercycle?». Forbes. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 8 de maio de 2021 
  11. Hume, Neil; Terazono, Emiko (12 de maio de 2021). «Markets weigh prospect of new commodities supercycle». Financial Times. Consultado em 18 de julho de 2021. Cópia arquivada em 12 de maio de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]