Filosofia japonesa

A filosofia japonesa é caracterizada por uma fusão entre elementos culturais japoneses (como o xintoísmo) e elementos culturais estrangeiros (como a filosofia indiana, a filosofia chinesa e a filosofia ocidental).[1]
História[editar | editar código-fonte]
A filosofia japonesa tem suas raízes no xintoísmo, na pré-história japonesa. Porém foi só a partir do século V, com a importação do sistema de escrita chinês, que ela começou a ser registrada na forma escrita. Ao mesmo tempo, o pensamento filosófico japonês foi enriquecido com o budismo, taoismo e confucionismo chineses. O budismo, em especial, impactou fortemente o pensamento japonês.
Budismo Japonês[editar | editar código-fonte]

Dentro do budismo japonês, se destacamː
- Saicho (767-822), que criou a escola Tendai;
- Kukai (774-835), que criou a escola Shingon;
- Honen (1133-1212), que criou a escola Terra Pura;
- Shinran (1173-1262), um discípulo de Honen;
- Nitiren (1222-1253), que criou o budismo de Nitiren.
- Eisai Zenji (1141-1215), que introduziu a escola Rinzai no Japão;
- Dogen Zenji (1200-1253), o introdutor da escola Soto no Japão;
- Takuan Soho (1573-1645);
- Bankei Yotaku (1622-1693);
- Hakuin Ekaku (1685-1768).
Também se destaca a escola Zen, que influenciou fortemente a arte e a cultura do Japão medieval.[2]
Kokugaku[editar | editar código-fonte]

No final do século XVIII, a filosofia japonesa reagiu contra a influência budista e confuciana chinesa, e criou a escola Kokugaku, que valorizou as raízes genuinamente japonesas da cultura nacional. Destacaram-se os nomes deː
- Motoori Norinaga (1730-1801)
- Hirata Atsune (1776-1843)
Porém, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a escola foi criticada por ter, supostamente, dado origem ao militarismo e ao fascismo japonês dos anos 1930 e 1940.[3]
Influência ocidental[editar | editar código-fonte]
A partir de 1868, com a reabertura do país, a filosofia japonesa começou a ser influenciada pela filosofia ocidental. No sentido inverso, Daisetsu Teitaro Suzuki (1870-1966) introduziu o zen no ocidente, bem como Toshihiko Izutsu, que difundiu em língua inglesa análises comparadas entre filosofia oriental e ocidental.[4] A fusão entre a filosofia oriental e a filosofia ocidental foi desenvolvida especialmente por um grupo de pensadores ligados à Universidade de Kyoto que ficou conhecido como Escola de Quioto. Dentre seus representantes, podem-se citarː
- Nishida Kitaro (1870-1945)
- Hajime Tanabe (1885-1962)
- Hisamatsu Shin'ichi (1889-1980)
- Nishitani Keiji (1900-1990)
- Kôsaka Masaaki (1900-1969)
- Shimomura Toratarô (1900-1995)
- Kôyama Iwao (1905-1993)
- Suzuki Shigetaka (1907-1988)
- Takeuchi Yoshinori (1913-2002)
- Tsujimura Kôishi (1922-)
- Ueda Shizuteru (1926-)
- Kimura Bin (1931-)
- Ôhashi Ryôsuke (1944-)
- Hase Shôtô
- Horio Tsutomu
- Ômine Akira
- Fusita Masakatsu
- Mori Tetsurô
- Kawamura Eiko
- Matsumura Hideo
- Nakaoka Narifumi
- Okada Katsuaki
- Keta Masako
Também podem ser citados outros pensadores japoneses do século XX que não pertenciam à Escola de Quiotoː
- Kuki Shuzo (1888-1941)
- Hatano Seiichi (1877-1950)
- Miki Kyioshi (1897-1945)
- Tosaka Jun (1900-1945) (filósofo marxista que criticou a escola de Quioto, por ela ter produzido, nos anos 1930 e 1940, textos que fomentaram o fascismo japonês)
- Nakamura Hajime (1912-1999)
- Yuasa Yasuo (1925-2005) (estes dois últimos, pertencentes à Escola de Tóquio, que é a rival da escola de Quioto, e que se interessa mais por questões históricas)[5]
Referências
- ↑ MATTAR, J. Introdução à Filosofia. São Paulo. Pearson Prentice Hall. 2010. p. 281.
- ↑ MATTAR, J. Introdução à Filosofia. São Paulo. Pearson Prentice Hall. 2010. p. 281, 282.
- ↑ MATTAR, J. Introdução à Filosofia. São Paulo. Pearson Prentice Hall. 2010. p. 282.
- ↑ Krummel, John W. M. (2019). «Comparative Religion in Japan. Izutsu Toshihiko». In: Davis, Bret W. The Oxford Handbook of Japanese Philosophy (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press
- ↑ MATTAR, J. Introdução à Filosofia. São Paulo. Pearson Prentice Hall. 2010. p. 282-286.