Arquipélago dos Bijagós
Arquipélago dos Bijagós | ||||
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Ilhas do Arquipélago dos Bijagós | ||||
Geografia física | ||||
País | Guiné Bissau | |||
Localização | Oceano Atlântico | |||
Número de ilhas | 88 Ilhas, 20 habitadas | |||
Ilhas principais |
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Área | 2 624 km² | |||
Geografia humana | ||||
População | 32 424 (2009) | |||
Densidade | 12,4 hab./km² | |||
Capital | Bolama | |||
Maior cidade | Bolama | |||
Principais cidades | Abu, Uno, Bubaque | |||
Arquipélago dos Bijagós, frente à foz do rio Geba, na Guiné-Bissau, visto de satélite. |
O arquipélago dos Bijagós são um conjunto de ilhas costeiras e estuarinas da Guiné-Bissau, constituído por 88 ilhas, ilhéus e ilhotas, situadas ao largo da costa atlântica africana, com uma área total emersa de 2 624 km2 e uma população estimada de 32 400 habitantes (2009). O território corresponde a um antigo delta transformado em arquipélago pela subida pós-glaciar do nível médio do mar.[1] É ainda o único arquipélago deltaico da costa ocidental africana e o maior complexo de vasas de Africa.[1]
Referências
- ↑ a b «Trilhas Ecoturisticas ,Arquipelagos dos Bijagos». IBAP ,Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas. 2018. Consultado em 21 de maio de 2018. Arquivado do original em 22 de maio de 2018
Os Bijagós são uma área protegida, classificada, em 1996, pela UNESCO como reserva da biosfera. A reserva alberga uma diversificada fauna na qual se contam, entre outras espécies macacos, hipopótamos, crocodilos, aves pernaltas, tartarugas marinhas e lontras.[1]
Características gerais
[editar | editar código-fonte]O arquipélago tem uma área total de 2.624 km²[2] e uma população orçada em cerca de 30.000 habitantes (2006). Apenas 20 das ilhas têm populações significativas, já que a maioria ou são desabitadas ou têm populações muito reduzidas. A população fala maioritariamente o Bijagó e professa religiões animistas: são profundamente crentes e dedicam cerca de cem dias por ano a rituais religiosos.
Geograficamente organizam-se em 8 grupos de ilhas, somando 88 ilhas pertencentes ao arquipélago, onde salientam-se:
- Bolama
- Bubaque
- Caravela
- Carache
- Eguba
- Ganogo
- Menegue
- Orangozinho
- Soga
- Unhocomo
- João Vieira
- Uracane
- Unhocomozinho
- Formosa
- Galinhas
- Maio (Chediã)
- Orango Grande
- Poilão
- Ponta (Nago)
- Canhabaque/Roxa
- Rubane
- Uno
História
[editar | editar código-fonte]Na era pré-colonial o arquipélago constituía um importante ponto de passagem das rotas comerciais na costa ocidental Africana. Em 1930-1931 o antropólogo e fotógrafo Austríaco Hugo Bernatzik viveu no arquipélago onde documentou a vida do povo Bidyogo. A ilha de Orango tem uma sociedade matriarcal onde as mulheres escolhem os maridos ao cozinhar-lhes um prato (tradicionalmente peixe) que, sendo aceite e comido pelo pretendido, se torna o selo da união.
População
[editar | editar código-fonte]Os bijagós não são verdadeiramente originários destas ilhas, que lhes serviram de refúgio antes da conquista de Malinké. Terão chegado a estas ilhas depois de terem sido derrotados por outros povos do continente e construído as suas aldeias no centro das ilhas, em plena floresta, para melhor se defenderem.
A maior parte da população do arquipélago pertence à etnia bijagó. Contudo, existem outros grupos étnicos guineenses que coabitam com os bijagós neste meio insular. Por outro lado, os estrangeiros vindos da sub-região estão igualmente presentes no território em conjunto com os Nhomincas do Senegal, os guineenses de Conakri e os habitantes da Serra Leoa.[3]
Organização social
[editar | editar código-fonte]Cada aldeia que agrupa em média 100 a 200 pessoas, pode ser considerada uma entidade política, económica e religiosa.[4]
Divisão Administrativa/Ilhas
[editar | editar código-fonte]A maior parte das ilhas do arquipélago pertence administrativamente a Região de Bolama, sendo que as únicas exceções são o ilhéu (ou ilha) Mancebo, que faz parte da região de Quinara, e a ilha das Areias, parte da região do Biombo.
Divisão Administrativa
/Ilhas |
Sector | km²[5] | Hab.[6]
(2009) |
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Sector Bolama | Bolama | 10.206 | |
Ilha Bolama (Cidade 4.819 Hab.)[7] | Bolama | 98,1 | 6.024 |
Sector Bolama (Parte Continental) | Bolama | 2.549 | |
Ilha Galinhas | Bolama | 1.633 | |
Sector Bubaque | Bubaque | 11.204 | |
Ilha Bubaque (Cidade 4.299 Hab)[7] | Bubaque | 6.427 | |
Ilha de Canhabaque/Roxa | Bubaque | 110,9 | 2.478 |
Ilha de Soga | Bubaque | 842 | |
Ilha de Orangozinho | Bubaque | 107,0 | 706 |
Ilha de Ganogo | Bubaque | 458 | |
Ilha de Rubane | Bubaque | 165 | |
Ilha de Menegue | Bubaque | 122 | |
Ilha de João Vieira | Bubaque | 6 | |
Sector Caravela | Caravela | 5.101 | |
Ilha de Formosa | Caravela | 140,3 | 1.873 |
Ilha de Caravela | Caravela | 125,7 | 907 |
Ilha de Unhocomo | Caravela[8] | 678 | |
Ilha de Ponta (Nago) | Caravela | 619 | |
Ilha de Maio (Chediã) | Caravela | 436 | |
Ilha de Carache | Caravela | 80,4 | 428 |
Ilha de Unhocomozinho | Caravela[9] | 160 | |
Sector Uno | Uno | 5.913 | |
Ilha de Uno | Uno | 104,0 | 3.324 |
Ilha de Orango Grande | Uno | 272,5 | 1.250 |
Ilha Uracane | Uno | 1.181 | |
Ilha de Eguba | Uno | 158 | |
Total | 2.624[2] | 32.424 |
Economia
[editar | editar código-fonte]O bijagó autóctone é tradicionalmente ligado às actividades agrícolas, pois a economia do arquipélago repousa essencialmente na agricultura. Quanto à pesca, essa constitui uma actividade complementar e de subsistência. As mulheres dedicam-se igualmente à apanha do marisco e bivalves, principal fonte de proteína animal da população bijagó.[10]
O turismo no arquipelago é incipiente, recebendo cerca de 30 mil turistas por ano(2017).[11] Possui algumas instalações de ecoturismo.[12]
Clima
[editar | editar código-fonte]Com um clima tropical, as ilhas têm duas estações bem definidas: a das chuvas, entre maio e outubro, e a seca, de novembro a abril. A temperatura é sempre elevada, sendo os meses de dezembro e janeiro os mais frescos.[12]
A ilha de Orango tem muitos tipos de clima, desde o mais seco nas zonas de pouco pasto, savana, até uma muito húmido, quando se entra no meio da vegetação.
Biodiversidade
[editar | editar código-fonte]Pela importância da sua biodiversidade todo o arquipélago está classificado como Reserva Ecológica da Biosfera pela UNESCO.[13] Esta reserva ecológica é o abrigo de um sem-número de aves, nomeadamente, abutres, beija-flor de barriga verde, garajau, garça gigante, pelicanos, flamingos e tantos outros. Também podemos encontrar manatins africanos.[12] tartarugas marinhas, lontras-do-cabo, tubarões e na ilha de Orango, hipopótamos (únicos do mundo no meio marinho).[1]
Parques Nacionais/Áreas Protegidas
[editar | editar código-fonte]Parques Nacionais
[editar | editar código-fonte]Existem dois Parques Nacionais: O Parque Nacional de Orango e o Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão.
Áreas Protegidas
[editar | editar código-fonte]Existe uma Área Protegida: Área Marinha Protegida Comunitária das Ilhas Formosa, Nago e Tchedia (Urok).[10]
Geologia
[editar | editar código-fonte]As ilhas dos Bijagós são antigo delta transformado em arquipélago depois da subida do nível do mar.[4] É ainda o único arquipélago deltaico da costa ocidental africana e o maior complexo de vasas de Africa.[4]
Referências
- ↑ a b «Jornal Público ,Suplemento Fugas». Jornal Público , Portugal. 31 de março de 2018
- ↑ a b «Instituto Nacional de Estatística Guiné-Bissau». Consultado em 27 de abril de 2018
- ↑ Nóbrega, Álvaro (2009). A gestão do espaço e da propriedade tradicional no arquipélago dos Bijagós, Instituto Superior em Ciências Sociais e Políticas.
- ↑ a b c «Trilhas Ecoturisticas ,Arquipelagos dos Bijagos». IBAP ,Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas. 2018. Consultado em 21 de maio de 2018. Arquivado do original em 22 de maio de 2018
- ↑ «UNEP, ISLAND DIRECTORY». UNEP ,United Nations Environment Programme. 1998. Consultado em 15 de maio de 2017
- ↑ «Censo 2009» (PDF)
- ↑ a b «Censos 2009» (PDF)
- ↑ Ficheiro:Map of the sectors of the Bolama Region, Guinea-Bissau.png
- ↑ Ficheiro:Map of the sectors of the Bolama Region, Guinea-Bissau.png
- ↑ a b Nóbrega, Álvaro (2009). A gestão do espaço e da propriedade tradicional no arquipélago dos Bijagós,Instituto Superior em Ciências Sociais e Políticas.
- ↑ Antunes, Conceição (29 de janeiro de 2017). «Semanario EXPRESSO ,Caderno Economia». Semanario EXPRESSO. Consultado em 27 de abril de 2018
- ↑ a b c Costa, Sandra (9 de setembro de 2017). «Jornal Público ,Supmento Fugas». Jornal Público ,Portugal. Consultado em 25 de abril de 2018
- ↑ «Biosphere Reserves,UNESCO». UNESCO. Agosto de 2011. Consultado em 25 de abril de 2018
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Página da UNESCO sobre a Reserva Biosférica de Bijagós
- Arquipélado dos Bijagós - Guiné-Bissau, Rituais.com
- https://nationalgeographic.sapo.pt/natureza/grandes-reportagens/1556-bijagos-agosto2015?showall=1&limitstart= National Geographic