Intervenção turca na Guerra Civil Síria

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Intervenção turca na Guerra Civil Síria
Guerra Civil Síria

Turquia (laranja) e Síria (verde)
Data 5 dezembro 2011 (2011-12-05) – presente
Local Síria
Situação em andamento
Beligerantes
 Turquia
Lobos Cinzentos[2]
Alperen Ocakları

Estado Islâmico do Iraque e do Levante Estado Islâmico do Iraque e do Levante
Tahrir al-Sham (desde 2017)[3][4]
Síria governo sírio

Forças Democráticas Sírias

Batalhão Internacional da Liberdade


Resistência Nacional Síria (2016–17)
Comandantes
Turquia Recep Tayyip Erdoğan
Turquia İsmail Metin Temel
Turquia Hulusi Akar
Ebu Bekir Muhammed Abbas
Ömer Abdullah
Alparslan Çelik
Albay Ahmed Berri
Estado Islâmico do Iraque e do Levante Abu Bakr al-Baghdadi  
Estado Islâmico do Iraque e do Levante Abu Ala al-Afri 
Estado Islâmico do Iraque e do Levante Abu Ali al-Anbari 

Yunus Durmaz 
(Líder do EI na Turquia, Gaziantep)[18]
Abu Ansari[19]  
(Emir de al-Bab)
Abu Hussein al-Tunusi[20]  
(comandante de campo do sul de Raqqa)
Abu Khalid Urduni[21] 
(Amir of al-Bab)

Abu Ibrahim Al-Faransi[22]
(French emir of al-Bab)
Estado Islâmico do Iraque e do Levante Abu Ja'fr Dagestani  (emir do EI)[23]
Síria Bashar al-Assad
Síria Maher al-Assad
Síria Ali Abdullah Ayyoub

Curdistão sírio Hediya Yousef[13]
Curdistão sírio Mansur Selum[13]
Adnan Abu Amjad[14]
Anwar Khabat[15]
Talal Silo [16]

Abdulsettar Al-Cadiri [17]
     

A intervenção turca na Guerra Civil Síria refere-se a uma série de operações militares terrestres e aéreas em território sírio realizadas pela Turquia desde 2011, intervindo diretamente no conflito sírio. Esta intervenção respondeu aos interesses turcos de depor o presidente sírio Bashar al-Assad prestando ajuda à oposição militar e evitar a criação de um Estado curdo independente na sua fronteira sul.[24]

A Turquia está diplomática e militarmente envolvida na Guerra Civil Síria desde a sua eclosão em 2011. Inicialmente condenando o governo sírio pela repressão aos distúrbios civis durante a primavera de 2011, o envolvimento do governo turco evoluiu gradualmente para uma assistência militar ao Exército Livre Sírio em julho de 2011[25], confrontos nas fronteiras em 2012[26], e intervenções militares diretas em 2016-2017 (Operação Escudo do Eufrates)[27][28][29], em 2018 (Operação Ramo de Oliveira) [30] e em 2019 (Operação Nascente de Paz). [31] As operações militares resultaram na ocupação turca do norte da Síria desde agosto de 2016. [32][33][34]

Contexto[editar | editar código-fonte]

A Turquia, que teve uma relação relativamente amigável com a Síria na década anterior ao início da insurreição civil na Síria, na primavera de 2011, condenou o presidente sírio, Bashar al-Assad, pela violenta repressão aos protestos em 2011[35] e mais tarde, naquele ano, juntou-se a vários outros países exigindo sua renúncia.[36] No início da Guerra Civil Síria, a Turquia treinou desertores do exército sírio em seu território[37] e, em julho de 2011, um grupo deles anunciou o nascimento do Exército Sírio Livre, sob a supervisão da inteligência turca.[25] Em outubro de 2011, a Turquia começou a abrigar o Exército Sírio Livre, oferecendo ao grupo uma zona segura e uma base de operações. Juntamente com a Arábia Saudita e o Catar, a Turquia também forneceu armas aos rebeldes e outros equipamentos militares. As tensões entre a Síria e a Turquia pioraram significativamente depois que as forças sírias derrubaram um jato de combate turco em junho de 2012, e os confrontos na fronteira eclodiram em outubro de 2012.[26]

A Turquia também forneceu refúgio para dissidentes sírios. Ativistas da oposição síria se reuniram em Istambul em maio de 2011 para discutir uma mudança de regime,[38] e a Turquia abriga o chefe do Exército Sírio Livre, o coronel Riad al-Asaad.[39] A Turquia tornou-se cada vez mais hostil às políticas do governo de Assad e encorajou a reconciliação entre as facções dissidentes. O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, tentou "cultivar uma relação favorável com qualquer governo que assuma o lugar de Assad." [40] A partir de maio de 2012, alguns combatentes da oposição síria começaram a ser armados e treinados pela Organização Nacional de Inteligência Turca.[41]

Grupos de direitos humanos, incluindo o Observatório Sírio de Direitos Humanos e a Human Rights Watch, relataram que tropas turcas mataram centenas de civis fugitivos da guerra civil na Síria.[42] Isto inclui 76 crianças e 38 mulheres mortas pelos guardas de fronteira turcos.[43]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Turkey shells Syria's Afrin region, minister says operation has begun». Reuters. 20 de janeiro de 2018 
  2. «Turkey's nationalist 'Gray Wolves' enter Syrian fray». Al-Monitor. 3 de fevereiro de 2016. Consultado em 3 de julho de 2016. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2016 
  3. «Turkey, Russia may deploy soldiers to Syria"s Idlib for monitoring: Spokesperson – DIPLOMACY». Hürriyet Daily News – LEADING NEWS SOURCE FOR TURKEY AND THE REGION 
  4. «Hay'at Tahrir al-Sham: The attack carried out by the factions on Idlib is a treason – AWDnews». www.awdnews.com. Consultado em 11 de maio de 2019. Cópia arquivada em 15 de outubro de 2017 
  5. «Why Jaish al-Thuwar was bombarded by Turkey». Al-Monitor. 18 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2016 
  6. «British YPG fighters 'head to Manbij to face Turkish forces'». Middle East Eye. 2 de setembro de 2016 
  7. «Are the PKK and Cairo new allies?». Rudaw. 27 de Junho de 2016. Cairo allegedly gave the PKK delegation funds and weapons after the second meeting, the report adds. 
  8. «The UAE has it in for the Muslim Brotherhood». Al-Araby Al-Jadeed. 22 de fevereiro de 2017. Along with their American counterparts, Emirati special forces are said to be training elements of the opposition. They constitute a kind of Arab guarantee among the Syrian Democratic Forces – an umbrella group dominated by the Kurds of the PYD, on whom the US are relying to fight IS on the ground. 
  9. «The U.S. bombing of Syria implicates many of Trump's business interests». Vox. 16 de Abril de 2018 
  10. «UAE, Kurds Standing against US, Turkey in Syria». Farsnews. 22 de fevereiro de 2017 
  11. a b «U.S. Seeks Arab Force and Funding for Syria». Wall Street Journal. 16 de Abril de 2018. Saudi Arabia and the U.A.E. helped pay the stipends for the Syrian fighters the U.S. is supporting 
  12. «Saudi Arabia in talks with YPG to form new force». Daily Sabah. 30 de Maio de 2018 
  13. a b «Syrian Kurds declare new federation in bid for recognition». Middle East Eye. 17 de março de 2016 
  14. «Turkey calls on US, allies to reconsider Syria no-fly zone». AP. 21 de Novembro de 2016 
  15. «Hassan Ridha on Twitter» 
  16. [1]
  17. «Cópia arquivada». Consultado em 11 de maio de 2019. Cópia arquivada em 16 de novembro de 2017 
  18. haberler, Son. «Gaziantep'teki canlı bomba Yunus Durmaz çıktı – Son Dakika Haberler». www.sonhaberler.com 
  19. [2] El Bab'da son dakika: DEAŞ'ın sözde emiri Ebu Ensari öldürüldü
  20. [3] ISIS Leader Dead? Islamic State Emirs Killed By Turkish Warplanes In Syria
  21. [4] Turkey 'neutralizes' ISIL's political leader in al-Bab
  22. «Asaad Hanna on Twitter» 
  23. Lucas, Scott (29 de janeiro de 2014). «Syria: Turkey Hits Islamic State of Iraq Convoy Near Border – EA WorldView» 
  24. «Quiénes son los kurdos, el pueblo que lucha por tener un Estado propio en Medio Oriente desde hace 100 años». BBC. 13 de outubro de 2019 
  25. a b Manna, Haytham (22 de Junho de 2012). «Syria's opposition has been led astray by violence». The Guardian. London 
  26. a b Mackey, Robert. «Syria News». New York Times 
  27. «Turkey Launches Fresh Incursion into Syria». The Wall Street Journal. 3 de setembro de 2016 
  28. «Turkey Strikes Islamic State And Kurds in Syria». Sky News. 23 de agosto de 2016 
  29. «Turkey sends tanks into northern Syria». BBC. 24 de agosto de 2016 
  30. «Turkey shells Syria's Afrin region, minister says operation has begun». Reuters. 19 de janeiro de 2018 
  31. McKernan, Bethan (9 de outubro de 2019). «Turkey launches military operation in northern Syria». The Guardian 
  32. Christoph Sydow (14 de outubro de 2017). «Syrien: Willkommen in der türkischen Besatzungszone» [Syria: Welcome to the Turkish occupation zone]. Spiegel Online 
  33. Sirwan Kajjo (2 de março de 2017). «Skirmishes Mar Fight Against IS in Northern Syria». Voice of America. Turkish occupation “is an existential threat to the Assad government's ability to reclaim the entirety of its territory, which is a key argument that regime loyalists make in their support of Bashar al-Assad's government,” Heras said. 
  34. Robert Fisk (29 de março de 2017). «In northern Syria, defeated Isis fighters leave behind only scorched earth, trenches – and a crucifixion stand». The Independent. You can’t mistake the front line between the Syrian army and Turkey’s occupation force east of Aleppo. 
  35. Turkey condemns violence as Assad's helicopters open fire The Telegraph, 10 de Junho de 2011.
  36. Turkey tells Syria's Assad: Step down! Reuters, 22 November 2011.
  37. «[Syria for dummies]: Internal actors (1)». Today's Zaman. Cópia arquivada em 18 de fevereiro de 2016 
  38. «Syrian dissidents convene in Turkey to discuss regime change». France 24. Agence France-Presse. 1 de Junho de 2011 
  39. Karam, Zeina (5 de outubro de 2011). «Syrian dissident colonel takes refuge in Turkey». The Guardian. Beirut. Associated Press 
  40. Epatko, Larisa (15 de novembro de 2012). «Syria and Turkey: A Complex Relationship». PBS NewsHour 
  41. Weiss, Michael (22 de Maio de 2012). «Syrian rebels say Turkey is arming and training them». The Telegraph. London 
  42. Sirwan Kajjo (4 de maio de 2018). «Syrian refugees say Turkish border guards shooting at them». Ahval 
  43. «Turkish Jandarma kill Syrian civilians again and raise to 422, the number of civilian victims killed during their escape towards the Turkish territory». Syrian Observatory for Human Rights. 6 de abril de 2019