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Júlio Rasec

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Júlio Rasec
Júlio Rasec
Nome completo Júlio César Barbosa
Conhecido(a) por Júlio Rasec
Nascimento 4 de janeiro de 1968
Guarulhos, SP
Morte 2 de março de 1996 (28 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileiro
Período de atividade anos 70–1996
Carreira musical
Gênero(s)
Instrumento(s)
Modelos de instrumentos Roland U-20
Gravadora(s) EMI
Afiliações

Júlio César Barbosa, mais conhecido como Júlio Rasec (Guarulhos, 4 de janeiro de 1968São Paulo, 2 de março de 1996), foi um músico, cantor e compositor brasileiro, tecladista da banda de rock Mamonas Assassinas. O nome Rasec é a inversão de seu segundo nome, César.[2]

Júlio na juventude gostava de música sertaneja, e ouvia duplas como Tião Carreiro & Pardinho, Tonico & Tinoco e Peão Carreiro & Zé Paulo. Na infância, ganhou um teclado Casio e teve seu primeiro contato com a música.

Tornou-se célebre como compositor da maioria das canções da banda de rock cômico Mamonas Assassinas e por ser tecladista do grupo. Dentre suas composições, há a faixa "Vira-Vira", que inicialmente chamava-se "Vira-Bunda" e foi composta na década de 1980 pelo músico em parceria com um amigo.

Rasec foi vítima de um acidente aéreo que causou comoção nacional. Em 2 de março de 1996, o Learjet 25D onde viajava com seus colegas de banda caiu na Serra da Cantareira devido, principalmente, à exaustão do piloto, Jorge Martins, que interpretou mal as informações cedidas pela torre de contado e fez a manobra contrária à que levaria ao Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos.

Nascido em Guarulhos, em 4 de janeiro de 1968, Júlio César Barbosa era o filho primogênito do eletricista de manutenção Juliano Salles Barbosa[3] e de Carolina Camargo Nogueira e o irmão mais velho de Ana Paula "Rasec" Barbosa.[4] Quando criança era um menino quieto, mas muito atento aos programas de TV da época, como Super-Dinamo, Formiga Atômica e Vila Sésamo. Júlio era tido como um “mini gênio”, aos quatro anos, havia aprendido a ler e escrever em casa, além de ser o mais rápido de seus colegas, que terminava as atividades antes de todos e queria conversar quando seus amigos ainda estavam batendo cabeça com os exercícios.[5]

Quando menino, adorava ir à igreja, nunca faltou a nenhuma missa de domingo e até se tornou catequista. Amava também a música, desde pequenino, era fã de sertanejo raiz, adorava Tião Carreiro & Pardinho, Tonico & Tinoco e Peão Carreiro & Zé Paulo. Ainda na infância, ganhou de seu pai, Juliano, uma viola verde, mas não se deu bem com o instrumento. Aos nove anos, pediu ao pai que lhe desse um tecladinho Casio e ganhou, então passou a adorar os instrumentos musicais, especialmente os teclados.[5]

Anos 70: Primeiras composições e início na música

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Ainda na época em que frequentava a Igreja Católica, Júlio dava aula de catecismo para crianças de seis a dez anos na Igreja Santa Terezinha, em Cumbica, quando participou do Aust - Adolescentes Unidos Santa Terezinha, mas por ser esperto e ativo, logo foi promovido para o Just - Jovens Unidos Santa Terezinha, onde permaneceu até 1988. Conheceu Adilson Andrade de Matos e faziam juntos o jornalzinho da igreja, o Fofoca News. Com Adilson, Júlio escreveu o que viria ser mais tarde, um de seus maiores sucessos: Vira Bunda, baseada num ritmo tradicional português, onde cantariam em dueto. Era uma espécie de provocação ao padre da paróquia, Lino Camacho. A canção nunca chegou a ser apresentada ao vivo, visto que haveria a possibilidade de adquirir sérios problemas com Camacho. Somente dez anos depois, Júlio, na companhia de um novo amigo, decidiu reescrever o Vira.[5]

Em 4 de dezembro de 1989, indicado pelo pai, Júlio começou a trabalhar pela primeira vez, na Cummings do Brasil, onde surpreendeu a todos com sua genialidade e inteligência, se mostrando muito habilidoso, prestativo e fluente em inglês. A empresa o contratou como técnico e tradutor, onde ganhava 12 salários-mínimos mensais.[5]

1989–96: Utopia e Mamonas Assassinas

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Com um de seus primeiros salários, Júlio comprou uma guitarra Gibson, embora treinasse muito, sentia a necessidade de melhorar. Em junho de 1990, Ana Paula, a irmã caçula de Júlio, conheceu Aílton de Queiroz Jr., mais conhecido como Juninho, seu colega na escola de informática que, coincidentemente, era primo de Dinho, o vocalista da, até então, Banda Utopia e futuro amigo inseparável de Júlio. Percebendo o sofrimento do tecladista na guitarra, Juninho citou que na banda de seu primo havia um guitarrista excelente. Esse guitarrista era Bento Hinoto.[5]

A conexão com os membros do Utopia foi imediata e logo ficaram muito unidos, criando uma amizade inabalável. Para ficar próximo da banda, Júlio começou como roadie, mas no começo de 1991, ingressou oficialmente, sendo o último integrante a entrar para banda onde, mais tarde, assumiu os teclados depois da saída do então tecladista Márcio Cardoso de Araújo. Junto com Dinho, se tornou o principal compositor do Utopia e dos futuros Mamonas. Vale ressaltar que, apesar das composições alegres e irreverentes, ele também tinha uma vertente extremamente poética. Alguns dos poemas de Rasec foram utilizados no livro Mamonas Assassinas: Blá, Blá, Blá - A Biografia Autorizada[5]

Além de tecladista, Júlio também fazia vocal em algumas músicas: Interpretava Maria na música "Vira Bunda", que posteriormente veio a se chamar "Vira-Vira", e nas apresentações ao vivo cantava as músicas "Sábado de Sol" e "Sabão Crá Crá", além de imitar o cantor Belchior na música "Uma Arlinda Mulher", dividindo o vocal com Dinho.[6] Era o membro mais velho da banda[7] e tinha vergonha ao revelar sua idade, após o sucesso meteórico da banda, se mostrava preocupado com a super exposição e era o integrante que tinha a vida pessoal mais reservada.

Às 21h58min do dia 2 de março de 1996, o tecladista, acompanhado dos outros quatro integrantes do grupo Mamonas Assassinas, após um show em Brasília, partiu em um Learjet 25D prefixo PT-LSD com destino a Guarulhos, na grande São Paulo.[8] A aeronave, perto do destino, arremeteu em contato com a torre de controle, após o piloto informar que havia condições visuais para tal. Foi realizada, então, uma curva para a esquerda, mas a direção correta para chegar ao aeroporto era à direita.[9] Cerca das 23h16 o avião em que o grupo estava colidiu na Serra da Cantareira, no norte da cidade de São Paulo.[10]

Na tarde daquele dia, antes do show em Brasília, Júlio foi a um amigo cabeleireiro, para retocar seu cabelo. Lá, filmaram-no e o tecladista disse ter sonhado com um acidente aéreo. O registro do discurso do músico ganhou muita popularidade posteriormente.[11]

Referências

  1. Teixeira, Mauricio (3 de março de 2017). «Um pouco sobre Julio Rasec». Facebook. Consultado em 22 de julho de 2023 
  2. «"Nossa formação vai de Ultraman aos Power Rangers"». O Globo. 6 de dezembro de 1995. Consultado em 26 de fevereiro de 2016 
  3. «Homenagem aos Mamonas Assassinas em cemitério reúne familiares da banda». musica.uol.com.br. 2 de março de 2016. Consultado em 7 de setembro de 2023 
  4. Mamonas Para Sempre 2009, consultado em 23 de abril de 2023 
  5. a b c d e f Bueno, Eduardo (1996). Mamonas Assassinas: Blá, Blá, Blá - A Biografia Autorizada 🔗. [S.l.: s.n.] 
  6. Redação (11 de junho de 2018). «O cabelereiro que tingia um dos 'mamonas' atende hoje em Araraquara». RCIA Araraquara. Consultado em 22 de julho de 2023 
  7. «Mamonas Assassinas: A alma nas fotos». Correio Braziliense. 12 de março de 2020. Consultado em 22 de julho de 2023 
  8. «Mamonas Assassinas: o acidente que matou o grupo em 1996 nas páginas do Estadão - Notícias». Estadão. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  9. Miranda, Igor (2 de março de 2021). «O que causou o acidente de avião que matou os Mamonas Assassinas». Igor Miranda. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  10. «26 anos sem Mamonas Assassinas: inexperiência e exaustão do piloto causaram o acidente aéreo». Revista Cifras. 2 de março de 2022. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  11. «Casos de Premonição». Mais Você - Gshow. Junho de 2012. Consultado em 26 de fevereiro de 2016 
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