Cumbica

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Cumbica
Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.
Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.
Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.
Localização
Cumbica dentro do Distrito Jardim Presidente Dutra, em Guarulhos
Cumbica dentro do Distrito Jardim Presidente Dutra, em Guarulhos
Cumbica dentro do Distrito Jardim Presidente Dutra, em Guarulhos
País  Brasil
Estado São Paulo (estado) São Paulo
Município Guarulhos Guarulhos
Distrito Jardim Presidente Dutra
Características geográficas
Área total 21,26 km²
População total (2010) 91 772 hab.
Densidade auto hab./km²
IBGE 2010
Bairros de Guarulhos Guarulhos

Cumbica é um bairro do município de Guarulhos, no estado de São Paulo.

Ocupa uma área de 23,05 km² e com população de 91 772 habitantes, segundo o Censo 2010, sendo o terceiro bairro mais populoso de Guarulhos (ficando atrás do Pimentas e Bonsucesso). Ao norte do bairro, localizam-se o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos e a Base Aérea de São Paulo.

História[editar | editar código-fonte]

Cumbica era originalmente uma fazenda que pertenceu ao ex-vereador paulistano (de origem portuguesa) Abílio Soares, sendo que este foi morto (em 1919) a tiros devido à uma desavença em relação à demarcação da área da fazenda. Em 1922, foi vendida pelos herdeiros de Abílio Soares por 650 000 contos de réis para as famílias Guinle e Samuel Ribeiro (que eram sócias)[1], onde foi instalada a Empresa Agrícola Mavillis S/A. Em 1940, os proprietários doaram 90% da fazenda à União para que ali fosse construída uma base aérea militar, a Base Aérea de São Paulo. Cinco anos depois, os 10% restantes foram vendidos à Clawi Empreendimentos, uma imobiliária que administra loteamentos em Guarulhos.[2] Devido à amizade da Família Guinle com o aviador Edu Chaves, entre as décadas de 20 e 30, foram iniciadas as atividades aéreas na Fazenda Cumbica, sendo implantada uma pista de pouso no local.[3]

Seu desenvolvimento se deu inicialmente com a construção da referida Base Aérea, posteriormente recebeu uma estação do Tramway da Cantareira, o famoso "Trem das Onze", o ramal para a base saía da antiga estação Guarulhos, que hoje é a praça IV Centenário, a ferrovia foi desativada, e logo depois foi construída a Via Dutra, atraindo várias indústrias para a região. Nos anos 80, recebeu o aeroporto, o que desenvolveu ainda mais a região, trazendo importantes redes de hotéis.

Sistema viário[editar | editar código-fonte]

O bairro é cortado por três rodovias, sendo elas a Rodovia Presidente Dutra, Rodovia Helio Smidt (que faz ligação o Aeroporto) e Rodovia Ayrton Senna da Silva, o que garante grande fluxo de veículos leves e pesados no bairro. Além destas rodovias, merecem destaque as avenidas Papa João Paulo, que leva ao bairro de Bonsucesso, Monteiro Lobato ligando Cumbica ao Centro Comercial de Guarulhos, e a Alberto Santos Dumont que corta todo o bairro até chegar em Ermelino Matarzzo na Zona Leste. Apresentam características industriais e comerciais. Há ainda outras vias como a Avenida Antônio Bardella, Avenida Orlanda Bérgamo e a Estrada Velha Guarulhos-São Miguel, local onde será instalado o parque tecnológico de Guarulhos.

Indústrias[editar | editar código-fonte]

O distrito de Cumbica possui o maior parque industrial de Guarulhos, sendo que cerca de 50% das industrias do município localiza-se no local, mais precisamente na Cidade Satélite Industrial de São Paulo. Mais conhecida como Cidade Satélite, o local nasceu da ideia de formação de um condomínio industrial. O projeto original contemplava avenidas largas, escolas, creches, centros de convivência, parques e praças. Entretanto não é apenas na Cidade Satélite que aloca industrias. Grandes aglomerações industrias também são encontradas ao longo da Rodovia Presidente Dutra, Rodovia Ayrton Senna e Avenida Monteiro Lobato, além da Avenida Santos Dumont, que corta o bairro de norte a sul.

Comércio[editar | editar código-fonte]

O distrito de Cumbica possui uma forte área comercial, centralizada nas esquinas das Avenidas Monteiro Lobato e Santos Dumont. Ali se encontra agências bancárias, lotéricas, Correios, cartórios eleitorais e um cartório de registo civil, além de inúmeros outros estabelecimentos comerciais e prestadoras de serviço. A rua capitão Aviador Valter Ribeiro é considerada a principal rua de comércio da região. Está área é considerada pela Lei de Zoneamento como sendo um dos sete subcentros do município.

Movimento de Emancipação[editar | editar código-fonte]

Na década de 1980, criou-se a ASEC - Associação dos Empresários de Cumbica, que tinha por objetivo reunir todos os empresários da região de Cumbica para reivindicar melhorias na região. Perante o descaso do poder público às reivindicações, iniciou-se um movimento de emancipação do distrito. A ideia era criar um novo município que abrangeria todo o distrito de Cumbica. O movimento não obteve êxito, sendo que o tema voltou a tona em 2007 com algumas modificações: além de Cumbica, os distritos do Pimentas, Bonsucesso, Presidente Dutra, Aracília, Sadokim, Itaim e Água Azul também fariam parte deste novo município. O ressurgimento do tema foi visto com ceticismo e foi relegado pela sociedade civil organizada e população da região, bem como pela prefeitura e o projeto foi descontinuado.[4][5]

Bairros[editar | editar código-fonte]

Além da Cidade Satélite, o distrito de Cumbica possuí alguns bairros em seu interior, sendo os mais conhecidos:

Etimologia[editar | editar código-fonte]

A etimologia da palavra "cumbica" ou precisamente "cumbuca" de onde se originou a palavra, é controversa e perdida no tempo. Algumas hipóteses de renomados historiadores como Mario Henrique Simonsen (Maçom) aventadas comumente, todas elas baseadas na língua tupi e guarani ou tupi-guarani (fusão das duas), são:

  • "Buraco ou Ninho - de - serpentes ou animais com línguas - cortadas" (Tupi - guarani no vernáculo original de fusão das duas línguas)
  • "nuvem baixa" sinal de "Perigo - eminente", "nevoeiro"[carece de fontes?]
  • "mata da criança" (do tipi) ou e "destrói - idiotas - despreparados" (do guarani), a partir de kunumim (criança) e ka'a (mata)[6]
  • variante de "cuimbuca", espécie de buraco no chão também mais tarde veio a denominar-se no guarani de copo, taça ou também de cuia[7]

Referências

  1. «Família Guinle quer reaver na Justiça o aeroporto de Guarulhos». Consultado em 29 de julho de 2016 
  2. «Família de Abílio Soares briga por herança | VEJA São Paulo». Consultado em 29 de julho de 2016 
  3. «Edu Chaves: aviador que deu origem ao aeroporto de Cumbica — A Província - Paixão por Piracicaba». 14 de abril de 2009. Consultado em 29 de julho de 2016 
  4. [1][ligação inativa]
  5. «Cópia arquivada». Consultado em 16 de outubro de 2012. Arquivado do original em 23 de julho de 2013 
  6. [2]
  7. [3]
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