Línguas de São Tomé e Príncipe

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São Tomé e Príncipe tem o português como língua oficial e nacional. É falado virtualmente por toda a população. São também faladas variedades reestruturadas desenvolvidas localmente de português ou crioulos portugueses como o forro, o angolar e o principense.[1] O crioulo cabo-verdiano que também é um crioulo português também é bastante falado no país.[2] São falados também o português dos Tongas e resquícios de línguas do grupo bantu.[2] Atualmente o francês e o inglês são também amplamente falados no país.

Língua portuguesa[editar | editar código-fonte]

O dialeto do português falado em São Tomé e Príncipe guarda muitas características do português arcaico na pronúncia, no léxico e até na construção sintática. Era a língua falada pela população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades. Sua pronúncia, gramática e sintaxe são similares aos do português brasileiro. Atualmente, é o português falado pela população em geral, enquanto que a classe política e a alta sociedade usam o português europeu padrão, na maioria das vezes aprendido durante os estudos feitos em Portugal.[3] O português é falado como língua materna por 50% da população do país e como primeira ou segunda língua é falado por 98,4% da população.[4]

Línguas crioulas[editar | editar código-fonte]

As línguas crioulas surgiram a partir do contato entre os povoadores portugueses e os escravos africanos. Atualmente no país são falados quatro crioulos de base portuguesa: o são-tomense (ou forro), o angolar, o principense e o crioulo cabo-verdiano, que são amplamente usados pela população.[2][5]

São-tomense[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: São-tomense

O são-tomense ou forro como é conhecido localmente é a língua materna da maioria dos habitantes de São Tomé e Príncipe é falado por 36,2% dos habitantes, principalmente pela população da ilha de São Tomé. Este crioulo deve ter se estabilizado no final do século XVII, quando diminuiu o fluxo de escravos, tendo atingido uma forma muito próxima da atual. Durante o primeiro século os escravos eram levados principalmente do Benim onde se falavam as línguas cuás. Posteriormente recebeu influências do quicongo falado pelos escravos vindos do rio Congo.[6]

Angolar[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Angolar

O angolar, embora menos expressivo, é uma outra língua crioulo, que também subsiste, na ilha de São Tomé. É falado por 6,6% da população de São Tomé e Príncipe. A comunidade angolar foi formada por escravos fujões do século XVI. O crioulo falado pelas primeiras gerações de angolares sofreu provavelmente uma relexificação à medida que a comunidade recebia novos escravos fujões falantes de línguas de origem banta, como o quimbundo, o edo e o quicongo.[6]

Principense[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Principense

O principense é o crioulo falado na ilha do Príncipe. é atualmente muito pouco falado no país somente por 1% da população. Ele apresenta grandes afinidades com o forro, não só pela origem são-tomense dos primeiros escravos cuja língua serviu de modelo aos escravos posteriormente importados, mas também pela coincidência do substrato linguístico oriundo do banto e kwa.[6]

Crioulo cabo-verdiano[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Crioulo cabo-verdiano

Apesar de não ser uma língua crioula autóctone de São Tomé e Príncipe o crioulo cabo-verdiano que é um crioulo de base portuguesa da Alta Guiné é falado por 8,5% da população do país. Este crioulo foi levado ao país pelos milhares de cabo-verdianos que emigraram para o país durante o século XX para trabalhar na agricultura.[2]

O crioulo cabo-verdiano que teve uma forte implantação e é hoje falado um pouco por todo o arquipélago, sendo a língua dominante em diversas roças e na ilha do Príncipe. Atualmente ainda não existem estudos sobre as particularidades deste crioulo no espaço geográfico de São Tomé e Príncipe.[2]

Outras línguas[editar | editar código-fonte]

Línguas africanas[editar | editar código-fonte]

Ao contrário do crioulo de Cabo Verde, as línguas do continente africano tendem a desaparecer rapidamente das ilhas, porque na maioria das vezes não aconteceu a transmissão de geração em geração.[2] Atualmente o fang, uma língua banta, é falado por 13 mil pessoas em São Tomé e Príncipe.[7]

Línguas europeias[editar | editar código-fonte]

Em São Tomé e Príncipe também são faladas outras línguas como o francês que é dominada por 6,8% da população e o inglês por 4,9% são as línguas estrangeiras ensinadas nas escolas de São Tomé e Príncipe.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Languages of São Tomé e Príncipe» (em inglês). SIL International. Consultado em 13 de março de 2015 
  2. a b c d e f «As Línguas de S. Tomé e Príncipe» (PDF). Consultado em 13 de março de 2015 
  3. «A língua portuguesa: São Tomé e Príncipe». Consultado em 13 de março de 2015 
  4. «Sao Tome and Principe in CIA World Factbook» (em inglês). CIA. Consultado em 16 de dezembro de 2016 
  5. «São Tomé e Príncipe». Info Escola. Consultado em 13 de março de 2015 
  6. a b c «Crioulos de base portuguesa». Consultado em 13 de março de 2015 
  7. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome A

Ligações externas[editar | editar código-fonte]