Leonor de Anjou

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Leonor
Leonor de Anjou
Moisaco representando a rainha na Catedral de Messina.
Rainha Consorte da Sicília
Reinado 17 de maio de 130225 de junho de 1337
Antecessor(a) Branca de Anjou
Sucessor(a) Isabel da Caríntia
 
Nascimento agosto de 1289
  Nápoles
Morte 9 de agosto de 1341 (52 anos)
  Mosteiro de São Nicolas de Arena, Catânia, Reino da Sicília
Sepultado em Mosteiro Franciscano, Catânia
Cônjuge Filipe de Toucy
Frederico II da Sicília
Descendência Pedro II da Sicília
Rugiero
Constança, Rainha do Chipre e Armênia
Manfredo de Atenas
Isabel, Duquesa da Baviera
Guilherme II de Atenas
João, Marquês de Randazzo
Catarina
Margarida, Condessa Palatina do Reno
Casa Anjou (por nascimento)
Barcelona (por casamento)
Pai Carlos II de Nápoles
Mãe Maria da Hungria

Leonor de Anjou (em italiano: Eleonora; Nápoles, agosto de 1289 – Mosteiro de São Nicolas de Arena, 9 de agosto de 1341)[1] foi rainha consorte da Sicília pelo seu segundo casamento com Frederico II da Sicília.

Família[editar | editar código-fonte]

Leonor com as suas irmãs: Margarida, Branca, Maria e Beatriz na Bíblia de Nápoles.

Leonor foi a terceira filha e décima primeira criança nascida do rei Carlos II de Nápoles e de Maria da Hungria.

Os seus avós paternos foram Carlos I, Conde de Anjou e rei da Sicília e Beatriz da Provença. Os seus avós maternos foram Estêvão V da Hungria e Isabel da Cumânia.

Ela teve quatorze irmãos, entre eles: Carlos Martel de Anjou, rei titular da Hungria e Croácia, marido de Clemência de Habsburgo; Margarida, esposa do conde Carlos de Valois, o bispo Luís de Tolosa; o rei Roberto I de Nápoles, o príncipe Filipe I de Tarento; Branca, rainha de Aragão e Sicília como esposa de Jaime II de Aragão; Raimundo Berengário, conde de Andria; Maria, rainha consorte de Sancho de Maiorca; o conde Pedro Tempesta, o duque João de Durazzo; Beatriz, primeiro esposa de Azo VIII de Este, marquês de Ferrara, e depois de Bertrando III de Baux, etc.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Em 1299, quando tinha apenas aproximadamente 10 anos de idade, Leonor se casou com Filipe de Toucy, príncipe titular de Antioquia e senhor de Terza. Ele era filho de Narjor de Toucy, senhor de Terza e de Lúcia de Antioquia. Contudo, devido à minoridade de ambos, o casamento foi anulado por bula papal em 17 de janeiro de 1300, pelo Papa Bonifácio VIII.[1]

Em 1302, Leonor foi considerada como possível noiva do infante Jaime, filho de Jaime II de Maiorca. [2]

O seu segundo casamento, desta vez com o rei Frederico, aconteceu em maio de 1303, na cidade de Messina,[1] graças ao Tratado de Caltabellotta, assinado em 31 de agosto de 1302, com o objetivo de encerrar a Guerra das Vésperas Sicilianas entre as Casas Anjou, da parte do pai de Leonor, e Barcelona, da parte de seu noivo, que lutavam pelo controle do Mediterrâneo, especialmente nas regiões da Sicília e Mezzogiorno. Segundo o acordo, Leonor recebia do pai a Sicília como o seu dote durante a vida de seu marido, após o qual o reino retornaria ao seu pai, Carlos, e aos seus herdeiros. [1]Frederico era filho de Pedro III de Aragão e de Constança de Hohenstaufen. O seu marido lhe deu o Castelo de Avola, as cidades de Siracusa, Lentini, Mineo, Vizzini, Paternò, Castiglione, Francavilla e o solar de Val di Stefano di Briga, cujo governo e a administração lhe correspondeu desde então. [2]

Antes de casar com Leonor, porém, Frederico esteve noivo de Catarina de Courtenay, imperatriz latina de Constantinopla. Ele tinha prometido renunciar os seus direitos à Sicília e auxiliar na reconquista do Império Latino, porém, sua proposta encontrou oposição por parte do rei Filipe IV de França, e o noivado foi terminado.[3] Leonor era prima de Catarina através de Carlos I, Conde de Anjou, avô paterno de Leonor e materno de Catarina.

O tratado dividiu o antigo Reino da Sicília entre a porção insular e peninsular. A ilha, também chamada de Reino de Trinacria passou a ser domínio de Frederico II que já o governava, e o Mezzogiorno, que à época era chamado de Reino da Sicília, mas hoje conhecido como Reino de Nápoles, foi para Carlos II, que já o governava. Assim, o tratado serviu para reconhecer e formalizar o status quo dos reinos.

A rainha tentou atuar como mediadora entre o marido e o irmão quando ambos reabriram a guerra em 1312, tanto por iniciativa própria quanto por apelos de Jaime II de Aragão e do Papa, mas não obteve sucesso. Ela também falhou em 1325, quando tentou mediar com seu sobrinho Carlos da Calábria, que havia atacado a Sicília, e em 1329, quando a pedido do Papa João XXII, tentou estabelecer a paz entre a Sicília de um lado e Nápoles e a Igreja, por outro, ou a nova tentativa de 1333. Após a morte do marido, o rei, em 25 de junho de 1337, tentou ter uma maior intervenção nos assuntos do governo, mas colidiu com a mesma ambição da nora, Isabel da Caríntia; ambas dependiam de clãs nobres conflitantes, Leonor nos Chiaramontes e Isabel nos Palizzi, o que não melhorou a estabilidade interna. Depois de outra tentativa de mediação entre o filho e o Papa Bento XII, também fracassada, retirou-se para um convento. Ela concordou com o marido em uma espiritualidade franciscana e em seu desejo de reformar a Igreja; Leonor era uma grande protetora de igrejas e mosteiros. [2]

O rei e a rainha tiveram nove filhos, cinco meninos e quatro meninas.

Ela faleceu em 9 de agosto de 1341, no Mosteiro de São Nicolas de Arena, na Catânia, e foi enterrada no Mosteiro Franciscano da comuna siciliana.[4]

Descendência[editar | editar código-fonte]

Ascendência[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. a b c d «SICILY/NAPLES: COUNTS & KINGS». fmg.ac 
  2. a b c «Leonor de Anjou». dbe.rah.es (Real Academia de La Historia 
  3. «CONSTANTINOPLE, LATIN EMPIRE». fmg.ac 
  4. «Eleonora D'Angiò». findagrave.com 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Eleanor of Anjou».