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Partido da imprensa golpista: diferenças entre revisões

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O '''Partido da Imprensa Golpista''', também conhecido como '''PIG''' ou '''PiG''', é um termo usado por jornalistas da imprensa alternativa para se referir a órgãos de imprensa e [[jornalismo|jornalistas]] tidos como adeptos da [[direita política]], que se utilizariam da chamada ''[[grande mídia]]'' como meio de propagar suas ideias e tentar desestabilizar governos de [[política|orientação política]] diversa.<ref name=FSC2>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=538JDB006 CAMPOS, Fernando Soares. ''IMPRENSA GOLPISTA: Sem a internet, Lula já teria caído.'' Observatório da Imprensa, ISSN 1519-7670 - Ano 14 - nº 538 - 22/12/2009, publicação original 19 de maio de 2009]</ref>
O '''Partido da Imprensa Golpista''', também conhecido como '''PIG''' ou '''PiG''', é um termo usado por jornalistas da imprensa alternativa de esquerda para se referir a órgãos de imprensa e [[jornalismo|jornalistas]] tidos como adeptos da [[direita política]], que se utilizariam da chamada ''[[grande mídia]]'' como meio de propagar suas ideias e tentar desestabilizar governos de [[política|orientação política]] diversa.<ref name=FSC2>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=538JDB006 CAMPOS, Fernando Soares. ''IMPRENSA GOLPISTA: Sem a internet, Lula já teria caído.'' Observatório da Imprensa, ISSN 1519-7670 - Ano 14 - nº 538 - 22/12/2009, publicação original 19 de maio de 2009]</ref>


A expressão surgiu entre [[internauta]]s [[brasil]]eiros<ref>{{citar web|url=http://partidodaimprensagolpista.blogspot.com/2009/07/origem-do-termo-pig.html|titulo=Origem do termo PIG|autor=partidodaimprensagolpista.blogspot.com|data=|publicado=16 de julho de 2009|acessodata=3 de fevereiro de 2010}}</ref> em [[2007]], mas foi popularizada pelo jornalista [[Paulo Henrique Amorim]] em seu [[blog]] ''[[Conversa Afiada]]''. Amorim, quando utiliza o termo, escreve com um ''i'' minúsculo, em alusão ao portal [[iG]], do qual foi demitido em [[18 de março]] de [[2008]], no que descreve como um processo de "limpeza ideológica". De acordo com ele, até políticos teriam passado a fazer parte do PIG:
A expressão surgiu entre [[internauta]]s [[brasil]]eiros<ref>{{citar web|url=http://partidodaimprensagolpista.blogspot.com/2009/07/origem-do-termo-pig.html|titulo=Origem do termo PIG|autor=partidodaimprensagolpista.blogspot.com|data=|publicado=16 de julho de 2009|acessodata=3 de fevereiro de 2010}}</ref> em [[2007]], mas foi popularizada pelo jornalista [[Paulo Henrique Amorim]] em seu [[blog]] ''[[Conversa Afiada]]''. Amorim, quando utiliza o termo, escreve com um ''i'' minúsculo, em alusão ao portal [[iG]], do qual foi demitido em [[18 de março]] de [[2008]], no que descreve como um processo de "limpeza ideológica". De acordo com ele, até políticos teriam passado a fazer parte do PIG:
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{{quote|O partido deixou de ser um instrumento de golpe para se tornar o próprio golpe. Com o discurso de jornalismo objetivo, fazem o trabalho não de imprensa que omite; mas que mente, deforma e frauda.<ref name=UCB> [http://www.opn.ucb.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=6406 UCB. ''Paulo Henrique Amorim fala sobre “PIG” e jornalismo na Internet.'' Brasília: Oficina de Produção de Notícias, Curso de Comunicação Social, Universidade Católica de Brasília, 27 de outubro de 2009]</ref> |Paulo Henrique Amorim}}
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O termo também é constantemente utilizado pelos jornalistas [[Luiz Carlos Azenha]] e [[Rodrigo Vianna]] em seus blogs, em referência a eventos ocorridos no Brasil e no exterior.<ref>{{citar web|url=http://www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/imprensa-golpista-ontem-e-hoje-como-enfrentar-o-pig|titulo=Imprensa golpista ontem e hoje: como enfrentar o PIG?|autor=Rodrigo Vianna|data=|publicado=|acessodata=30-01-2010}}</ref><ref>{{citar web |autor=AZENHA, Luiz Carlos |url=http://www.viomundo.com.br/opiniao/o-pig-apanha-nas-urnas-desta-vez-no-equador/ |título=O PIG apanha nas urnas. Desta vez no Equador |publicado=Vi o Mundo |data=26 de abril de 2009 |acessodata=29 de abril de 2009}}</ref>
O termo também é constantemente utilizado pelos jornalistas [[Luiz Carlos Azenha]] e [[Rodrigo Vianna]] - ambos demitidos da Rede Globo - em seus blogs, em referência a eventos ocorridos no Brasil e no exterior.<ref>{{citar web|url=http://www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/imprensa-golpista-ontem-e-hoje-como-enfrentar-o-pig|titulo=Imprensa golpista ontem e hoje: como enfrentar o PIG?|autor=Rodrigo Vianna|data=|publicado=|acessodata=30-01-2010}}</ref><ref>{{citar web |autor=AZENHA, Luiz Carlos |url=http://www.viomundo.com.br/opiniao/o-pig-apanha-nas-urnas-desta-vez-no-equador/ |título=O PIG apanha nas urnas. Desta vez no Equador |publicado=Vi o Mundo |data=26 de abril de 2009 |acessodata=29 de abril de 2009}}</ref>


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Em entrevista ao jornal ''[[O Globo]]'', Maria Judith Brito, presidente da [[Associação Nacional de Jornais]] e executiva da ''[[Folha de S. Paulo]]'', afirmou que o governo se incomoda com a imprensa, criticou fortemente o [[Plano Nacional de Direitos Humanos]] e fez a seguinte declaração: "A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo."<ref>[http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/03/18/entidades-de-imprensa-fecomercio-estudam-ir-ao-stf-contra-plano-de-direitos-humanos-916107358.asp FARAH, Tatiana. ''Entidades de imprensa e Fecomercio estudam ir ao STF contra plano de direitos humanos]. Rio de Janeiro: ''O Globo'', 18 de março de 2010.</ref> <ref name=INVERSAO>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=586JDB003 ARAÚJO, Washington. ''INVERSÃO DE PAPÉIS: A imprensa como partido político.'' São Paulo: Observatório da Imprensa, 20 de abril de 2010]</ref>
Em entrevista ao jornal ''[[O Globo]]'', Maria Judith Brito, presidente da [[Associação Nacional de Jornais]] e executiva da ''[[Folha de S. Paulo]]'', afirmou que o governo se incomoda com a imprensa, criticou fortemente o [[Plano Nacional de Direitos Humanos]] e fez a seguinte declaração: "A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo."<ref>[http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/03/18/entidades-de-imprensa-fecomercio-estudam-ir-ao-stf-contra-plano-de-direitos-humanos-916107358.asp FARAH, Tatiana. ''Entidades de imprensa e Fecomercio estudam ir ao STF contra plano de direitos humanos]. Rio de Janeiro: ''O Globo'', 18 de março de 2010.</ref> <ref name=INVERSAO>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=586JDB003 ARAÚJO, Washington. ''INVERSÃO DE PAPÉIS: A imprensa como partido político.'' São Paulo: Observatório da Imprensa, 20 de abril de 2010]</ref>


A declaração de Maria Judith Brito foi bastante criticada na imprensa alternativa<ref name=INVERSAO>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=586JDB003 ARAÚJO, Washington. ''INVERSÃO DE PAPÉIS: A imprensa como partido político.'' São Paulo: Observatório da Imprensa, 20 de abril de 2010]</ref> e por autoridades ligadas ao governo. Em artigo publicado na ''[[Carta Maior]]'', [[Jorge Furtado]] afirmou que a presidente da associação teria assumido que a grande imprensa do país "virou um partido político" e a criticou por não questionar a "moralidade de seus filiados [ao] assumirem a 'posição oposicionista deste país' enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo"<ref>[http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16499 A antiga imprensa, enfim, assume partido]. FURTADO, Jorge. ''Carta Maior'', 2 de abril de 2010.</ref>. Luciano Martins Costa, do ''[[Observatório da Imprensa]]'', fez crítica semelhante, afirmando que "o risco maior para a imprensa vem da própria imprensa, quando os jornais se associam para agir como um partido político".<ref>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=582JDB012 Imprensa versus governos], COSTA, Luciano Martins. ''Carta Maior'', 25 de março de 2010.</ref> O ministro [[Paulo de Tarso Vannuchi|Paulo Vannuchi]], titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, também criticou a declaração, afirmando que a imprensa "vem confundindo um papel que é dela — informar, cobrar e denunciar — com o papel do protagonismo partidário".<ref>[http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/03/31/imprensa34745.shtml "Ministro Paulo Vannuchi diz que imprensa age como 'partido de oposição'"], Portal ''Imprensa'', 31 de março de 2010.</ref> Washington Araújo, no ''Observatório da Imprensa'', questiona: "será papel dos meios de comunicação substituir a ação dos partidos políticos no Brasil, seja de situação ou de oposição? (...) Em isso acontecendo... não estaremos às voltas com clássica usurpação de função típica de partido político? E não seria esta uma gigantesca deformação do rito democrático?"<ref>http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=586JDB003</ref> <ref name=INVERSAO>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=586JDB003 ARAÚJO, Washington. ''INVERSÃO DE PAPÉIS: A imprensa como partido político.'' São Paulo: Observatório da Imprensa, 20 de abril de 2010]</ref>
A declaração de Maria Judith Brito foi bastante criticada na imprensa alternativa<ref name=INVERSAO>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=586JDB003 ARAÚJO, Washington. ''INVERSÃO DE PAPÉIS: A imprensa como partido político.'' São Paulo: Observatório da Imprensa, 20 de abril de 2010]</ref>, ligada a ideologias de esquerda, e por autoridades ligadas ao governo. Em artigo publicado na ''[[Carta Maior]]'', [[Jorge Furtado]] afirmou que a presidente da associação teria assumido que a grande imprensa do país "virou um partido político" e a criticou por não questionar a "moralidade de seus filiados [ao] assumirem a 'posição oposicionista deste país' enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo"<ref>[http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16499 A antiga imprensa, enfim, assume partido]. FURTADO, Jorge. ''Carta Maior'', 2 de abril de 2010.</ref>. Luciano Martins Costa, do ''[[Observatório da Imprensa]]'', fez crítica semelhante, afirmando que "o risco maior para a imprensa vem da própria imprensa, quando os jornais se associam para agir como um partido político".<ref>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=582JDB012 Imprensa versus governos], COSTA, Luciano Martins. ''Carta Maior'', 25 de março de 2010.</ref> O ministro [[Paulo de Tarso Vannuchi|Paulo Vannuchi]], titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, também criticou a declaração, afirmando que a imprensa "vem confundindo um papel que é dela — informar, cobrar e denunciar — com o papel do protagonismo partidário".<ref>[http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/03/31/imprensa34745.shtml "Ministro Paulo Vannuchi diz que imprensa age como 'partido de oposição'"], Portal ''Imprensa'', 31 de março de 2010.</ref> Washington Araújo, no ''Observatório da Imprensa'', questiona: "será papel dos meios de comunicação substituir a ação dos partidos políticos no Brasil, seja de situação ou de oposição? (...) Em isso acontecendo... não estaremos às voltas com clássica usurpação de função típica de partido político? E não seria esta uma gigantesca deformação do rito democrático?"<ref>http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=586JDB003</ref> <ref name=INVERSAO>[http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=586JDB003 ARAÚJO, Washington. ''INVERSÃO DE PAPÉIS: A imprensa como partido político.'' São Paulo: Observatório da Imprensa, 20 de abril de 2010]</ref>


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Revisão das 22h49min de 20 de julho de 2010

 Nota: Se procura pelo acrônimo englobando Portugal e outras economias europeias, veja PIGS.

O Partido da Imprensa Golpista, também conhecido como PIG ou PiG, é um termo usado por jornalistas da imprensa alternativa de esquerda para se referir a órgãos de imprensa e jornalistas tidos como adeptos da direita política, que se utilizariam da chamada grande mídia como meio de propagar suas ideias e tentar desestabilizar governos de orientação política diversa.[1]

A expressão surgiu entre internautas brasileiros[2] em 2007, mas foi popularizada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu blog Conversa Afiada. Amorim, quando utiliza o termo, escreve com um i minúsculo, em alusão ao portal iG, do qual foi demitido em 18 de março de 2008, no que descreve como um processo de "limpeza ideológica". De acordo com ele, até políticos teriam passado a fazer parte do PIG:

O partido deixou de ser um instrumento de golpe para se tornar o próprio golpe. Com o discurso de jornalismo objetivo, fazem o trabalho não de imprensa que omite; mas que mente, deforma e frauda.[3]
— Paulo Henrique Amorim

O termo também é constantemente utilizado pelos jornalistas Luiz Carlos Azenha e Rodrigo Vianna - ambos demitidos da Rede Globo - em seus blogs, em referência a eventos ocorridos no Brasil e no exterior.[4][5]

Definição

O termo é utilizado para se referir à qualidade do jornalismo praticado pelos grandes veículos de comunicação do Brasil, que seria, segundo seus criadores e utilizadores, demasiadamente conservador e que teria o intuito de derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros de seu governo de forma constante.

De acordo com Amorim, o termo PIG pode ser definido da seguinte forma:

Em nenhuma democracia séria do mundo jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político — o PiG, Partido da Imprensa Golpista[6]
— Paulo Henrique Amorim

Amorim sustenta ainda que a imprensa brasileira seria golpista sempre que o presidente da república é de origem trabalhista, ao mesmo tempo a imprensa nunca publicaria absolutamente nada contra presidentes de origem não trabalhista. O PIG, segundo ele, teria sua origem com Carlos Lacerda, que ajudou a "matar Getúlio Vargas"; teria continuado travando sua luta contra Juscelino Kubitscheck e João Goulart, até se aliar à ditadura militar; teria perseguido o governo Brizola; e agora conspiraria contra o governo Lula.[3]

O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos[7] declarou, em entrevista à revista Carta Capital em 2005: "A grande imprensa levou Getúlio ao suicídio com base em nada; quase impediu Juscelino de tomar posse, com base em nada; levou Jânio à renúncia, aproveitando-se da maluquice dele, com base em nada; a tentativa de impedir a posse de Goulart com base em nada."[8]. Na opinião de Santos o papel da imprensa livre é o de "tomar conta, sim. Desestabilizar, não. A estabilidade não pode depender de militar, nem da Igreja, nem da imprensa".[8].

A expressão também fez parte de um discurso do deputado federal pernambucano Fernando Ferro, do Partido dos Trabalhadores, em que sugeriu que Arnaldo Jabor assumisse o cargo de presidente do PIG.[9]

Composição

Segundo Paulo Henrique Amorim, seriam três as famílias que manipulariam a opinião pública, dominariam e condicionariam o noticiário de todo o país, através dos seus órgãos de imprensa: os Marinho (Organizações Globo), os Frias (Grupo Folha) e os Mesquita (Grupo Estado).[3]

A Internet e o PIG

Para o jornalista e escritor de esquerda Fernando Soares Campos,[10] "[s]em a internet, dificilmente Lula teria sido eleito; se fosse, não assumiria; se assumisse, teria sido golpeado com muita facilidade. O PIG é forte, é Golias, mas a internet [está] assim de Davi!".[1] Para Campos, a existência da Internet interferiria com o monopólio da informação por parte dos grandes grupos midiáticos, e essa interferência dificultaria os golpes.[1]

Segundo o Observatório da Imprensa, a Internet teria criado dificuldades para a grande mídia brasileira dar o suposto golpe no Governo Lula como ocorreu com Jango (presidente da República entre 1961 e 1964, quando começou a ditadura militar). Na atualidade, com múltiplos meios de comunicação — muitos baseados em livre troca de informações entre as pessoas — controle da informação teria se tornado mais complexo, devido à grande facilidade de se buscar informações de fontes diversas sobre o assunto.[11]

Controvérsias

Aprovação dos jornalistas brasileiros ao governo Lula

Um recente estudo indica 92% de aprovação do governo Lula dentre os jornalistas entrevistados, de um total de 212 profissioais de 70 veículos de comunicação do país[12] .

Críticas ao termo

Segundo os oponentes do termo, a imprensa não perseguiria mais o governo Lula que outros governos, mas apenas denunciaria irregularidades nas administrações públicas.[carece de fontes?] O uso do termo seria uma tentativa de forçar uma doutrinação aos objetivos do governo, na visão desses críticos.[13]

Para o jornalista Pedro Doria, editor-chefe do jornal O Estado de S. Paulo, a manifestação de uma polaridade ideológica intolerante é incapaz de explicar a realidade social complexa.[14][15]

Por sua vez, Sergio Leo julga que a grande imprensa é excessivamente complexa para poder ser rotulada desta maneira, pois abarcaria opiniões e pautas muito variadas.[16]

Declaração de Maria Judith Brito

Em entrevista ao jornal O Globo, Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais e executiva da Folha de S. Paulo, afirmou que o governo se incomoda com a imprensa, criticou fortemente o Plano Nacional de Direitos Humanos e fez a seguinte declaração: "A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo."[17] [18]

A declaração de Maria Judith Brito foi bastante criticada na imprensa alternativa[18], ligada a ideologias de esquerda, e por autoridades ligadas ao governo. Em artigo publicado na Carta Maior, Jorge Furtado afirmou que a presidente da associação teria assumido que a grande imprensa do país "virou um partido político" e a criticou por não questionar a "moralidade de seus filiados [ao] assumirem a 'posição oposicionista deste país' enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo"[19]. Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa, fez crítica semelhante, afirmando que "o risco maior para a imprensa vem da própria imprensa, quando os jornais se associam para agir como um partido político".[20] O ministro Paulo Vannuchi, titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, também criticou a declaração, afirmando que a imprensa "vem confundindo um papel que é dela — informar, cobrar e denunciar — com o papel do protagonismo partidário".[21] Washington Araújo, no Observatório da Imprensa, questiona: "será papel dos meios de comunicação substituir a ação dos partidos políticos no Brasil, seja de situação ou de oposição? (...) Em isso acontecendo... não estaremos às voltas com clássica usurpação de função típica de partido político? E não seria esta uma gigantesca deformação do rito democrático?"[22] [18]

Ver também

Referências

  1. a b c CAMPOS, Fernando Soares. IMPRENSA GOLPISTA: Sem a internet, Lula já teria caído. Observatório da Imprensa, ISSN 1519-7670 - Ano 14 - nº 538 - 22/12/2009, publicação original 19 de maio de 2009
  2. partidodaimprensagolpista.blogspot.com. «Origem do termo PIG». 16 de julho de 2009. Consultado em 3 de fevereiro de 2010 
  3. a b c UCB. Paulo Henrique Amorim fala sobre “PIG” e jornalismo na Internet. Brasília: Oficina de Produção de Notícias, Curso de Comunicação Social, Universidade Católica de Brasília, 27 de outubro de 2009
  4. Rodrigo Vianna. «Imprensa golpista ontem e hoje: como enfrentar o PIG?». Consultado em 30 de janeiro de 2010 
  5. AZENHA, Luiz Carlos (26 de abril de 2009). «O PIG apanha nas urnas. Desta vez no Equador». Vi o Mundo. Consultado em 29 de abril de 2009 
  6. AMORIM, Paulo Henrique (28 de abril de 2009). «O PiG a caminho do túmulo». Conversa Afiada. Consultado em 29 de abril de 2009 
  7. Currículo: Wanderley Guilherme dos Santos.
  8. a b DIAS, Mauricio. FHC apoiaria “Golpe Branco.: Wanderley Guilherme dos Santos, entrevista à Carta Capital, 10 de junho de 2005. São Paulo: Revista Carta Capital, 10 de junho de 2005
  9. «Deputado sugere Partido da Imprensa com Jabor na presidência». Vermelho. 20 de setembro de 2007. Consultado em 29 de abril de 2009 
  10. Biografia: Fernando Soares Campos
  11. O jornalismo tradicional acabou
  12. Daniel Marcelino, Lúcio Rennó, Ricardo Mendes, Wladimir Gramacho (setembro–dezembro de 2009). «A cabeça do jornalista: opiniões e valores políticos dos jornalsitas no Brasil» (PDF). Comunicação e Política 
  13. J. R. Guzzo (22 de julho de 2009). «Gente do Ramo». Revista Veja. Editora Abril. Consultado em 31 de janeiro de 2010 
  14. Pedro Doria (9 de janeiro de 2008). «Intolerância ideológica e o mundo como ele é». Pedro Doria Weblog. Consultado em 1º de fevereiro de 2010 
  15. Pedro Doria (8 de março de 2009). «Corporativista, não». Pedro Doria Weblog. Consultado em 1º de fevereiro de 2010 
  16. Sergio Leo (1º de fevereiro de 2009). «Blogues e jornalismo, um não pode ser outro. Ou não.». Sítio do Sergio Leo. Consultado em 1º de fevereiro de 2010 
  17. FARAH, Tatiana. Entidades de imprensa e Fecomercio estudam ir ao STF contra plano de direitos humanos. Rio de Janeiro: O Globo, 18 de março de 2010.
  18. a b c ARAÚJO, Washington. INVERSÃO DE PAPÉIS: A imprensa como partido político. São Paulo: Observatório da Imprensa, 20 de abril de 2010
  19. A antiga imprensa, enfim, assume partido. FURTADO, Jorge. Carta Maior, 2 de abril de 2010.
  20. Imprensa versus governos, COSTA, Luciano Martins. Carta Maior, 25 de março de 2010.
  21. "Ministro Paulo Vannuchi diz que imprensa age como 'partido de oposição'", Portal Imprensa, 31 de março de 2010.
  22. http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=586JDB003

Ligações externas