Prêmio Balzan

O Prêmio Balzan é concedido anualmente a pesquisadores internacionais das áreas de ciências humanas e naturais, bem como a personalidades das artes e cultura, pela "Fondazione Internazionale Premio Balzan", desde 1961. Dentre outros, já foram agraciados Paul Hindemith, György Ligeti, Jorge Luis Borges e Karlheinz Böhm.
A fundação, sediada em Milão e Zurique, tem o nome do jornalista italiano Eugenio Balzan. Sua filha Angela Balzan iniciou a fundação em 1957, em Lugano, com recursos herdados de seu pai.
Eugenio Balzan trabalhou inicialmente como jornalista no Corriere della Sera e foi depois seu diretor administrativo e co-proprietário. Em 1933 deixou a Itália por resistência contra os círculos facistas, que ameaçavam a liberdade do Corriere. Até sua morte em 1953 viveu na Suíça.
Em 1961 foi concedido o primeiro Prêmio Balzan – para a Fundação Nobel. Desde 1979 são concedidos anualmente quatro prêmios em ciências. A cada três a cinco anos é também concedido um prêmio de 2 milhões de franco suíços (aproximadamente 1,25 milhões de Euros) para a paz, humanidade e fraternidade entre os povos. A primeira mulher a ganhar o Prêmio Balzan da Paz foi Madre Teresa de Calcutá, em 1978, que no ano seguinte recebeu o Nobel da Paz.
Os ganhadores bem como as especialidades dos prêmios são determinados por um comitê internacional, ao qual pertencem atualmente 19 renomados cientistas naturais e sociais. Em 2010 foram concedidos prêmios nas categorias: história do teatro em todas as suas expressões, história da Europa (1400-1700), matemática pura ou aplicada, e em biologia e as potenciais aplicações de células-tronco.
A cerimônia de premiação acontece em rotação anual na Accademia Nazionale dei Lincei em Roma, e no Palácio Federal da Suíça em Berna. Os bens da fundação são geridos em Zurique.
O Prêmio Balzan é um dos mais significativos a nível mundial, devido à sua seriedade científica e ao montante financeiro - cada prêmio tem o valor de 750.000 francos suíços. Ao contrário de outros prêmios internacionais, o Prêmio Balzan é concedido anualmente em especialidades distintas.
- Quantidade de prêmios: quatro prêmios anuais
- Valor do prêmio: 750.000 francos suíços; de 3 a 7 anos um prêmio da paz de 1 milhão de francos suíços
- Áreas: dois na área de ciências humanas e sociais e arte; dois em ciências naturais, física, matemática e medicina.
- Desenvolvimento de talentos: desde 2001 os vencedores devem aplicar metade do prêmio em projetos de pesquisa de jovens cientistas em sua área de pesquisa
Laureados[editar | editar código-fonte]
Antes dos anos 1980[editar | editar código-fonte]
1961[editar | editar código-fonte]
- Fundação Nobel (
Suécia) – Paz, humanidade e fraternidade entre os povos
1962[editar | editar código-fonte]
- Andrei Kolmogorov (
Rússia) – Matemática
- Karl Ritter von Frisch (
Áustria) – Biologia
- Papa João XXIII (
Itália) – Paz, humanidade e fraternidade entre os povos
- Paul Hindemith (
Alemanha) – Música
- Samuel Eliot Morison (
Estados Unidos) – História
1978[editar | editar código-fonte]
- Madre Teresa de Calcutá (
Albânia) – Paz, humanidade e fraternidade entre os povos
1979[editar | editar código-fonte]
- Ernest Labrousse (
França) e Giuseppe Tucci (
Itália) – História
- Jean Piaget (
Suíça ) – Ciências Sociais e Políticas
- Torbjörn Caspersson (
Suécia) – Biologia
Anos 1980[editar | editar código-fonte]
1980[editar | editar código-fonte]
- Enrico Bombieri (
Itália) – Matemática
- Hassan Fathy (
Egito) – Arquitetura e urbanismo
- Jorge Luis Borges (
Argentina) – Filologia, lingüística e crítica literária
1981[editar | editar código-fonte]
- Dan McKenzie (
Reino Unido), Drummond Hoyle Matthews (
Reino Unido) e Frederick Vine (
Reino Unido) – Geologia e Geofísica
- Josef Pieper (
Alemanha) – Filosofia
- Paul Reuter (
França) – Direito Internacional Público
1982[editar | editar código-fonte]
- Jean-Baptiste Duroselle (
França) – Ciências sociais
- Kenneth Vivian Thimann (
Reino Unido /
Estados Unidos) – Botânica pura e aplicada
- Massimo Pallottino (
Itália) – Estudos antigos
1983[editar | editar código-fonte]
- Edward Shils (
Estados Unidos) – Sociologia
- Ernst Mayr (
Alemanha /
Estados Unidos) – Zoologia
- Francesco Gabrieli (
Itália) – Orientalismo
1984[editar | editar código-fonte]
- Jan Hendrik Oort (
Países Baixos) – Astrofísica
- Jean Starobinski (
Suíça ) – História e crítica literária
- Sewall Wright (
Estados Unidos) – Genética
1985[editar | editar código-fonte]
- Ernst Gombrich (
Áustria /
Reino Unido) – História da arte do Ocidente
- Jean-Pierre Serre (
França) – Matemática
1986[editar | editar código-fonte]
- Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados – Paz, humanidade e fraternidade entre os povos
- Jean Rivero (
França) – Direitos fundamentais das pessoas
- Otto Neugebauer (
Áustria /
Estados Unidos) – História da Ciência
- Roger Revelle (
Estados Unidos) – Oceanografia/Climatologia
1987[editar | editar código-fonte]
- Jerome Bruner (
Estados Unidos) – Psicologia humana
- Phillip Tobias (
África do Sul) – Antropologia física
- Richard W. Southern (
Reino Unido) – História medieval
1988[editar | editar código-fonte]
- Michael Evenari (
Israel) e Otto Ludwig Lange (
Alemanha) – Botânica aplicada (incluindo os aspectos ambientais)
- René Etiemble (
França) – Literatura comparada
- Shmuel N. Eisenstadt (
Israel) – Sociologia
1989[editar | editar código-fonte]
- Emmanuel Levinas (
França /
Lituânia) – Filosofia
- Leo Pardi (
Itália) – Etologia
- Martin Rees (
Reino Unido) – Alta energia e Astrofísica
Anos 1990[editar | editar código-fonte]
1990[editar | editar código-fonte]
- James Freeman Gilbert (
Estados Unidos) – Geofísica (terra sólida)
- Pierre Lalive d'Epinay (
Suíça ) – Direito Internacional Privado
- Walter Burkert (
Alemanha) – Ciências da antiguidade
1991[editar | editar código-fonte]
- Abbé Pierre (
França) – Paz, humanidade e fraternidade entre os povos
- György Ligeti (
Hungria /
Áustria) – Música
- John Maynard Smith (
Reino Unido) – Genética e evolução
- Vitorino Magalhães Godinho (
Portugal) – História: Surgimento da Europa nos séculos XV e XVI
1992[editar | editar código-fonte]
- Armand Borel (
Suíça /
Estados Unidos) – Matemática
- Ebrahim Malick Samba (
Gâmbia) – Medicina preventiva
- Giovanni Macchia (
Itália) – História e Crítica Literária
1993[editar | editar código-fonte]
- Jean Leclant (
França) – Arte e Arqueologia da Antiguidade
- Lothar Gall (
Alemanha) – História: sociedades dos séculos XIX e XX.
- Wolfgang Helmut Berger (
Alemanha /
Estados Unidos) – Paleontologia com especial referência à Oceanografia
1994[editar | editar código-fonte]
- Fred Hoyle (
Reino Unido) e Martin Schwarzschild (
Alemanha /
Estados Unidos) – Astrofísica (Evolução das Estrelas)
- Norberto Bobbio (
Itália) – Lei e Política (governabilidade das democracias)
- René Couteaux (
França) – Biologia (Estrutura celular, com especial referência para o sistema nervoso)
1995[editar | editar código-fonte]
- Alan Heeger (
Estados Unidos) – Ciências dos materiais
- Carlo Maria Cipolla (
Itália) – História económica
- Yves Bonnefoy (
França) – História e crítica de Belas Artes na Europa (desde a Idade Média até os dias atuais)
1996[editar | editar código-fonte]
- Arno Borst (
Alemanha) – História: A Idade Média
- Arnt Eliassen (
Noruega) – Meteorologia
- Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho – Humanidade, paz e fraternidade entre os povos
- Stanley Hoffmann (
Áustria /
Estados Unidos /
França) – Ciência Política: relações internacionais atuais
1997[editar | editar código-fonte]
- Charles Coulston Gillispie (
Estados Unidos) – História e filosofia
- Stanley Jeyaraja Tambiah (
Sri Lanka /
Estados Unidos) – Ciências Sociais: Antropologia Social
- Thomas Wilson Meade (
Reino Unido) – Epidemiologia
1998[editar | editar código-fonte]
- Andrzej Walicki (
Polónia /
Estados Unidos) – História: história cultural e social do mundo eslavo de Catarina, a Grande às revoluções russas de 1917
- Harmon Craig (
Estados Unidos) – Geoquímica
- Robert May (
Reino Unido /
Austrália) – Biodiversidade
1999[editar | editar código-fonte]
- John Huxtable Elliott (
Reino Unido) – História do século XVI ao século XVIII
- Luigi Luca Cavalli-Sforza (
Itália /
Estados Unidos) – Investigação científica sobre a origem do homem
- Mikhael Gromov (
Rússia /
França) – Matemática
- Paul Ricœur (
França) – Filosofia
Anos 2000[editar | editar código-fonte]
2000[editar | editar código-fonte]
- Abdul Sattar Edhi (
Paquistão) – Paz, humanidade e fraternidade entre os povos
- Ilkka Hanski (
Finlândia) – Ciências ambientais
- Martin Litchfield West (
Reino Unido) – Arqueologia clássica
- Michael Stolleis (
Alemanha) – História legal dos tempos modernos
- Michel Mayor (
Suíça ) – Instrumentação e técnicas na Astronomia e Astrofísica
2001[editar | editar código-fonte]
- Claude Lorius (
França) – Climatologia
- James Sloss Ackerman (
Estados Unidos) – História da arquitetura (incluindo urbanismo e paisagismo)
- Jean-Pierre Changeux (
França) – Neurociências cognitivas
- Marc Fumaroli (
França) – História e crítica literária desde 1500
2002[editar | editar código-fonte]
- Anthony Grafton (
Estados Unidos) – História das Ciências Humanas
- Dominique Schnapper (
França) – Sociologia
- Walter Gehring (
Suíça ) – Biologia do desenvolvimento
- Xavier Le Pichon (
França) – Geologia
2003[editar | editar código-fonte]
- Eric Hobsbawm (
Reino Unido) – História da Europa desde 1900
- Reinhard Genzel (
Alemanha) – Astronomia infravermelha
- Serge Moscovici (
França) – Psicologia social
- Wen-Hsiung Li (
Taiwan /
Estados Unidos) – Genética e evolução
2004[editar | editar código-fonte]
- Colin Renfrew (
Reino Unido) – Arqueologia Pré-Histórica
- Comunidade de Santo Egídio (
Itália) – Paz, humanidade e fraternidade entre os povos
- Michael Marmot (
Reino Unido) – Epidemologia
- Nikki R. Keddie (
Estados Unidos) – O mundo islâmico a partir do final do século XIX e no final do século XX
- Pierre Deligne (
Bélgica) – Matemática
2005[editar | editar código-fonte]
- Lothar Ledderose (
Alemanha) – História da arte na Ásia
- Peter Hall (
Reino Unido) - História social e cultural da cidade desde o início do século XVI
- Peter Raymond Grant e Barbara Rosemary Grant (
Reino Unido) – Biologia da população
- Russel J. Hemley (
Estados Unidos) e Ho-kwang Mao (
Estados Unidos /
China) – Física mineral
2006[editar | editar código-fonte]
- Ludwig Finscher (
Alemanha) – História da música ocidental desde 1600
- Quentin Skinner (
Reino Unido) – História e teoria do pensamento político
- Paolo de Bernardis (
Itália) e Andrew E. Lange (
Estados Unidos) – Astronomia e Astrofísica observacional
- Elliot Meyerowitz (
Estados Unidos) e Christopher R. Somerville (
Estados Unidos) – Genética molecular vegetal
2007[editar | editar código-fonte]
- Rosalyn Higgins (
Reino Unido) – Direitos Internacionais desde 1945
- Sumio Iijima (
Japão) – Nanociência
- Michel Zink (
França) – Literatura Europeia (1000-1500)
- Jules Hoffmann (
França) e Bruce Beutler (
Estados Unidos) – Imunidäde inata
- Karlheinz Böhm (
Áustria) – Paz, humanidade e fraternidade entre os povos
2008[editar | editar código-fonte]
- Maurizio Calvesi (
Itália) – História das Belas Artes desde 1700
- Thomas Nagel (
Estados Unidos) – Filosofia prática
- Ian Hector Frazer (
Austrália) – Medicina preventiva, incluindo a vacinação
- Wallace Smith Broecker (
Estados Unidos) – Ciência Climática: Mudança do clima
2009[editar | editar código-fonte]
- Terence Cave (
Reino Unido) – Literatura desde 1500
- Michael Grätzel (
Alemanha /
Suíça ) – Ciências materiais
- Brenda Milner (
Reino Unido /
Canadá) – Neurociências cognitivas
- Paolo Rossi Monti (
Itália) – História da Ciência
Anos 2010[editar | editar código-fonte]
2010[editar | editar código-fonte]
- Manfred Brauneck (
Alemanha) – História do teatro em todos os seus aspectos
- Carlo Ginzburg (
Itália) – História da Europa (1400–1700)
- Jacob Palis (
Brasil) – Matemática pura e aplicada
- Shinya Yamanaka (
Japão) – Biologia e potenciais aplicações de células-tronco
2011[editar | editar código-fonte]
- Peter Brown (
Irlanda) - História Antiga (O mundo greco-romano)
- Bronisław Baczko (
Polónia) - Estudo sobre Iluminismo
- Russell Lande (
Estados Unidos /
Reino Unido) - Biologia Teórica ou Bioinformática
- Joseph Ivor Silk (
Estados Unidos /
Reino Unido) - Início do universo (do tempo de Planck para as primeiras galáxias)
2012[editar | editar código-fonte]
- Ronald Dworkin (
Estados Unidos) - Jurisprudência
- Reinhard Strohm (
Alemanha) - Musicologia
- Kurt Lambeck (
Austrália) - Ciências Sólidas da Terra, com ênfase na pesquisa interdisciplinar
- David Baulcombe (
Reino Unido) - Epigenética
2013[editar | editar código-fonte]
- Alain Aspect (
França) - Mecânica Quântica
- Manuel Castells (
Espanha) - Tecnologias de comunicação moderna em sociologia
- Pascale Cossart (
França) - Biologia Molecular de bactérias patogénicas
- André Vauchez (
França) - História da Idade Média
2014[editar | editar código-fonte]
- Mario Torelli (
Itália}) - Arqueologia clássica
- Ian Hacking (
Canadá) - Epistemologia
- David Tilman (
Estados Unidos) - Ecologia Aplicada de Plantas
- Dennis Sullivan (
Estados Unidos) - Matemática
- Vivre en Famille (
França) - Paz, humanidade e fraternidade entre os povos
2015[editar | editar código-fonte]
- Hans Belting (
Alemanha) - História da arte europeia (1300-1700)
- Joel Mokyr (
Estados Unidos) - História económica
- Francis Halzen (
Estados Unidos) - Física de astropartículas, incluindo a observação de neutrinos e raios gama
- David Karl (
Estados Unidos) - Oceanografia
2016[editar | editar código-fonte]
- Piero Boitani (
Itália) - Literatura comparativ
- Reinhard Jahn (
Alemanha) - Neurociência molecular e celular, incluindo aspectos neurodegenerativos e desenvolvimentais
- Federico Capasso (
Itália) - Fotônica aplicada
Ligações externas[editar | editar código-fonte]