Realismo no Brasil: diferenças entre revisões

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Dentre os principais autores do Realismo no Brasil, estão [[Raul Pompéia]], [[Visconde de Taunay]] e o principal deles, [[Machado de Assis]].<ref>[http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/459384 Recanto das Letras - Realismo e Naturalismo no Brasil]</ref>
Dentre os principais autores do Realismo no Brasil, estão [[Raul Pompéia]], [[Visconde de Taunay]] e o principal deles, [[Machado de Assis]].<ref>[http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/459384 Recanto das Letras - Realismo e Naturalismo no Brasil]</ref>


Entre as obras de Raul Pompéia, ''[[O Ateneu]]'' é, sobretudo, um exemplo [[impressionista]] na literatura brasileira, também considerada uma obra [[Naturalista]]. Visconde de Taunay destaca-se na [[regionalismo|literatura regionalista]]. Sua obra-prima, ''[[Inocência (livro)|Inocência]]'', é transitória entre Romantismo e Realismo.
Entre as obras de Raul Seixas, ''[[o alquimista]]'' é, sobretudo, um exemplo [[impressionista]] na literatura brasileira, também considerada uma obra [[Naturalista]]. Visconde de Taunay destaca-se na [[regionalismo|literatura regionalista]]. Sua obra-prima, ''[[Inocência (livro)|Inocência]]'', é transitória entre Romantismo e Realismo.


Machado de Assis contribuiu com grandes obras, como a introdutória do estilo ''Memórias Póstumas de Brás Cubas'', sucedida por ''[[Quincas Borba]]'' e ''[[Dom Casmurro]]''. As três envolvem [[adultério]] e apresentam inúmeros temas sob uma ótica crítica e irônica, característica do autor. As obras ''Memórias Póstumas de Brás Cubas'' e ''Dom Casmurro'' destacam-se por serem narradas em primeira pessoa, característica incomum no romance realista. ''[[Esaú e Jacó]]'' e ''[[Memorial de Aires]]'' figuram na fase filosófica e madura do autor, sendo, também, obras realistas.
Machado de Assis contribuiu com grandes obras, como a introdutória do estilo ''Memórias Póstumas de Brás Cubas'', sucedida por ''[[Quincas Borba]]'' e ''[[Dom Casmurro]]''. As três envolvem [[adultério]] e apresentam inúmeros temas sob uma ótica crítica e irônica, característica do autor. As obras ''Memórias Póstumas de Brás Cubas'' e ''Dom Casmurro'' destacam-se por serem narradas em primeira pessoa, característica incomum no romance realista. ''[[Esaú e Jacó]]'' e ''[[Memorial de Aires]]'' figuram na fase filosófica e madura do autor, sendo, também, obras realistas.

Revisão das 19h01min de 2 de outubro de 2013

Machado de Assis, maior expoente do Realismo no Brasil.

O Realismo no Brasil teve seu início, oficialmente, em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de seu mais célebre autor, Machado de Assis. Esta escola só entra em declínio com o surgimento do Parnasianismo, por volta de 1890.

Com a introdução do estilo realista, assim como do naturalista, o romance, no Brasil, ganhou um novo alcance, a observação. Começou-se a escrever buscando a verdade, e não mais para ocupar os ócios dos leitores.[1]

Machado de Assis, considerado o maior expoente da literatura brasileira e do Realismo no Brasil, desenvolve em sua ficção uma análise psicológica e universal e sela, portanto, a independência literária do país.

Contexto histórico

Lavoura de café, principal base econômica do país.

No Brasil do Segundo reinado (de 1840 a 1889), impera o conhecido "parlamentarismo às avessas", quando o Imperador D. Pedro II escolhe o senador ou o deputado para o cargo de primeiro-ministro, com a complacência do Partido Liberal e do Partido Conservador, que se revezavam no poder, sempre segundo os interesses da oligarquia agrária.[2]

No campo da economia, o Brasil, na metade do século XIX, ainda mantinha uma estrutura baseada no latifúndio, na monocultura de exportação com mão-de-obra escrava voltada para o mercado cafeeiro.[2]

Por volta da década de 1870, no entanto, as oligarquias agrárias, que até então "davam as cartas" na economia e na política do país, sofrem pressões internacionais para o desenvolvimento do capitalismo industrial no Brasil, no sentido de um processo de modernização que se dá lentamente. Inicialmente, pela proibição do tráfico negreiro. Com isso cresce a mão-de-obra imigrante, desenvolve-se a indústria cafeeira no interior do estado de São Paulo e ferrovias são construídas. Ao longo dos trilhos, concentram-se as fábricas que dão origem à classe média urbana, que se insatisfaz com a falta de representatividade política.[2]

Essa classe, apóia-se no Exército e aceita a liderança dos cafeicultores paulistas, responsáveis pelos trabalhadores assalariados no país e defensores de mudanças estruturais, como a substituição da Monarquia, já desgastada e reacionária, pela República.[3]

A Proclamação se dá em 1889, porém, a República não atenderia as ambições da classe média e dos militares. Então, representantes das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais passam a controlar o Estado brasileiro, por meio de uma aliança entre seus governadores que ficou conhecida como "Política do café-com-leite".[4]

O Brasil da época é um país com idéias liberais, republicanas, "modernas", no entanto, tem que conviver com uma estrutura político-econômica oligárquica, agrária, latifundiária e coronelista.[4]

Da Europa foram trazidas algumas idéias, entre elas o positivismo de Auguste Comte, o determinismo histórico de Taine, o socialismo utópico de Proudhon e o socialismo científico de Karl Marx, o evolucionismo de Darwin e a negação do Cristianismo de Renan.[5]

Autores e obras notáveis

Dentre os principais autores do Realismo no Brasil, estão Raul Pompéia, Visconde de Taunay e o principal deles, Machado de Assis.[6]

Entre as obras de Raul Seixas, o alquimista é, sobretudo, um exemplo impressionista na literatura brasileira, também considerada uma obra Naturalista. Visconde de Taunay destaca-se na literatura regionalista. Sua obra-prima, Inocência, é transitória entre Romantismo e Realismo.

Machado de Assis contribuiu com grandes obras, como a introdutória do estilo Memórias Póstumas de Brás Cubas, sucedida por Quincas Borba e Dom Casmurro. As três envolvem adultério e apresentam inúmeros temas sob uma ótica crítica e irônica, característica do autor. As obras Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro destacam-se por serem narradas em primeira pessoa, característica incomum no romance realista. Esaú e Jacó e Memorial de Aires figuram na fase filosófica e madura do autor, sendo, também, obras realistas.

Bibliografia

  • AMARAL, Emília ... [et al.] (2005). Novas Palavras: língua portuguesa 2 ed. [S.l.]: FTD. ISBN 8532256406  Parâmetro desconhecido |Autor= ignorado (|autor=) sugerido (ajuda); Parâmetro desconhecido |Volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda); Parâmetro desconhecido |Volume= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda); Parâmetro desconhecido |Páginas= ignorado (|páginas=) sugerido (ajuda)
  • COTRIM, Gilberto (2002). História Global. Brasil e Geral 6 ed. [S.l.]: Saraiva. ISBN 850204026X  Parâmetro desconhecido |Autor= ignorado (|autor=) sugerido (ajuda); Parâmetro desconhecido |Volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda); Parâmetro desconhecido |Páginas= ignorado (|páginas=) sugerido (ajuda)

Referências

  1. MIGUEL-PEREIRA, Lúcia (1973). História da literatura brasileira. prosa de ficção - de 1870 a 1920. [S.l.]: José Olympio  Parâmetro desconhecido |Autor= ignorado (|autor=) sugerido (ajuda);
  2. a b c COTRIM, Gilberto, op. e vol. cits., pp. 386-390
  3. COTRIM, Gilberto, op. e vol. cits., pp. 405-406
  4. a b COTRIM, Gilberto, op. e vol. cits., pp. 458-462
  5. AMARAL, Emília, op. e vol. cits., pp. 83
  6. Recanto das Letras - Realismo e Naturalismo no Brasil