Reserva Natural das Ilhas Desertas

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Reserva Natural das Ilhas Desertas
Reserva Natural das Ilhas Desertas
Deserta Grande
Localização Ilhas Desertas
Dados
Gestão Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade
Coordenadas 32° 30' 46" N 16° 30' 8" O
Deserta Grande – casa dos guardas, infraestrutura de apoio à Reserva Natural das Ilhas Desertas

A Reserva Natural das Ilhas Desertas é uma reserva natural portuguesa localizada nas ilhas Desertas, na Região Autónoma da Madeira. Provavelmente uma das reservas mais ricas a nível natural da região - as ilhas Desertas, que estão dividas em duas partes – reserva parcial e reserva integral.

Uma grande particularidade que a torna uma das reservas mais ricas deve-se ao facto de se apresentar com 305 exemplares endémicos madeirenses, sendo que 104 são espécies e subespécies únicas das desertas.[1]


Características[editar | editar código-fonte]

As ilhas Desertas é uma área protegida desde 1990, sendo inicialmente classificadas com o estatuto de Área de Protecção Especial. Em 1995 receberam o estatuto de Reserva Natural, estando toda a área terrestre e a parte marinha a sul classificadas como Reserva Integral, e a parte marinha a norte como Reserva Parcial.

É proibida a caça submarina em toda a sua área, e a navegação na parte sul. Esta Reserva Natural faz parte da Rede Natura 2000.

Esta reserva tem a área total de 11 457 ha e atinge uma batimetria de 100 metros de profundidade.[1]

Biodiversidade[editar | editar código-fonte]

Flora[editar | editar código-fonte]

De entre as 201 espécies de plantas vasculares catalogadas para estas ilhas, 34 são endémicas do Arquipélago da Madeira, sendo que uma, a Sinapidendron sempervivifolium, é exclusiva desta reserva, encontrando-se apenas na Deserta Grande e no Bugio.

Fauna[editar | editar código-fonte]

Estas ilhas são um importante refúgio para o lobo-marinho, espécie que actualmente conta com pouco mais de vinte e cinco indivíduos, em oposição aos seis a oito que existiam em 1988, antes da criação da reserva.

Na avifauna destacam-se várias colónias de aves marinhas como a cagarra (Calonectris diomedea), tem a maior colónia do atlântico de alma-negra (Bulweria bulwerii) , o roque-de-castro (Oceanodroma castro), a raríssima freira-do-bugio e o Pintainho (Puffinus lherminieri baroli)[1]

Nos invertebrados, a tarântula-das-Desertas (Hogna ingens) tem um papel especialmente relevante, por ser uma espécie endémica restrita ao Vale da Castanheira, na Deserta Grande, espécie esta que se encontra criticamente ameaçada [2][3][4] e segundo a IUCN apresenta-se apenas com 4086 indivíduos adultos.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

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  1. a b c d «IFCN». ifcn.madeira.gov.pt. Consultado em 3 de junho de 2019 
  2. Crespo, L.C.; Silva, I.; Borges, P.A.V.; Cardoso, P. (dezembro de 2014). «Assessing the conservation status of the strict endemic Desertas wolf spider, Hogna ingens». Journal for Nature Conservation (em inglês). 22 (6): 516–524. doi:10.1016/j.jnc.2014.08.005 .
  3. O'Brien, John (15 de junho de 2015). «Going the way of the dinosaurs» (em inglês). ConservationBytes.WordPress. Consultado em 28 de fevereiro de 2021 .
  4. Biggi, Emanuele. «The island of the giant wolf spiders» (em inglês). Anura. Consultado em 28 de fevereiro de 2021 .