Rio do Peixe (Santa Catarina)

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Rio do Peixe
Rio do Peixe (Santa Catarina)
Rio do Peixe entre Joaçaba (lado direito) e Herval d'Oeste (lado esquerdo)
Comprimento 299 km
Nascente Serra da Taquara Verde
Altitude da nascente 1250 m
Foz rio Uruguai
Altitude da foz 387 m
Área da bacia 5238 km²
País(es)  Brasil
País da
bacia hidrográfica
 Brasil

O rio do Peixe é um curso de água do estado de Santa Catarina, e que banha os municípios de Calmon, Caçador, Rio das Antas, Videira, Iomerê, Pinheiro Preto, Tangará, Ibicaré, Herval d'Oeste, Luzerna, Joaçaba, Lacerdópolis, Erval Velho, Campos Novos, Ouro, Capinzal, Ipira, Piratuba, Alto Bela Vista, Peritiba, Jaborá. Faz parte da bacia do rio da Prata.

Sua nascente está no município de Calmon e sua foz no rio Uruguai, no município de Marcelino Ramos, Rio Grande do Sul. Foi batizado com este nome pela abundância de peixes encontrada em suas águas, na época de sua exploração. Hoje encontra-se poluído e degradado.

Foz do rio do Peixe no rio Uruguai a jusante da ponte rodoferroviária de Marcelino Ramos

Em sua margem esquerda encontra-se a histórica Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande que liga os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.

A bacia do rio do Peixe[editar | editar código-fonte]

Seus principais afluentes são:

Na margem esquerda:

Rio Caçador
Rio Castelhano
Rio do Veado
Rio das Pedras
Rio Bonito
Rio Azul
Rio Barra Verde
Rio Leão

Na margem direita:

Rio Preto
Rio XV de Novembro
Rio São Bento
Rio Estreito
Rio Limeira

Reabilitação do rio do Peixe[editar | editar código-fonte]

Devido à degradação ambiental, provocada pelo desmatamento, falta de tratamento de esgoto doméstico, dejetos industriais e material orgânico decorrente da criação de animais, o rio do Peixe está poluído.

No meio-oeste de Santa Catarina, em 1987, 17 indústrias, principalmente frigoríficas, abatedouros, curtumes e fábricas de papel e celulose, foram convocadas pelo fato que sua carga poluidora ser equivalente aos esgotos de uma população de 646 mil habitantes. Em 1992, essa carga foi reduzida em 69%, e uma segunda etapa do Programa entrou em ação, reduzindo a carga de poluição para 93,8% em 1994. [carece de fontes?]

Além do controle da poluição industrial, também foram convocados ao licenciamento ambiental 66 estabelecimentos de comercialização de agrotóxicos e 103 propriedades agrícolas dedicadas à suinicultura.{carece de fontes}}

Na região do Meio-oeste, em março de 1998, estavam licenciados ou em processo de licenciamento 3.178 empreendimentos com atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental. Entre esses, 2.218 são de criação de suínos. Já estão controlados 60% dos efluentes líquidos do plantel de animais, 32% dos resíduos sólidos urbanos e 15% dos esgotos sanitários através de redes e estações de tratamento coletivos. O controle do esgoto é o que está avançando mais rapidamente. Agora, nesta região, a FATMA está intensificando o licenciamento de atividades de piscicultura e agrotóxicos. [carece de fontes?]

Em 5 de julho de 2001, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH na SDM aprovou a composição do Comitê Rio do Peixe. Ficou decidido que o Comitê Rio do Peixe seria composto por 20% de integrantes do governo, 40% de usuários do rio, e 40% de ONGs (Organizações não-governamentais) totalizando 70 vagas/votos.[1]

O Projeto de Lei PL 564/2013, de autoria do deputado Neodi Saretta (PT), e que institui o Dia Estadual do Rio do Peixe, no estado de Santa Catarina, foi sancionado e transformado em lei. O objetivo é incentivar a participação da sociedade no processo de educação ambiental e no desenvolvimento de ações voluntárias para despoluição e preservação de toda a bacia hidrográfica do rio do Peixe.[2]

Biodiversidade do rio do Peixe[editar | editar código-fonte]

No rio do Peixe há o registro de 105 espécies de peixes registradas ao longo de sua extensão.[3][4]

Nas matas ciliares do rio do Peixe e áreas adjacentes que compõe a bacia hidrográfica, foram registradas 38 espécies de anfíbios (sapos, rãs e pererecas),[3][5] 55 espécies de répteis (lagartos e serpentes) com registro da espécie de cágado ameaçada de extinção Phrynops williamsi,[3][6][7] 284 espécies de aves com espécies ameaçadas como o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) e papagaio-charão (Amazona pretrei),[3][8] 65 espécies de mamíferos com espécies ameaçadas como jaguatirica (Leopardus pardalis), puma (Puma concolor) e paca (Cuniculus paca)[3][9] e 76 espécies de borboletas e mariposas, estas registradas nas matas ciliares do baixo rio do Peixe entre os municípios de Lacerdópolis e Erval Velho até Piratuba e Ipira.[10][11] E na bacia hidrográfica do rio do Peixe em uma análise geral foram registradas mais de 50 espécies de orquídeas e mais de 13 espécies de bromélias.[12][13][14]

Referências

  1. «Histórico - Comitê Rio do Peixe». www.cbhriodopeixe.com.br. Consultado em 27 de novembro de 2015 
  2. «Dia Estadual do Rio do Peixe será lembrado todos os anos - Diario Caçadorense». Notícias de Caçador - Dia Estadual do Rio do Peixe será lembrado todos os anos - Diário Rio do Peixe Meio Oeste SC. Consultado em 14 de outubro de 2015 
  3. a b c d e Favretto, Mario Arthur; dos Santos, Emili Bortolon (2020). «Bacias hidrográficas como unidades de variação geográfica e de conservação de vertebrados». Acta Biológica Catarinense. 7 (2): 74-119 
  4. Guzzi, Anderson (2008). «Segalin, C.A. Ictiofauna». Vertebrados do Baixo Rio do Peixe. [S.l.: s.n.] p. 25-54. ISBN 978-85-87089-60-1 
  5. Guzzi, Anderson (2008). «Zago, Tiago; Guzzi, Anderson. Herpetofauna - Anuros». Vertebrados do Baixo Rio do Peixe. [S.l.: s.n.] p. 55-64. ISBN 978-85-87089-60-1 
  6. Guzzi, Anderson (2008). «Spier, Edson Fernando; Guzzi, Anderson. Herpetofauna - Répteis». Vertebrados do Baixo Rio do Peixe. [S.l.: s.n.] p. 65-76. ISBN 978-85-87089-60-1 
  7. Spier, Edson Fernando; Mario Arthur Favretto, Jean Carlos Piovezan, Osvaldo Onghero Jr., Dib Ammar (2014). «Registro de Phrynops williamsi (Rhodin & Mittermeier, 1983) no rio do Peixe, centro-oeste de Santa Catarina, Brasil». Revista Brasileira de Biociências. 12: 56-57 
  8. Guzzi, Anderson (2008). «Favretto, Mario Arthur; Guzzi, Anderson. Avifauna». Vertebrado do Baixo Rio do Peixe. [S.l.: s.n.] p. 77-106. ISBN 978-85-87089-60-1 
  9. Guzzi, Anderson (2008). «Onghero-Jr., Osvaldo. Mastofauna». Vertebrados do Baixo Rio do Peixe. [S.l.: s.n.] p. 107-131. ISBN 978-85-87089-60-1 
  10. Favretto, Mario Arthur; Elton Orlandin, Emili Bortolon dos Santos, Monica Piovesan, Osvaldo Onghero Jr. (2017). «Lepidoptera composition variation in riparian forests in the South of Brazil». Biota Amazônia. 7 (4): 26-29 
  11. Favretto, Mario Arthur; Emili Bortolon dos Santos (2014). «Lepidoptera of a riparian area at municipalities of Ouro and Capinzal, Santa Catarina, Southern Brazil, with new record for the state». Revista Eletrônica de Biologia. 7: 35-42 
  12. Geuster, Cleiton José; Mario Arthur Favretto (2014). «Distribuição de Orquídeas e Bromélias no Oeste de Santa Catarina, Sul do Brasil». Biota Amazônia. 4 (4): 52-59 
  13. Favretto, Mario Arthur; Cleiton José Geuster (2017). Orquídeas e bromélias do oeste de Santa Catarina, Brasil. Campos Novos: M.A. Favretto Ed. ISBN 978-85-922418-4-1 
  14. Favretto, Mario Arthur; Geuster, Cleiton José (2011). Orquídeas e bromélias do Vale do Rio do Peixe, Santa Catarina, Brasil. [S.l.: s.n.] 149 páginas. ISBN 978-85-915509-2-0 
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