Uso de ansiolíticos

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O uso de ansiolíticos vem crescendo rapidamente em meio a população mundial atualmente, impulsionada principalmente pela epidemia de ansidade que circunda a geração atual. De modo geral, os ansiolíticos são usados principalmente para o tratamento do controle das síndromes de ansiedade com efeitos que incidem sobre as emoções, o humor e o comportamento. Criados por volta de meados da década de 50, após vários testes, o primeiro medicamento ansiolítico benzodiazepínico (clorodiazepóxido) é distribuído para o consumo em 1960,[1] uma vez que os ansiolíticos benzodiazepínicos demonstraram eficácia no combate da ansiedade, agressividade, insônia e convulsões entre outras psicopatologias, além de gerar menos efeitos depressores sobre o sistema nervoso central (SNC), houve um aumento considerável na popularidade desses fármacos entre os membros da classe médica e na população nas décadas de 1970 e 1980.[2] Contudo, a utilização de ansiolíticos pela população ocorre na maioria das vezes de maneira abusiva, sucedendo-se principalmente devido a fatores como: automedicação, erro em prescrições médicas, dependência química e aumento das enfermidades relacionadas à psiquiatria.[3]

O principal representante dos ansiolíticos são os benzodiazepínicos, um dos fármacos mais prescritos mundialmente como:

Uso irracional[editar | editar código-fonte]

O uso irracional desses medicamentos acontece principalmente quando ocorre a automedicação ou pelo erro nas prescrições médicas, no entanto, o efeito causado pelo uso irracional dessas substâncias pode gerar efeitos associados a intoxicação. Apesar que do ponto de vista científico os benzodiazepínicos são substâncias seguras, o consumo de uma quantidade exagerada (30 vezes mais que a dose recomendada) poderiam gerar efeitos colaterais visíveis, como: hipotonia muscular, dificuldade de ficar de pé, pressão baixa e desmaio. Entretanto, se o ansiolítico consumido exageradamente for ingerido com alguma bebida alcoólica, nesta situação, a intoxicação poderia levar o indivíduo a coma.[4]

Estas substâncias também podem ter efeitos teratogênicos, portanto é recomendado que sejam evitados durante a gestação principalmente devido ao risco de malformações durante o primeiro trimestre de gestação, toxicidade neonatal e dos efeitos comportamentais e no desenvolvimento.[5]

O uso crônico destas substâncias psicotrópicas durante meses ou anos, podem resultar na drogadição do usuário. Consequentemente, se o medicamento for suspenso repentinamente, ocorre um "efeito rebote", no qual, o dependente passa a sentir um grande aumento na irritabilidade, insônia, sudorese, e a dor no corpo podendo até mesmo causar convulsões. [3][6]

Ansiolíticos mais eficazes[editar | editar código-fonte]

Dentre os ansiolíticos mais eficazes para o tratamento em casos de transtornos de ansiedade [7], pode-se citar:

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Da revolução ao uso e abuso de ansiolíticos». Jornal da USP. 20 de março de 2017. Consultado em 2 de junho de 2021 
  2. Azevedo, Ângelo José Pimentel de; Araújo, Aurigena Antunes de; Ferreira, Maria Ângela Fernandes (janeiro de 2016). «Consumo de ansiolíticos benzodiazepínicos: uma correlação entre dados do SNGPC e indicadores sociodemográficos nas capitais brasileiras». Ciência & Saúde Coletiva (1): 83–90. ISSN 1413-8123. doi:10.1590/1413-81232015211.15532014. Consultado em 3 de junho de 2021 
  3. a b Fávero, Viviane Rosset; Sato, Marcelo del Olmo; Santiago, Ronise Martins (16 de fevereiro de 2018). «USO DE ANSIOLITICOS: ABUSO OU NECESSIDADE?». Visão Acadêmica (4). ISSN 1518-8361. doi:10.5380/acd.v18i4.57820. Consultado em 2 de junho de 2021 
  4. «Biblioteca Virtual em Saúde MS». bvsms.saude.gov.br. Consultado em 3 de junho de 2021 
  5. «ABP Brasil : : : : : : : : : : : : :». www.abpbrasil.org.br. Consultado em 3 de junho de 2021 
  6. «Efeito rebote dos fármacos modernos: evento adverso grave desconhecido pelos profissionais da saúde». Revista da Associação Médica Brasileira (em inglês) (6): 629–638. 1 de novembro de 2013. ISSN 0104-4230. doi:10.1016/j.ramb.2013.05.003. Consultado em 3 de junho de 2021 
  7. Slee, April; Nazareth, Irwin; Bondaronek, Paulina; Liu, Yifeng; Cheng, Zhihang; Freemantle, Nick (fevereiro de 2019). «Pharmacological treatments for generalised anxiety disorder: a systematic review and network meta-analysis». The Lancet (10173): 768–777. ISSN 0140-6736. doi:10.1016/s0140-6736(18)31793-8. Consultado em 3 de junho de 2021