Usuário:Eduardo P/História de Minas Gerais

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A região de Minas Gerais, transposta por bandeirantes e sertanistas que se aventuravam pelo interior à procura de ouro e de índios, só foi povoada sistematicamente a partir de finais do século 17, quando se intensificou a pesquisa de metais preciosos. O nome `minas gerais` talvez tenha sido dado em oposição às `minas particulares` do rio das Velhas, das Mortes e dos Caetés, marcando, dessa forma, o sistema e o alcance de exploração da Metrópole sobre uma das áreas mais cobiçadas da colônia. A designação vingou a ponto de já em meados do século 18 ser corrente o gentílico mineiro, de evidente translação semântica profissional, indicando a atividade daqueles primeiros habitantes que se dedicavam quase exclusivamente à exploração de veios auríferos. A formação histórica de Minas Gerais estruturou-se basicamente a partir desse primeiro estímulo da busca do ouro.[1]

Em busca do ouro[editar | editar código-fonte]

O atual território ocupado pelo Estado de Minas Gerais corresponde, em grande parte, às regiões interiores das capitanias de Porto Seguro e Espírito Santo, habitadas por índios cataguás e carajás. O estilo português de colonizar, que se traduzia no estabelecimento de feitorias e entrepostos comerciais nas áreas litorâneas, foi parcialmente responsável pelo abandono em que permaneceu a área até as últimas décadas do século 17. Contudo, os tesouros conquistados pelos espanhóis na América animaram os portugueses a esperar por igual quinhão. Apesar de não confirmadas, informações razoavelmente precisas diziam da existência de metais preciosos no Brasil.[2]

Em sua carta a el-rei, Pero Vaz de Caminha comunicava o fato de os nativos indicarem a existência de ouro e prata no território descoberto. Com o decorrer dos anos, forjou-se a lenda de Sabarabuçu, a serra de prata, que povoaria os sonhos de colonos e governantes. Depois da criação do governo-geral, e por determinação deste, o castelhano Francisco Bruza de Espinosa organizou a primeira entrada em sertão mineiro. Essa expedição, com 13 integrantes, entre os quais o jesuíta João de Aspilcueta Navarro, percorreu o vale do Jequitinhonha, atingindo o rio das Velhas em 1553.[3]

Pouco tempo depois, mais três incursões desbravadoras partiam de Porto Seguro rumo ao território mineiro. A entrada de Martim Carvalho chegou ao rio São Mateus em 1568 e a de Sebastião Fernandes Tourinho, em 1573, seguiu o curso dos rios Doce e Jequitinhonha. Sob o comando de Antônio Dias Adorno a terceira expedição percorreu o rio das Caravelas em 1574, trazendo amostras de minérios e notícias da existência de esmeraldas. Nas décadas seguintes, realizaram-se as entradas de Diogo Martins Cão, Salvador Correia de Sá e André de Leão.[4]

Na segunda metade do século 17, a crise do açúcar brasileiro nos mercados europeus tornou necessária a obtenção de novas fontes de renda. Com a promessa de prêmios e honrarias, chegavam cartas régias de Lisboa, incentivamdo os bandeirantes paulistas à pesquisa de pedras e metais preciosos nos lendários sertões de Sabarabuçu.[5]

As cidades ambulantes[editar | editar código-fonte]

Os colonos da capitania de São Vicente não tiveram sucesso com as atividades agrícolas desenvolvidas no litoral. A faixa costeira era estreita e pantanosa, os solos inadequados ao plantio de cana-de-açúcar. Além disso, São Vicente ficava bem mais distante da Europa do que Pernambuco ou a Bahia, onde os canaviais prosperavam. Assim, os vicentinos transferiram-se para o planalto, e dali partiram aventurosamente para os sertões. Buscavam faíscas de ouro nos rios ou preavam índios nas matas para vendê-los como escravos. Desse modo, mais do que os habitantes de outras capitanias, os paulistas se embrenhavam pelas serras e florestas, onde às vezes passavam longos anos.[6]

As bandeiras tinham caráter quase militar. Compunham-se, no início, de alguns portugueses, mamelucos e índios escravizados ou aliados. Verdadeiras 'cidades ambulantes', chegaram a envolver milhares de aventureiros, índios, padres, mulheres, crianças. A disciplina era rígida, para evitar disputas entre os participantes e a dispersão nas longas e duras caminhadas.[7]

Em meados do século XVII os bandeirantes desviaram-se de suas atividades de apresamento de índios e busca do ouro de lavagem nas vizinhanças de São Vicente. Sob incentivo oficial, voltaram seus olhos para as regiões centrais da colônia e as lendárias esmeraldas. Em 1668, por carta pessoal de Afonso VI, Lourenço Castanho Taques, o Velho, percorreu os sertões habitados pelos índios cataguases, abrindo caminhos para outras bandeiras.[8]

O trajeto de São Paulo às zonas cobiçadas - o polígono do ouro de Minas Gerais - era percorrido em mais de dois meses. Seguindo pela serra da Mantiqueira, chegava-se ao rio das Mortes e à serra de Itatiaia, onde havia dois caminhos: um levava às regiões em que se ergueriam Mariana e Ouro Preto, e outro conduzia ao rio das Velhas.[9]

A miragem das pedras verdes[editar | editar código-fonte]

(A escrever...)

Referências

  1. Enciclopédia Ilustrada do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.] 1982. 2267 páginas  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  2. Enciclopédia Ilustrada do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.] 1982. 2274 páginas  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  3. Enciclopédia Ilustrada do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.] 1982. 2274 páginas  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  4. Enciclopédia Ilustrada do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.] 1982. pp. 2274 e 2275  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  5. Enciclopédia Ilustrada do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.] 1982. 2275 páginas  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  6. Enciclopédia Ilustrada do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.] 1982. 2275 páginas  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  7. Enciclopédia Ilustrada do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.] 1982. 2275 páginas  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  8. Enciclopédia Ilustrada do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.] 1982. 2275 páginas  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
  9. Enciclopédia Ilustrada do Brasil. Rio de Janeiro: [s.n.] 1982. 2275 páginas  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)