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Senhor do Bonfim
  Município do Brasil  
Igreja Matriz de Senhor do Bonfim.
Igreja Matriz de Senhor do Bonfim.
Igreja Matriz de Senhor do Bonfim.
Símbolos
Bandeira de Senhor do Bonfim
Bandeira
Brasão de armas de Senhor do Bonfim
Brasão de armas
Hino
Gentílico bonfinense
Localização
Localização de Senhor do Bonfim na Bahia
Localização de Senhor do Bonfim na Bahia
Localização de Senhor do Bonfim na Bahia
Senhor do Bonfim está localizado em: Brasil
Senhor do Bonfim
Localização de Senhor do Bonfim no Brasil
Mapa
Mapa de Senhor do Bonfim
Coordenadas 10° 27′ 46″ S, 40° 11′ 27″ O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Jaguarari, Filadélfia, Andorinha, Itiúba, Campo Formoso e Antônio Gonçalves
Distância até a capital 375 km
História
Fundação 1 de outubro de 1799 (225 anos)
Administração
Distritos
Prefeito(a) Laércio Muniz de Azevedo Junior[1] (UNIÃO [2], 2021–2024)
Vereadores 15
Características geográficas
Área total [3] 789,361 km²
 • Área urbana (2019[3]) 16,86 km²
População total (Censo IBGE/2022[3]) 74 523 hab.
Densidade 94,4 hab./km²
Clima Tropical semiúmido e Tropical semiárido
Altitude 538 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,666 médio
Gini (PNUD/2010[5]) 0,57
PIB (IBGE/2020[6]) R$ 953 033,55 mil
 • Posição BA: 42°
PIB per capita (IBGE/2020[6]) R$ 11 999,31
Sítio http://senhordobonfim.ba.gov.br/ (Prefeitura)

Senhor do Bonfim é um município brasileiro localizado no centro-norte do estado da Bahia. Localizado a 375 quilômetros da capital estadual Salvador, pertencendo ao território de identidade do Piemonte Norte do Itapicuru tem uma área territorial de 789,361 km²[7] sua população, conforme o censo do IBGE de 2022, era de 74 523 habitantes com densidade demográfica de 94,41 habitantes por quilômetro quadrado.[8] O município possui uma forte tradição de festas juninas e é considerada a capital baiana do forró.

Os primeiros habitantes da região de Senhor do Bonfim foram os indígenas cariris.[9][10]

Um dos primeiros aventureiros a chegar à região de Senhor do Bonfim foi Robério Dias, no início do século XVII. Foi ele que nomeou a Serra da Maravilha, localizada no território municipal.[10]

Nos séculos XVII e XVIII, Senhor do Bonfim estava localizada na rota de aventureiros que se dirigiam a Jacobina, tropeiros e vaqueiros, sendo um ponto de parada para eles, muitos dos quais acabaram se fixando nessa região, atraídos pelo clima bom e terras férteis. O povoado que hoje é a sede municipal se formou no final do século XVII, a partir de uma rancharia que era um pouso para aqueles que transitavam pela região, e estava localizado nas margens de uma lagoa, hoje drenada.[9][11][12]

Em 1697, os padres franciscanos criaram a Missão de Nossa Senhora das Neves do Sahy, hoje em território bonfinense, para a catequese dos indígenas cariris. Em 1720, a Vila de Jacobina foi criada e essa missão foi escolhida como sua sede. Quatro anos depois, em 1724, a sede dessa vila foi transferida para a atual cidade de Jacobina.[10][11]

A atual sede municipal de Senhor do Bonfim foi denominada, em 1750, de Arraial do Senhor do Bonfim da Tapera, enquanto estava em pleno desenvolvimento devido à agropecuária.[11][12]

Atendendo a um pedido da população local, uma Carta Régia de 1° de julho de 1797 elevou o Arraial do Senhor do Bonfim da Tapera à categoria de vila, com o nome de Vila Nova da Rainha, sendo instalada em 1° de outubro de 1799.[11][12]

Por meio da Lei Provincial n° 2.499, de 28 de maio de 1885, a Vila Nova da Rainha foi elevada à categoria de cidade, recebendo o nome de Bonfim.[11][12] O nome remete a igreja matriz dedicada ao Senhor do Bonfim, contruída no século XVIII, que se tornou um símbolo de devoção e fé para os moradores locais.[13]

No início de 1889, Bonfim foi visitada pelo Conde D’Eu, sendo recebido sem entusiasmo pela população. Meses depois, com a Proclamação da República, Bonfim foi o primeiro município da Bahia a aderir a nova forma de governo.[11]

A Lei Estadual n° 1.905, de 6 de agosto de 1926, desmembrou de Bonfim e elevou à categoria de município o distrito de Jaguarari, criado em 1893.[12]

Por meio do decreto-lei estadual n° 141, de 31 de dezembro de 1943, ratificado pelo Decreto Estadual nº 12978, de 1° de junho de 1944, o município de Bonfim passou a se denominar Bonfim. Nesse momento, a municipalidade era constituída pelos distritos da sede e de Carrapichel, criado em 1933.[11][12] O

A Lei Estadual n° 628, de 30 de dezembro de 1953, elevou os povoados bonfinenses de Igara, Tijuaçu e Andorinha à categoria de distrito.[12]

Na década de 1970, a economia bonfinense, que era baseada na pecuária e nos cultivos de feijão, mandioca, milho, mamona, ouricuri e sisal, ganhou novas fontes e progrediu, com a expansão do comércio e a instalação de usinas de beneficiamento do leite, sisal, ouricuri e mamona.[14]

Na década de 1980, devido à introdução de produtos e fibras sintéticas, as culturas de mamona, sisal e ouricuri entraram em declínio e as indústrias desses produtos saíram de Senhor do Bonfim, mas a intensificação da pecuária diminuiu o impacto na economia municipal resultante do declínio dessas culturas e Bonfim passou a ficar dependente dessa atividade primária.[14]

A Lei Estadual n° 5.026, de 13 de junho de 1989, desmembrou de Senhor do Bonfim o distrito de Andorinha, que foi elevado à categoria de município.[12]

Desde os anos 1990, estiagens prolongadas têm causado grandes danos à economia municipal, o que permanece devido à ausência de planejamento do setor primário para a mitigação dos efeitos das secas.[14]

A cidade está localizada no sopé sul da Serra do Gado Bravo, extensão da Chapada Diamantina, na Cordilheira do Espinhaço. Sua altitude, na região central da cidade, é de 453 metros acima do nível do mar, mas possui locais na extensão do município com altitude superior a 600 metros. Por ter localização privilegiada, é sempre verde em todos os meses do ano, sempre abastecida de frutas e verduras da região denominada "Grota", nos vales da cordilheira.

O município de Senhor do Bonfim possui uma divisão geológica-geomorfológica em três unidades principais: Gnáissica, Kinzigítica e Calcissilicática. Essa estrutura geológica contribui para a formação de duas grandes unidades de relevo: o Planalto Residual da Serra de Jacobina e o Pediplano Sertanejo. Nessas unidades de relevo, ocorrem processos de formação de solos que resultam em diferentes tipos de solos: Argissolos, Latossolos, Neossolos e Planossolos. Dentre esses, o Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico é o mais predominante, ocupando cerca de 70% da área total do município[15].

O Latossolo Vermelho Amarelo é a classe de solo mais representativa em Senhor do Bonfim, cobrindo aproximadamente 69,88% da área do município. Esses solos são caracterizados por serem profundos, bem drenados e com textura média. No entanto, apresentam limitações de uso devido ao baixo teor de fertilidade e à baixa capacidade de retenção de água[16]

Nos seus domínios encontram-se várias nascentes de rios, todos pertencentes à bacia do Rio Itapicuru. Existem vários açudes no município, como o Açude do Sohen, Açude do Quiçé, Açude da Boa Vista, que ajudam a minorar a falta d'água nos tempos de seca. Esses açudes represam riachos também pertencentes à bacia do rio Itapicuru.

Na área do município é possível observar vários tipos de vegetação, desde a densa mata serrana, remanescente da Mata Atlântica, até a caatinga, sendo um observatório perfeito para quem pretende contemplar ou estudar os aspectos da cobertura vegetal do Nordeste brasileiro.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1977 a 2011, a menor temperatura registrada em Senhor do Bonfim foi de 13,8 °C em 9 de junho de 1997,[17] e a maior atingiu 38,2 °C em 3 de outubro de 1997.[18] O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 110,2 milímetros (mm) em 7 de fevereiro de 1991. Acumulados acima de 100 mm também ocorreram nos dias 30 de março de 2008 (103,2 mm) e 11 de janeiro de 1999 (102 mm).[19]

O clima da região é classificado como do tipo tropical semiárido, que se caracteriza pela escassez e irregularidade das precipitações pluviométricas, que não ultrapassam 800mm/ano.[20]

Dados climatológicos para Senhor do Bonfim
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 37,7 36,3 36,6 35,4 35,7 32,1 33,2 34,3 37,8 38,2 38 37,8 38,2
Temperatura máxima média (°C) 31,9 31,9 31,5 30 28 26,2 25,8 27 29,5 31,5 31,6 31,8 30,7
Temperatura média compensada (°C) 26 26,1 25,9 24,9 23,3 21,7 21,1 21,6 23,4 25,2 25,6 25,9 24,2
Temperatura mínima média (°C) 21,1 21,3 21,5 21 20 18,7 17,9 17,8 18,6 19,9 20,5 20,9 19,9
Temperatura mínima recorde (°C) 17 16,8 17,9 17,7 16,3 13,8 14,3 13,9 15 16,4 16,9 17,6 13,8
Precipitação (mm) 75,5 65,6 96,2 80,6 73,4 79,7 63,3 40,3 21,1 28,7 65,1 62,8 752,3
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 6 5 8 7 10 12 12 9 5 3 5 4 87
Umidade relativa compensada (%) 58,9 59,1 63,9 68 73,6 77,7 74,2 69,4 61,2 55,4 58,6 59,1 64,9
Insolação (h) 225,7 199,6 211 189,3 165,5 133,8 155,8 190,2 207,5 230,3 207,3 212,2 2 328,2
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica
de 1981-2010;[21] recordes de temperatura: 01/01/1977 a 31/07/2011)[17][18]

A economia de Senhor do Bonfim tem como base a agricultura, o setor primário com destaque para frutas, milho e feijão, além da atividade pecuária. O comércio desempenha um papel importante na economia local, contribuindo para o desenvolvimento do município. Em 2021, o PIB per capita domunicípio era de R$ 12.512,82 [22]

Infraestrutura

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Senhor do Bonfim é considerada a Capital Baiana do Forró. Sua Festa de São João, que é o maior evento junino da Bahia e está entre os maiores do Brasil, é muito conhecida pela guerra de espadas (proibida desde 2017 por decisão do TJ-BA com fulcro no art. 16 do Estatuto do Desarmamento)[23] e pela tradição cultural de seu povo de acender fogueiras em frente às suas residências. As noites juninas são animadas por inúmeros grupos de forró e desfiles de 'quadrilhas', que seguindo a tradição portuguesa consiste em pares que executam várias evoluções de passos de dança, sempre ao ritmo do forró pé de serra. Além disso, Senhor do Bonfim conserva um patrimônio histórico, com casas coloniais e igrejas.[24]

A festa em Senhor do Bonfim transcorre durante todo o mês de junho e envolve toda a área urbana reúne fieis em celebrações e rituais tradicionais. Várias ruas são decoradas com motivos juninos e nordestinos, tendo como homenageada a figura de Luiz Gonzaga, o município preserva manifestações populares como o Bumba Meu Boi em junho e julho durante o São João e o Samba de Roda que celebra as raízes afro-indígenas da região.[25] Durante os festejos desta época, a cidade de Senhor do Bonfim recebe cerca de 80 mil visitantes. Nesses dias é possível conhecer e desfrutar uma enorme variedade de pratos da culinária nordestina, como o bode assado, a buchada, o sarapatel, o feijão de torresmo, a legítima carne do sol do sertão, o feijão verde, o andu, a canjica, a pamonha, os mingaus variados, o baião de dois, dentre outros. A variedade de bebidas típicas dos festejos como os licores caseiros é abundante, e é essencial provar desde os mais tradicionais, como o de jenipapo, maracujá, laranja e gengibre como os mais modernos, de uvas passas.

As serras são especiais para a prática do motocross e trilhas, adequadas para hiking. Para os amantes da vela, a 40 quilômetros de distância, as represas de Ponto Novo e Pindobaçu, são ótimas para a prática desse esporte, sendo que na primeira existe uma etapa da Copa de Vela da Bahia. Nesses dois lagos pratica-se também pesca esportiva.

No Monte Tabor, localizado no distrito de Missão do Sahy, ainda podem ser encontradas ruínas das edificações realizadas pelos padres franciscanos, principalmente de uma capela no topo da elevação.

A cidade também realiza anualmente, no mês de julho, a procissão de São Cristóvão, considerado o santo padroeiro dos motoristas.

Referências

  1. Prefeito e vereadores de Senhor do Bonfim tomam posse Portal G1 - acessado em 2 de janeiro de 2021
  2. «Representantes». União Brasil. Consultado em 29 de setembro de 2022 
  3. a b c «Senhor do Bonfim (BA) - panorama». IBGE Cidades. Consultado em 8 de dezembro de 2023 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  5. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2010). «Perfil do município de Senhor do Bonfim - BA». Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Consultado em 4 de março de 2014 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 8 de maio de 2023 
  7. cidades.ibge.gov.br https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/senhor-do-bonfim/panorama. Consultado em 9 de junho de 2024  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  8. «Senhor do Bonfim (BA) - panorama». IBGE Cidades. Consultado em 8 de dezembro de 2023 
  9. a b Barbosa, Andréia Cristina da Silva (2013). Riqueza que mexe com os sentidos: feira livre de Senhor do Bonfim (PDF). Salvador: UFBA. pp. 46–50. Cópia arquivada (PDF) em 13 de outubro de 2013 
  10. a b c «A Missão do Sahy e o seu imponente Monte, o Tabor». Blog do Netto Maravilha. 26 de março de 2020. Consultado em 8 de dezembro de 2023 
  11. a b c d e f g Enciclopédia dos Municípios Brasileiros 🔗 (PDF). 21. Rio de Janeiro: IBGE. 1958. pp. 354–355 
  12. a b c d e f g h «Senhor do Bonfim (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 8 de dezembro de 2023 
  13. «Sudene: site oficial». Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. Consultado em 9 de junho de 2024 
  14. a b c «História». Câmara Municipal de Senhor do Bonfim. Consultado em 8 de dezembro de 2023. Arquivado do original em 4 de julho de 2019 
  15. Reis, Felipe Souza; Souza, Sirius Oliveira (2019). «Vulnerabilidade ambiental do município de Senhor do Bonfim (BA) enquanto subsídio ao ordenamento ambiental». GEOTemas. GEOTemas. 09 (02). Consultado em 10 de junho de 2024 
  16. Reis, Felipe Souza; Souza, Sirius Oliveira (2019). «Vulnerabilidade ambiental do município de Senhor do Bonfim (BA) enquanto subsídio ao ordenamento ambiental». GEOTemas. GEOTemas. 09 (02). Consultado em 10 de junho de 2024 
  17. a b Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (°C) - Senhor do Bonfim». Consultado em 14 de julho de 2018 
  18. a b INMET. «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura máxima (°C) - Senhor do Bonfim». Consultado em 14 de julho de 2018 
  19. INMET. «BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Senhor do Bonfim». Consultado em 14 de julho de 2018 
  20. Reis, Felipe Souza; Souza, Sirius Oliveira (2019). «Vulnerabilidade ambiental do município de Senhor do Bonfim (BA) enquanto subsídio ao ordenamento ambiental». GEOTemas,. GEOTemas,. 09 (02). Consultado em 11 de junho de 2024 
  21. INMET. «NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DO BRASIL». Consultado em 14 de julho de 2018 
  22. cidades.ibge.gov.br https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/senhor-do-bonfim/panorama. Consultado em 9 de junho de 2024  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  23. «Proibição de Guerra de Espadas é mantida por recomendação do MP; suspensão chega ao 3º ano em Senhor do Bonfim». G1. Consultado em 2 de novembro de 2019 
  24. «Sudene: site oficial». Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. Consultado em 9 de junho de 2024 
  25. «Sudene: site oficial». Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. Consultado em 9 de junho de 2024