Trepadeira-azul: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
+melhorias
Linha 1: Linha 1:
{{Info/Taxonomia
{{Info/Taxonomia
| nome = Trepadeira-azul
| cor = pink
| imagem = Sitta europaea cisalpina, Nociveglia, Italy 1.jpg
| nome = Trepadeira-azul
| imagem = Sitta europaea Luc Viatour.jpg
| imagem_legenda = ''Sitta europaea cisalpina''
| imagem2 = Eurasian Nuthatch (Sitta europaea) (W1CDR0001520 BD24).ogg
| estado = LC
| imagem2_legenda = Canto
| sistema_estado = iucn3.1
| estado = LC
| reino = [[Animalia]]
| estado_ref =<ref name="IUCN">{{citar web|URL=http://www.iucnredlist.org/details/103879804/0|título=Sitta europaea (Eurasian Nuthatch)|publicado=IUCN|língua=Inglês|acessodata=23 de dezembro de 2016}}</ref>
| filo = [[Chordata]]
| sistema_estado = iucn3.1
| classe = [[Aves]]
| domínio =
| ordem = [[Passeriformes]]
| subordem = [[Passeri]]
| reino = [[Animalia]]
| divisão =
| família = [[Sittidae]]
| género = ''[[Sitta]]''
| filo = [[Chordata]]
| subfilo =
| espécie = '''''S. europaea'''''
| classe = [[Aves]]
| binomial = ''Sitta europaea''
| superordem =
| binomial_autoridade = [[Carolus Linnaeus|Linnaeus]], 1758
| ordem = [[Passeriformes]]
| subordem =
| família = [[Sittidae]]
| género = ''[[Sitta]]''
| espécie = '''''S. europaea'''''
| binomial = ''Sitta europaea''
| binomial_autoridade = [[Linnaeus]], 1758
| mapa = Sitta europaea map.png
| mapa_legenda = Em verde sua área de distribuição
| sinónimos =
}}
}}
<!-- Edite abaixo desta linha -->
A '''trepadeira-azul''' (''Sitta europea'') é um [[passeriforme]] da família dos [[Sittidae]].
A '''Trepadeira-azul''' {{NC|Sitta europaea}} é uma espécie de [[ave]] da família [[Sittidae]]. É encontrado na região temperada da [[Ásia]] e da [[Europa]]. Como os outros Sittidae, possui [[cauda]] curta e [[bico]] longo, as partes superiores cinza-azulado e a linha do [[olho]] de cor negra. É um pássaro de canto melodioso. Existem mais de 20 [[subespécie]]s divididas em três principais grupos: os do oeste possuem a parte superior das pernas [[laranja (cor)|laranjas]], os da [[Rússia]] possuem a parte superior da perna branca e os do [[Extremo Oriente]] possuem a [[garganta]] branca.


Seu habitat preferido são [[floresta]]s [[decídua]]s antigas ou florestas mistas com grandes e velhas árvores de preferência [[carvalho]]. Os casais defendem o território e nidificam em buracos nas árvores, comumente em ninhos abandonados de [[pica-pau]]s, mas podendo ser também em buracos naturais. Se o buraco for muito grande, a fêmea o diminui tapando parte com [[barro]], podendo forrar o [[ninho]] da mesma forma. São postos entre 6 a 9 ovos, que são [[branco]]s salpicados de [[vermelho]], na parte profunda do pinheiro ou outro tipo de madeira.
É uma ave muito social, com excepção do período de reprodução. É extremamente ágil e escala as árvores com toda a facilidade. Pode ser observada com frequência a descer pelo tronco da árvore de cabeça para baixo.


Se alimenta principalmente de insectos, preferindo [[lagarta]]s e [[besouro]]s, mas durante o [[outono]] e o [[inverno]] pode ser alimentar de [[noz]]es e [[semente]]s. Os filhotes comem insectos e sementes, alimentos que podem ser encontrados em troncos de árvores e galhos grandes. Facilmente se alimenta de comida servida por humanos, comendo restos de comida e sementes. Costuma estocar comida, fazendo isso o [[ano]] todo. Seu [[predador]] natural é o [[gavião-da-europa]].
== Alimentação ==
Grãos, bagas, nozes, bolotas, insectos escondidos nas fendas da casca dos troncos das árvores. Durante o inverrno, é um visitante regular dos comedouros.


A fragmentação das florestas pode causar a perda das áreas de nidifição da espécie, mas apesar disso, sua área de alcance está aumentando. Sua área de alcance e reprodução é tão grande que a [[IUCN]] o classifica como [[espécie pouco preocupante]].
== Habitat ==
Bosques caducifólios velhos, parques e jardins com árvores velhas.
[[Imagem:Kleiber winter small.ogv|thumb|]]


== Reprodução ==
== Taxonomia ==
As [[Trepadeira (ave)|trepadeiras]] são a [[família (biologia)|família]] de pássaros parecidos com [[cauda]]s e [[asa]]s pequenas, corpo compacto e [[bico]] comprido. Possuem a parte superior das pernas [[cinza]]s ou [[azul]]adas, a linha do [[olho]] preta e [[pata]]s fortes. Todos estão incluídos no [[género (biologia)|género]] monotipo ''[[Sitta]]''.<ref name = hbwonlinefam>{{Citar web| autor = Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A (eds.)| título=Sittidae | obra= Handbook of the Birds of the World Alive | url=http://www.hbw.com/family/nuthatches-sittidae | publicado= Lynx Edicions | acessodata = 10 March 2014}}</ref> No género, as trepadeiras-europeias formam [[superespécie]]s com as ''[[Sitta cashmirensis]]'', ''[[Sitta nagaensis]]'', ''[[Sitta castanea]]'' e ''[[Sitta cinnamoventris]]'' que no passado eram consideradas [[Coespecífico|coespecíficas]] em um só.<ref name=hbwonline>{{Citar web| autor = Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A (eds.)| título= Eurasian Nuthatch | obra= Handbook of the Birds of the World Alive | url=http://www.hbw.com/species/eurasian-nuthatch-sitta-europaea | publicado= Lynx Edicions | acessodata = 10 March 2014}}</ref>
Faz o ninho em buracos antigos de [[pica-pau]]s ou outros orifícios nos troncos, atapetando-o com musgo e folhas. Fecha um pouco a entrada com lama. A postura de 6 a 9 ovos é efectuada de Abril a Julho.


A Trepadeira-azul foi descrita [[Carl Linnaeus|Linnaeus]] em seu ''Systema naturae'' em [[1758]] antes de ter seu nome actual.<ref name = Linn>Linnaeus (1758) [http://www.biodiversitylibrary.org/item/10277#page/133/mode/1up p. 115.]</ref> ''Sitta'' é derivado do nome do pássaro em [[grego antigo]]: σιττη, ''sittē'',<ref name= job90>Jobling (2010) p. 357.</ref><ref name= matt4>Matthysen & Quinn (1998) p. 4.</ref> e o nome da espécie, ''europaea'', é uma tradução para [[latim]] de "Europeu".<ref name= job153>Jobling (2010) p. 153.</ref>
== {{Ligações externas}} ==
* [http://www.avesdeportugal.info/siteur.html Onde observar a trepadeira-azul]
* [http://www.maisnatureza.com/animais/aves/trepadeira-azul/ Mais informações sobre o trepadeira-azul]


Os registros fósseis são raros, e na [[Europa]] é limitado ao extinto ''[[Sitta senogalliensis]]'' que vivia no início do [[Mioceno]] na [[Itália]] e um pouco depois na [[França]], demonstrando que a origem da família é relativamente recente.<ref name = hbwonlinefam/>
{{Correlatos

|commons = Sitta europaea
=== Subespécies ===
|wikispecies = Sitta europaea
Há mais de 20 [[subespécie]]s, mas não há consenso a respeito de seu número exato. Seu [[táxon]] está dividido em 3 grupos, podendo ter ocorrido um isolamento geográfico relativamente recente. As aves de aparecimento intermediário são encontradas nas áreas de sobreposição dos grupos.<ref name=HQeurasian>Harrap & Quinn (1996) pp. 109–114.</ref>
}}
{| style="width:90%;" class="wikitable"
! style="text-align:center; background:#d3d3a4;" colspan="4"|Subespécies<ref name = hbwonline/>
|-
!width=12% | Grupo de subespécies
!width=12% | Aparência
!width=18% | Distribuição
!width=48% | Subespécies{{efn| Harrop and Quinn lump ''S.&nbsp;e.&nbsp;baicalensis, S.&nbsp;e.&nbsp;takatsukasai, S.&nbsp;e.&nbsp;clara'' and ''S.&nbsp;e.&nbsp;hondoensis'' into ''S.&nbsp;e.&nbsp;asiatica'' and ''S.&nbsp;e.&nbsp;formosana'' into ''S.&nbsp;e.&nbsp;sinensis''<ref name=HQeurasian/>}}
|-
| Grupo ''caesia''
| Peito castanho-amarelado e garganta branca
| Maior parte da Europa, Norte da África, [[Oriente Médio]]
| ''S.&nbsp;e.&nbsp;caesia, S.&nbsp;e.&nbsp;hispaniensis, S.&nbsp;e.&nbsp;cisalpina, S.&nbsp;e.&nbsp;levantina, S.&nbsp;e.&nbsp;persica, S.&nbsp;e.&nbsp;rubiginosa, S.&nbsp;e.&nbsp;caucasica''
|-
| Grupo ''europaea''
| Peito [[castanho (cor)|castanho]]-[[amarelo|amarelado]]
| [[Escandinávia]] e leste da Rússia ao Japão e norte da China
| ''S.&nbsp;e.&nbsp;europaea, S.&nbsp;e.&nbsp;asiatica, S.&nbsp;e.&nbsp;arctica, S.&nbsp;e.&nbsp;baicalensis, S.&nbsp;e.&nbsp;albifrons, S.&nbsp;e.&nbsp;sakhalinensis, S.&nbsp;e.&nbsp;takatsukasai, S.&nbsp;e.&nbsp;clara, S.&nbsp;e.&nbsp;amurensis, S.&nbsp;e.&nbsp;hondoensis, S.&nbsp;e.&nbsp;roseilia, S.&nbsp;e.&nbsp;bedfordi, S.&nbsp;e.&nbsp;seorsa''
|-
| Grupo ''sinensis''
| Peito e garganta castanho-amarelado
| Sul e leste da China e [[Taiwan]]
| ''S.&nbsp;e.&nbsp;sinensis, S.&nbsp;e.&nbsp;formosana''
|-
|}

O grande, peito-branco ''S.&nbsp;e.&nbsp;arctica'' do nordeste da [[Sibéria]] é diferenciado em aparência e [[gene]]ticamente, e pode ser separada em outro grupo de subespécies ou em uma espécie em separado.<ref name = hbwonline/>

== Descrição ==
[[Imagem:Sitta europaea wildlife 2 1.jpg|upright|thumb|Macho de ''S.&nbsp;e.&nbsp;caesia'' na [[Polônia]]]]
[[Imagem:Sitta europaea europaea, Önneröd, Sweden 2.jpg|thumb|Fêmea ''S.&nbsp;e.&nbsp;europaea'' na [[Suécia]]]]
[[Imagem:Sitta europaea1.jpg|thumb|Intermediário entre ''S.&nbsp;e.&nbsp;europaea'' and ''S.&nbsp;e.&nbsp;caesia'' no leste da [[Alemanha]]]]

O [[macho]] adulto da subespécie ''S.&nbsp;e.&nbsp;europaea'' tem 14 centímetros de comprimento com de 22.5–27 cm com as asas abertas.<ref name=BWP/> Pesa entre 17 e 28 gramas. Possui a parte superior das pernas azul-acinzentadas, com a linha do olho preta e a garganta e a parte debaixo das pernas branca. O [[bico]] é cinza escuro, com uma área branca na base da [[mandíbula]] inferior, a [[íris]] é marrom escura e as pernas e as patas são marrom claras ou acinzentadas.<ref name=hbwonline/> A maior parte dos outros membros do grupo ''S.&nbsp;e.&nbsp;europaea'' são diferenciados apenas por alguma diferença da sua forma nominal, e às vezes pela tonalidade da sua [[coxa]],<ref name=HQeurasian/> mas a ''S.&nbsp;e.&nbsp;arctica'' é bastante diferente. É grande, pálida e possui a testa branca e a linha do olho menor e é mais branca na cauda e nas asas que as outras subespécies.<ref name= matt27>Matthysen & Quinn (1998) p. 27.</ref> A trepadeiras se movem nas árvores com pequenos saltinhos e não usam a cauda para se equilibrar. No [[voo]], eles possuem uma característica única, com a [[cabeça]] apontada, com as asas arredondadas e a cauda pequena e quadrada. O voo é rápido, com as asas fechadas entre as batidas das asas, sendo rápido este momento.<ref name=BWP/>

''S.&nbsp;e.&nbsp;caesia'', o mais difundido das subespécies do oeste, possui a parte debaixo da perna laranja-couro, com exceção da garganta e [[bochechas]] brancas. As outras formas ocidentais diferem principalmente no exato tom da parte de debaixo das pernas, entretanto, algumas formas do sudeste também apresentam a testa e o [[supercílio]] brancos. ''S.&nbsp;e.&nbsp;sinensis'' e ''S.&nbsp;e.&nbsp;formosana'', da China e Taiwan respectivamente, possuem a parte debaixo das pernas cor de [[couro]], como os padrões ocidentais, mas tem essa mesma cor, no lugar do branco, na garganta.<ref name=HQeurasian/>

A fêmea é semelhante na aparência com o macho, mas pode ser identificada por possuir as coxas mais pálidas, a linha do olho amarronzada e um tom mais desbotado nas laterais e uma barriga menor.<ref name=hbwonline/> Na forma oriental, alguns machos da ''S.&nbsp;e.&nbsp;asiatica'', podem possuir as pernas cor de couro como as fêmeas, e essas aves tem dificuldade de se acasalar naturalmente.<ref name=HQeurasian/> Os filhotes se assemelham com as fêmeas, embora a sua plumagem seja mais volumosa e tenha as pernas mais pálidas.<ref name=hbwonline/> Os indivíduos podem ser diferenciados sexualmente a partir dos 12 dias de vida, a partir da palidez e da cor de couro das laterais, ou, em subespécies de peito branco, a partir do tom creme das suas pernas.<ref name= matt31>Matthysen & Quinn (1998) p. 31.</ref>

Os adultos tem a [[muda]] completa depois da reprodução, que leva cerca de 80 dias, começando no fim de maio e terminando no fim de setembro. O período de muda das subespécies siberianas é menor, indo de junho a metade de setembro. As mudas juvenis das penas das asa ocorrem quando fazem 8 semanas de vida.<ref name=HQeurasian/>

Em muitos lugares na sua distribuição, a Trepadeira-azul é a única trepadeira presente. No sudeste da Europa e no sudoeste da Ásia, o ''[[Sitta neumayer|S. neumayer]]'' e o ''[[Sitta tephronota|S. tephronota]]'' são maiores e mais pálidos que as espécies euroasiáticas. Eles também não tem manchas na cauda e são encontrados em diferentes e pedregosos habitats, e o [[Sitta krueperi|''S. krueperi'']] é pequeno e tem possui a nuca preta e o peito avermelhado. No sudoeste da China, o ''[[Sitta nagaensis|S. nagaensis]]'' é bastante similar com a espécie, mais é mais escuro, tendo menos branco na cabeça e as pernas mais acinzentadas.<ref name=HQeurasian/>

=== Canto ===
A espécie canta frequentemente, comumente com um sonoro e agudo piado de alerta "dwip" normalmente repetido 2 vezes, podendo fazer mais vezes quando está excitado. Tem um estridente "sirrrr" ou "tsi-si-si" e um pequeno piado de pré-voo "tsit". O seu cantar é um longo assobio "pee-pee-pee" com várias variantes, incluindo a versão mais rápida, e pode ser misturado com piados.<ref name = hbwonline/>

O canto do ''S.&nbsp;e.&nbsp;arctica'' é notalvemente diferente dos seus parentes, o que poderia a classificar como uma espécie independente, mas não há pesquisas suficientes neste ramo.<ref name= redkin>{{cite journal |last= Red'kin |first=Yaroslav A |author2=Konovalova, Maria V |year=2006 |title= Systematic notes on Asian birds. 63. The eastern Asiatic races of ''Sitta europaea'' Linnaeus, 1758 | journal= Zoologische Mededelingen | volume=80-5 | pages=241–261 | url =http://www.repository.naturalis.nl/document/43019 |doi=|jstor= |issue=15}}</ref>

== Distribuição e habitat ==
A trepadeira-azul é encontrada desde a [[Grã-Betanha]] (mas não na [[Irlanda]]) ao [[Japão]].<ref name=HQeurasian/> É encontrado entre as isolinhas de julho aos 16°C, e ao norte da linha 64°N na Rússia ocidental e 69°N na Sibéria. Se reproduz no sul do mediterrâneo na Europa, no entretanto não faz isso nas ilhas, como a [[Sicília]] e na maior parte da Rússia abaixo da latitude 54-55°C. No leste de sua área de abrangência, é encontrada na maior parte da China e Taiwan e numa parte das Coreias.<ref name=HQeurasian/> Já foram encontrados alguns indivíduos no Líbano<ref name=IUCN/> e nas [[ilhas do Canal]], e alguns registos na [[Finlândia]] onde a subespécie encontrada é a ''S.&nbsp;e.&nbsp;asiatica''.<ref name=BWP/>

As populações em geral são sedentárias, com exceção da dispersão dos filhotes após a criação, e tem relutância em atravessar até pequenos trechos d'água. As subespécies do norte e do leste são dependentes das pinhas do ''[[Pinus sibirica]]'', e em caso de uma colheita falha, alguns pássaros da subespécie ''S.&nbsp;e.&nbsp;asiatica'' podem migrar para o norte da Suécia e da Finlândia no outono, podendo permanecer para reproduzir. A ''S.&nbsp;e.&nbsp;arctica'' da Sibéria podem fazer pequenas migrações para para o sul e o leste no inverno, e o ''S.&nbsp;e.&nbsp;amurensis'', do sudeste da Rússia, passa o inverno nas Coreias.<ref name=HQeurasian/>
[[Imagem:Epping Forest 3.JPG|thumb|Florestas decíduas antigas são o seu habitat favorito.]]
Eles preferem florestas antigas com árvores grandes e velhas que proporcionam o crescimento extensivo para poder forrar e nidificar em seus buracos. Na Europa, florestas decíduas ou mista são preferidas, principalmente as de carvalho. Parques, pomares antigos ou outros lugares arbóreos podem ser ocupados desde que tenha uma área florestada de aproximadamente um 1 hectare. Particularmente em áreas montanhosas, velhas florestas de carvalho e [[abeto]] podem ser usadas, e as de pinheiros tendem ser favoritas em Taiwan. Na maior parte da Rússia, [[coníferas]] podem ser usadas para a nidificação, mas a densidade populacional é relativamente baixa. Já no Marrocos, eles nidificam em carvalho, [[cedro-do-atlas]]. Habitats incomuns incluem o [[zimbro]] anão na [[Mongólia]] e terrenos pedregosos em uma pequena área no sul da Sibéria.<ref name = hbwonline/>

É uma ave que vive principalmente em locais baixos no norte, mas alguns alcançam as áreas arborizadas da Suíça, aos 1200 metros ou mais, podendo ser encontrada ocasionalmente numa altitude entre 1800 e 2100 metros na [[Áustria]]. É encontrada em altitudes semelhantes na [[Turquia]], no Oriente Médio e na Ásia central. No Japão, vive em montanhas no sul, em uma altitude entre 760 e 2100 metros e em Taiwan entre 800 e 3300 metros, mas no sudeste da China, o ''Sitta nagaensis'' está em altitudes mais altas, com a trepadeira-azul ficando em locais mais baixos.<ref name = hbwonline/>

== Ecologia ==
=== Reprodução ===
[[Imagem:Sitta europaea -England -nest box-8-4c.jpg|upright|direita|thumb|A trepadeira-azul é mais relutante em nidificar em caixa-ninho do que qualquer outra espécie que faz ninho em buraco de árvore.<ref name=Atlas>Enokssson (1993) p. 376.</ref>]]
[[Imagem:Kleiberei.jpg|thumb|Ovo]]
A trepadeira-azul é [[monogamia|monogâmica]], e o casal ocupa a área de reprodução durante o inverno.<ref name = hbwonline/>O tamanho dos territórios variam em 2 hectares na Europa e 30,2 em florestas menos ocupadas de conífera na Sibéria.<ref name= prav2>{{cite journal|last1= Pravosudov |first1= Vladimir V |year= 1993 |title= Social organization of the Nuthatch ''Sitta europaea asiatica'' | journal= Ornis Scandinavica | volume=24 | pages=290–296 | url = |doi=10.2307/3676790|jstor= 3676790|issue=4}}</ref> O macho canta para defender o território e atrair a fêmea. Ambos os sexos realizam o cortejo sexual com oscilações, voo trêmulo e o macho realiza vôos circulares com a cauda aberta e a cabeça levantada. Ele pode alimentar a fêmea enquanto a corteja.<ref name = BWP/>Embora o casal dure a vida inteira, estudos genéticos realizados na Alemanha revelaram que 10% dos filhotes analisados eram de outro pai, normalmente de um território adjacente.<ref name= Segelbacher>{{cite journal |last1= Segelbacher |first1= Gernot |last2= Kabisch |first2= Daniela |last3= Stauss |first3 =Michael|last4= Tomiuk |first4= Jürgen |year=2005 |title= Extra-pair young despite strong pair bonds in the European Nuthatch (''Sitta europaea'') | journal= Journal of Ornithology | volume= 146| pages=99–102 | url = |doi=10.1007/s10336-004-0062-5|jstor= |issue=2}}</ref>

O ninho é feito em um buraco na árvore, comumente num ninho abandonado de [[pica-pau]], mas podendo ser de origem natural. Ocasionalmente, a fêmea pode alargar o buraco existente usando madeira podre. O ninho costuma ficar a 20 metros de altura, com uma base profunda a base de casca de pinheiro ou de lasca de madeira, sendo raramente usado material vegetal seco. Se o buraco for grande demais, a fêmea pode usar barro, lama e, às vezes, esterco para reduzir o buraco.<ref name = hbwonline/>Uma entrada pequena e um interior grande, juntos com uma camada profunda de lascas de madeira, onde são postos os ovos e os filhotes quando os pais saem do ninho, podem ser adaptações para reduzir a chance de predação. Ninhos com buracos menores tendem terem mais sucesso.<ref name= wes>{{cite journal|last1= Wesołowski |first1=Tomasz | last2= Rowiński |first2= Patryk |year= 2004 |title=Breeding behaviour of Nuthatch ''Sitta europaea'' in relation to natural hole attributes in a primeval forest: capsule nuthatches used holes with strong walls, typically in live trees with entrances reduced by plastering, and 'oversized' interiors filled with bark flakes | journal= Bird Study | volume=51 | pages=143–155 | url = |doi=10.1080/00063650409461346 |jstor= |issue=2}}</ref> Em alguns lugares, um buraco pequeno pode fazer com que o casal seja expulso por [[estorninho-comum|estorninhos]]<ref name = hbwonline/><ref name=Atlas/> A fêmea realiza a maior parte do trabalho, às vezes revestindo o buraco também, fazendo com que se demore 4 semanas para se completar a construção. O ninho costuma ser reutilizado nos anos seguintes.<ref name = hbwonline/>

[[Imagem:Kleiber - Sitta europaea.jpg|thumb|direita|240px|Um filhote]]
A [[ninhada (ovos)|ninhada]] costuma ter de 6 a 9 ovos, que são brancos salpicados de vermelho, mas podem chegar a 13. Os ovos possuem tamanho médio de 19,5 por 14,4 milímetros<ref name=HQeurasian/> e pesam 2,3 gramas{{efn|''S.&nbsp;e.&nbsp;caesia''}} sendo 6% a casca.<ref name = bto>{{Citar web| autor =| título= Nuthatch ''Sitta europaea'' [Linnaeus, 1758] | obra= Bird Facts | url=http://blx1.bto.org/birdfacts/results/bob14790.htm | publicado=[[British Trust for Ornithology]] | acessodata = 30 March 2014}}</ref> A fêmea choca os ovos entre 13 e 18 dias até eclodir, e os filhotes são [[altricial|altriciais]] até sua primeira muda, ao 20-26 dias. Ambos os pais alimentam os filhotes no ninho até se tornarem independentes ao 8 e 14 dias depois da muda. Normalmente só a uma ninhada por ano.<ref name=HQeurasian/><ref name = bto/>Quando são usadas caixas-ninho, a ninhada é maior e o número filhotes também é maior. Por não serem limpas, não há relação entre o tamanho da ninhada com o tamanho de buracos naturais.<ref name= prav>{{cite journal |last1=Pravosudov |first1= Vladimir V |last2= |first2=|last3= |first3=|year=1995 |title= Clutch size and fledging rate in the Eurasian Nuthatch breeding in natural cavities is unrelated to nest cavity size (Sin relación el tamaño de la cavidad y el tamaño de la camaday la tasa de pichones que dejan el nido de ''Sitta europea'') | journal= Journal of Field Ornithology | volume= 66 | pages=231–235 | url = |doi=|jstor=4514008 |issue=2}}</ref>

A natureza sedentária da espécie faz com que os jovens apenas adquiram um território se achar uma área vazia ou para ficar no lugar de um adulto que morreu. Na Europa, os jovens sempre se movem para locais desabitados, mas em territórios maiores da Sibéria, muitos vivem na mesma área de reprodução de um casal adulto.<ref name= prav2/>

A taxa de sobrevivência de adultos está entorno dos 51%,<ref name="prav2"/><ref name = bto/>e um pequeno estudo belga verificou que havia uma taxa de sobrevivência de 25% nos jovens.<ref name= mattornis/> A esperança de vida é de dois anos e a maior idade conhecida de um indivíduo na natureza é de 12 anos e 10 meses no Reino Unido.<ref name = EURING>{{Citar web| autor = | título= European Longevity Records| obra= | url= http://www.euring.org/data_and_codes/longevity-voous.htm | publicado=EURING| acessodata =15 April 2014 | arquivourl= | arquivodata= | deadurl = no }}</ref> Também há o recorde suíço de 10 anos e 6 meses.<ref name = swiss>{{Citar web| autor = | título= Eurasian Nuthatch ''Sitta europaea'' | obra= Birds of Switzerland | url=http://www.vogelwarte.ch/eurasian-nuthatch.html?tab=3 | publicado= Swiss Ornithological Institute| acessodata =31 March 2014 | arquivourl= | arquivodata= | deadurl = no }}</ref>

=== Alimentação ===
[[Imagem:Kleiber winter small.ogv|thumb|Trepadeira-azul se alimentando em tábua de alimentação([[:File:Kleiber winter large.ogv|veja em alta definição]])]]
A trepadeira-azul se alimenta principalmente de insectos, preferindo [[lagarta]]s e [[besouro]]s. No outono e no inverno, sua é dieta é complementada com [[noz]]es e [[semente]]s, [[avelã]]s e [[faia]], costumam ser os favoritos. Os filhotes são alimentados de insectos oferecidos pelos pais, incluindo algumas sementes. Seus alimentos são encontrados em troncos e galhos de árvores, mas galhos pequenos também são verificados, e a comida também pode ser achada no chão, principalmente fora do período reprodutivo. Podem se alimentar quando estão descendo da árvore, assim como na escalada. Algumas presas são capturadas durante o voo, e poderá tirar cascas e madeira podre para procurar insectos, entretanto não consegue perfurar madeira saudável como o pica-pau. Um casal pode interagir temporariamente com outras espécies para se alimentar e aceitá-las em seu território.<ref name = hbwonline/>Pode frequentar tábuas e alimentadores para pássaros no inverno, comer restos de comida humana como [[gordura]]s, [[queijo]]s, [[manteiga]] e [[pão]].<ref name=Atlas/><ref name= matt51>Matthysen & Quinn (1998) p. 51.</ref> Já foi registado mexendo em restos de matadouro.<ref name="matt51"/> Alimentos muito duros como nozes ou insectos grandes são encravados em buracos na casca de árvores e esmagados com seu forte bico.<ref name=HQ16>Harrap & Quinn (1996) p. 16.</ref>

Alimentos vegetais são estocados o ano todo, mas principalmente no outono. Sementes são escondidas em rachaduras nas cascas das árvores, podendo ser em muros ou no chão. Os alimentos são com [[líquen]], [[musgo]] ou pequenoz pedaços de casca. A comida escondida é recuperada em água fria. Os pássaros siberianos estocam as sementes do pinheiro-siberiano, podendo acumular o suficiente para o ano todo.<ref name = hbwonline/>Escondem a comida podendo incluir pedaços de pão, lagartas e larvas.<ref name= bb51>{{cite journal |last1= Richards |first1= T J |year= 1958|title= Concealment and recovery of food by birds, with some relevant observations on squirrels | journal= British Birds | volume=51 | pages=497–508 | url = |jstor= |issue=12}}</ref> O estocamento é uma estratégia de longo prazo, estocando alimentos que só serão consumidos quando a comida fresca for escassa, podendo demorar cerca de 3 meses para usá-lo. Pássaros com estoque de alimento são mais aptos do que aqueles com estoque limitado.<ref name= NilssonPersson>{{cite journal |last1= Nilsson |first1= Jan Åke |last2= Persson |first2= Hans Källander Owe |year=1993 |title= A prudent hoarder: effects of long-term hoarding in the European nuthatch, ''Sitta europaea'' | journal= Behavioral Ecology | volume= 4| pages=363–373 | url = |doi=10.1093/beheco/4.4.369|jstor= |issue=4}}</ref> As colheitas de faia variam de ano a ano. Quando a faia é uma importante parte na sua dieta, a taxa de adultos sobreviventes é praticamente inalterada, mas a taxa cai nos pássaros jovens no outono uma vez que morrem por causa da fome ou da migração.<ref name= mattornis>{{cite journal |last1= Matthysen|first1= Erik |last2= |first2=|last3= |first3=|year= 1989|title= Nuthatch ''Sitta europaea'' demography, beech mast, and territoriality| journal= Ornis Scandinavica | volume=20 | pages= 278–282 | url = |doi=10.2307/3676492|jstor=3676492 |issue=4}}</ref> Em áreas onde a [[Corylus avellana|avelã comum]] é predominante das três espécies, o padrão dos adultos não se modificam e dos jovens caem devido a falta de nutrientes da avelã.<ref name= Enoksson>{{cite journal |last1= Enoksson |first1=Bodil |year= 1990 |title= Autumn territories and population regulation in the Nuthatch ''Sitta europaea'': an experimental study | journal= Journal of Animal Ecology | volume= 59| pages=1047–1062 | url = |doi=10.2307/5030|jstor=5030 |issue=3}}</ref>

== Predadores e parasitas ==
[[Imagem:Accipiter nisus Meneer Zjeroen.jpg|thumb|upright|O [[Gavião-da-europa]] é o seu principal predador.]]
Em toda sua área de abrangência européia, seu principal predador é o gavião-da-europa.<ref name= matt148>Matthysen & Quinn (1998) p. 148.</ref><ref name= Jedrzejewska256>Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 256.</ref>Outras espécies conhecidas por serem predadoras são o [[açor]],<ref name= Jedrzejewska252>Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 252.</ref> o [[Hypotriorchis|hobby]],<ref name= Jedrzejewska282>Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 282.</ref> o [[aluco]],<ref name= Jedrzejewska286>Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 286.</ref> o [[mocho-pigmeu]] e a [[Mustela nivalis|doninha-anã]].<ref name= Jedrzejewska294>Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 294.</ref><ref name= Jedrzejewska200>Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 200.</ref> Um estudo sueco mostrou que 6,2% dos ninhos analisados estavam em áreas onde haviam predadores. Os predadores não foram identificados, mas o único predador de ninhos de [[Paridae|chapim]] é o [[pica-pau-malhado-grande]].<ref name= Nilsson/>

Os [[estorninho-comum]]s podem remover a trepadeira-azul do ninho, reduzindo o sucesso do acasalamento. Isso é mais provável de ocorrer quando o ninho está em uma árvore alta e com grande densidade de indivíduos da espécie.<ref name= Nilsson>{{cite journal |last1= Nilsson |first1= Sven G |year=1984 |title=The evolution of nest-site selection among hole-nesting birds: the importance of nest predation and competition | journal= Ornis Scandinavica | volume= 15| pages=167–175 | url = |doi=10.2307/3675958|jstor=3675958 |issue=3}}</ref> O introduzido [[periquito-de-colar]] pode competir pelo ninho. O periquito costuma ocorrer em áreas de florestas fragmentadas e urbanizadas, enquanto a trepadeira-azul prefere florestas antigas de carvalho, assim reduzindo a competição. Ornintologistas conduzindo um estudo belga em [[2010]] disseram que o problema não era tão grave para ser abater os periquitos.<ref name= Strubbe>{{cite journal |last= Strubbe |first= Diederik |author2=Matthysen, Erik |author3=Graham, Catherine H |year=2010 |title= Assessing the potential impact of invasive ring-necked parakeets ''Psittacula krameri'' on native nuthatches ''Sitta europeae'' in Belgium | journal= Journal of Applied Ecology | volume=47 | pages=549–557 | url = |doi=10.1111/j.1365-2664.2010.01808.x |jstor=|issue=3}}</ref>

[[Ácaro]]s do género ''[[Ptilonyssus]]'', como o ''[[Ptilonyssus sittae|P. sittae]]'', estavam sendo encontrados na [[cavidade nasal]] dos pássaros.<ref name= Feider>{{cite journal |last= Fieder |first= Z |author2=Mironescu, Iulia |year=1970 |title= Contribution a la connaissance desrhinonyssides parasites nasicoles de la sittelle ''Sitta europaea coesia'' Wolf | journal=Revue Roumaine de Biolologie. (Série de Zoologie) | volume=15 | pages =17–22 | url =http://www.ibiol.ro/zoology/Volume%2015/Rev.roum.biol.-biol.anim._1970_15_1.pdf |doi=|language=French |issue=}}</ref><ref>{{cite journal | last1=Fain | first1=A | last2=Sixl | first2=W | last3=Moritsch | first3=C | year=1974 | title=The nasal mites of the family Rhinonyssidae with description of a new species (Acarina) | journal=Mitteilungen der Abteilung für Zoologie am Landesmuseum Joanneum | volume=1 | issue=3 | pages=1–9 | url=http://www.landesmuseum.at/pdf_frei_remote/MittZoolJoan_03_1974_0001-0009.pdf }}</ref> Vermes intestinais, incluindo os [[nematóide]]s ''[[Tridentocapillaria parusi]]'' e ''[[Pterothominx longifilla]]'' foram encontrados.<ref name= Atkinson>Atkinson ''et al''. (2008) p. 483.</ref> Pequenos estudos na [[Eslováquia]] e [[Espanha]] revelaram que não foram encontrados parasitas no sangue, mas um pequeno estudo espanhol revelou indícios de infecções por ''[[Plasmodium]]''.<ref name= Hauptman>{{cite journal |last= Hauptmanová |first= Kateřina |author2=Benedikt, Václav |author3=Literák, Ivan |year=2006 |title= Blood parasites in passerine birds in Slovakian east Carpathians | journal= Acta Protozoologica | volume=45 | pages=105–109 | url = http://www1.nencki.gov.pl/pdf/ap/ap863.pdf |doi=|jstor= |issue=}}</ref><ref name= merino>{{cite journal |last= Merino |first= Santiago |author2=Potti, Jaime |author3=Fargallo, Juan A |year=1997 |title= Blood parasites of passerine birds from central Spain | journal= Journal of Wildlife Diseases | volume=33 | pages=638–641 | url = http://jwildlifedis.org/doi/pdf/10.7589/0090-3558-33.3.638 |doi=10.7589/0090-3558-33.3.638|jstor= |issue=3}}</ref><ref name= martinez>{{cite journal |last= Martinez-de la Puente |first= Josué |author2=Martinez, Javier |author3=Rivero-de Aguilar, Juan |author4=Herrero, Jessica |author5=Merino, Santiago |year=2011 |title= On the specificity of avian blood parasites: revealing specific and generalist relationships between haemosporidians and biting midges | journal= Molecular Ecology | volume=20 | pages=3275– 3287| url =http://digital.csic.es/bitstream/10261/60955/1/molecular.pdf |doi=10.1111/j.1365-294x.2011.05136.x|jstor= |issue=}}</ref>

== Status ==
[[Imagem:Sitta europaea wildlife 3.jpg|thumb|Macho ''S.&nbsp;e.&nbsp;caesia'' comendo sementes de [[girassol]] na Polônia]]
A população de trepadeira-azul na Europa é estimada entre 22,5 a 57 milhões de indivíduos, sugerindo que haja no mundo todo entre 45,9 a 228 milhões de indivíduos. China, Taiwan, Coreia, Japão e Rússia possuem entre 10.000 a 100.000 casais.<ref name=IUCN/> Sua área conhecida de reprodução está entre os 23,3 milhões de km².<ref name=BirdLife>{{Citar web|título = BirdLife International Species factsheet: Wood Nuthatch ''Sitta europaea'' |publicado =BirdLife International |acessodata = 23 April 2014 |url =http://www.birdlife.org/datazone/speciesfactsheet.php?id=6880}}</ref> que tem grande proporção devido a grande quantidade de habitat adequado.<ref name= menon>{{cite journal |last1= Menon |first1= Shaily |last2= Islam |first2= Zafar-Ul |last3= Soberón |first3= Jorge|last4=Peterson|first4= A Townsend |year=2008 |title= Preliminary analysis of the ecology and geography of the Asian nuthatches (Aves: Sittidae) | journal= Wilson Journal of Ornithology | volume=120 | pages=692–699 | url = |doi=10.1676/07-136.1|jstor=20456229 |issue=}}</ref> e a população parece estável. O grandes números e a sua área de distribuição faz com que a espécie seja classificada pela [[IUCN]] como uma [[espécie pouco preocupante]].<ref name=IUCN/>

É muito comum nas suas areas de distribuição, apesar de sua baixa densidade no extremo norte e em florestas de coníferas. Os números anuais de indivíduos na Sibéria varia de ano em ano, dependendo da disponibilização de pinhas.<ref name=HQeurasian/> Nas recentes décadas, a espécie tem ocorrido na [[Escócia]] e nos [[Países Baixos]] e se expandindo ao [[País de Gales]], ao norte da Inglaterra, a Noruega e a cordilheira do [[Atlas]] no norte da África. O ''S. e. asiatica'' se reproduz intermitentemente na Finlândia e no norte da Suécia, causando uma explosão populacional seguida de morte massiva. Devido ser dependente de árvores grandes e grossas, a queda ou fragmentação de florestas antigas podem causar uma queda ou perda na população local.<ref name=BWP>Snow & Perrins (1998) pp. 1402–1404.</ref>

{{notas}}

{{Referências|col=2}}

== Bibliografia ==
* {{cite book |last= Atkinson |first= Carter T |author2=Thomas, Nancy J |author3=Hunter, D Bruce |year=2008 |title= Parasitic Diseases of Wild Birds | publisher= Wiley-Blackwell | volume= | location= London | url = |isbn=978-0-8138-2081-1}}
* {{cite book |title=The New Atlas of Breeding Birds in Britain and Ireland: 1988–1991| isbn=0-85661-075-5 |publisher=[[T & A D Poyser]] |location=London |editor1-first=David Wingham |first=Bodil |last=Enoksson| editor1-last=Gibbons |editor2-first= James B |editor2-last=Reid |editor3-first=Robert A |editor3-last=Chapman |chapter=Nuthatch |year=1993}}
* {{cite book | last = Harrap | first =Simon |author2=Quinn, David |title = Tits, Nuthatches and Treecreepers | year = 1996 | publisher = Christopher Helm | isbn = 0-7136-3964-4|location = London }}
* {{cite book |last1= Jedrzejewska |first1= Bogumila |last2= Jedrzejewski |first2= Wlodzimierz |year=1998 |title= Predation in Vertebrate Communities: The Bialowieza Primeval Forest as a Case Study | publisher= Springer | volume= | location= Berlin |isbn=978-3-540-64138-4}}
* {{cite book | last= Jobling | first= James A | year= 2010| title= The Helm Dictionary of Scientific Bird Names | publisher = Christopher Helm | location = London | isbn = 978-1-4081-2501-4 }}
* {{cite book | last=Linnaeus | first=Carl | author-link=Carl Linnaeus | title=Systema naturae per regna tria naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis. Tomus I. Editio decima, reformata | publisher=Laurentii Salvii| location = Holmiae | year=1758 | language = Latin |url=http://www.biodiversitylibrary.org/bibliography/542#/summary}}
* {{cite book |last= Matthysen |first=Erik |author2=Quinn, David |year=1998 |title= The Nuthatches | publisher= Poyser | volume= | location=London | url = | isbn=978-0-85661-101-8}}
* {{cite book | last = Mullarney | first = Killian |author2=Svensson, Lars |author3=Zetterstrom, Dan |author4=Grant, Peter |title = Collins Bird Guide | year = 1999 | publisher = Collins | location = London| isbn = 0-00-219728-6}}
* {{cite book | editor1-last= Snow | editor1-first= David | editor1-link=David Snow | editor2-last= Perrins | editor2-first= Christopher M | editor2-link=Chris Perrins | title = The Birds of the Western Palearctic concise edition (2 volumes) | publisher = Oxford University Press |year = 1998| location =Oxford | isbn = 978-0-19-854099-1}}

== Ligações externas ==
{{Commons|Sitta europaea}}
* [http://aulaenred.ibercaja.es/wp-content/uploads/395_NuthatchSeuropaea.pdf Ageing and sexing (PDF; 3.2 MB) by Javier Blasco-Zumeta & Gerd-Michael Heinze]
* [http://www.xeno-canto.org/species/Sitta-europaea Trepadeira-azul videos, fotos & sons]no xeno-canto
* [http://ibc.lynxeds.com/species/eurasian-nuthatch-sitta-europaea Trepadeira-azul videos, fotos & sons]no Internet Bird Collection.


{{Portal3|Aves|Europa|África|Ásia}}
{{esboço-passeriforme}}


[[Categoria:Sittidae]]
{{DEFAULTSORT:Trepadeira azul}}
[[Categoria:Sitta]]
[[Categoria:Aves da Ásia]]
[[Categoria:Aves descritas em 1758]]
[[Categoria:Aves da Europa]]
[[Categoria:Animais descritos em 1758]]

Revisão das 03h11min de 23 de dezembro de 2016

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTrepadeira-azul
Sitta europaea cisalpina
Sitta europaea cisalpina

Canto
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Sittidae
Género: Sitta
Espécie: S. europaea
Nome binomial
Sitta europaea
Linnaeus, 1758
Distribuição geográfica
Em verde sua área de distribuição
Em verde sua área de distribuição

A Trepadeira-azul (nome científico: Sitta europaea) é uma espécie de ave da família Sittidae. É encontrado na região temperada da Ásia e da Europa. Como os outros Sittidae, possui cauda curta e bico longo, as partes superiores cinza-azulado e a linha do olho de cor negra. É um pássaro de canto melodioso. Existem mais de 20 subespécies divididas em três principais grupos: os do oeste possuem a parte superior das pernas laranjas, os da Rússia possuem a parte superior da perna branca e os do Extremo Oriente possuem a garganta branca.

Seu habitat preferido são florestas decíduas antigas ou florestas mistas com grandes e velhas árvores de preferência carvalho. Os casais defendem o território e nidificam em buracos nas árvores, comumente em ninhos abandonados de pica-paus, mas podendo ser também em buracos naturais. Se o buraco for muito grande, a fêmea o diminui tapando parte com barro, podendo forrar o ninho da mesma forma. São postos entre 6 a 9 ovos, que são brancos salpicados de vermelho, na parte profunda do pinheiro ou outro tipo de madeira.

Se alimenta principalmente de insectos, preferindo lagartas e besouros, mas durante o outono e o inverno pode ser alimentar de nozes e sementes. Os filhotes comem insectos e sementes, alimentos que podem ser encontrados em troncos de árvores e galhos grandes. Facilmente se alimenta de comida servida por humanos, comendo restos de comida e sementes. Costuma estocar comida, fazendo isso o ano todo. Seu predador natural é o gavião-da-europa.

A fragmentação das florestas pode causar a perda das áreas de nidifição da espécie, mas apesar disso, sua área de alcance está aumentando. Sua área de alcance e reprodução é tão grande que a IUCN o classifica como espécie pouco preocupante.

Taxonomia

As trepadeiras são a família de pássaros parecidos com caudas e asas pequenas, corpo compacto e bico comprido. Possuem a parte superior das pernas cinzas ou azuladas, a linha do olho preta e patas fortes. Todos estão incluídos no género monotipo Sitta.[2] No género, as trepadeiras-europeias formam superespécies com as Sitta cashmirensis, Sitta nagaensis, Sitta castanea e Sitta cinnamoventris que no passado eram consideradas coespecíficas em um só.[3]

A Trepadeira-azul foi descrita Linnaeus em seu Systema naturae em 1758 antes de ter seu nome actual.[4] Sitta é derivado do nome do pássaro em grego antigo: σιττη, sittē,[5][6] e o nome da espécie, europaea, é uma tradução para latim de "Europeu".[7]

Os registros fósseis são raros, e na Europa é limitado ao extinto Sitta senogalliensis que vivia no início do Mioceno na Itália e um pouco depois na França, demonstrando que a origem da família é relativamente recente.[2]

Subespécies

Há mais de 20 subespécies, mas não há consenso a respeito de seu número exato. Seu táxon está dividido em 3 grupos, podendo ter ocorrido um isolamento geográfico relativamente recente. As aves de aparecimento intermediário são encontradas nas áreas de sobreposição dos grupos.[8]

Subespécies[3]
Grupo de subespécies Aparência Distribuição Subespécies[a]
Grupo caesia Peito castanho-amarelado e garganta branca Maior parte da Europa, Norte da África, Oriente Médio S. e. caesia, S. e. hispaniensis, S. e. cisalpina, S. e. levantina, S. e. persica, S. e. rubiginosa, S. e. caucasica
Grupo europaea Peito castanho-amarelado Escandinávia e leste da Rússia ao Japão e norte da China S. e. europaea, S. e. asiatica, S. e. arctica, S. e. baicalensis, S. e. albifrons, S. e. sakhalinensis, S. e. takatsukasai, S. e. clara, S. e. amurensis, S. e. hondoensis, S. e. roseilia, S. e. bedfordi, S. e. seorsa
Grupo sinensis Peito e garganta castanho-amarelado Sul e leste da China e Taiwan S. e. sinensis, S. e. formosana

O grande, peito-branco S. e. arctica do nordeste da Sibéria é diferenciado em aparência e geneticamente, e pode ser separada em outro grupo de subespécies ou em uma espécie em separado.[3]

Descrição

Macho de S. e. caesia na Polônia
Fêmea S. e. europaea na Suécia
Intermediário entre S. e. europaea and S. e. caesia no leste da Alemanha

O macho adulto da subespécie S. e. europaea tem 14 centímetros de comprimento com de 22.5–27 cm com as asas abertas.[9] Pesa entre 17 e 28 gramas. Possui a parte superior das pernas azul-acinzentadas, com a linha do olho preta e a garganta e a parte debaixo das pernas branca. O bico é cinza escuro, com uma área branca na base da mandíbula inferior, a íris é marrom escura e as pernas e as patas são marrom claras ou acinzentadas.[3] A maior parte dos outros membros do grupo S. e. europaea são diferenciados apenas por alguma diferença da sua forma nominal, e às vezes pela tonalidade da sua coxa,[8] mas a S. e. arctica é bastante diferente. É grande, pálida e possui a testa branca e a linha do olho menor e é mais branca na cauda e nas asas que as outras subespécies.[10] A trepadeiras se movem nas árvores com pequenos saltinhos e não usam a cauda para se equilibrar. No voo, eles possuem uma característica única, com a cabeça apontada, com as asas arredondadas e a cauda pequena e quadrada. O voo é rápido, com as asas fechadas entre as batidas das asas, sendo rápido este momento.[9]

S. e. caesia, o mais difundido das subespécies do oeste, possui a parte debaixo da perna laranja-couro, com exceção da garganta e bochechas brancas. As outras formas ocidentais diferem principalmente no exato tom da parte de debaixo das pernas, entretanto, algumas formas do sudeste também apresentam a testa e o supercílio brancos. S. e. sinensis e S. e. formosana, da China e Taiwan respectivamente, possuem a parte debaixo das pernas cor de couro, como os padrões ocidentais, mas tem essa mesma cor, no lugar do branco, na garganta.[8]

A fêmea é semelhante na aparência com o macho, mas pode ser identificada por possuir as coxas mais pálidas, a linha do olho amarronzada e um tom mais desbotado nas laterais e uma barriga menor.[3] Na forma oriental, alguns machos da S. e. asiatica, podem possuir as pernas cor de couro como as fêmeas, e essas aves tem dificuldade de se acasalar naturalmente.[8] Os filhotes se assemelham com as fêmeas, embora a sua plumagem seja mais volumosa e tenha as pernas mais pálidas.[3] Os indivíduos podem ser diferenciados sexualmente a partir dos 12 dias de vida, a partir da palidez e da cor de couro das laterais, ou, em subespécies de peito branco, a partir do tom creme das suas pernas.[11]

Os adultos tem a muda completa depois da reprodução, que leva cerca de 80 dias, começando no fim de maio e terminando no fim de setembro. O período de muda das subespécies siberianas é menor, indo de junho a metade de setembro. As mudas juvenis das penas das asa ocorrem quando fazem 8 semanas de vida.[8]

Em muitos lugares na sua distribuição, a Trepadeira-azul é a única trepadeira presente. No sudeste da Europa e no sudoeste da Ásia, o S. neumayer e o S. tephronota são maiores e mais pálidos que as espécies euroasiáticas. Eles também não tem manchas na cauda e são encontrados em diferentes e pedregosos habitats, e o S. krueperi é pequeno e tem possui a nuca preta e o peito avermelhado. No sudoeste da China, o S. nagaensis é bastante similar com a espécie, mais é mais escuro, tendo menos branco na cabeça e as pernas mais acinzentadas.[8]

Canto

A espécie canta frequentemente, comumente com um sonoro e agudo piado de alerta "dwip" normalmente repetido 2 vezes, podendo fazer mais vezes quando está excitado. Tem um estridente "sirrrr" ou "tsi-si-si" e um pequeno piado de pré-voo "tsit". O seu cantar é um longo assobio "pee-pee-pee" com várias variantes, incluindo a versão mais rápida, e pode ser misturado com piados.[3]

O canto do S. e. arctica é notalvemente diferente dos seus parentes, o que poderia a classificar como uma espécie independente, mas não há pesquisas suficientes neste ramo.[12]

Distribuição e habitat

A trepadeira-azul é encontrada desde a Grã-Betanha (mas não na Irlanda) ao Japão.[8] É encontrado entre as isolinhas de julho aos 16°C, e ao norte da linha 64°N na Rússia ocidental e 69°N na Sibéria. Se reproduz no sul do mediterrâneo na Europa, no entretanto não faz isso nas ilhas, como a Sicília e na maior parte da Rússia abaixo da latitude 54-55°C. No leste de sua área de abrangência, é encontrada na maior parte da China e Taiwan e numa parte das Coreias.[8] Já foram encontrados alguns indivíduos no Líbano[1] e nas ilhas do Canal, e alguns registos na Finlândia onde a subespécie encontrada é a S. e. asiatica.[9]

As populações em geral são sedentárias, com exceção da dispersão dos filhotes após a criação, e tem relutância em atravessar até pequenos trechos d'água. As subespécies do norte e do leste são dependentes das pinhas do Pinus sibirica, e em caso de uma colheita falha, alguns pássaros da subespécie S. e. asiatica podem migrar para o norte da Suécia e da Finlândia no outono, podendo permanecer para reproduzir. A S. e. arctica da Sibéria podem fazer pequenas migrações para para o sul e o leste no inverno, e o S. e. amurensis, do sudeste da Rússia, passa o inverno nas Coreias.[8]

Florestas decíduas antigas são o seu habitat favorito.

Eles preferem florestas antigas com árvores grandes e velhas que proporcionam o crescimento extensivo para poder forrar e nidificar em seus buracos. Na Europa, florestas decíduas ou mista são preferidas, principalmente as de carvalho. Parques, pomares antigos ou outros lugares arbóreos podem ser ocupados desde que tenha uma área florestada de aproximadamente um 1 hectare. Particularmente em áreas montanhosas, velhas florestas de carvalho e abeto podem ser usadas, e as de pinheiros tendem ser favoritas em Taiwan. Na maior parte da Rússia, coníferas podem ser usadas para a nidificação, mas a densidade populacional é relativamente baixa. Já no Marrocos, eles nidificam em carvalho, cedro-do-atlas. Habitats incomuns incluem o zimbro anão na Mongólia e terrenos pedregosos em uma pequena área no sul da Sibéria.[3]

É uma ave que vive principalmente em locais baixos no norte, mas alguns alcançam as áreas arborizadas da Suíça, aos 1200 metros ou mais, podendo ser encontrada ocasionalmente numa altitude entre 1800 e 2100 metros na Áustria. É encontrada em altitudes semelhantes na Turquia, no Oriente Médio e na Ásia central. No Japão, vive em montanhas no sul, em uma altitude entre 760 e 2100 metros e em Taiwan entre 800 e 3300 metros, mas no sudeste da China, o Sitta nagaensis está em altitudes mais altas, com a trepadeira-azul ficando em locais mais baixos.[3]

Ecologia

Reprodução

A trepadeira-azul é mais relutante em nidificar em caixa-ninho do que qualquer outra espécie que faz ninho em buraco de árvore.[13]
Ovo

A trepadeira-azul é monogâmica, e o casal ocupa a área de reprodução durante o inverno.[3]O tamanho dos territórios variam em 2 hectares na Europa e 30,2 em florestas menos ocupadas de conífera na Sibéria.[14] O macho canta para defender o território e atrair a fêmea. Ambos os sexos realizam o cortejo sexual com oscilações, voo trêmulo e o macho realiza vôos circulares com a cauda aberta e a cabeça levantada. Ele pode alimentar a fêmea enquanto a corteja.[9]Embora o casal dure a vida inteira, estudos genéticos realizados na Alemanha revelaram que 10% dos filhotes analisados eram de outro pai, normalmente de um território adjacente.[15]

O ninho é feito em um buraco na árvore, comumente num ninho abandonado de pica-pau, mas podendo ser de origem natural. Ocasionalmente, a fêmea pode alargar o buraco existente usando madeira podre. O ninho costuma ficar a 20 metros de altura, com uma base profunda a base de casca de pinheiro ou de lasca de madeira, sendo raramente usado material vegetal seco. Se o buraco for grande demais, a fêmea pode usar barro, lama e, às vezes, esterco para reduzir o buraco.[3]Uma entrada pequena e um interior grande, juntos com uma camada profunda de lascas de madeira, onde são postos os ovos e os filhotes quando os pais saem do ninho, podem ser adaptações para reduzir a chance de predação. Ninhos com buracos menores tendem terem mais sucesso.[16] Em alguns lugares, um buraco pequeno pode fazer com que o casal seja expulso por estorninhos[3][13] A fêmea realiza a maior parte do trabalho, às vezes revestindo o buraco também, fazendo com que se demore 4 semanas para se completar a construção. O ninho costuma ser reutilizado nos anos seguintes.[3]

Um filhote

A ninhada costuma ter de 6 a 9 ovos, que são brancos salpicados de vermelho, mas podem chegar a 13. Os ovos possuem tamanho médio de 19,5 por 14,4 milímetros[8] e pesam 2,3 gramas[b] sendo 6% a casca.[17] A fêmea choca os ovos entre 13 e 18 dias até eclodir, e os filhotes são altriciais até sua primeira muda, ao 20-26 dias. Ambos os pais alimentam os filhotes no ninho até se tornarem independentes ao 8 e 14 dias depois da muda. Normalmente só a uma ninhada por ano.[8][17]Quando são usadas caixas-ninho, a ninhada é maior e o número filhotes também é maior. Por não serem limpas, não há relação entre o tamanho da ninhada com o tamanho de buracos naturais.[18]

A natureza sedentária da espécie faz com que os jovens apenas adquiram um território se achar uma área vazia ou para ficar no lugar de um adulto que morreu. Na Europa, os jovens sempre se movem para locais desabitados, mas em territórios maiores da Sibéria, muitos vivem na mesma área de reprodução de um casal adulto.[14]

A taxa de sobrevivência de adultos está entorno dos 51%,[14][17]e um pequeno estudo belga verificou que havia uma taxa de sobrevivência de 25% nos jovens.[19] A esperança de vida é de dois anos e a maior idade conhecida de um indivíduo na natureza é de 12 anos e 10 meses no Reino Unido.[20] Também há o recorde suíço de 10 anos e 6 meses.[21]

Alimentação

Trepadeira-azul se alimentando em tábua de alimentação(veja em alta definição)

A trepadeira-azul se alimenta principalmente de insectos, preferindo lagartas e besouros. No outono e no inverno, sua é dieta é complementada com nozes e sementes, avelãs e faia, costumam ser os favoritos. Os filhotes são alimentados de insectos oferecidos pelos pais, incluindo algumas sementes. Seus alimentos são encontrados em troncos e galhos de árvores, mas galhos pequenos também são verificados, e a comida também pode ser achada no chão, principalmente fora do período reprodutivo. Podem se alimentar quando estão descendo da árvore, assim como na escalada. Algumas presas são capturadas durante o voo, e poderá tirar cascas e madeira podre para procurar insectos, entretanto não consegue perfurar madeira saudável como o pica-pau. Um casal pode interagir temporariamente com outras espécies para se alimentar e aceitá-las em seu território.[3]Pode frequentar tábuas e alimentadores para pássaros no inverno, comer restos de comida humana como gorduras, queijos, manteiga e pão.[13][22] Já foi registado mexendo em restos de matadouro.[22] Alimentos muito duros como nozes ou insectos grandes são encravados em buracos na casca de árvores e esmagados com seu forte bico.[23]

Alimentos vegetais são estocados o ano todo, mas principalmente no outono. Sementes são escondidas em rachaduras nas cascas das árvores, podendo ser em muros ou no chão. Os alimentos são com líquen, musgo ou pequenoz pedaços de casca. A comida escondida é recuperada em água fria. Os pássaros siberianos estocam as sementes do pinheiro-siberiano, podendo acumular o suficiente para o ano todo.[3]Escondem a comida podendo incluir pedaços de pão, lagartas e larvas.[24] O estocamento é uma estratégia de longo prazo, estocando alimentos que só serão consumidos quando a comida fresca for escassa, podendo demorar cerca de 3 meses para usá-lo. Pássaros com estoque de alimento são mais aptos do que aqueles com estoque limitado.[25] As colheitas de faia variam de ano a ano. Quando a faia é uma importante parte na sua dieta, a taxa de adultos sobreviventes é praticamente inalterada, mas a taxa cai nos pássaros jovens no outono uma vez que morrem por causa da fome ou da migração.[19] Em áreas onde a avelã comum é predominante das três espécies, o padrão dos adultos não se modificam e dos jovens caem devido a falta de nutrientes da avelã.[26]

Predadores e parasitas

O Gavião-da-europa é o seu principal predador.

Em toda sua área de abrangência européia, seu principal predador é o gavião-da-europa.[27][28]Outras espécies conhecidas por serem predadoras são o açor,[29] o hobby,[30] o aluco,[31] o mocho-pigmeu e a doninha-anã.[32][33] Um estudo sueco mostrou que 6,2% dos ninhos analisados estavam em áreas onde haviam predadores. Os predadores não foram identificados, mas o único predador de ninhos de chapim é o pica-pau-malhado-grande.[34]

Os estorninho-comums podem remover a trepadeira-azul do ninho, reduzindo o sucesso do acasalamento. Isso é mais provável de ocorrer quando o ninho está em uma árvore alta e com grande densidade de indivíduos da espécie.[34] O introduzido periquito-de-colar pode competir pelo ninho. O periquito costuma ocorrer em áreas de florestas fragmentadas e urbanizadas, enquanto a trepadeira-azul prefere florestas antigas de carvalho, assim reduzindo a competição. Ornintologistas conduzindo um estudo belga em 2010 disseram que o problema não era tão grave para ser abater os periquitos.[35]

Ácaros do género Ptilonyssus, como o P. sittae, estavam sendo encontrados na cavidade nasal dos pássaros.[36][37] Vermes intestinais, incluindo os nematóides Tridentocapillaria parusi e Pterothominx longifilla foram encontrados.[38] Pequenos estudos na Eslováquia e Espanha revelaram que não foram encontrados parasitas no sangue, mas um pequeno estudo espanhol revelou indícios de infecções por Plasmodium.[39][40][41]

Status

Macho S. e. caesia comendo sementes de girassol na Polônia

A população de trepadeira-azul na Europa é estimada entre 22,5 a 57 milhões de indivíduos, sugerindo que haja no mundo todo entre 45,9 a 228 milhões de indivíduos. China, Taiwan, Coreia, Japão e Rússia possuem entre 10.000 a 100.000 casais.[1] Sua área conhecida de reprodução está entre os 23,3 milhões de km².[42] que tem grande proporção devido a grande quantidade de habitat adequado.[43] e a população parece estável. O grandes números e a sua área de distribuição faz com que a espécie seja classificada pela IUCN como uma espécie pouco preocupante.[1]

É muito comum nas suas areas de distribuição, apesar de sua baixa densidade no extremo norte e em florestas de coníferas. Os números anuais de indivíduos na Sibéria varia de ano em ano, dependendo da disponibilização de pinhas.[8] Nas recentes décadas, a espécie tem ocorrido na Escócia e nos Países Baixos e se expandindo ao País de Gales, ao norte da Inglaterra, a Noruega e a cordilheira do Atlas no norte da África. O S. e. asiatica se reproduz intermitentemente na Finlândia e no norte da Suécia, causando uma explosão populacional seguida de morte massiva. Devido ser dependente de árvores grandes e grossas, a queda ou fragmentação de florestas antigas podem causar uma queda ou perda na população local.[9]

Notas

  1. Harrop and Quinn lump S. e. baicalensis, S. e. takatsukasai, S. e. clara and S. e. hondoensis into S. e. asiatica and S. e. formosana into S. e. sinensis[8]
  2. S. e. caesia

Referências

  1. a b c d «Sitta europaea (Eurasian Nuthatch)» (em inglês). IUCN. Consultado em 23 de dezembro de 2016 
  2. a b Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A (eds.). «Sittidae». Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions. Consultado em 10 March 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. a b c d e f g h i j k l m n o Hoyo, Josep del; Elliott, Andrew; Sargatal, Jordi; Christie, David A (eds.). «Eurasian Nuthatch». Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions. Consultado em 10 March 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4. Linnaeus (1758) p. 115.
  5. Jobling (2010) p. 357.
  6. Matthysen & Quinn (1998) p. 4.
  7. Jobling (2010) p. 153.
  8. a b c d e f g h i j k l m Harrap & Quinn (1996) pp. 109–114.
  9. a b c d e Snow & Perrins (1998) pp. 1402–1404.
  10. Matthysen & Quinn (1998) p. 27.
  11. Matthysen & Quinn (1998) p. 31.
  12. Red'kin, Yaroslav A; Konovalova, Maria V (2006). «Systematic notes on Asian birds. 63. The eastern Asiatic races of Sitta europaea Linnaeus, 1758». Zoologische Mededelingen. 80–5 (15): 241–261 
  13. a b c Enokssson (1993) p. 376.
  14. a b c Pravosudov, Vladimir V (1993). «Social organization of the Nuthatch Sitta europaea asiatica». Ornis Scandinavica. 24 (4): 290–296. JSTOR 3676790. doi:10.2307/3676790 
  15. Segelbacher, Gernot; Kabisch, Daniela; Stauss, Michael; Tomiuk, Jürgen (2005). «Extra-pair young despite strong pair bonds in the European Nuthatch (Sitta europaea)». Journal of Ornithology. 146 (2): 99–102. doi:10.1007/s10336-004-0062-5 
  16. Wesołowski, Tomasz; Rowiński, Patryk (2004). «Breeding behaviour of Nuthatch Sitta europaea in relation to natural hole attributes in a primeval forest: capsule nuthatches used holes with strong walls, typically in live trees with entrances reduced by plastering, and 'oversized' interiors filled with bark flakes». Bird Study. 51 (2): 143–155. doi:10.1080/00063650409461346 
  17. a b c «Nuthatch Sitta europaea [Linnaeus, 1758]». Bird Facts. British Trust for Ornithology. Consultado em 30 March 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  18. Pravosudov, Vladimir V (1995). «Clutch size and fledging rate in the Eurasian Nuthatch breeding in natural cavities is unrelated to nest cavity size (Sin relación el tamaño de la cavidad y el tamaño de la camaday la tasa de pichones que dejan el nido de Sitta europea)». Journal of Field Ornithology. 66 (2): 231–235. JSTOR 4514008 
  19. a b Matthysen, Erik (1989). «Nuthatch Sitta europaea demography, beech mast, and territoriality». Ornis Scandinavica. 20 (4): 278–282. JSTOR 3676492. doi:10.2307/3676492 
  20. «European Longevity Records». EURING. Consultado em 15 April 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  21. «Eurasian Nuthatch Sitta europaea». Birds of Switzerland. Swiss Ornithological Institute. Consultado em 31 March 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  22. a b Matthysen & Quinn (1998) p. 51.
  23. Harrap & Quinn (1996) p. 16.
  24. Richards, T J (1958). «Concealment and recovery of food by birds, with some relevant observations on squirrels». British Birds. 51 (12): 497–508 
  25. Nilsson, Jan Åke; Persson, Hans Källander Owe (1993). «A prudent hoarder: effects of long-term hoarding in the European nuthatch, Sitta europaea». Behavioral Ecology. 4 (4): 363–373. doi:10.1093/beheco/4.4.369 
  26. Enoksson, Bodil (1990). «Autumn territories and population regulation in the Nuthatch Sitta europaea: an experimental study». Journal of Animal Ecology. 59 (3): 1047–1062. JSTOR 5030. doi:10.2307/5030 
  27. Matthysen & Quinn (1998) p. 148.
  28. Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 256.
  29. Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 252.
  30. Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 282.
  31. Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 286.
  32. Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 294.
  33. Jedrzejewska & Jedrzejewski (1998) p. 200.
  34. a b Nilsson, Sven G (1984). «The evolution of nest-site selection among hole-nesting birds: the importance of nest predation and competition». Ornis Scandinavica. 15 (3): 167–175. JSTOR 3675958. doi:10.2307/3675958 
  35. Strubbe, Diederik; Matthysen, Erik; Graham, Catherine H (2010). «Assessing the potential impact of invasive ring-necked parakeets Psittacula krameri on native nuthatches Sitta europeae in Belgium». Journal of Applied Ecology. 47 (3): 549–557. doi:10.1111/j.1365-2664.2010.01808.x 
  36. Fieder, Z; Mironescu, Iulia (1970). «Contribution a la connaissance desrhinonyssides parasites nasicoles de la sittelle Sitta europaea coesia Wolf» (PDF). Revue Roumaine de Biolologie. (Série de Zoologie) (em French). 15: 17–22 
  37. Fain, A; Sixl, W; Moritsch, C (1974). «The nasal mites of the family Rhinonyssidae with description of a new species (Acarina)» (PDF). Mitteilungen der Abteilung für Zoologie am Landesmuseum Joanneum. 1 (3): 1–9 
  38. Atkinson et al. (2008) p. 483.
  39. Hauptmanová, Kateřina; Benedikt, Václav; Literák, Ivan (2006). «Blood parasites in passerine birds in Slovakian east Carpathians» (PDF). Acta Protozoologica. 45: 105–109 
  40. Merino, Santiago; Potti, Jaime; Fargallo, Juan A (1997). «Blood parasites of passerine birds from central Spain». Journal of Wildlife Diseases. 33 (3): 638–641. doi:10.7589/0090-3558-33.3.638 
  41. Martinez-de la Puente, Josué; Martinez, Javier; Rivero-de Aguilar, Juan; Herrero, Jessica; Merino, Santiago (2011). «On the specificity of avian blood parasites: revealing specific and generalist relationships between haemosporidians and biting midges» (PDF). Molecular Ecology. 20: 3275– 3287. doi:10.1111/j.1365-294x.2011.05136.x 
  42. «BirdLife International Species factsheet: Wood Nuthatch Sitta europaea». BirdLife International. Consultado em 23 April 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  43. Menon, Shaily; Islam, Zafar-Ul; Soberón, Jorge; Peterson, A Townsend (2008). «Preliminary analysis of the ecology and geography of the Asian nuthatches (Aves: Sittidae)». Wilson Journal of Ornithology. 120: 692–699. JSTOR 20456229. doi:10.1676/07-136.1 

Bibliografia

Ligações externas

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Trepadeira-azul