Uso responsável de drogas: diferenças entre revisões

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'''O uso responsável de drogas''' reduz possíveis impactos negativos na vida do usuário. Em relação a [[Droga psicoativa|drogas psicoativas]] ilegais, não incluídas as substâncias controladas por receita médica que podem ser desviadas, alguns críticos<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=G-cJhS1SUtQC&pg=PA147&dq#v=onepage&q&f=false|título=Drug Abuse Prevention: A School and Community Partnership|ultimo=Wilson|primeiro=Richard|ultimo2=Kolander, Cheryl|ano=2010|isbn=978-0-7637-7158-4|publicação=Jones & Bartlett Publishers}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=dwGpsNjv_1kC&pg=PA97&dq#v=onepage&q&f=false|título=Lies, Damned Lies, and Drug War Statistics: A Critical Analysis of Claims Made by the Office of National Drug Control Policy|ultimo=Robinson|primeiro=Matthew B|ultimo2=Scherlen, Renee G|ano=2007|localização=|isbn=978-0-7914-6975-0|publicação=State University of New York Pr}}</ref> acreditam que o [[Uso recreativo de drogas|uso recreativo]] ilegal é inerentemente irresponsável, devido à força e pureza imprevisíveis e não monitoradas das drogas e aos riscos de [[Perturbação por uso de substâncias|dependência]], [[infecção]] e outros efeitos colaterais
'''O uso responsável de drogas''' reduz possíveis impactos negativos na vida do usuário. Em relação a [[Droga psicoativa|drogas psicoativas]] ilegais, não incluídas as substâncias controladas por receita médica que podem ser desviadas, alguns críticos<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=G-cJhS1SUtQC&pg=PA147&dq#v=onepage&q&f=false|título=Drug Abuse Prevention: A School and Community Partnership|ultimo=Wilson|primeiro=Richard|ultimo2=Kolander, Cheryl|ano=2010|isbn=978-0-7637-7158-4|publicação=Jones & Bartlett Publishers}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=dwGpsNjv_1kC&pg=PA97&dq#v=onepage&q&f=false|título=Lies, Damned Lies, and Drug War Statistics: A Critical Analysis of Claims Made by the Office of National Drug Control Policy|ultimo=Robinson|primeiro=Matthew B|ultimo2=Scherlen, Renee G|ano=2007|localização=|isbn=978-0-7914-6975-0|publicação=State University of New York Pr}}</ref> acreditam que o [[Uso recreativo de drogas|uso recreativo]] ilegal é inerentemente irresponsável, devido à força e pureza imprevisíveis e não monitoradas das drogas e aos riscos de [[Perturbação por uso de substâncias|dependência]], [[infecção]] e outros efeitos colaterais


No entanto, os defensores da [[redução de danos]] afirmam que o usuário pode ser responsável empregando a outras drogas os mesmos princípios gerais aplicáveis ao uso de álcool. Por exemplo, evitar situações perigosas, doses excessivas e [[Uso de polissubstâncias|combinações perigosas de drogas]]; evitando drogas injetáveis; e não usar drogas ao mesmo tempo em realiza atividades que podem ser inseguras quando não se está em um estado sóbrio.<ref>{{Citar web |url=https://www.rollingstone.com/music/news/major-lazer-take-aim-at-media-over-edm-show-drug-deaths-20130912 |titulo=Diplo Takes Aim at Media Over EDM Deaths |acessodata=18 May 2017 |publicado=Rolling Stone}}</ref> Por meio de analogia, o uso de drogas pode ser pensado como uma atividade potencialmente benéfica, mas também arriscada, análoga ao esqui, paraquedismo, surf ou escalada de montanhas, cujos riscos podem ser minimizados com cautela e bom senso. Os defensores dessa abordagem também apontam que a ação (ou inação) do governo dificulta o uso responsável de drogas, pois tornam indisponíveis drogas de pureza e força conhecidas.
No entanto, os defensores da [[redução de danos]] afirmam que o usuário pode ser responsável empregando a outras drogas os mesmos princípios gerais aplicáveis ao uso de álcool. Por exemplo, evitar situações perigosas, doses excessivas e [[Uso de polissubstâncias|combinações perigosas de drogas]]; evitando drogas injetáveis; e não usar drogas ao mesmo tempo em realiza atividades que podem ser inseguras quando não se está em um estado sóbrio.<ref>{{Citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://www.rollingstone.com/music/news/major-lazer-take-aim-at-media-over-edm-show-drug-deaths-20130912 |titulo=Diplo Takes Aim at Media Over EDM Deaths |data= |acessodata=18/05/2017 |publicado=Rolling Stone}}</ref> Por meio de analogia, o uso de drogas pode ser pensado como uma atividade potencialmente benéfica, mas também arriscada, análoga ao esqui, paraquedismo, surf ou escalada de montanhas, cujos riscos podem ser minimizados com cautela e bom senso. Os defensores dessa abordagem também apontam que a ação (ou inação) do governo dificulta o uso responsável de drogas, pois tornam indisponíveis drogas de pureza e força conhecidas.


== Princípios ==
== Princípios ==
Duncan e Gold argumentam que, para usar medicamentos controlados e outras drogas com responsabilidade, uma pessoa deve aderir a uma lista de princípios.<ref name=":0">{{Citar livro|url=http://www.angelfire.com/realm2/duncanian_theory/ResponsibleDrugUse.html|título=Drugs and the Whole Person|ultimo=Duncan, D. F.|ultimo2=Gold, R. S.|ano=1982|páginas=Chapter 18: Responsibilities of the recreational drug user|publicação=Wiley, New York}}</ref> Eles e outros autores<ref name="cato1">{{Citar web |url=https://www.cato-unbound.org/2008/09/08/earth-fire-erowid/towards-culture-responsible-psychoactive-drug-use |titulo=Towards a Culture of Responsible Psychoactive Drug Use |acessodata=18 May 2017 |publicado=Cato Unbound |lingua=en}}</ref> argumentam que os usuários de drogas devem:
Duncan e Gold argumentam que, para usar medicamentos controlados e outras drogas com responsabilidade, uma pessoa deve aderir a uma lista de princípios.<ref name=":0">{{Citar livro|url=http://www.angelfire.com/realm2/duncanian_theory/ResponsibleDrugUse.html|título=Drugs and the Whole Person|ultimo=Duncan, D. F.|ultimo2=Gold, R. S.|ano=1982|páginas=Chapter 18: Responsibilities of the recreational drug user|publicação=Wiley, New York}}</ref> Eles e outros autores<ref name="cato1">{{Citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://www.cato-unbound.org/2008/09/08/earth-fire-erowid/towards-culture-responsible-psychoactive-drug-use |titulo=Towards a Culture of Responsible Psychoactive Drug Use |data= |acessodata=18/05/2017 |publicado=Cato Unbound |lingua=en}}</ref> argumentam que os usuários de drogas devem:


* Compreender e educar-se sobre os efeitos, riscos, efeitos colaterais e status legal da droga que está tomando<ref name="cato1">{{Citar web |url=https://www.cato-unbound.org/2008/09/08/earth-fire-erowid/towards-culture-responsible-psychoactive-drug-use |titulo=Towards a Culture of Responsible Psychoactive Drug Use |acessodata=18 May 2017 |publicado=Cato Unbound |lingua=en}}</ref>
* Compreender e educar-se sobre os efeitos, riscos, efeitos colaterais e status legal da droga que está tomando<ref name="cato1">{{Citar web |url=https://www.cato-unbound.org/2008/09/08/earth-fire-erowid/towards-culture-responsible-psychoactive-drug-use |titulo=Towards a Culture of Responsible Psychoactive Drug Use |acessodata=18 May 2017 |publicado=Cato Unbound |lingua=en}}</ref>
* medir dosagens de maneira precisa e tomar outras precauções, de modo a reduzir o risco de [[overdose]]
* medir dosagens de maneira precisa e tomar outras precauções, de modo a reduzir o risco de [[overdose]]
* Ao ingerir uma nova droga, preferir tomar uma pequena dose
* Ao ingerir uma nova droga, preferir tomar uma pequena dose<sup class="noprint Inline-Template Template-Fact" data-ve-ignore="true" style="white-space:nowrap;">&#x5B; ''<nowiki><span title="This claim needs references to reliable sources. (January 2017)">citação necessária</span></nowiki>'' &#x5D;</sup>
* Caso possível, testar todas as dr<sup class="noprint Inline-Template Template-Fact" data-ve-ignore="true" style="white-space:nowrap;">&#x5B; ''<nowiki><span title="This claim needs references to reliable sources. (January 2017)">citação necessária</span></nowiki>'' &#x5D;</sup>ogas antes de usá-las é recomendado, pois possibilita determinar sua pureza e força
* Caso possível, testar todas as drogas antes de usá-las é recomendado, pois possibilita determinar sua pureza e força
* Tentar obter drogas puras e sem agentes de corte nocivos<ref>{{Citar web |url=https://www.cato-unbound.org/2008/09/08/earth-fire-erowid/towards-culture-responsible-psychoactive-drug-use |titulo=Towards a Culture of Responsible Psychoactive Drug Use |acessodata=2 February 2017 |website=Cato Unbound}}</ref>
* Tentar obter drogas puras e sem agentes de corte nocivos<ref>{{Citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://www.cato-unbound.org/2008/09/08/earth-fire-erowid/towards-culture-responsible-psychoactive-drug-use |titulo=Towards a Culture of Responsible Psychoactive Drug Use |data= |acessodata=02/02/2017 |website=Cato Unbound |publicado=}}</ref>
* Usar drogas somente em situações sociais relaxadas e responsáveis, pois a consciência alterada pode ser inadequada em ambientes potencialmente perigosos ou desconhecidos
* Usar drogas somente em situações sociais relaxadas e responsáveis, pois a consciência alterada pode ser inadequada em ambientes potencialmente perigosos ou desconhecidos
* Evitar dirigir, operar máquinas pesadas ou se responsabilizar direta ou indiretamente pela segurança ou pelos cuidados de outra pessoa enquanto embriagado
* Evitar dirigir, operar máquinas pesadas ou se responsabilizar direta ou indiretamente pela segurança ou pelos cuidados de outra pessoa enquanto embriagado
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* Conhecer técnicas básicas de primeiros socorros e assumir a responsabilidade de aplicá-las adequadamente em casos de emergência ocasionadas por drogas
* Conhecer técnicas básicas de primeiros socorros e assumir a responsabilidade de aplicá-las adequadamente em casos de emergência ocasionadas por drogas
* Evitar injetar drogas
* Evitar injetar drogas
* Reconhecer que o próprio comportamento e atitudes de consumo de drogas na presença de outras pessoas podem influenciá-las, especialmente na presença crianças<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9bqcAgAAQBAJ&pg=PA40|título=Parenting and Teen Drug Use: The Most Recent Findings from Research, Prevention, and Treatment|ultimo=Scheier|primeiro=Lawrence M.|ultimo2=Hansen|primeiro2=William B.|data=March 2014|língua=en|isbn=9780199739028|publicação=OUP USA}}</ref>
* Reconhecer que o próprio comportamento e atitudes de consumo de drogas na presença de outras pessoas podem influenciá-las, especialmente na presença crianças<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9bqcAgAAQBAJ&pg=PA40|título=Parenting and Teen Drug Use: The Most Recent Findings from Research, Prevention, and Treatment|ultimo=Scheier|primeiro=Lawrence M.|ultimo2=Hansen|primeiro2=William B.|data=01/03/2014|editora=|ano=|local=|página=|páginas=|língua=en|isbn=9780199739028|publicação=OUP USA}}</ref>
* Quando necessário, abster-se do uso de drogas por razões de saúde e condicionamento físico (por exemplo, durante a [[gravidez]])
* Quando necessário, abster-se do uso de drogas por razões de saúde e condicionamento físico (por exemplo, durante a [[gravidez]])
* Respeitar a decisão de um indivíduo sobre o uso de drogas
* Respeitar a decisão de um indivíduo sobre o uso de drogas
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=== Consequências sociais e de saúde ===
=== Consequências sociais e de saúde ===
O uso de drogas e os usuários geralmente são frequentemente [[Exclusão social|marginalizados]] social e economicamente.<ref>{{Citar web |ultimo=Rick Lines |url=http://www.pasan.org/Publications/The_Politics_Of_Drug_Use_Marginalization.pdf |titulo=The Politics Of Drug Use Marginalization |acessodata=14 July 2009 |publicado=PASAN, Ontario |arquivourl=https://web.archive.org/web/20081120192110/http://www.pasan.org/Publications/The_Politics_Of_Drug_Use_Marginalization.pdf |arquivodata=20 November 2008}}</ref>
O uso de drogas e os usuários geralmente são frequentemente [[Exclusão social|marginalizados]] social e economicamente.<ref>{{Citar web |ultimo=Rick Lines |primeiro= |url=http://www.pasan.org/Publications/The_Politics_Of_Drug_Use_Marginalization.pdf |titulo=The Politics Of Drug Use Marginalization |data= |acessodata=14/07/2009 |publicado=PASAN, Ontario |arquivourl=https://web.archive.org/web/20081120192110/http://www.pasan.org/Publications/The_Politics_Of_Drug_Use_Marginalization.pdf |arquivodata=20/11/2008}}</ref>


O uso de drogas pode afetar o desempenho no trabalho; no entanto, o teste de drogas pode não ser necessário se for o caso, pois o desempenho no trabalho de um usuário seria notavelmente deficiente, constituindo um fundamento para a demissão. No caso do uso discriminado de [[Anfetamina|anfetaminas]] e outros estimulantes, a capacidade de trabalho realmente aumenta, o que por si só levanta considerações éticas adicionais.<ref>{{Citar web |url=http://www.rxmed.com/b.main/b2.pharmaceutical/b2.1.monographs/CPS-%20Monographs/CPS-%20(General%20Monographs-%20D)/DEXEDRINE.html |titulo=Dexedrine<sup>R</sup>: SmithKline Beecham: Dextroamphetamine Sulfate: Sympathomimetic |publicado=RxMed}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.nickbostrom.com/ethics/human-enhancement.pdf |titulo=Human Enhancement<sup>R</sup>: SmithKline Beecham: Dextroamphetamine Sulfate: Sympathomimetic |publicado=RxMed}}</ref>
O uso de drogas pode afetar o desempenho no trabalho; no entanto, o teste de drogas pode não ser necessário se for o caso, pois o desempenho no trabalho de um usuário seria notavelmente deficiente, constituindo um fundamento para a demissão. No caso do uso discriminado de [[Anfetamina|anfetaminas]] e outros estimulantes, a capacidade de trabalho realmente aumenta, o que por si só levanta considerações éticas adicionais.<ref>{{Citar web |url=http://www.rxmed.com/b.main/b2.pharmaceutical/b2.1.monographs/CPS-%20Monographs/CPS-%20(General%20Monographs-%20D)/DEXEDRINE.html |titulo=Dexedrine<sup>R</sup>: SmithKline Beecham: Dextroamphetamine Sulfate: Sympathomimetic |publicado=RxMed}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.nickbostrom.com/ethics/human-enhancement.pdf |titulo=Human Enhancement<sup>R</sup>: SmithKline Beecham: Dextroamphetamine Sulfate: Sympathomimetic |publicado=RxMed}}</ref>
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A ilegalidade causa problemas de oferta e aumenta artificialmente os preços. O preço do medicamento sobe muito acima dos custos de produção e transporte. É difícil avaliar a pureza e a potência de muitas drogas, pois as drogas são ilegais. Isso afeta diretamente a capacidade do usuário de obter e usar drogas com segurança. A dosagem de drogas com pureza variável é problemática. A compra de drogas, por si mesma, é também problemática, pois força o usuário a assumir riscos evitáveis. A motivação por lucro e recompensa faz com que traficantes adicionem agentes de corte a certa drogas (adulteração de drogas). Isso gera outro problema, pois quando um usuário compra uma droga esperando que seja de baixa pureza, mas adquire na verdade uma droga pura, ou seja, sem agentes de corte, os riscos de uma [[overdose]] aumentam.
A ilegalidade causa problemas de oferta e aumenta artificialmente os preços. O preço do medicamento sobe muito acima dos custos de produção e transporte. É difícil avaliar a pureza e a potência de muitas drogas, pois as drogas são ilegais. Isso afeta diretamente a capacidade do usuário de obter e usar drogas com segurança. A dosagem de drogas com pureza variável é problemática. A compra de drogas, por si mesma, é também problemática, pois força o usuário a assumir riscos evitáveis. A motivação por lucro e recompensa faz com que traficantes adicionem agentes de corte a certa drogas (adulteração de drogas). Isso gera outro problema, pois quando um usuário compra uma droga esperando que seja de baixa pureza, mas adquire na verdade uma droga pura, ou seja, sem agentes de corte, os riscos de uma [[overdose]] aumentam.


A moralidade de comprar certas drogas ilegais também é questionada, uma vez que o comércio de [[cocaína]], por exemplo, também ocasiona mortes direta e indiretamente.<ref name="monbiot">June 29, 2009 [https://www.theguardian.com/commentisfree/2009/jun/29/drugs-cocaine-environment-fair-trade Yes, addicts need help. But all you casual cocaine users want locking up] [[George Monbiot]], [[guardian.co.uk]]</ref> Na [[Colômbia]], o aumento global da demanda por cocaína faz com que várias centenas de milhares de pessoas sejam deslocadas de suas casas todos os anos, e os indígenas trabalham em condições insalubres para produzir cocaína. No entanto, a maioria das mortes atualmente causadas pelo comércio ilegal de drogas ocorre por situações inerentes à sua ilegalidade, por isso alguns críticos acham que a violência ligada a drogas está mais associada ao proibicionismo do que ao consumo.<ref>{{Citar web |ultimo=Newman |primeiro=Tony |url=https://www.huffingtonpost.com/tony-newman/new-campaign-should-blame_b_186818.html |titulo=New Campaign Should Blame Prohibition, Not Pot Smokers for Violence in Mexico |data=May 15, 2009}}</ref> A ilegalidade das drogas também causa consequências sociais e econômicas para quem as usa, e a regulamentação legal da produção e distribuição de drogas poderia aliviar esses e outros perigos associados ao uso de drogas ilícitas.<ref>{{Citar jornal |url=http://www.economist.com/printedition/displayStory.cfm?Story_ID=13237193 |titulo=Failed states and failed policies, How to stop the drug wars |data=2009-03-05 |acessodata=2009-03-10 |website=The Economist}}</ref>
A moralidade de comprar certas drogas ilegais também é questionada, uma vez que o comércio de [[cocaína]], por exemplo, também ocasiona mortes direta e indiretamente.<ref name="monbiot">June 29, 2009 [https://www.theguardian.com/commentisfree/2009/jun/29/drugs-cocaine-environment-fair-trade Yes, addicts need help. But all you casual cocaine users want locking up] [[George Monbiot]], [[guardian.co.uk]]</ref> Na [[Colômbia]], o aumento global da demanda por cocaína faz com que várias centenas de milhares de pessoas sejam deslocadas de suas casas todos os anos, e os indígenas trabalham em condições insalubres para produzir cocaína. No entanto, a maioria das mortes atualmente causadas pelo comércio ilegal de drogas ocorre por situações inerentes à sua ilegalidade, por isso alguns críticos acham que a violência ligada a drogas está mais associada ao proibicionismo do que ao consumo.<ref>{{Citar web |ultimo=Newman |primeiro=Tony |url=https://www.huffingtonpost.com/tony-newman/new-campaign-should-blame_b_186818.html |titulo=New Campaign Should Blame Prohibition, Not Pot Smokers for Violence in Mexico |data=15/05/2009 |acessodata= |publicado=}}</ref> A ilegalidade das drogas também causa consequências sociais e econômicas para quem as usa, e a regulamentação legal da produção e distribuição de drogas poderia aliviar esses e outros perigos associados ao uso de drogas ilícitas.<ref>{{Citar jornal |url=http://www.economist.com/printedition/displayStory.cfm?Story_ID=13237193 |titulo=Failed states and failed policies, How to stop the drug wars |data=2009-03-05 |acessodata=2009-03-10 |website=The Economist}}</ref>


== Redução de danos ==
== Redução de danos ==
A [[redução de danos]] aplicada ao uso de drogas começou como uma filosofia na década de 1980, com o objetivo de minimizar a transmissão do vírus HIV entre usuários de drogas intravenosas. Também se concentrou no uso de [[preservativos]] para impedir a transmissão do HIV através do contato sexual.
A [[redução de danos]] aplicada ao uso de drogas começou como uma filosofia na década de 1980, com o objetivo de minimizar a transmissão do vírus HIV entre usuários de drogas intravenosas. Também se concentrou no uso de [[preservativos]] para impedir a transmissão do HIV através do contato sexual.


A redução de danos funcionou tão efetivamente que pesquisadores e formuladores de políticas comunitárias adaptaram a teoria a outras doenças às quais os usuários de drogas são suscetíveis, como a [[Hepatite C|hepatite C.]]<ref>{{Citar periódico|ultimo=Marchesini|primeiro=Angela Mattos|ultimo2=Prá-Baldi|primeiro2=Zilá Prestes|ultimo3=Mesquita|primeiro3=Fábio|ultimo4=Bueno|primeiro4=Regina|ultimo5=Buchalla|primeiro5=Cássia Maria|data=01/12/2007|titulo=Hepatites B e C em usuários de drogas injetáveis vivendo com HIV em São Paulo, Brasil|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0034-89102007000900010&lng=en&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Revista de Saúde Pública|lingua=pt|volume=41|paginas=57–63|doi=10.1590/S0034-89102007000900010|issn=0034-8910|acessodata=}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Gomes|primeiro=Thaísa Borges|ultimo2=Vecchia|primeiro2=Marcelo Dalla|data=01/07/2018|titulo=Estratégias de redução de danos no uso prejudicial de álcool e outras drogas: revisão de literatura|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-81232018000702327&lng=en&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Ciência &amp; Saúde Coletiva|lingua=pt|volume=23|numero=7|paginas=2327–2338|doi=10.1590/1413-81232018237.21152016|issn=1413-8123|acessodata=}}</ref>
A redução de danos funcionou tão efetivamente que pesquisadores e formuladores de políticas comunitárias adaptaram a teoria a outras doenças às quais os usuários de drogas são suscetíveis, como a [[Hepatite C|hepatite C.]]


A redução de danos busca minimizar os danos que podem ocorrer por causa do uso de drogas diversas, sejam elas legais (por exemplo, [[Bebida alcoólica|álcool]], [[cafeína]] e [[nicotina]] ) ou ilegais (por exemplo, [[heroína]] e [[cocaína]]). As pessoas que injetam drogas ilícitas podem minimizar os danos a si mesmas e aos membros da comunidade por meio de uma técnica de injeção adequada, usando agulhas e seringas novas, não compartilhando material e descartando adequadamente todos os equipamentos de injeção.
A redução de danos busca minimizar os danos que podem ocorrer por causa do uso de drogas diversas, sejam elas legais (por exemplo, [[Bebida alcoólica|álcool]], [[cafeína]] e [[nicotina]] ) ou ilegais (por exemplo, [[heroína]] e [[cocaína]]). As pessoas que injetam drogas ilícitas podem minimizar os danos a si mesmas e aos membros da comunidade por meio de uma técnica de injeção adequada, usando agulhas e seringas novas, não compartilhando material e descartando adequadamente todos os equipamentos de injeção.
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Na [[Holanda]], onde o uso de drogas é considerado um antes um problema social e de saúde do que um problema relacionado à lei, o governo abriu clínicas onde os usuários de drogas podem consumir suas substâncias em um ambiente limpo e seguro. Os usuários têm acesso a agulhas limpas e outros materiais, são monitorados pelas autoridades de saúde e têm a opção de procurar ajuda para o tratamento da [[toxicodependência]].<ref>{{Citar jornal |url=https://www.nytimes.com/1987/03/09/world/some-nations-giving-addicts-clean-needles.html |titulo=Some Nations Giving Addicts Clean Needles |data=9 March 1987 |website=The New York Times}}</ref>
Na [[Holanda]], onde o uso de drogas é considerado um antes um problema social e de saúde do que um problema relacionado à lei, o governo abriu clínicas onde os usuários de drogas podem consumir suas substâncias em um ambiente limpo e seguro. Os usuários têm acesso a agulhas limpas e outros materiais, são monitorados pelas autoridades de saúde e têm a opção de procurar ajuda para o tratamento da [[toxicodependência]].<ref>{{Citar jornal |url=https://www.nytimes.com/1987/03/09/world/some-nations-giving-addicts-clean-needles.html |titulo=Some Nations Giving Addicts Clean Needles |data=9 March 1987 |website=The New York Times}}</ref>


Devido ao sucesso inicial do projeto na redução das taxas de mortalidade e disseminação de doenças entre usuários de drogas injetáveis, outros projeto na [[Suíça]], [[Alemanha]], [[Espanha]], [[Austrália]], [[Canadá]] e [[Noruega]] . [[França]], [[Dinamarca]] e [[Portugal]] também estão considerando ações semelhantes.<ref>{{citar periódico|ultimo=OEDT|primeiro=(União Europeia),|data=2014|titulo=Salas de consumo assistido de droga: panorâmica geral da oferta e provas de eficácia|url=https://www.emcdda.europa.eu/system/files/publications/2734/Drug%20consumption%20rooms_POD2017_PT.pdf|jornal=Observátorio Europeu da Droga e da Toxicodependência|acessodata=29/07/2020}}</ref>
Devido ao sucesso inicial do projeto na redução das taxas de mortalidade e disseminação de doenças entre usuários de drogas injetáveis, outros projeto na [[Suíça]], [[Alemanha]], [[Espanha]], [[Austrália]], [[Canadá]] e [[Noruega]] . [[França]], [[Dinamarca]] e [[Portugal]] também estão considerando ações semelhantes.<ref>{{citar periódico|ultimo=OEDT|primeiro=(União Europeia),|data=2014|titulo=Salas de consumo assistido de droga: panorâmica geral da oferta e provas de eficácia|url=https://www.emcdda.europa.eu/system/files/publications/2734/Drug%20consumption%20rooms_POD2017_PT.pdf|jornal=Observátorio Europeu da Droga e da Toxicodependência|acessodata=29/07/2020}}</ref>
<sup class="noprint Inline-Template Template-Fact" data-ve-ignore="true" style="white-space:nowrap;">&#x5B; ''<nowiki><span title="This claim needs references to reliable sources. (September 2012)">citação necessária</span></nowiki>'' &#x5D;</sup>


== Em festivais ==
== Em festivais ==
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* [[Legalização de drogas]]
* [[Legalização de drogas]]
* [[Uso recreativo de drogas]]
* [[Uso recreativo de drogas]]
* [[Uso de polissubstâncias]]


== Links externos ==
== Links externos ==

Revisão das 13h30min de 29 de julho de 2020

O uso responsável de drogas reduz possíveis impactos negativos na vida do usuário. Em relação a drogas psicoativas ilegais, não incluídas as substâncias controladas por receita médica que podem ser desviadas, alguns críticos[1][2] acreditam que o uso recreativo ilegal é inerentemente irresponsável, devido à força e pureza imprevisíveis e não monitoradas das drogas e aos riscos de dependência, infecção e outros efeitos colaterais

No entanto, os defensores da redução de danos afirmam que o usuário pode ser responsável empregando a outras drogas os mesmos princípios gerais aplicáveis ao uso de álcool. Por exemplo, evitar situações perigosas, doses excessivas e combinações perigosas de drogas; evitando drogas injetáveis; e não usar drogas ao mesmo tempo em realiza atividades que podem ser inseguras quando não se está em um estado sóbrio.[3] Por meio de analogia, o uso de drogas pode ser pensado como uma atividade potencialmente benéfica, mas também arriscada, análoga ao esqui, paraquedismo, surf ou escalada de montanhas, cujos riscos podem ser minimizados com cautela e bom senso. Os defensores dessa abordagem também apontam que a ação (ou inação) do governo dificulta o uso responsável de drogas, pois tornam indisponíveis drogas de pureza e força conhecidas.

Princípios

Duncan e Gold argumentam que, para usar medicamentos controlados e outras drogas com responsabilidade, uma pessoa deve aderir a uma lista de princípios.[4] Eles e outros autores[5] argumentam que os usuários de drogas devem:

  • Compreender e educar-se sobre os efeitos, riscos, efeitos colaterais e status legal da droga que está tomando[5]
  • medir dosagens de maneira precisa e tomar outras precauções, de modo a reduzir o risco de overdose
  • Ao ingerir uma nova droga, preferir tomar uma pequena dose
  • Caso possível, testar todas as drogas antes de usá-las é recomendado, pois possibilita determinar sua pureza e força
  • Tentar obter drogas puras e sem agentes de corte nocivos[6]
  • Usar drogas somente em situações sociais relaxadas e responsáveis, pois a consciência alterada pode ser inadequada em ambientes potencialmente perigosos ou desconhecidos
  • Evitar dirigir, operar máquinas pesadas ou se responsabilizar direta ou indiretamente pela segurança ou pelos cuidados de outra pessoa enquanto embriagado
  • Desencorajar pessoas a dirigir um veículo motorizado se estiverem embriagadas
  • Ter uma babá de viagem (trip sitter) ao tomar drogas alucinógenas
  • Usar drogas recreativas com moderação,[7] estabelecendo limites razoáveis ao consumo e não permitindo que o uso de drogas ofusque outros aspectos de sua vida (por exemplo, responsabilidades financeiras e sociais)
  • Tomar a menor dose de uma droga recreativa que produzirá os efeitos desejados
  • Evitar misturar ou combinar drogas, especialmente drogas desconhecidas ou drogas com interações perigosas já conhecidas (por exemplo, combinações de drogas depressoras)
  • Conhecer técnicas básicas de primeiros socorros e assumir a responsabilidade de aplicá-las adequadamente em casos de emergência ocasionadas por drogas
  • Evitar injetar drogas
  • Reconhecer que o próprio comportamento e atitudes de consumo de drogas na presença de outras pessoas podem influenciá-las, especialmente na presença crianças[8]
  • Quando necessário, abster-se do uso de drogas por razões de saúde e condicionamento físico (por exemplo, durante a gravidez)
  • Respeitar a decisão de um indivíduo sobre o uso de drogas
  • Fornecer alternativas de comportamentos social-recreativos aceitáveis dentro de um grupo, a fim de evitar que o uso de drogas se torne a única motivação ou foco da situação social
  • Compreender que cada pessoa reage diferentemente a drogas
  • Ter consciência das influências complexas do cenário e do estado mental (set e setting) no uso de drogas psicoativas[9]

Outras diretrizes éticas incluem:

  • Nunca enganar ou tentar persuadir alguém a usar uma droga
  • Estar moralmente consciente da fonte das drogas que uma pessoa está usando

Duncan e Gold[4] sugerem que o uso responsável de drogas envolve responsabilidade em três áreas: responsabilidades situacionais, responsabilidades de saúde e responsabilidades relacionadas à segurança. Entre as responsabilidades situacionais, estão incluídas as preocupações sobre as possíveis situações em que as drogas poderiam ser usadas legalmente, o que inclui a prevenção de situações perigosas; não usar quando estiver sozinho; nem usar devido à coerção ou quando o uso de drogas é, por si só, o único motivo de uso. As responsabilidades de saúde incluem: evitar doses excessivas ou combinações perigosas de drogas; ter consciência das possíveis consequências para a saúde do uso de drogas; evitar comportamentos de consumo de drogas que possam potencialmente levar ao vício; e não usar uma droga recreativamente durante períodos de estresse excessivo. As responsabilidades relacionadas à segurança incluem: usar a menor dose necessária para alcançar os efeitos desejados; usar apenas em ambientes descontraídos com pessoas próximas dispostas a dar suporte; evitar o uso de drogas por injeção (intravenosa, intramuscular ou subcutânea); e não usar drogas durante a execução de tarefas complexas ou naquelas em que a droga pode prejudicar a capacidade de trabalhar com segurança.

O uso responsável de drogas é enfatizado como uma técnica primária de prevenção nas políticas de redução de danos. As políticas de redução de danos se popularizaram no final da década de 1980, embora tenham começado na contracultura já na década de 1970, em que cartilhas eram distribuídas aos usuários, explicando sobre o uso responsável de drogas e as consequências do uso irresponsável de drogas.[10]

Críticas e contra-argumentos

Consequências sociais e de saúde

O uso de drogas e os usuários geralmente são frequentemente marginalizados social e economicamente.[11]

O uso de drogas pode afetar o desempenho no trabalho; no entanto, o teste de drogas pode não ser necessário se for o caso, pois o desempenho no trabalho de um usuário seria notavelmente deficiente, constituindo um fundamento para a demissão. No caso do uso discriminado de anfetaminas e outros estimulantes, a capacidade de trabalho realmente aumenta, o que por si só levanta considerações éticas adicionais.[12][13]

Ilegalidade

A ilegalidade causa problemas de oferta e aumenta artificialmente os preços. O preço do medicamento sobe muito acima dos custos de produção e transporte. É difícil avaliar a pureza e a potência de muitas drogas, pois as drogas são ilegais. Isso afeta diretamente a capacidade do usuário de obter e usar drogas com segurança. A dosagem de drogas com pureza variável é problemática. A compra de drogas, por si mesma, é também problemática, pois força o usuário a assumir riscos evitáveis. A motivação por lucro e recompensa faz com que traficantes adicionem agentes de corte a certa drogas (adulteração de drogas). Isso gera outro problema, pois quando um usuário compra uma droga esperando que seja de baixa pureza, mas adquire na verdade uma droga pura, ou seja, sem agentes de corte, os riscos de uma overdose aumentam.

A moralidade de comprar certas drogas ilegais também é questionada, uma vez que o comércio de cocaína, por exemplo, também ocasiona mortes direta e indiretamente.[14] Na Colômbia, o aumento global da demanda por cocaína faz com que várias centenas de milhares de pessoas sejam deslocadas de suas casas todos os anos, e os indígenas trabalham em condições insalubres para produzir cocaína. No entanto, a maioria das mortes atualmente causadas pelo comércio ilegal de drogas ocorre por situações inerentes à sua ilegalidade, por isso alguns críticos acham que a violência ligada a drogas está mais associada ao proibicionismo do que ao consumo.[15] A ilegalidade das drogas também causa consequências sociais e econômicas para quem as usa, e a regulamentação legal da produção e distribuição de drogas poderia aliviar esses e outros perigos associados ao uso de drogas ilícitas.[16]

Redução de danos

A redução de danos aplicada ao uso de drogas começou como uma filosofia na década de 1980, com o objetivo de minimizar a transmissão do vírus HIV entre usuários de drogas intravenosas. Também se concentrou no uso de preservativos para impedir a transmissão do HIV através do contato sexual.

A redução de danos funcionou tão efetivamente que pesquisadores e formuladores de políticas comunitárias adaptaram a teoria a outras doenças às quais os usuários de drogas são suscetíveis, como a hepatite C.[17][18]

A redução de danos busca minimizar os danos que podem ocorrer por causa do uso de drogas diversas, sejam elas legais (por exemplo, álcool, cafeína e nicotina ) ou ilegais (por exemplo, heroína e cocaína). As pessoas que injetam drogas ilícitas podem minimizar os danos a si mesmas e aos membros da comunidade por meio de uma técnica de injeção adequada, usando agulhas e seringas novas, não compartilhando material e descartando adequadamente todos os equipamentos de injeção.

Outros métodos de redução de danos foram implementados com drogas como crack . Em algumas cidades, os advogados de saúde dos pares (Weeks, 2006) participaram da distribuição de dicas de bocal para cachimbo limpo para minimizar o risco de hepatite A, B e C e HIV devido ao compartilhamento de cachimbos, enquanto lábios e boca contêm feridas abertas. Além disso, um estudo de Bonkovsky e Mehta relatou que, assim como as agulhas compartilhadas, o compartilhamento de canudos usados para "cheirar" cocaína pode espalhar doenças no sangue, como a hepatite C.

O usuário responsável, portanto, minimiza a propagação de vírus transmitidos pelo sangue, como hepatite C e HIV na comunidade em geral.

Salas de consumo assistido de droga

O fornecimento de locais de injeção supervisionados (Supervised Injection Sites – SiS), também conhecidos como locais de injeção seguros, operam sob a premissa de redução de danos, fornecendo ao usuário de drogas injetáveis (como, por exemplo, de heroína) um espaço limpo com materiais esterilizados, como agulhas, água estéril, compressas com álcool e outros itens utillizados para diminuir o risco na aplicação de drogas injetáveis.

Um SiS chamado Insite foi aberto em um bairro pobre, o Downtown Eastside, em Vancouver, Colúmbia Britância.[19] Insite foi inaugurado em 2003 e reduziu drasticamente muitos danos associados ao uso de drogas injetáveis. Na pesquisa do Insite, que foi realizada pelo Centro de Excelência em HIV/AIDS do Canadá, descobriu-se que o SiS aumenta o número de pessoas que entram em tratamentos de desintoxicação e/ou dependência sem aumentar o crime relacionado às drogas. Além disso, reduz o lixo de material relacionado ao uso de drogas (por exemplo, agulhas usadas) nas ruas e também reduz o número de pessoas que injetam em áreas públicas. O programa está atraindo os usuários de maior risco, o que levou a um compartilhamento menor de agulhas na comunidade de Downtown Eastside, e nas 453 overdoses ocorridas nas instalações, a equipe de saúde salvou todas as pessoas.

Na Holanda, onde o uso de drogas é considerado um antes um problema social e de saúde do que um problema relacionado à lei, o governo abriu clínicas onde os usuários de drogas podem consumir suas substâncias em um ambiente limpo e seguro. Os usuários têm acesso a agulhas limpas e outros materiais, são monitorados pelas autoridades de saúde e têm a opção de procurar ajuda para o tratamento da toxicodependência.[20]

Devido ao sucesso inicial do projeto na redução das taxas de mortalidade e disseminação de doenças entre usuários de drogas injetáveis, outros projeto na Suíça, Alemanha, Espanha, Austrália, Canadá e Noruega . França, Dinamarca e Portugal também estão considerando ações semelhantes.[21]

Em festivais

Como as drogas estão muito presentes na cultura de festivais (especialmente em raves), a adoção de medidas para o uso responsável está se tornando mais presente.[22] Alguns organizadores de festivais prestam serviços destinados a informar sobre o uso responsável de drogas e, além disso, realizar a testagem de drogas, de modo que desencoraje o uso de substâncias adulteradas.[23] Como resultado, alguns relataram uma redução significativa da carga de trabalho dos médicos, equipe de assistência social e policiais em festivais.[24]

Ver também

Links externos

Redução de danos

Sites sobre o uso responsável de drogas

Referências

  1. Wilson, Richard; Kolander, Cheryl (2010). Drug Abuse Prevention: A School and Community Partnership. Jones & Bartlett Publishers. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-7637-7158-4 
  2. Robinson, Matthew B; Scherlen, Renee G (2007). Lies, Damned Lies, and Drug War Statistics: A Critical Analysis of Claims Made by the Office of National Drug Control Policy. State University of New York Pr. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-7914-6975-0 
  3. «Diplo Takes Aim at Media Over EDM Deaths». Rolling Stone. Consultado em 18 de maio de 2017 
  4. a b Duncan, D. F.; Gold, R. S. (1982). Drugs and the Whole Person. Wiley, New York. [S.l.: s.n.] pp. Chapter 18: Responsibilities of the recreational drug user 
  5. a b «Towards a Culture of Responsible Psychoactive Drug Use» (em inglês). Cato Unbound. Consultado em 18 de maio de 2017  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "cato1" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  6. «Towards a Culture of Responsible Psychoactive Drug Use». Cato Unbound. Consultado em 2 de fevereiro de 2017 
  7. Hanson, Glen R.; Venturelli, Peter J.; Fleckenstein, Annette E. (2006). Drugs and Society. Jones & Bartlett Learning (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9780763737320 
  8. Scheier, Lawrence M.; Hansen, William B. (1 de março de 2014). Parenting and Teen Drug Use: The Most Recent Findings from Research, Prevention, and Treatment. OUP USA (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9780199739028 
  9. «Set and setting». Teonanacatl. Consultado em 29 de julho de 2020 
  10. Charles E. Faupel; Alan M. Horowitz; Greg S. Weaver. The Sociology of American Drug Use. McGraw Hill. [S.l.: s.n.] 366 páginas 
  11. Rick Lines. «The Politics Of Drug Use Marginalization» (PDF). PASAN, Ontario. Consultado em 14 de julho de 2009. Cópia arquivada (PDF) em 20 de novembro de 2008 
  12. «DexedrineR: SmithKline Beecham: Dextroamphetamine Sulfate: Sympathomimetic». RxMed 
  13. «Human EnhancementR: SmithKline Beecham: Dextroamphetamine Sulfate: Sympathomimetic» (PDF). RxMed 
  14. June 29, 2009 Yes, addicts need help. But all you casual cocaine users want locking up George Monbiot, guardian.co.uk
  15. Newman, Tony (15 de maio de 2009). «New Campaign Should Blame Prohibition, Not Pot Smokers for Violence in Mexico» 
  16. «Failed states and failed policies, How to stop the drug wars». The Economist. 5 de março de 2009. Consultado em 10 de março de 2009 
  17. Marchesini, Angela Mattos; Prá-Baldi, Zilá Prestes; Mesquita, Fábio; Bueno, Regina; Buchalla, Cássia Maria (1 de dezembro de 2007). «Hepatites B e C em usuários de drogas injetáveis vivendo com HIV em São Paulo, Brasil». Revista de Saúde Pública. 41: 57–63. ISSN 0034-8910. doi:10.1590/S0034-89102007000900010 
  18. Gomes, Thaísa Borges; Vecchia, Marcelo Dalla (1 de julho de 2018). «Estratégias de redução de danos no uso prejudicial de álcool e outras drogas: revisão de literatura». Ciência & Saúde Coletiva. 23 (7): 2327–2338. ISSN 1413-8123. doi:10.1590/1413-81232018237.21152016 
  19. Vancouver Coastal Health, 2007
  20. «Some Nations Giving Addicts Clean Needles». The New York Times. 9 March 1987  Verifique data em: |data= (ajuda)
  21. OEDT, (União Europeia), (2014). «Salas de consumo assistido de droga: panorâmica geral da oferta e provas de eficácia» (PDF). Observátorio Europeu da Droga e da Toxicodependência. Consultado em 29 de julho de 2020 
  22. «Explaining the prevalence of drug-related deaths at EDM festivals» (em inglês). 24 May 2016. Consultado em 18 May 2017  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  23. «We spent a day at the drugs testing station at Shambhala festival in Canada». Mixmag. Consultado em 18 May 2017  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  24. «I spent my weekend testing drugs at a festival». The Independent. 25 July 2016. Consultado em 18 May 2017  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)