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Painho-de-barriga-branca: diferenças entre revisões

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O '''painho-de-barriga-branca''' ([[nome científico]]: '''''Fregetta tropica''''') é uma [[espécie]] de [[ave marinha]] da [[Família (biologia)|família]] [[Hydrobatidae]].<ref>Croxall, J. P., Butchart, S. H. M., Lascelles, B., Stattersfield, A. J., Sullivan, B., Symes, A., & Taylor, P. (2012). Seabird conservation status, threats and priority actions: A global assessment. Bird Conservation International, 22(1), 1-34. DOI:10.1017/S0959270912000020.</ref>
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Pode ser encontrada em diversos países, incluindo [[Angola]], [[Argentina]], [[Austrália]], [[Brasil]], [[Chile]] e [[Equador]].
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== Subespécies ==
{{Referências}}
Há quatro subespécies reconhecidas do painho-de-barriga-branca:<ref name=r5/>
*''F. g. grallaria'' <small>(Vieillot, 1818)</small> – ceano Pacífico Ocidental tropical, reproduzindo-se na [[Ilha Lord Howe]] e nas [[Ilhas Kermadec]];<ref name=r5/>
*''F. g. leucogaster'' <small>(Gould, 1844)</small> – Oceanos [[Atlântico Sul]] e [[Índico Sul]], reproduzindo-se em [[Tristão da Cunha]], [[Ilha Gough]] e [[Ilha de São Paulo]];<ref name=r5/>
*''F. g. segethi'' <small>(R. A. Philippi [Krumwiede] & Landbeck, 1860)</small> – sudeste do [[Oceano Pacífico]], reproduzindo-se na [[Arquipélago Juan Fernández|Ilha Juan Fernández]] e nas [[Ilhas Desventuradas]];<ref name=r5/> e
*''F. g. titan'' <small>(Murphy, 1928)</small> – Oceano Pacífico Sul, reproduzindo-se em [[Rapa]].

É uma espécie pelágica pouco conhecida, apresentando diferenças morfológicas e fases de cores variadas; é facilmente confundida com espécies semelhantes de petréis.<ref name=r1/><ref name=r3/><ref name=r17/>

A subclassificação do gênero ''Fregetta'' foi descrita como "provisória", aguardando o esclarecimento de novos estudos, em particular estudos genéticos.<ref name=r5/><ref name=r7/><ref name=r9/> O grande grau de especiação observado entre o painho-de-barriga-branca pode estar relacionado a padrões de nidificação em ilhas remotas associados a tipos de água específicos.<ref name=r17/>

== Descrição ==
[[Imagem:Fregetta_grallaria_by_John_Gould.jpg|thumb|''Fregetta grallaria'', por [[John Gould]]]]

A espécie é caracterizada pelos padrões de suas cores, condição das tubas nasais, formato da cauda, estrutura das garras e proporções dos ossos das pernas. ''Fregetta spp.'' possui plumagem preta na parte superior e branca na parte inferior. As coberteiras da cauda superior são brancas.<ref name=r1/>

É um pássaro de porte pequeno, com cerca de 18 a 20 centímetros de comprimento, com envergadura de 46-48 cm.<ref name=r1/><ref name=r5/> Seu bico é preto.<ref name=r3/><ref name=r9/><ref name=r10/> Como o nome sugere, as partes superiores são escuras e as partes inferiores são de cor clara, com muitas variações na plumagem observada, incluindo uma variante bastante escura.<ref name=r3/><ref name=r10/> Suas pernas são longas (''grallae'' significa "[[Perna de pau|pernas de pau]]" em latim<ref name=r3/><ref name=r10/>) e uma característica distintiva é que os dedos dos pés geralmente não se projetam além da cauda.<ref name=r5/> Não foi observada variação de plumagem entre os sexos e entre adultos e jovens.<ref name=r3/><ref name=r9/>

== Sons ==
Acredita-se que costuma ser silencioso no mar e vocal quando está no ninho em terra.<ref name=r3/><ref name=r5/> Seu canto foi descrito como "chamadas suaves e agudas, como pee-pee-pee-pee repetidas até 20 vezes."<ref name=r3/>

== Distribuição e habitat ==
Possui uma ampla distribuição em todos os oceanos do hemisfério sul, incluindo os oceanos [[Oceano Pacífico|Pacífico]], [[Oceano Atlântico|Atlântico]] e [[Oceano Índico|Índico]],<ref name=r3/><ref name=r4/> embora poucos detalhes sejam conhecidos sobre sua distribuição pelágica.<ref name=r8/><ref name=r9/>

É nativa da [[Argentina]], [[Austrália]], [[Brasil]], [[Chile]], [[Nova Zelândia]], [[Polinésia Francesa]], [[Santa Helena]], [[Terras Austrais e Antárticas Francesas]] e [[Tristão da Cunha]]. É vagante na [[Angola]], [[Antártica]], [[Geórgia do Sul]], [[Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul]], [[Maldivas]], [[Namíbia]] e [[Yemen]]. Está presente, com origem incerta, no [[Congo]], [[Ecuador]], [[Fiji]], [[Gabão]], [[Kiribati]], [[Madagascar]], [[Moçambique]], [[Nova Caledônia]], [[Papua-Nova Guiné]], [[Peru]], [[Tuvalu]], [[Uruguai]] e [[Vanuatu]], entre outros.<ref name=r8/>

== Comportamento ==
O painho-de-barriga-branca é altamente pelágico, raro e não comumente observado.<ref name=r3/><ref name=r5/><ref name=r6/> Como resultado, existe um conhecimento limitado de seu comportamento e ecologia. As visitas à terra são incomuns e ocorrem perto de colônias de reprodução.<ref name=r6/><ref name=r8/> É noturno quando em terra.<ref name=r3/><ref name=r9/>

O voo tende a ser baixo,<ref name=r3/><ref name=r6/><ref name=r8/> pisando fora da superfície da água com as pernas, uma marcha assimétrica tendo sido observada.<ref name=r4/> Sabe-se que se alimenta de outras aves marinhas e segue navios.<ref name=r14/>

== Reprodução ==
As colônias reprodutoras foram identificadas no grupo da [[Ilha de Lord Howe]] (Ilha Roach, Pirâmide de Ball, Ilha Muttonbird e possivelmente Ilha Blackburn),<ref name=r22/> embora estejam extintos na própria ilha principal de Lord Howe.<ref name=r1/><ref name=r6/><ref name=r8/><ref name=r9/><ref name=r22/>

Os locais de reprodução ocorrem em ilhas e afloramentos rochosos<ref name=r9/> em colônias dispersas com ninhos forrados de grama construídos em fendas e tocas.<ref name=r1/><ref name=r9/> A reprodução ocorre no final do verão e início do outono, com postura de ovos entre janeiro e março, e filhotes vistos de meados de abril a maio.<ref name=r1/><ref name=r5/> A ninhada média é um único ovo branco com manchas vermelhas, marrons ou rosa claras.<ref name=r3/>

Os filhotes são alimentados por ambos os pais, que passam o dia no mar e voltam ao ninho à noite.<ref name=r1/><ref name=r9/>

Pouco se sabe sobre a vida da espécie, mas extrapolações de cogeradores postulam um tempo de geração de 15,2 anos (assumindo "uma idade média de primeira criação de 4,7 anos, uma sobrevivência anual de adultos de 87,8% e um longevidade máxima de 30,4 anos").<ref name=r3/><ref name=r14/>

== Dieta ==
Alimenta-se de pequenos crustáceos, pequenas lulas e ''[[Halobates]]'' foram identificados como componentes da dieta.<ref name=r3/><ref name=r5/><ref name=r9/> A alimentação envolve desligamento pela água e mergulho.<ref name=r3/><ref name=r9/> Os jovens são alimentados por ambos os pais com crustáceos e lulas.<ref name=r1/>

== Migração ==
Fontes descrevem a espécie como sendo tanto não-migratória<ref name=r12/> como totalmente migrante,<ref name=r6/> refletindo talvez o quão pouco se sabe ou se compreende sobre esta evasiva ave marinha. Acredita-se que migre um pouco para o norte, mas seus movimentos no mar não são conhecidos.<ref name=r1/> A dispersão máxima foi estimada em vários milhares de km.<ref name=r3/>

== População ==
A qualidade dos dados nos quais as estimativas da população se baseiam é reconhecida como fraca e pouco confiável.<ref name=r6/><ref name=r9/> Em 2004, Brookes estimou a população global de ''Fregetta grallaria'' em cerca de 300.000, uma população que provavelmente está em declínio como resultado de espécies invasoras predatórias.<ref name=r6/><ref name=r8/>

A população global da ''Fregetta grallari grallaria'' é estimada em 2.500 pares.<ref name=r9/> Estima-se que 1.000 pares reprodutores da ''Fregetta grallari grallaria'' nidificam no grupo da Ilha de Lord Howe, mas agora estão extintos na ilha principal.<ref name=r3/><ref name=r9/> As populações da ''Fregetta grallaria grallari''a e ''Fregetta grallaria titan'' no Pacífico oriental foram descritas como "escassas."<ref name=r17/>

O painho-de-barriga-branca é considerado raro na Nova Zelândia, com cerca de 700 ninhos.<ref name=r3/>

== Conservação ==
Há deficiências significativas nas fontes de dados sobre o status de conservação da espécie. A [[Lista Vermelha da IUCN|Lista Vermelha]] da [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] (IUCN) avaliou a ''Fregetta grallaria'' como "[[espécie pouco preocupante]]", com base no tamanho de sua abrangência, tendência populacional e critérios referentes ao tamanho de sua população.<ref name=r6/>

Na Nova Zelândia, seu status de conservação indicou que estava ameaçado de extinção a nível nacional (2013).<ref name=r3/>

Na Austrália, é considerada vulnerável.<ref name=r10/><ref name=r9/><ref name=r11/> Em [[Nova Gales do Sul]], Austrália, ''F. grallaria'' está listada como "vulnerável", de acordo com a Lei de Conservação de Espécies Ameaçadas de 1995.<ref name=r9/>

''F. g. gallaria'' é "considerada vulnerável a nível global".<ref name=r9/> A população reprodutora australiana está listada como vulnerável ("pequenas populações em cinco locais com ameaça futura plausível") e a população que visita o território australiano como quase ameaçada ("sete locais com ameaça futura plausível") no Plano de Ação para Aves Australianas de 2010.<ref name=r14/> Todas as populações reprodutoras existentes são agora importantes para a sobrevivência a longo prazo.<ref name=r9/>

== Ameaças ==
A história natural das aves marinhas (longevidade, fertilidade e tamanho da ninhada) as torna suscetíveis a mudanças em seu ambiente.<ref name=r22/> O status das aves marinhas a nível mundial é considerado mais ameaçado e está se deteriorando mais rapidamente do que grupos comparáveis. As ameaças identificadas incluem pesca comercial, [[poluição marinha]], predação por espécies exóticas invasoras, perda de habitat, perturbação direta e exploração por humanos.<ref name=r15/>

Metais pesados, incluindo mercúrio e cádmio, foram identificados em níveis tóxicos nas aves marinhas da Ilha Gough, um local de reprodução de ''F. grallaria''.<ref name=r18/><ref name=r21/> Plásticos ingeridos são um perigo reconhecido e podem ser mais propensos a se acumular em ''Procellariiformes'' por razões anatômicas (a entrada restrita na moela limita a regurgitação).<ref name=r19/><ref name=r21/><ref name=r23/> Os navios e outras luzes artificiais confundem as aves marinhas e a ''Fregetta grallaria'' corre risco ao regressar aos locais de reprodução à noite.<ref name=r20/><ref name=r21/>

Na Austrália, as principais fontes de ameaça para ''F. grallaria'' são a perda de habitat e espécies invasoras, as últimas introduzidas por navios de pesca e transporte e atividades terrestres, em particular o gato doméstico e o rato preto.<ref name=r9/><ref name=r22/> O impacto das espécies invasoras é considerado uma "preocupação" para a reprodução e uma "preocupação potencial" para a procura de alimentos pela comunidade e inclui o sucesso reprodutivo reduzido, mortalidade direta e degradação do ecossistema. A extinção de ''F. grallaria'' na ilha de Lord Howe é atribuída à introdução do rato preto em 1918.<ref name=r22/>

Fontes identificadas de "preocupação potencial" incluem mudanças climáticas, embarcações de transporte marítimo, embarcações de pesca, atividades terrestres, turismo, pesca recreativa e fretada e atividades de pesquisa. Esses efeitos são mediados por mudanças na temperatura do mar, oceanografia, acidificação dos oceanos, poluição e contaminação química, detritos marinhos, poluição luminosa, poluição por óleo e presença e atividades humanas.<ref name=r22/>

=== Alterações climáticas ===
Prevê-se que a produtividade da superfície do mar mude devido às mudanças na temperatura do mar como resultado da [[mudança climática]] global em curso, e as aves marinhas são particularmente vulneráveis a tal mudança.<ref name=r16/><ref name=r22/> As temperaturas do mar aumentaram 0,7°C entre 1910-1929 e 1989-2008, e as projeções atuais estimam que as temperaturas do oceano serão 1°C mais altas em 2030.<ref name=r22/>

''F. g. grallaria'' está listada entre as aves mais sensíveis aos efeitos das mudanças climáticas, especialmente durante a reprodução. O aumento da vulnerabilidade se deve ao fato de a população ser pequena e localizada, de reprodução lenta e padrões de alimentação especializados.<ref name=r16/> A mudança prevista para o sul na distribuição de alimentos deve afetar negativamente os resultados reprodutivos.<ref name=r22/> A extinção local é uma perspectiva real.<ref name=r10/>

== Referências ==
{{Reflist|30em|refs=
<ref name=r1>[http://www.planetofbirds.com/procellariiformes-hydrobatidae-white-bellied-storm-petrel-fregetta-grallaria White-bellied Storm-petrel (''Fregetta grallaria'')]. planetofbirds.com (2011)</ref>
<ref name=r3>Tennyson, A.J.D. (2013). [http://nzbirdsonline.org.nz/species/white-bellied-storm-petrel "White-bellied storm petrel"]. In Miskelly, C.M. (ed.) ''New Zealand Birds Online''. Retrieved from</ref>
<ref name=r4>[http://neotropical.birds.cornell.edu/portal/species/overview?p_p_spp=104156 "White-bellied Storm-Petrel (''Fregetta grallaria'')"] in ''Neotropical Birds Online''. T. S. Schulenberg (ed.). 2010. Ithaca: Cornell Lab of Ornithology.</ref>
<ref name=r5>Carboneras, C., Jutglar, F. & Kirwan, G.M. (2016). [http://www.hbw.com/node/52587 "White-bellied Storm-petrel (''Fregetta grallaria'')"]. In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). ''Handbook of the Birds of the World Alive''. Lynx Edicions, Barcelona.</ref>
<ref name=r6>BirdLife International (2016) [http://datazone.birdlife.org/species/factsheet/white-bellied-storm-petrel-fregetta-grallaria Species factsheet: ''Fregetta grallaria''].</ref>
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<ref name=r8>BirdLife International. (2012). ''Fregetta grallaria''. The IUCN Red List of Threatened Species 2012. {{doi|10.2305/IUCN.UK.2012-1.RLTS.T22698465A40237390.en}}</ref>
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<ref name=r11>[http://www.environment.gov.au/system/files/pages/bb8ed384-16cb-411e-bd22-b1d380751030/files/recovery-outline-taxon-sum-birds-w.pdf White-bellied Storm-Petrel (Tasman Sea)]. Recovery Outlines. Dept of the Environment. environment.gov.au.</ref>
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<ref name=r14>Garnett, S.T., Szabo, J.K., Dutson, G. (2011) [http://www.birdsindanger.net/pdfs/White-bellied%20Storm-Petrel%20%28Tasman%20Sea%29.pdf The Action Plan for Australian Birds 2010]. CSIRO Publishing, Melbourne.</ref>
<ref name=r15>{{citar periódico|autor =Croxall, J. P.|autor2 =Butchart, S. H. M.|autor3 =Lascelles, B.|autor4 =Stattersfield, A. J.|autor5 =Sullivan, B.|autor6 =Symes, A.|autor7 =Taylor, P. |ano=2012|título=Seabird conservation status, threats and priority actions: A global assessment|periódico=Bird Conservation International|volume=22|páginas=1–34|doi=10.1017/S0959270912000020}}</ref>
<ref name=r16>
Garnett, S. & Franklin D. (2014). [http://www.publish.csiro.au/pid/6995.htm Climate Change Adaptation Plan for Australian Birds]. Csiro Publishing. p. 94. {{ISBN|9780643108035}}.</ref>

<ref name=r17>{{citar periódico|autor =Spear, L.B.|autor2 =Ainley, D.G. |ano=2014|jstor=40166847|título=Storm-Petrels of the Eastern Pacific Ocean: Species Assembly and Diversity Along Marine Habitat Gradients|periódico=Ornithological Monographs |volume=62|número=62|páginas=1–77|doi=10.2307/40166847}}</ref>
<ref name=r18>{{citar periódico|autor =Muirhead, S.J.|autor2 =Furness, R.W.|título= Heavy metal concentrations in the tissues of seabirds from Gough Island, South Atlantic Ocean|periódico= Marine Pollution Bulletin|volume= 19|número= 6|páginas= 278|doi=10.1016/0025-326X(88)90599-1|ano= 1988}}</ref>

<ref name=r19>{{citar periódico|autor =Ryan, P.G. |pmid=18572198|título=Seabirds indicate changes in the composition of plastic litter in the Atlantic and south-western Indian Oceans|periódico=Marine Pollution Bulletin|volume=56|número=8|páginas=1406–9|ano=2008|doi=10.1016/j.marpolbul.2008.05.004}}</ref>

<ref name=r20>{{citar periódico|autor =Ryan, P.G. |título=The impact of commercial lobster fishery on the seabirds at the Tristan de cunha islands, south atlantic ocean|periódico=Marine Pollution Bulletin|volume=56|número=8|páginas=1406–9|doi=10.1016/j.marpolbul.2008.05.004|pmid=18572198|ano=2008}}</ref>

<ref name=r21>{{citar periódico|autor =Furness, R. |título=Ingestion of plastic particles by seabirds at Gough Island, South atlantic Ocean|periódico=Environmental Pollution Series A, Ecological and Biological|volume=38|número=3|páginas=261–272|doi=10.1016/0143-1471(85)90131-X|ano=1985}}</ref>

<ref name=r22>Dept of the Environment. Commonwealth of Australia. (2012). [http://www.environment.gov.au/system/files/pages/a73fb726-8572-4d64-9e33-1d320dd6109c/files/south-west-report-card-seabirds.pdf Species group report card-seabirds]. pp. 1–33</ref>

<ref name=r23>Furness, R.W. & Monaghan, P. (1987). [https://books.google.com/books?id=lgRPBAAAQBAJ&pg=PT129&lpg=PT129 Chapter 6.2 Plastics]. In ''Seabird Ecology''. Blackie. USA. Chapman & Hall, New York. {{ISBN|978-1-4613-2093-7}}</ref>
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Revisão das 00h26min de 18 de julho de 2021

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPainho-de-barriga-branca

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Procellariiformes
Família: Hydrobatidae
Género: Fregetta
Espécie: F. tropica
Nome binomial
Fregetta tropica
(Vieillot, 1817)

O painho-de-barriga-branca (nome científico: Fregetta tropica) é uma espécie de ave marinha da família Hydrobatidae.[2]

Pode ser encontrada em diversos países, incluindo Angola, Argentina, Austrália, Brasil, Chile e Equador.[1]

Subespécies

Há quatro subespécies reconhecidas do painho-de-barriga-branca:[3]

É uma espécie pelágica pouco conhecida, apresentando diferenças morfológicas e fases de cores variadas; é facilmente confundida com espécies semelhantes de petréis.[4][5][6]

A subclassificação do gênero Fregetta foi descrita como "provisória", aguardando o esclarecimento de novos estudos, em particular estudos genéticos.[3][7][8] O grande grau de especiação observado entre o painho-de-barriga-branca pode estar relacionado a padrões de nidificação em ilhas remotas associados a tipos de água específicos.[6]

Descrição

Fregetta grallaria, por John Gould

A espécie é caracterizada pelos padrões de suas cores, condição das tubas nasais, formato da cauda, estrutura das garras e proporções dos ossos das pernas. Fregetta spp. possui plumagem preta na parte superior e branca na parte inferior. As coberteiras da cauda superior são brancas.[4]

É um pássaro de porte pequeno, com cerca de 18 a 20 centímetros de comprimento, com envergadura de 46-48 cm.[4][3] Seu bico é preto.[5][8][9] Como o nome sugere, as partes superiores são escuras e as partes inferiores são de cor clara, com muitas variações na plumagem observada, incluindo uma variante bastante escura.[5][9] Suas pernas são longas (grallae significa "pernas de pau" em latim[5][9]) e uma característica distintiva é que os dedos dos pés geralmente não se projetam além da cauda.[3] Não foi observada variação de plumagem entre os sexos e entre adultos e jovens.[5][8]

Sons

Acredita-se que costuma ser silencioso no mar e vocal quando está no ninho em terra.[5][3] Seu canto foi descrito como "chamadas suaves e agudas, como pee-pee-pee-pee repetidas até 20 vezes."[5]

Distribuição e habitat

Possui uma ampla distribuição em todos os oceanos do hemisfério sul, incluindo os oceanos Pacífico, Atlântico e Índico,[5][10] embora poucos detalhes sejam conhecidos sobre sua distribuição pelágica.[11][8]

É nativa da Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Nova Zelândia, Polinésia Francesa, Santa Helena, Terras Austrais e Antárticas Francesas e Tristão da Cunha. É vagante na Angola, Antártica, Geórgia do Sul, Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, Maldivas, Namíbia e Yemen. Está presente, com origem incerta, no Congo, Ecuador, Fiji, Gabão, Kiribati, Madagascar, Moçambique, Nova Caledônia, Papua-Nova Guiné, Peru, Tuvalu, Uruguai e Vanuatu, entre outros.[11]

Comportamento

O painho-de-barriga-branca é altamente pelágico, raro e não comumente observado.[5][3][12] Como resultado, existe um conhecimento limitado de seu comportamento e ecologia. As visitas à terra são incomuns e ocorrem perto de colônias de reprodução.[12][11] É noturno quando em terra.[5][8]

O voo tende a ser baixo,[5][12][11] pisando fora da superfície da água com as pernas, uma marcha assimétrica tendo sido observada.[10] Sabe-se que se alimenta de outras aves marinhas e segue navios.[13]

Reprodução

As colônias reprodutoras foram identificadas no grupo da Ilha de Lord Howe (Ilha Roach, Pirâmide de Ball, Ilha Muttonbird e possivelmente Ilha Blackburn),[14] embora estejam extintos na própria ilha principal de Lord Howe.[4][12][11][8][14]

Os locais de reprodução ocorrem em ilhas e afloramentos rochosos[8] em colônias dispersas com ninhos forrados de grama construídos em fendas e tocas.[4][8] A reprodução ocorre no final do verão e início do outono, com postura de ovos entre janeiro e março, e filhotes vistos de meados de abril a maio.[4][3] A ninhada média é um único ovo branco com manchas vermelhas, marrons ou rosa claras.[5]

Os filhotes são alimentados por ambos os pais, que passam o dia no mar e voltam ao ninho à noite.[4][8]

Pouco se sabe sobre a vida da espécie, mas extrapolações de cogeradores postulam um tempo de geração de 15,2 anos (assumindo "uma idade média de primeira criação de 4,7 anos, uma sobrevivência anual de adultos de 87,8% e um longevidade máxima de 30,4 anos").[5][13]

Dieta

Alimenta-se de pequenos crustáceos, pequenas lulas e Halobates foram identificados como componentes da dieta.[5][3][8] A alimentação envolve desligamento pela água e mergulho.[5][8] Os jovens são alimentados por ambos os pais com crustáceos e lulas.[4]

Migração

Fontes descrevem a espécie como sendo tanto não-migratória[15] como totalmente migrante,[12] refletindo talvez o quão pouco se sabe ou se compreende sobre esta evasiva ave marinha. Acredita-se que migre um pouco para o norte, mas seus movimentos no mar não são conhecidos.[4] A dispersão máxima foi estimada em vários milhares de km.[5]

População

A qualidade dos dados nos quais as estimativas da população se baseiam é reconhecida como fraca e pouco confiável.[12][8] Em 2004, Brookes estimou a população global de Fregetta grallaria em cerca de 300.000, uma população que provavelmente está em declínio como resultado de espécies invasoras predatórias.[12][11]

A população global da Fregetta grallari grallaria é estimada em 2.500 pares.[8] Estima-se que 1.000 pares reprodutores da Fregetta grallari grallaria nidificam no grupo da Ilha de Lord Howe, mas agora estão extintos na ilha principal.[5][8] As populações da Fregetta grallaria grallaria e Fregetta grallaria titan no Pacífico oriental foram descritas como "escassas."[6]

O painho-de-barriga-branca é considerado raro na Nova Zelândia, com cerca de 700 ninhos.[5]

Conservação

Há deficiências significativas nas fontes de dados sobre o status de conservação da espécie. A Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) avaliou a Fregetta grallaria como "espécie pouco preocupante", com base no tamanho de sua abrangência, tendência populacional e critérios referentes ao tamanho de sua população.[12]

Na Nova Zelândia, seu status de conservação indicou que estava ameaçado de extinção a nível nacional (2013).[5]

Na Austrália, é considerada vulnerável.[9][8][16] Em Nova Gales do Sul, Austrália, F. grallaria está listada como "vulnerável", de acordo com a Lei de Conservação de Espécies Ameaçadas de 1995.[8]

F. g. gallaria é "considerada vulnerável a nível global".[8] A população reprodutora australiana está listada como vulnerável ("pequenas populações em cinco locais com ameaça futura plausível") e a população que visita o território australiano como quase ameaçada ("sete locais com ameaça futura plausível") no Plano de Ação para Aves Australianas de 2010.[13] Todas as populações reprodutoras existentes são agora importantes para a sobrevivência a longo prazo.[8]

Ameaças

A história natural das aves marinhas (longevidade, fertilidade e tamanho da ninhada) as torna suscetíveis a mudanças em seu ambiente.[14] O status das aves marinhas a nível mundial é considerado mais ameaçado e está se deteriorando mais rapidamente do que grupos comparáveis. As ameaças identificadas incluem pesca comercial, poluição marinha, predação por espécies exóticas invasoras, perda de habitat, perturbação direta e exploração por humanos.[17]

Metais pesados, incluindo mercúrio e cádmio, foram identificados em níveis tóxicos nas aves marinhas da Ilha Gough, um local de reprodução de F. grallaria.[18][19] Plásticos ingeridos são um perigo reconhecido e podem ser mais propensos a se acumular em Procellariiformes por razões anatômicas (a entrada restrita na moela limita a regurgitação).[20][19][21] Os navios e outras luzes artificiais confundem as aves marinhas e a Fregetta grallaria corre risco ao regressar aos locais de reprodução à noite.[22][19]

Na Austrália, as principais fontes de ameaça para F. grallaria são a perda de habitat e espécies invasoras, as últimas introduzidas por navios de pesca e transporte e atividades terrestres, em particular o gato doméstico e o rato preto.[8][14] O impacto das espécies invasoras é considerado uma "preocupação" para a reprodução e uma "preocupação potencial" para a procura de alimentos pela comunidade e inclui o sucesso reprodutivo reduzido, mortalidade direta e degradação do ecossistema. A extinção de F. grallaria na ilha de Lord Howe é atribuída à introdução do rato preto em 1918.[14]

Fontes identificadas de "preocupação potencial" incluem mudanças climáticas, embarcações de transporte marítimo, embarcações de pesca, atividades terrestres, turismo, pesca recreativa e fretada e atividades de pesquisa. Esses efeitos são mediados por mudanças na temperatura do mar, oceanografia, acidificação dos oceanos, poluição e contaminação química, detritos marinhos, poluição luminosa, poluição por óleo e presença e atividades humanas.[14]

Alterações climáticas

Prevê-se que a produtividade da superfície do mar mude devido às mudanças na temperatura do mar como resultado da mudança climática global em curso, e as aves marinhas são particularmente vulneráveis a tal mudança.[23][14] As temperaturas do mar aumentaram 0,7°C entre 1910-1929 e 1989-2008, e as projeções atuais estimam que as temperaturas do oceano serão 1°C mais altas em 2030.[14]

F. g. grallaria está listada entre as aves mais sensíveis aos efeitos das mudanças climáticas, especialmente durante a reprodução. O aumento da vulnerabilidade se deve ao fato de a população ser pequena e localizada, de reprodução lenta e padrões de alimentação especializados.[23] A mudança prevista para o sul na distribuição de alimentos deve afetar negativamente os resultados reprodutivos.[14] A extinção local é uma perspectiva real.[9]

Referências

  1. a b «White-bellied Storm-petrel». The IUCN Red List of Threatened Species. 7 de agosto de 2018. Consultado em 17 de julho de 2021 
  2. Croxall, J. P., Butchart, S. H. M., Lascelles, B., Stattersfield, A. J., Sullivan, B., Symes, A., & Taylor, P. (2012). Seabird conservation status, threats and priority actions: A global assessment. Bird Conservation International, 22(1), 1-34. DOI:10.1017/S0959270912000020.
  3. a b c d e f g h i j k Carboneras, C., Jutglar, F. & Kirwan, G.M. (2016). "White-bellied Storm-petrel (Fregetta grallaria)". In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona.
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  5. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s Tennyson, A.J.D. (2013). "White-bellied storm petrel". In Miskelly, C.M. (ed.) New Zealand Birds Online. Retrieved from
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  7. White-bellied Storm-petrel (Fregetta grallaria). The Internet Bird Collection.
  8. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s Department of the Environment (2016). Fregetta grallaria grallaria. in Species Profile and Threats Database, Department of the Environment, Canberra.
  9. a b c d e White-bellied Storm-Petrel – profile. (2012) State of New South Wales and Office of Environment and Heritage.
  10. a b "White-bellied Storm-Petrel (Fregetta grallaria)" in Neotropical Birds Online. T. S. Schulenberg (ed.). 2010. Ithaca: Cornell Lab of Ornithology.
  11. a b c d e f BirdLife International. (2012). Fregetta grallaria. The IUCN Red List of Threatened Species 2012. doi:10.2305/IUCN.UK.2012-1.RLTS.T22698465A40237390.en
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  17. Croxall, J. P.; Butchart, S. H. M.; Lascelles, B.; Stattersfield, A. J.; Sullivan, B.; Symes, A.; Taylor, P. (2012). «Seabird conservation status, threats and priority actions: A global assessment». Bird Conservation International. 22: 1–34. doi:10.1017/S0959270912000020 
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  19. a b c Furness, R. (1985). «Ingestion of plastic particles by seabirds at Gough Island, South atlantic Ocean». Environmental Pollution Series A, Ecological and Biological. 38 (3): 261–272. doi:10.1016/0143-1471(85)90131-X 
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  22. Ryan, P.G. (2008). «The impact of commercial lobster fishery on the seabirds at the Tristan de cunha islands, south atlantic ocean». Marine Pollution Bulletin. 56 (8): 1406–9. PMID 18572198. doi:10.1016/j.marpolbul.2008.05.004 
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