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Perda auditiva induzida por ruído: diferenças entre revisões

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Ademais, o uso de proteção auditiva entre músicos é baixo por motivos como a percepção de distorção dos sons. Desse modo, ainda continuam menos propensos ao uso, ainda que estejam conscientes dos riscos. Pesquisas sugerem que programas de educação podem ser benéficos para músicos, bem como trabalhar com profissionais de saúde auditiva para ajudar a resolver os problemas específicos que os músicos enfrentam.
Ademais, o uso de proteção auditiva entre músicos é baixo por motivos como a percepção de distorção dos sons. Desse modo, ainda continuam menos propensos ao uso, ainda que estejam conscientes dos riscos. Pesquisas sugerem que programas de educação podem ser benéficos para músicos, bem como trabalhar com profissionais de saúde auditiva para ajudar a resolver os problemas específicos que os músicos enfrentam.


=== PAIR de origem Recreativa: ===
Por último, não somente o público jovem estão expostos a esses sons, alguns brinquedos infantis podem ser capaz de gerar intensidades de 110 a 150 dB.
Também chamada de perda auditiva induzida por ruído não ocupacional, é aquela que é adquirida devido a longas e frequentes exposições a ambientes que forneçam uma grande pressão sonora.


Em baladas, bares e clubes noturnos, por exemplo, os níveis de intensidade podem estar na faixa de 104 a 112 dB. Esses valores equivalem a mesma exposição sonora que um profissional da indústria sofre em uma jornada diária de 8 horas.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1080/14992020400030010 |titulo=Recreational noise exposure and its effects on the hearing of adolescents. Part I: An interdisciplinary long-term study Exposición a ruido recreativo y sus efectos en la audición de los adolescentes. Parte I: un estudio interdisciplinario a largo plazo |data=2005-02 |acessodata=2022-10-11 |jornal=International Journal of Audiology |número=2 |ultimo=Serra |primeiro=Mario R. |ultimo2=Biassoni |primeiro2=Ester C. |paginas=65–73 |doi=10.1080/14992020400030010 |issn=1499-2027 |ultimo3=Richter |primeiro3=Utz |ultimo4=Minoldo |primeiro4=Gloria |ultimo5=Franco |primeiro5=Graciela |ultimo6=Abraham |primeiro6=Silvia |ultimo7=Carignani |primeiro7=Jorge A. |ultimo8=Joekes |primeiro8=Silvia |ultimo9=Yacci |primeiro9=María R.}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1111/j.1746-1561.2007.00197.x |titulo=Noise and Hearing Loss: A Review |data=2007-05 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Journal of School Health |número=5 |ultimo=Daniel |primeiro=Eileen |paginas=225–231 |doi=10.1111/j.1746-1561.2007.00197.x |issn=0022-4391}}</ref>
Abaixo, uma tabela adaptada da OMS relacionando algumas atividades recreativas e a intensidade do som (em dB) mensurados.

Além disso, eventos esportivos, comumente frequentados por adolescentes e adultos a faixa de intensidade pode chegar de 80 a 117 dB, igualmente prejudiciais a saúde auditiva.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1044/1059-0889(2013/12-0071) |titulo=Noise Levels Among Spectators at an Intercollegiate Sporting Event |data=2014-03 |acessodata=2022-10-11 |jornal=American Journal of Audiology |número=1 |ultimo=England |primeiro=Beau |ultimo2=Larsen |primeiro2=Jeffery Blythe |paginas=71–78 |doi=10.1044/1059-0889(2013/12-0071) |issn=1059-0889}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1503/cmaj.060789 |titulo=Can hockey playoffs harm your hearing? |data=2006-12-05 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Canadian Medical Association Journal |número=12 |ultimo=Hodgetts |primeiro=W. E. |ultimo2=Liu |primeiro2=R. |paginas=1541–1542 |doi=10.1503/cmaj.060789 |issn=0820-3946}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.7196/samj.4091 |titulo=Football match spectator sound exposure and effect on hearing: A pretest-post-test study |data=2010-03-30 |acessodata=2022-10-11 |jornal=South African Medical Journal |número=4 |ultimo=Swanepoel |primeiro=De Wet |ultimo2=Hall |primeiro2=James W |paginas=239 |doi=10.7196/samj.4091 |issn=2078-5135}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.7205/milmed.171.2.112 |titulo=Estimated Leisure-Time Noise Exposure, Hearing Thresholds, and Hearing Symptoms of Finnish Conscripts |data=2006-02 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Military Medicine |número=2 |ultimo=Jokitulppo |primeiro=Jaana |ultimo2=Toivonen |primeiro2=Markku |paginas=112–116 |doi=10.7205/milmed.171.2.112 |issn=0026-4075 |ultimo3=Bjoörk |primeiro3=Erkki}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1080/15459624.2012.736341 |titulo=Occupational and Recreational Noise Exposure from Indoor Arena Hockey Games |data=2013-01 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Journal of Occupational and Environmental Hygiene |número=1 |ultimo=Cranston |primeiro=Cory J. |ultimo2=Brazile |primeiro2=William J. |paginas=11–16 |doi=10.1080/15459624.2012.736341 |issn=1545-9624 |ultimo3=Sandfort |primeiro3=Delvin R. |ultimo4=Gotshall |primeiro4=Robert W.}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.73995 |titulo=Vuvuzelas at South African soccer matches: Risks for spectators′ hearing |data=2011 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Noise and Health |número=50 |ultimo=Ramma |primeiro=Lebogang |ultimo2=Petersen |primeiro2=Lucretia |paginas=71 |doi=10.4103/1463-1741.73995 |issn=1463-1741 |ultimo3=Singh |primeiro3=Shajila}}</ref>

Por último, não somente o público jovem estão expostos a esses sons, alguns brinquedos infantis podem ser capaz de gerar intensidades de 110 a 150 dB.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1044/cicsd_39_f_76 |titulo=The Effects of Noise-Induced Hearing Loss on Children and Young Adults |data=2012-10 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Contemporary Issues in Communication Science and Disorders |número=Fall |ultimo=Levey |primeiro=Sandra |ultimo2=Fligor |primeiro2=Brian J. |paginas=76–83 |doi=10.1044/cicsd_39_f_76 |issn=1092-5171 |ultimo3=Ginocchi |primeiro3=Caterina |ultimo4=Kagimbi |primeiro4=Loise}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1542/peds.76.4.574 |titulo=Noisy Toys: A Possible Source of Sensorineural Hearing Loss |data=1985-10-01 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Pediatrics |número=4 |ultimo=Axelsson |primeiro=Alf |ultimo2=Jerson |primeiro2=Tomas |paginas=574–578 |doi=10.1542/peds.76.4.574 |issn=0031-4005}}</ref>

Abaixo, uma tabela adaptada da OMS relacionando algumas atividades recreativas e a intensidade do som (em dB) mensurados.<ref>{{citar web|ultimo=OMS|url=https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/154589/9789241508513_eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y|titulo=Hearing loss due to recreational exposure to loud sound: a review|data=2015|acessodata=10/10/2022|website=OMS}}</ref>
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== Mecanismos ==
== Mecanismos ==
[[Ficheiro:Blausen 0328 EarAnatomy.png|direita|miniaturadaimagem| A orelha externa recebe o som, transmitido por meio dos ossículos da orelha média para a orelha interna, onde é convertido em um sinal nervoso na [[Nervo coclear|cóclea]] e transmitido ao longo do [[nervo vestibulococlear]]. ]]
[[Ficheiro:Blausen 0328 EarAnatomy.png|miniaturadaimagem|Anatomia da Orelha ]]
A PAIR ocorre quando muita [[Intensidade (acústica)|intensidade sonora]] é transmitida para o sistema auditivo. Um sinal acústico de uma fonte sonora, como um rádio, entra no [[Canal auditivo|Meato Acústico Externo]] (MAE) e é canalizado para a [[membrana timpânica]] (tímpano), fazendo com que ela vibre. A vibração da membrana timpânica faz com que os ossículos da [[orelha média]], o martelo, a bigorna e o estribo entrem em movimento. Os ossículos da orelha média transferem energia mecânica para a [[cóclea]] por meio da [[Ouvido médio|batida]] do [[Ouvido médio|estribo]] contra a janela oval. Esta movimentação faz com que o fluido dentro da cóclea ([[perilinfa]] e [[endolinfa]]) seja deslocado, provocando o movimento das células ciliadas (células sensoriais na cóclea) e um sinal elétrico a ser enviado do nervo auditivo ([[Nervo vestibulococlear|CN VIII]]) para o sistema auditivo central dentro do cérebro. É aqui que o som é percebido. Diferentes grupos de células ciliadas respondem a diferentes frequências. Células ciliadas na ou perto da base da cóclea são mais sensíveis a sons de alta frequência, enquanto aquelas no ápice são mais sensíveis a sons de baixa frequência.<ref>{{citar jornal|url=https://www.nidcd.nih.gov/health/how-do-we-hear|título=How Do We Hear?|data=2015-08-18|obra=NIDCD|acessodata=2018-02-13|língua=en}}</ref> Existem dois mecanismos biológicos conhecidos de PAIR de intensidade sonora excessiva: danos às células ciliadas e danos à mielinização ou regiões sinápticas dos nervos auditivos.
A PAIR ocorre quando muita [[Intensidade (acústica)|intensidade sonora]] é transmitida para o sistema auditivo. Um sinal acústico de uma fonte sonora, como um rádio, entra no [[Canal auditivo|Meato Acústico Externo]] (MAE) e é canalizado para a [[membrana timpânica]] (tímpano), fazendo com que ela vibre. A vibração da membrana timpânica faz com que os ossículos da [[orelha média]], o martelo, a bigorna e o estribo entrem em movimento. Os ossículos da orelha média transferem energia mecânica para a [[cóclea]] por meio da [[Ouvido médio|batida]] do [[Ouvido médio|estribo]] contra a janela oval. Esta movimentação faz com que o fluido dentro da cóclea ([[perilinfa]] e [[endolinfa]]) seja deslocado, provocando o movimento das células ciliadas (células sensoriais na cóclea) e um sinal elétrico a ser enviado do nervo auditivo ([[Nervo vestibulococlear|CN VIII]]) para o sistema auditivo central dentro do cérebro. É aqui que o som é percebido. Diferentes grupos de células ciliadas respondem a diferentes frequências, aquelas situadas na ou perto da base da cóclea são mais sensíveis a sons de alta frequência, enquanto aquelas no ápice são mais sensíveis a sons de baixa frequência. Existem dois mecanismos biológicos conhecidos de PAIR de intensidade sonora excessiva: danos às células ciliadas e danos à [[Bainha de mielina|mielinização]] ou regiões sinápticas dos nervos auditivos.<ref>{{Citar web|url=https://www.nidcd.nih.gov/health/how-do-we-hear|titulo=How Do We Hear?|acessodata=2022-10-11|website=NIDCD|lingua=en}}</ref>

A causa da PAIR pode ocorrer devido a ruídos altos (85dB) e produtos químicos ototóxicos, como solventes (estireno, tricloroetileno, tolueno), metais e compostos (compostos de mercúrio, chumbo, compostos orgânicos de estanho), asfixiantes ( monóxido de carbono, cianeto de hidrogênio), nitrilas (3-butenonitrila, cis-2-pentenonitrila, acrilonitrila) e produtos farmacêuticos. Há  22 milhões de trabalhadores que são expostos a ruídos intensos por ano, enquanto 10 milhões são expostos a solventes químicos

A exposição a ruído associada a substâncias químicas e temperaturas extremas também são fatores de risco . O chumbo, estireno, tolueno e tricloroetileno são ototóxicos, enquanto etilbenzeno, n- hexano e p-xileno são possivelmente ototóxicos quando têm concentrações relevantes. Já o monóxido de carbono intensifica a PAIR, e o tolueno interage com o ruído e induz a perdas auditivas mais graves. Embora existam evidências de exposição a solventes, metais e asfixiantes estarem relacionados com maior risco a perda auditiva, bem como a exposição ao ruído simultânea a produtos químicos aumentar a probabilidade de desenvolver PAIR, não há regulamentação de monitoramento auditivo onde há apenas exposição a produtos ototóxicos sem exposição simultânea ao ruído


=== Danos as células ciliadas ou morte ===
=== Danos as células ciliadas ou morte ===
Quando a audição é exposta a níveis sonoros excessivos ou sons fortes ao longo do tempo, a super estimulação das células ciliadas leva à produção pesada de espécies reativas de oxigênio, levando à morte celular oxidativa. Em experimentos com animais, verificou-se que as vitaminas antioxidantes reduzem a perda auditiva mesmo quando administradas no dia seguinte à exposição ao ruído.<ref>{{Citar periódico|titulo=Role of glutathione in protection against noise-induced hearing loss|jornal=Brain Research|volume=784|doi=10.1016/S0006-8993(97)01156-6|pmid=9518561}}</ref> Elas não foram capazes de preveni-la completamente. Os danos variam desde a exaustão das células ciliadas (audição) na orelha interna até a perda dessas células.<ref name="Gelfand">{{Citar livro|título=Auditory System and Related Disorders. Essentials of Audiology}}</ref> A PAIR é, portanto, consequência da super estimulação das células ciliadas e das estruturas de suporte. Danos estruturais às células ciliadas (principalmente as células ciliadas externas) resultam em perda auditiva que pode ser caracterizada por uma atenuação e distorção dos estímulos auditivos recebidos.
Quando a audição é exposta a níveis sonoros excessivos ou sons fortes ao longo do tempo, a super estimulação das células ciliadas leva à produção pesada de espécies reativas de oxigênio, levando à morte celular oxidativa. Em experimentos com animais, verificou-se que as vitaminas antioxidantes reduzem a perda auditiva mesmo quando administradas no dia seguinte à exposição ao ruído<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0006899397011566 |titulo=Role of glutathione in protection against noise-induced hearing loss |data=1998-02 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Brain Research |número=1-2 |ultimo=Yamasoba |primeiro=Tatsuya |ultimo2=Nuttall |primeiro2=Alfred L |paginas=82–90 |lingua=en |doi=10.1016/S0006-8993(97)01156-6 |ultimo3=Harris |primeiro3=Craig |ultimo4=Raphael |primeiro4=Yehoash |ultimo5=Miller |primeiro5=Josef M}}</ref>,apesar de não previnir completamente. Os danos variam desde a exaustão das células ciliadas (audição) na orelha interna até a perda dessas células.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.3109/03005367409086948 |titulo=Acupuncture in Auditory and Related Disorders |data=1974-01 |acessodata=2022-10-11 |jornal=British Journal of Audiology |número=1 |ultimo=Mann |primeiro=Felix |ultimo2=Chir |primeiro2=B. |paginas=23–25 |doi=10.3109/03005367409086948 |issn=0300-5364}}</ref> A PAIR é, portanto, consequência da super estimulação das células ciliadas e das estruturas de suporte. Danos estruturais às células ciliadas (principalmente as células ciliadas externas) resultam em perda auditiva que pode ser caracterizada por uma atenuação e distorção dos estímulos auditivos recebidos.


Durante a morte das células ciliadas, desenvolvem-se "cicatrizes" que impedem que o fluido rico em potássio da [[Endolinfa|endolinfa se]] misture com o fluido no domínio basal.<ref name="Yehoash">{{Citar periódico|titulo=Cochlear pathology, sensory cell death and regeneration|jornal=British Medical Bulletin|volume=63|doi=10.1093/bmb/63.1.25|pmid=12324382}}</ref> O fluido rico em [[potássio]] é tóxico para as terminações neuronais e pode danificar a audição de toda a orelha. Se o fluido da endolinfa se misturar com o fluido no domínio basal, os [[Neurónio|neurônios]] se despolarizam, causando perda auditiva completa. Além da perda auditiva completa, se a área não for selada e o vazamento continuar, mais dano tecidual ocorrerá. As "cicatrizes" que se formam para substituir a célula ciliada danificada são causadas pelo suporte de células ciliadas que sofrem apoptose e selam a lâmina reticular, o que impede o vazamento de fluido.<ref name="Yehoash" /> A morte celular de duas células ciliadas de suporte expande rapidamente seu domínio apical, que comprime a célula ciliada abaixo de seu domínio apical.<ref name="Yehoash" />
Durante a morte das células ciliadas, desenvolvem-se "cicatrizes" que impedem que o fluido rico em potássio da [[endolinfa]] se misture com o fluido no domínio basal<ref name=":2">{{Citar periódico |url=https://academic.oup.com/bmb/article/63/1/25/377504 |titulo=Cochlear pathology, sensory cell death and regeneration |data=2002-10-01 |acessodata=2022-10-11 |jornal=British Medical Bulletin |número=1 |ultimo=Raphael |primeiro=Yehoash |paginas=25–38 |lingua=en |doi=10.1093/bmb/63.1.25 |issn=1471-8391}}</ref>. O fluido rico em [[potássio]] é tóxico para as terminações neuronais e pode danificar a audição de toda a orelha. Se o fluido da endolinfa se misturar com o fluido no domínio basal, os [[Neurónio|neurônios]] se despolarizam, causando perda auditiva completa. Além da perda auditiva completa, se a área não for selada e o vazamento continuar, mais dano tecidual ocorrerá. As "cicatrizes" que se formam para substituir a célula ciliada danificada são causadas pelo suporte de células ciliadas que sofrem apoptose e selam a lâmina reticular, o que impede o vazamento de fluido. A morte celular de duas células ciliadas de suporte expande rapidamente seu domínio apical, que comprime a célula ciliada abaixo de seu domínio apical.<ref name=":2" />


=== Danos ao nervo auditivo ===
=== Danos ao nervo auditivo ===
Estudos recentes investigaram mecanismos adicionais da PAIR envolvendo a transmissão eletroquímica de impulsos nervosos atrasada ou desativada da célula ciliada para e ao longo do [[Nervo coclear|nervo auditivo]]. Em casos de trauma acústico agudo extremo, uma porção do [[dendrito]] pós-sináptico (onde a célula ciliada transfere sinais eletroquímicos para o nervo auditivo) pode romper com a super estimulação, interrompendo temporariamente toda a transmissão do ''input'' auditivo para o nervo auditivo. Isso é conhecido como [[excitotoxicidade]]. Geralmente, esse tipo de ruptura se cura em cerca de cinco dias, resultando na recuperação funcional dessa sinapse. Enquanto cura, uma [[Receptor de glutamato|superexpressão de receptores]] de [[Receptor de glutamato|glutamato]] pode resultar em zumbido temporário. Rupturas repetidas na mesma sinapse podem falhar na cicatrização, levando à perda auditiva permanente.<ref name="Pujol">{{Citar periódico|titulo=Excitotoxicity, synaptic repair, and functional recovery in the mammalian cochlea: a review of recent findings|jornal=Annals of the New York Academy of Sciences|volume=884|bibcode=1999NYASA.884..249P|doi=10.1111/j.1749-6632.1999.tb08646.x|pmid=10842598}}</ref>
Estudos recentes investigaram mecanismos adicionais da PAIR envolvendo a transmissão eletroquímica de [[Impulso nervoso|impulsos nervosos]] atrasada ou desativada da célula ciliada para e ao longo do [[Nervo coclear|nervo auditivo]]. Em casos de trauma acústico agudo extremo, uma porção do [[dendrito]] pós-sináptico (onde a célula ciliada transfere sinais eletroquímicos para o nervo auditivo) pode romper com a super estimulação, interrompendo temporariamente toda a transmissão do ''input'' auditivo para o nervo auditivo. Isso é conhecido como [[excitotoxicidade]]. Geralmente, esse tipo de ruptura se cura em cerca de cinco dias, resultando na recuperação funcional dessa sinapse. Enquanto cura, uma [[Receptor de glutamato|superexpressão de receptores]] de [[Receptor de glutamato|glutamato]] pode resultar em zumbido temporário. Rupturas repetidas na mesma sinapse podem falhar na cicatrização, levando à perda auditiva permanente.<ref>{{Citar periódico |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1749-6632.1999.tb08646.x |titulo=Excitotoxicity, Synaptic Repair, and Functional Recovery in the Mammalian Cochlea: A Review of Recent Findings |data=1999-11 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Annals of the New York Academy of Sciences |número=1 |ultimo=Pujol |primeiro=Rémy |ultimo2=Puel |primeiro2=Jean-Luc |paginas=249–254 |lingua=en |doi=10.1111/j.1749-6632.1999.tb08646.x}}</ref>


A exposição prolongada ao ruído de alta intensidade também tem sido associada ao rompimento das sinapses da fita localizada na fenda sináptica entre as células ciliadas internas e as fibras nervosas do gânglio espiral, levando a um distúrbio denominado sinaptopatia coclear ou perda auditiva oculta.<ref name=":9">{{Citar periódico|titulo=Cochlear Synaptopathy and Noise-Induced Hidden Hearing Loss|jornal=Neural Plasticity|volume=2016|doi=10.1155/2016/6143164|pmc=5050381|pmid=27738526}}</ref> Esse distúrbio é cumulativo e, ao longo do tempo, leva à degeneração das células ganglionares espirais da orelha interna e à disfunção geral da transmissão neural entre as fibras nervosas auditivas e a via auditiva central.<ref name=":9" /> O sintoma mais comuns da sinaptopatia coclear é a dificuldade em compreender a fala, especialmente na presença de ruído competitivo.<ref name=":9" /> No entanto, esse tipo de deficiência auditiva é muitas vezes indetectável pela audiometria tonal convencional, portanto, o termo perda auditiva "oculta".
A exposição prolongada ao ruído de alta intensidade também tem sido associada ao rompimento das sinapses da fita localizada na [[fenda sináptica]] entre as células ciliadas internas e as fibras nervosas do [[Gânglio espinal|gânglio espiral]], levando a um distúrbio denominado sinaptopatia coclear ou perda auditiva oculta.<ref name=":3">{{Citar periódico |url=https://www.hindawi.com/journals/np/2016/6143164/ |titulo=Cochlear Synaptopathy and Noise-Induced Hidden Hearing Loss |data=2016 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Neural Plasticity |ultimo=Shi |primeiro=Lijuan |ultimo2=Chang |primeiro2=Ying |paginas=1–9 |lingua=en |doi=10.1155/2016/6143164 |issn=2090-5904 |pmc=PMC5050381 |pmid=27738526 |ultimo3=Li |primeiro3=Xiaowei |ultimo4=Aiken |primeiro4=Steve |ultimo5=Liu |primeiro5=Lijie |ultimo6=Wang |primeiro6=Jian}}</ref> Esse distúrbio é cumulativo e, ao longo do tempo, leva à degeneração das células ganglionares espirais da orelha interna e à disfunção geral da transmissão neural entre as fibras nervosas auditivas e a via auditiva central. O sintoma mais comuns da sinaptopatia coclear é a dificuldade em compreender a fala, especialmente na presença de ruído competitivo. No entanto, esse tipo de deficiência auditiva é muitas vezes indetectável pela [[Audiometria|audiometria tonal]] convencional, portanto, o termo perda auditiva "oculta".<ref name=":3" />


A superexposição acústica também pode resultar em diminuição da mielinização em pontos específicos do nervo auditivo. [[Mielina|A mielina]], uma bainha isolante que envolve os axônios nervosos, acelera os impulsos elétricos ao longo dos nervos em todo o sistema nervoso. O afinamento da bainha de mielina no nervo auditivo retarda significativamente a transmissão de sinais elétricos das células ciliadas para o córtex auditivo, reduzindo a compreensão dos estímulos auditivos retardando a percepção auditiva, particularmente em ambientes ruidosos.<ref>{{Citar periódico|titulo=Computational modeling of the effects of auditory nerve dysmyelination|jornal=Frontiers in Neuroanatomy|volume=8|doi=10.3389/fnana.2014.00073|pmc=4117982|pmid=25136296}}</ref>
A superexposição acústica também pode resultar em diminuição da mielinização em pontos específicos do nervo auditivo. A [[mielina]], uma bainha isolante que envolve os axônios nervosos, acelera os impulsos elétricos ao longo dos nervos em todo o sistema nervoso. O afinamento da bainha de mielina no nervo auditivo retarda significativamente a transmissão de sinais elétricos das células ciliadas para o córtex auditivo, reduzindo a compreensão dos estímulos auditivos retardando a percepção auditiva, particularmente em ambientes ruidosos.<ref>{{Citar periódico |url=http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fnana.2014.00073/abstract |titulo=Computational modeling of the effects of auditory nerve dysmyelination |data=2014-08-01 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Frontiers in Neuroanatomy |ultimo=Brown |primeiro=Angus M. |ultimo2=Hamann |primeiro2=Martine |doi=10.3389/fnana.2014.00073 |issn=1662-5129 |pmc=PMC4117982 |pmid=25136296}}</ref>


=== Suscetibilidade individual ao ruído ===
=== Suscetibilidade individual ao ruído ===
Parece haver grandes diferenças na suscetibilidade individual à PAIR.<ref name="1950nihl">{{Citar periódico|titulo=Noise-induced hearing loss.|jornal=Archives of Otolaryngology|volume=51|doi=10.1001/archotol.1950.00700020366006}}</ref> Os seguintes fatores foram implicados:
Parece haver grandes diferenças na suscetibilidade individual à PAIR.<ref>{{Citar periódico |url=https://jamanetwork.com/journals/jamaotolaryngology/article-abstract/587677 |titulo=NOISE-INDUCED HEARING LOSS |data=1950-03-01 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Archives of Otolaryngology - Head and Neck Surgery |número=3 |ultimo=Wheeler |primeiro=D. E. |paginas=344–355 |lingua=en |doi=10.1001/archotol.1950.00700020366006 |issn=0886-4470}}</ref> Os seguintes fatores foram implicados:


* ausência de reflexo acústico<ref name="acousticTrauma">{{Citar periódico|titulo=Le traumatisme acoustique|url=http://ipubli-inserm.inist.fr/bitstream/handle/10608/4361/MS_1991_4_357.pdf|jornal=Médecine/sciences|volume=7|doi=10.4267/10608/4361}}</ref>
* ausência de [[reflexo acústico]]<ref name=":42">{{Citar periódico |url=http://hdl.handle.net/10608/4361 |titulo=Le traumatisme acoustique |data=1991 |acessodata=2022-10-11 |jornal=médecine/sciences |número=4 |ultimo=Dancer |primeiro=A |paginas=357 |doi=10.4267/10608/4361 |issn=1958-5381}}</ref>
* perda auditiva sensorioneural prévia<ref name="individualPredispo">{{Citar periódico|titulo=Understanding and preventing noise-induced hearing loss|jornal=Disease-A-Month|volume=59|doi=10.1016/j.disamonth.2013.01.002|pmid=23507351}}</ref>
* perda auditiva sensorioneural prévia<ref name=":5">{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0011502913000217 |titulo=Understanding and preventing noise-induced hearing loss |data=2013-04 |acessodata=2022-10-11 |jornal=Disease-a-Month |número=4 |ultimo=Hong |primeiro=OiSaeng |ultimo2=Kerr |primeiro2=Madeleine J. |paginas=110–118 |lingua=en |doi=10.1016/j.disamonth.2013.01.002 |ultimo3=Poling |primeiro3=Gayla L. |ultimo4=Dhar |primeiro4=Sumitrajit}}</ref>
* estado de saúde geral ruim: função cardiovascular ruim, ingestão insuficiente de oxigênio, alta taxa de agregação [[Plaqueta sanguínea|plaquetária]]; e mais importante, uma alta viscosidade do sangue<ref name="acousticTrauma" />
* estado de saúde geral ruim: função cardiovascular ruim, ingestão insuficiente de oxigênio, alta taxa de agregação [[Plaqueta sanguínea|plaquetária]]; e mais importante, uma alta viscosidade do sangue<ref name=":42" />
* tabagismo<ref name="individualPredispo" />
* [[tabagismo]]<ref name=":5" />
* exposição a substâncias químicas [[Ototoxicidade|ototóxicas]] (medicamentos ou produtos químicos ambientais que podem danificar a orelha), incluindo certos solventes e [[Metal pesado|metais pesados]]<ref name=":0">{{citar periódico |título=Interventions to prevent occupational noise-induced hearing loss |data=2012 |periódico=The Cochrane Database of Systematic Reviews |primeiro2=Erik |páginas=CD006396 |doi=10.1002/14651858.CD006396.pub3 |issn=1469-493X |pmid=23076923 |primeiro3=Thais C. |primeiro4=Wouter A. |primeiro5=Christina |volume=10 |primeiro1=Jos H. |último1=Verbeek |último2=Kateman |último3=Morata |último4=Dreschler |último5=Mischke}}</ref><ref name="individualPredispo" /><ref>{{Citar periódico|titulo=Occupational exposure to chemicals and hearing impairment. The Nordic Expert Group for Criteria Documentation of Health Risks from Chemicals|url=https://gupea.ub.gu.se/bitstream/2077/23240/1/gupea_2077_23240_1.pdf|jornal=Arbete och Hälsa|volume=44|isbn=978-91-85971-21-3}}</ref>
* exposição a substâncias químicas [[Ototoxicidade|ototóxicas]] (medicamentos ou produtos químicos ambientais que podem danificar a orelha), incluindo certos solventes e [[Metal pesado|metais pesados]]<ref name=":5" /><ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/939229378|título=The Nordic Expert Group for criteria documentation of health risks from chemicals. 142, Occupational exposure to chemicals and hearing impairment|ultimo=Johnson|primeiro=Ann-Christin|data=2009|editora=University of Gothenburg|outros=Thais C. Morata|local=Göteborg|oclc=939229378}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://doi.wiley.com/10.1002/14651858.CD006396.pub3 |titulo=Interventions to prevent occupational noise-induced hearing loss |data=2012-10-17 |acessodata=2022-10-11 |publicado=John Wiley & Sons, Ltd |ultimo=Verbeek |primeiro=Jos H |ultimo2=Kateman |primeiro2=Erik |editor-sobrenome=The Cochrane Collaboration |local=Chichester, UK |paginas=CD006396.pub3 |lingua=en |doi=10.1002/14651858.cd006396.pub3 |ultimo3=Morata |primeiro3=Thais C |ultimo4=Dreschler |primeiro4=Wouter A |ultimo5=Mischke |primeiro5=Christina}}</ref>
* [[Diabetes mellitus tipo 2|diabetes tipo 2]]<ref name="individualPredispo" />
* [[Diabetes mellitus tipo 2|diabetes tipo 2]]<ref name=":5" />


== Diagnóstico ==
== Diagnóstico ==
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Tanto a PAIR causada por trauma acústico como a PAIR desenvolvida de forma gradual podem frequentemente ser caracterizadas por um padrão específico apresentado nos [[Audiograma|achados audiológicos]]. A PAIR geralmente afeta a sensibilidade auditiva de uma pessoa nas frequências mais altas, especialmente em 4000&nbsp;Hz. "A PAIR é geralmente associada a uma perda sensorioneural de alta frequência em forma de entalhe que é pior em 4000 Hz, embora o entalhe também ocorra frequentemente a 3000 ou 6000 Hz".<ref name="Gelfand">{{Citar livro|título=Auditory System and Related Disorders. Essentials of Audiology}}</ref> Os sintomas da PAIR são geralmente apresentados igualmente em ambas as orelhas.<ref name="Gelfand" />
Tanto a PAIR causada por trauma acústico como a PAIR desenvolvida de forma gradual podem frequentemente ser caracterizadas por um padrão específico apresentado nos [[Audiograma|achados audiológicos]]. A PAIR geralmente afeta a sensibilidade auditiva de uma pessoa nas frequências mais altas, especialmente em 4000&nbsp;Hz. "A PAIR é geralmente associada a uma perda sensorioneural de alta frequência em forma de entalhe que é pior em 4000 Hz, embora o entalhe também ocorra frequentemente a 3000 ou 6000 Hz".<ref name="Gelfand">{{Citar livro|título=Auditory System and Related Disorders. Essentials of Audiology}}</ref> Os sintomas da PAIR são geralmente apresentados igualmente em ambas as orelhas.<ref name="Gelfand" />


Este típico entalhe em 4000&nbsp;Hz é devido à [[Função de transferência|função]] de [[Função de transferência|transferência]] da orelha.<ref name="acousticTrauma">{{Citar periódico|titulo=Le traumatisme acoustique|url=http://ipubli-inserm.inist.fr/bitstream/handle/10608/4361/MS_1991_4_357.pdf|jornal=Médecine/sciences|volume=7|doi=10.4267/10608/4361}}</ref> De fato, como qualquer objeto diante de um som, a orelha atua como um filtro passivo (embora a orelha interna não seja um filtro passivo absoluto, já que as células ciliadas externas fornecem mecanismos ativos). Um filtro passivo é um [[Filtro passa-baixo|passe baixo]]: as altas frequências são mais absorvidas pelo objeto, pois as altas frequências impõem um maior ritmo de compressão-descompressão ao objeto. Assim, os [[Harmônica|harmônicos]] de alta frequência de um som são mais prejudiciais para a orelha interna.
Este típico entalhe em 4000&nbsp;Hz é devido à [[Função de transferência|função]] de [[Função de transferência|transferência]] da orelha.<ref name="acousticTrauma">{{Citar periódico |url=http://ipubli-inserm.inist.fr/bitstream/handle/10608/4361/MS_1991_4_357.pdf |titulo=Le traumatisme acoustique |jornal=Médecine/sciences |doi=10.4267/10608/4361 |volume=7}}</ref> De fato, como qualquer objeto diante de um som, a orelha atua como um filtro passivo (embora a orelha interna não seja um filtro passivo absoluto, já que as células ciliadas externas fornecem mecanismos ativos). Um filtro passivo é um [[Filtro passa-baixo|passe baixo]]: as altas frequências são mais absorvidas pelo objeto, pois as altas frequências impõem um maior ritmo de compressão-descompressão ao objeto. Assim, os [[Harmônica|harmônicos]] de alta frequência de um som são mais prejudiciais para a orelha interna.


No entanto, nem todos os resultados audiológicos de pessoas com PAIR correspondem a este entalhe típico. Muitas vezes, um declínio na sensibilidade auditiva ocorrerá em frequências diferentes das típicas da faixa de 3000 – 6000&nbsp;Hz. As variações surgem das diferenças na ressonância do meato acústico externo, na frequência do sinal acústico prejudicial e na duração da exposição.<ref>{{Citar periódico|titulo=Progression of hearing loss caused by occupational noise|jornal=Scandinavian Audiology|volume=23|doi=10.3109/01050399409047483|pmid=8184280}}</ref> À medida que a exposição ao ruído prejudicial continua, as freqüências comumente afetadas se ampliam e pioram em gravidade.<ref name="Gelfand">{{Citar livro|título=Auditory System and Related Disorders. Essentials of Audiology}}</ref> "A PAIR geralmente ocorre inicialmente em altas frequências (3, 4 ou 6 kHz) e depois se espalha para as frequências baixas (0,5, 1 ou 2 kHz)".<ref name="ReferenceA">{{Citar periódico|titulo=Hearing loss among workers at an oil refinery in Taiwan|jornal=Archives of Environmental Health|volume=58|doi=10.3200/AEOH.58.1.55-58|pmid=12747520}}</ref>
No entanto, nem todos os resultados audiológicos de pessoas com PAIR correspondem a este entalhe típico. Muitas vezes, um declínio na sensibilidade auditiva ocorrerá em frequências diferentes das típicas da faixa de 3000 – 6000&nbsp;Hz. As variações surgem das diferenças na ressonância do meato acústico externo, na frequência do sinal acústico prejudicial e na duração da exposição.<ref>{{Citar periódico|titulo=Progression of hearing loss caused by occupational noise|jornal=Scandinavian Audiology|volume=23|doi=10.3109/01050399409047483|pmid=8184280}}</ref> À medida que a exposição ao ruído prejudicial continua, as freqüências comumente afetadas se ampliam e pioram em gravidade.<ref name="Gelfand">{{Citar livro|título=Auditory System and Related Disorders. Essentials of Audiology}}</ref> "A PAIR geralmente ocorre inicialmente em altas frequências (3, 4 ou 6 kHz) e depois se espalha para as frequências baixas (0,5, 1 ou 2 kHz)".<ref name="ReferenceA">{{Citar periódico|titulo=Hearing loss among workers at an oil refinery in Taiwan|jornal=Archives of Environmental Health|volume=58|doi=10.3200/AEOH.58.1.55-58|pmid=12747520}}</ref>
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A educação é fundamental para a prevenção. Antes de conhecer ações de proteção, a pessoa deve entender que está em risco para a PAIR e conhecer suas opções de prevenção. Os programas de proteção auditiva têm sido prejudicados por pessoas que não usam a proteção por várias razões, incluindo o desejo de conversar, dispositivos desconfortáveis, falta de preocupação com a necessidade de proteção e pressão social contra o uso de proteção.<ref name="Fausti">{{Citar periódico|titulo=Hearing health and care: the need for improved hearing loss prevention and hearing conservation practices|jornal=Journal of Rehabilitation Research and Development|volume=42|doi=10.1682/JRRD.2005.02.0039|pmid=16470464}}</ref> Embora os jovens estejam em risco de perda auditiva, um estudo descobriu que 96,3% dos pais não acreditavam que seus adolescentes estivessem em risco, e apenas 69% haviam conversado com seus filhos sobre proteção auditiva; os que sabiam dos riscos da PAIR tinham maior probabilidade de conversar com seus filhos adolescentes.<ref name="Clark">{{Citar periódico|titulo=Parental perspectives on adolescent hearing loss risk and prevention|jornal=JAMA Otolaryngology-- Head & Neck Surgery|volume=140|doi=10.1001/jamaoto.2013.5760|pmid=24263465}}</ref>
A educação é fundamental para a prevenção. Antes de conhecer ações de proteção, a pessoa deve entender que está em risco para a PAIR e conhecer suas opções de prevenção. Os programas de proteção auditiva têm sido prejudicados por pessoas que não usam a proteção por várias razões, incluindo o desejo de conversar, dispositivos desconfortáveis, falta de preocupação com a necessidade de proteção e pressão social contra o uso de proteção.<ref name="Fausti">{{Citar periódico|titulo=Hearing health and care: the need for improved hearing loss prevention and hearing conservation practices|jornal=Journal of Rehabilitation Research and Development|volume=42|doi=10.1682/JRRD.2005.02.0039|pmid=16470464}}</ref> Embora os jovens estejam em risco de perda auditiva, um estudo descobriu que 96,3% dos pais não acreditavam que seus adolescentes estivessem em risco, e apenas 69% haviam conversado com seus filhos sobre proteção auditiva; os que sabiam dos riscos da PAIR tinham maior probabilidade de conversar com seus filhos adolescentes.<ref name="Clark">{{Citar periódico|titulo=Parental perspectives on adolescent hearing loss risk and prevention|jornal=JAMA Otolaryngology-- Head & Neck Surgery|volume=140|doi=10.1001/jamaoto.2013.5760|pmid=24263465}}</ref>


Uma revisão sistemática da eficácia das intervenções para promover o uso de dispositivos de proteção auditiva, como protetores auriculares (tipo plugue e abafadores) entre os trabalhadores, descobriu que intervenções personalizadas melhoram o uso médio de tais dispositivos quando comparados com nenhuma intervenção.<ref name="Cochrane">{{Citar periódico|titulo=Interventions to promote the wearing of hearing protection|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0013341/|jornal=The Cochrane Database of Systematic Reviews|volume=4|doi=10.1002/14651858.CD005234.pub5|pmid=22513929}}</ref> Intervenções sob medida envolvem o uso de comunicação ou outros tipos de intervenções que são específicas para um indivíduo ou um grupo e têm como objetivo mudar o comportamento.<ref name="Cochrane" /> Intervenções mistas, como correspondências, distribuição de dispositivos de proteção auditiva, avaliações de ruído e testes auditivos, também são mais eficazes para melhorar o uso de dispositivos de proteção auditiva em comparação com o teste de audição sozinho.<ref name="Cochrane" /> Programas que aumentaram a proporção de trabalhadores que usavam equipamento de proteção auditiva reduziram a perda auditiva geral.<ref name=":0"/>
Uma revisão sistemática da eficácia das intervenções para promover o uso de dispositivos de proteção auditiva, como protetores auriculares (tipo plugue e abafadores) entre os trabalhadores, descobriu que intervenções personalizadas melhoram o uso médio de tais dispositivos quando comparados com nenhuma intervenção.<ref name="Cochrane">{{Citar periódico|titulo=Interventions to promote the wearing of hearing protection|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0013341/|jornal=The Cochrane Database of Systematic Reviews|volume=4|doi=10.1002/14651858.CD005234.pub5|pmid=22513929}}</ref> Intervenções sob medida envolvem o uso de comunicação ou outros tipos de intervenções que são específicas para um indivíduo ou um grupo e têm como objetivo mudar o comportamento.<ref name="Cochrane" /> Intervenções mistas, como correspondências, distribuição de dispositivos de proteção auditiva, avaliações de ruído e testes auditivos, também são mais eficazes para melhorar o uso de dispositivos de proteção auditiva em comparação com o teste de audição sozinho.<ref name="Cochrane" /> Programas que aumentaram a proporção de trabalhadores que usavam equipamento de proteção auditiva reduziram a perda auditiva geral.<ref name=":0">{{citar periódico |título=Interventions to prevent occupational noise-induced hearing loss |data=2012 |periódico=The Cochrane Database of Systematic Reviews |primeiro2=Erik |páginas=CD006396 |doi=10.1002/14651858.CD006396.pub3 |issn=1469-493X |pmid=23076923 |primeiro3=Thais C. |primeiro4=Wouter A. |primeiro5=Christina |volume=10 |primeiro1=Jos H. |último1=Verbeek |último2=Kateman |último3=Morata |último4=Dreschler |último5=Mischke}}</ref>


=== Dispositivos estéreos pessoais e atividades de lazer ruidosas ===
=== Dispositivos estéreos pessoais e atividades de lazer ruidosas ===
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Atualmente, não existem tratamentos clínicos estabelecidos para reverter os efeitos da PAIR permanente.<ref>{{Citar periódico|titulo=Emerging treatments for noise-induced hearing loss|jornal=Expert Opinion on Emerging Drugs|volume=16|doi=10.1517/14728214.2011.552427|pmc=3102156|pmid=21247358}}</ref> No entanto, pesquisas atuais sobre o possível uso de drogas e terapias genéticas parecem esperançosas.<ref>{{Citar web|titulo=Noise-Induced Hearing Loss|url=https://www.nidcd.nih.gov/health/hearing/pages/noise.aspx}}</ref> Além disso, existem opções de gerenciamento, como aparelhos auditivos e aconselhamento.
Atualmente, não existem tratamentos clínicos estabelecidos para reverter os efeitos da PAIR permanente.<ref>{{Citar periódico|titulo=Emerging treatments for noise-induced hearing loss|jornal=Expert Opinion on Emerging Drugs|volume=16|doi=10.1517/14728214.2011.552427|pmc=3102156|pmid=21247358}}</ref> No entanto, pesquisas atuais sobre o possível uso de drogas e terapias genéticas parecem esperançosas.<ref>{{Citar web|titulo=Noise-Induced Hearing Loss|url=https://www.nidcd.nih.gov/health/hearing/pages/noise.aspx}}</ref> Além disso, existem opções de gerenciamento, como aparelhos auditivos e aconselhamento.


Muitos estudos foram realizados observando a regeneração de células ciliadas na orelha interna. Embora as células ciliadas geralmente não sejam substituídas pela regeneração celular,<ref name="Yehoash">{{Citar periódico|titulo=Cochlear pathology, sensory cell death and regeneration|jornal=British Medical Bulletin|volume=63|doi=10.1093/bmb/63.1.25|pmid=12324382}}</ref> mecanismos estão sendo estudados para induzir a substituição dessas importantes células.<ref>{{Citar periódico|titulo=Current status and prospects of gene therapy for the inner ear|jornal=Human Gene Therapy|volume=22|doi=10.1089/hum.2010.246|pmc=3225036|pmid=21338273}}</ref> Um estudo envolve a substituição de células ciliadas danificadas por células regeneradas, por meio do mecanismo de transferência gênica do gene atonal Math1 para células-tronco pluripotentes dentro da orelha interna.<ref>{{Citar periódico|titulo=Math1 gene transfer generates new cochlear hair cells in mature guinea pigs in vivo|url=http://www.jneurosci.org/content/23/11/4395.long|jornal=The Journal of Neuroscience|volume=23|doi=10.1523/JNEUROSCI.23-11-04395.2003|pmid=12805278}}</ref> Outros genes atonais estão sendo estudados para induzir a regeneração de células ciliadas na orelha interna.<ref name="Yehoash"/>
Muitos estudos foram realizados observando a regeneração de células ciliadas na orelha interna. Embora as células ciliadas geralmente não sejam substituídas pela regeneração celular,<ref name="Yehoash">{{Citar periódico |titulo=Cochlear pathology, sensory cell death and regeneration |jornal=British Medical Bulletin |doi=10.1093/bmb/63.1.25 |pmid=12324382 |volume=63}}</ref> mecanismos estão sendo estudados para induzir a substituição dessas importantes células.<ref>{{Citar periódico|titulo=Current status and prospects of gene therapy for the inner ear|jornal=Human Gene Therapy|volume=22|doi=10.1089/hum.2010.246|pmc=3225036|pmid=21338273}}</ref> Um estudo envolve a substituição de células ciliadas danificadas por células regeneradas, por meio do mecanismo de transferência gênica do gene atonal Math1 para células-tronco pluripotentes dentro da orelha interna.<ref>{{Citar periódico|titulo=Math1 gene transfer generates new cochlear hair cells in mature guinea pigs in vivo|url=http://www.jneurosci.org/content/23/11/4395.long|jornal=The Journal of Neuroscience|volume=23|doi=10.1523/JNEUROSCI.23-11-04395.2003|pmid=12805278}}</ref> Outros genes atonais estão sendo estudados para induzir a regeneração de células ciliadas na orelha interna.<ref name="Yehoash"/>


== Gestão ==
== Gestão ==

Revisão das 22h39min de 1 de março de 2023

A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é a alteração dos limiares auditivos resultante da exposição prolongada e contínua a elevados níveis de pressão sonora (Anexo 1 - Norma Regulamentadora n° 7 - NR7).[1] É uma perda auditiva sensorioneural e tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco, isto é, uma vez que as células ciliadas forem lesadas não há como recuperá-las. A princípio, há o acometimento dos limiares nas frequências mais agudas, como por exemplo na faixa de 3000 a 6000 Hz. No entanto, caso a exposição não cesse as frequências graves também serão lesionadas.[1]

Como já citado, a deteriorização da audição acarretada pela PAIR pode ser devido a exposição crônica e repetida ao ruído mas também pode ocorrer devido a uma exposição curta mas de grande impacto, como um tiro ou uma explosão, chamado de Trauma Acústico. Contudo, o mesmo padrão ocorre: o som forte provoca super estimulação das células ciliadas, levando à lesão permanente ou morte das mesmas. [2]

Por sua etiologia, normalmente é causada em trabalhadores de ambientes muito ruidosos e pensando nisso, existe a terminologia perda auditiva ocupacional,[3] pois além do ruído, outros agentes de risco presentes nos ambientes de trabalho, como produtos químicos e vibração, que em ação combinada, podem levar ao desenvolvimento de uma perda auditiva. [4]Ademais, além dos fatores ocupacionais, a PAIR também pode ocorrer devido a exposições ao ruído ambiental ou em atividades recreativas, sociais e militares.

Apesar da PAIR, por si só não indicar incapacidade ao trabalho, de acordo com a portaria nº 6.734 de 9 de Março de 2020, [5]a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que no ano de 2000, a patologia era responsável por 19,0% dos anos vividos com incapacidade causada por todas as doenças e agravos decorrentes de fatores ocupacionais, em todo o mundo. [6]

Os sintomas mais prevalentes, além daqueles relacionados a dificuldade auditiva como a dificuldade de compreensão de fala, o zumbido (tinnitus) e a intolerância a sons intensos, os indivíduos com PAIR ainda podem relatar queixas como cefaléia (dor de cabeça), tontura, irritabilidade, problemas digestivos, entre outros.[7]

Atualmente, existe uma variedade de estratégias de prevenção disponíveis para evitar ou reduzir a perda auditiva, como diminuir a intensidade do som em sua fonte, limitar o tempo de exposição ao ruído e utilizar proteção física. Nos casos onde o ruído é o fator de risco ocupacional são propostos o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), que pode reduzir os efeitos negativos do ruído excessivo. Se não for prevenida e houver a instalação da perda auditiva pode ser necessário o uso de aparelhos de amplificação sonora individual e a realização de terapias de reabilitação auditiva.[8]

Sinais e sintomas

A PAIR gera alguns sintomas e dificuldades que variam conforme o tipo, grau e configuração da perda auditiva. Uns dos primeiros sintomas pode ser a dificuldade em ouvir e/ou manter uma conversa na presença de ruído de fundo, além do frequente aumento do volume da televisão e/ou telefone, dentre outros aparelhos eletrônicos.[9] O efeito da perda auditiva na percepção da fala tem dois componentes. O primeiro é a perda de audibilidade, que pode ser percebida como uma diminuição geral na intensidade que se ouve. Os aparelhos auditivos modernos compensam essa perda com a amplificação sonora. O segundo componente é conhecido como "distorção" ou "perda de clareza" devido à perda seletiva de frequência.[10] Devido à sua maior frequência, as consoantes são caracteristicamente afetadas primeiro. Por exemplo, os sons /s/ e /t"/costumam ser difíceis de ouvir para aqueles com perda auditiva, afetando a clareza  e, por sua vez, o entendimento da fala.[11]

Alterações auditivas

  • Mudança permanente de limiar (em inglês, Permanent Threshold Shift, ou PTS) é uma alteração permanente do limiar auditivo (a intensidade necessária para detectar um som) após um evento, que nunca será recuperada. A PTS é medida em decibel.
  • Mudança temporária do limiar (em inglês,Temporary Threshold Shift ou TTS) é uma alteração temporária do limiar auditivo, havendo recuperação após algumas horas ou alguns dias. É também chamada de fadiga auditiva, sendo igualmente medida em decibel.

A PAIR e o Trauma acústico apresentam alguns sintomas, como:

A exposição ao ruído pode acarretar também em efeitos sobre o organismo, como:

  • Afetando o metabolismo e funcionamento das células ciliadas
  • Dificuldade de concentração
  • Irritabilidade
  • Alteração no sono.

Zumbido

O zumbido é descrito como a percepção de um som sem que haja produção por uma fonte sonora externa.[15] Esse som chamado de zumbido, pode ser semelhante a um apito, um ruído ou outro som com características parecidas a determinadas frequências específicas escutadas pelo indivíduo. Existem diversas teorias em relação da fisiopatologia do zumbido, sabe-se que surge como resultado da comunicação de várias regiões do sistema nervoso e do sistema límbico, que pode estar relacionado a alterações e/ou lesões que ocorrem na cóclea. Essas alterações causam desequilíbrios nas vias inferiores do sistema auditivo e acarretam no funcionamento atípico neuronal, depois é evidenciado pelo sistema nervoso central, por último percebido como o zumbido.[16]

Causas relacionadas[16]

O zumbido possui algumas características. Pode acometer apenas uma ou ambas as orelhas, ser contínuo ou flutuante, de pitch grave ou agudo. O indivíduo geralmente relata estar escutando um apito (zumbido) fino ou grosso.[16]

É classificado como o terceiro pior sintoma, superado somente pelas dores e tonturas intratáveis. O zumbido afeta de forma direta ou indiretamente a qualidade de vida do indivíduo, em suas atividades profissionais e de lazer, atingindo 17% da população mundial. Causa sofrimento significativo em 4% das pessoas em geral.[17]

Como o zumbido está presente em grupos de diferentes patologias, para seu tratamento, é necessário determinar e conhecer suas características, causas e as consequências que gera na vida do sujeito. Ainda não há um tratamento efetivo e comprovado cientificamente. Porém algumas abordagens terapêuticas pode ser realizadas, como por exemplo: terapias odontológicas; terapias alternativas (acupuntura, técnicas de relaxamento e musicoterapia); terapias comportamentais; medicação; alterações na dieta; encaminhamento para uso de aparelho auditivo anti-zumbido; e terapia com sons externos (ruídos brancos, músicas ou sons da natureza) com o intuito de "mascarar' a percepção do zumbido.

Resposta fisiológica

Os sintomas mencionados acima são os sinais externos da resposta fisiológica à super estimulação coclear. Aqui estão alguns elementos dessa resposta:

  • Cílios das células ciliadas danificados (degeneração das células ciliadas). Nos humanos, as células ciliadas mortas nunca são substituídas; a perda auditiva resultante é, portanto, irreversível.
  • Inflamação das áreas expostas. Essa inflamação causa um fluxo sanguíneo ruim nos vasos sanguíneos expostos (estase vascular) e um mau suprimento de oxigênio para o líquido dentro da cóclea (hipóxia endolinfática).[18] Essas condições nocivas pioram a degeneração danificando as células ciliadas.
  • Danos sinápticos por excitotoxicidade. A super estimulação do ruído provoca uma liberação excessiva de glutamato, fazendo com que o botão pós-sináptico inche e estoure. No entanto, a conexão do neurônio pode ser reparada, e a perda auditiva causada apenas pela excitotoxicidade pode, assim, ser recuperada dentro de 2 a 3 dias.[19]

Qualidade de vida

A avaliação dos efeitos não-auditivos da PAIR está relacionada com as consequências na vida diária do indivíduo. Essa avaliação se faz necessária para analisar o quanto está interferindo na vida pessoal e profissional do indivíduo, possibilitando o real cenário das delimitações do problema, assim como direcionando possíveis ações de reabilitação.[20]

Um instrumento importante para analisar as implicações da PAIR na qualidade de vida é a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, publicado em 2003 pela Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde. Busca classificar através de bases científicas a compreensão e o estuda da saúde. Oferece uma explicação sobre situações relacionadas ao funcionamento humano e suas restrições, envolvendo funções e estruturas corporais, atividades e participação, relacionados às ações tanto individuais como coletivas.[20]

A PAIR tem implicações na qualidade de vida que vão além dos sintomas a ela relacionados e da capacidade de ouvir. A análise da escala Disability-adjusted life years (DALYs) foi realizada para trabalhadores norte-americanos expostos ao ruído.[21] O DALYs representam o número de anos saudáveis perdidos devido a uma doença ou outra condição de saúde. Eles foram definidos pelo Estudo da Carga Global de Doenças (GBD) de 2013.[22] O cálculo do DALYs explica as limitações de vida experimentadas por causa da perda auditiva como uma parte perdida de um ano de vida saudável. Assim, os resultados indicam o número de anos saudáveis perdidos por um grupo de pessoas durante um período de tempo específico.

O NIOSH utilizou DALYs para estimar o impacto da perda auditiva na qualidade de vida no artigo do CDC Morbidity and Mortality Weekly Report " Deficiência auditiva entre trabalhadores expostos ao ruído nos Estados Unidos, 2003-2012 ". Ele relatou que 2,5 anos saudáveis foram perdidos a cada ano para cada 1.000 trabalhadores norte-americanos expostos ao ruído devido à deficiência auditiva (perda auditiva que afeta as atividades do dia-a-dia). Esses anos perdidos foram compartilhados entre os 13% de trabalhadores com deficiência auditiva (cerca de 130 trabalhadores de cada 1.000). Os trabalhadores de mineração, construção e manufatura perderam mais anos saudáveis do que os trabalhadores de outros setores da indústria; especificamente e respectivamente nesses setores, 3,5, 3,1 e 2,7 anos saudáveis foram perdidos a cada ano para cada 1.000 trabalhadores.

Impactos negativos

De acordo com a Portaria nº 777, de 28 de Abril de 2004, a PAIR é um agravo à saúde do trabalhador de notificação compulsória, sendo mais difundida como perda auditiva ocupacional.[23] A perda auditiva é a terceira condição crônica entre os adultos dos Estados Unidos e 24% das alterações são ocasionadas por exposições ocupacionais. Podem ser ocasionados incidentes de trabalho em decorrência da PAIR, pois é um dos grupos de doenças prioritárias.[24]

A deficiência auditiva tem impactos sociais, emocionais, ocupacionais e pessoais negativos ao indivíduo. Podendo ocorrer efeitos extra- auditivos como alterações na circulação, digestão, tonturas, dificuldades no sono, dores de cabeça, zumbidos e diminuição do rendimento no trabalho.[25]

Os impactos negativos da PAIR sobre a habilidade de comunicação, socialização e interação com a sociedade são praticamente invisíveis. A perda auditiva, em geral, não é apenas uma questão de intensidade; indivíduos podem ter dificuldade em entender o que é dito pelo telefone, quando várias pessoas estão falando ao mesmo tempo, em um espaço grande, ou quando o rosto do interlocutor não pode ser visto.[26] Posteriormente, interações sociais desafiadoras podem levar a uma diminuição da autoestima, vergonha e medo. Isso pode ser mais agudamente sentido por aqueles que experimentam deficiência auditiva ou perda precoce, em vez de tardia, quando é mais socialmente aceita.[27] Tais estados psicossociais, independentemente da idade, podem levar ao isolamento social, que é conhecido por afetar negativamente a saúde geral e o bem-estar.[28] O impacto desses fatores também pode levar à depressão, especialmente se a deficiência auditiva levar a ocorrência de zumbido.[29] A pesquisa sugere que aqueles com deficiência ou perda auditiva podem estar em maior risco de deterioração da qualidade de vida,[30] conforme citado por Helen Keller: "A cegueira nos afasta das coisas, mas a surdez nos afasta das pessoas".[31] A deficiência auditiva e a perda da audição, independentemente da fonte ou da idade, também limitam os vários benefícios do som na qualidade de vida. Além dos benefícios sociais interpessoais, novos estudos sugerem que os efeitos dos sons da natureza, como o chilrear dos pássaros e a água, podem afetar positivamente a capacidade do indivíduo de se recuperar após o estresse ou de aumentar o foco cognitivo.[32][33]

A exposição ao ruído pode causar alterações: na comunicação, que pode levar ao isolamento social; neurológicas, provocando perturbações no sono, cardiovasculares, com constrição dos pequenos vasos sanguíneos, ocasionando  taquicardia, química sanguínea, ocorrendo modificações dos índices de colesterol, dos triglicerídeos e do cortisol plasmático podem levar ao diabetes; vestibulares, com dificuldades no equilíbrio e na marcha, vertigens, nistagmos, desmaios e dilatações de pupilas, digestivas, com diminuição do peristaltismo, enjoos, vômitos, perda do apetite, dores epigástricas, gastrites e úlceras, comportamentais, ocorrendo cansaço, falta de atenção e concentração, insônia e inapetência, cefaleia, diminuição da potência sexual, ansiedade, depressão e estresse fadiga mental, frustração, irritabilidade, nervosismo, irritabilidade, mau ajustamento em situações novas, e conflitos sociais entre operários expostos ao ruído.[34] A Kwitko et al. (1996) relata que em curtos períodos de exposição a níveis de pressão sonora entre 90 e 100 dB (A), em uma amostra de pacientes normotensos e hipertensos, ocorre uma elevação da pressão sanguínea, em média 3,3% a 7%.[35]

Além disso, se observa que a PAIR tem prevalência em indivíduos do gênero masculino (88,2%), pele branca (59,1%), e faixa etária de 50 a 59 anos (33%), com emissões dominantes de ruído no trabalho (41,1%).[36]

Questionário de qualidade de vida

A perda auditiva é tipicamente quantificada pelos resultados de um audiograma; no entanto, o grau de perda da audição não prediz o impacto na qualidade de vida de alguém.[37] O impacto que a PAIR pode ter na vida diária e na função psicossocial pode ser avaliado e quantificado usando uma ferramenta de questionário validada, como o Inventário de Handicap de Audição para Idosos (Hearing Handicap Inventory for the Elderly - HHIE). O HHIE é considerado uma "ferramenta útil para quantificar as consequências emocionais e sociais / situacionais percebidas da perda auditiva". A ferramenta original foi projetada para testar adultos com 65 anos ou mais; no entanto, existem versões modificadas. Podem ser usados para adultos, o Inventário de Handicap de Audição para Adultos (Hearing Handicap Inventory for Adults - HHIA)  e para adolescentes, o item 28 modificado do Ambientes auditivos e reflexão sobre qualidade de vida (28-item Hearing Environments And Reflection on Quality of Life - HEAR-QL-28).[38][39] O HHIA, por exemplo, é um questionário de 25 itens que faz perguntas tanto sociais quanto emocionais, como: Um problema de audição faz com que você evite grupos de pessoas? " (Social) de chegar de 80 a 117 dB, igualmente prejudiciais a saúde auditiva.

Causas

Existem dois tipos básicos de PAIR:

  • PAIR causada por trauma acústico
  • PAIR desenvolvida gradualmente.

PAIR x Trauma acústico

A PAIR causada por trauma acústico agudo pode ser originada através de um som explosivo instantâneo com pico de pressão sonora que excede 140 dB. Esses níveis, por sua vez, prejudicam diretamente as estruturas cocleares. Algumas fontes podem ser explosões, tiroteio, batida de um grande tambor e fogos de artifício.[40] [41]

PAIR desenvolvida gradualmente

O desenvolvimento gradual da PAIR refere-se ao dano coclear permanente causado pela exposição repetida a sons altos durante um período de tempo. Ao contrário do trauma acústico, esta forma de PAIR não ocorre a partir de uma única exposição a um nível de pressão sonora de alta intensidade. O desenvolvimento gradual da PAIR pode ser causado por exposições múltiplas ao ruído excessivo no local de trabalho ou a qualquer fonte repetitiva de exposições frequentes a sons de volume excessivo, como aparelhos de som domésticos e de veículos, shows, boates e tocadores de mídia pessoais.

Ambiente de trabalho

Globalmente, cerca de 22 milhões de trabalhadores estão expostos a ruídos perigosos, com milhões adicionais expostos a solventes e metais que podem aumentar o risco de desenvolver a PAIR[42]. A perda auditiva ocupacional está presente em até 33% dos trabalhadores em geral. A exposição ocupacional ao ruído causa 16% da perda auditiva incapacitante em todo o mundo.[43]

A seguir, uma lista de ocupações mais suscetíveis à perda auditiva:[44]

  • Agricultura
  • Mineração
  • Construção
  • Fabricação
  • Serviços de utilidade pública
  • Transporte
  • Militares
  • Músicos
  • Maestros de orquestra

Padrões de local de trabalho

Como já dito, o risco de desenvolvimento da patologia está diretamente atrelado ao tempo de exposição e ao nível de intensidade. Sendo assim, os trabalhadores que atuam nas áreas estão dentro do grupo de risco. Pensando nisso, no Brasil a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho, NR 15 foi criada para estabelecer os limites de tolerância para a exposição ao ruído contínuo ou intermitente e para ruído de impacto. Abaixo a tabela adaptada (do anexo Nº 1) demonstra esses limites.[45]

Nível de Ruído dB Máxima Exposição Diária
85 8 horas
90 4 horas
95 2 horas
100 1 hora
105 30 minutos
110 15 minutos
115 7 minutos

Além disso, a NR 6 também determina os cuidados que os empregadores devem ter ao contratar um funcionário inserido em um ambiente de trabalho ruidoso. Desse modo, estabelece o que é e quais são os Equipamentos de proteção individuiais (EPI'S), responsabilidades do empregador e do empregado em relação ao fornecimento e uso dos equipamentos , além de outras orientações para normalizar e padronizar as ferramentas que resguardam a saúde e promovem a proteção individual de trabalhadores de diferentes segmentos[46].

Ademais, a NR7 também institui parâmetros para monitorar a exposição de riscos à saúde, incluindo os ruídos. Embora os trabalhadores reconheçam os casos de PAIR e seus sintomas acabam não os notificando, pois a saúde do trabalhador não é vista como um fator que faz parte do seu serviço, ocasionando prejuízos nas políticas de saúde do trabalhador.  Além disso, vale ressaltar que a saúde do trabalhador é assegurada pela Constituição Federal de 1989. [47][48]

Por outro lado, perda auditiva induzida pela música ainda é um tema controverso para os pesquisadores da audição, em termos populacionais. [49]Entretanto, recomendações para músicos protegerem sua audição foram lançadas em 2015 pelo NIOSH. Dentre essas recomendações pode-se citar a educação em saúde auditiva para profissionais dentro da indústria musical, avaliações auditivas anuais para monitorar os limiares, avaliações de nível de som para determinar a quantidade de tempo que esses profissionais devem gastar nesse ambiente e também a proteção auditiva. Além dessas, também foi sugerido mudanças como o nível dos alto falantes e o ajuste do layout da banda/orquestra, as quais nem sempre são viáveis.[50]

Ademais, o uso de proteção auditiva entre músicos é baixo por motivos como a percepção de distorção dos sons. Desse modo, ainda continuam menos propensos ao uso, ainda que estejam conscientes dos riscos. Pesquisas sugerem que programas de educação podem ser benéficos para músicos, bem como trabalhar com profissionais de saúde auditiva para ajudar a resolver os problemas específicos que os músicos enfrentam.

PAIR de origem Recreativa:

Também chamada de perda auditiva induzida por ruído não ocupacional, é aquela que é adquirida devido a longas e frequentes exposições a ambientes que forneçam uma grande pressão sonora.

Em baladas, bares e clubes noturnos, por exemplo, os níveis de intensidade podem estar na faixa de 104 a 112 dB. Esses valores equivalem a mesma exposição sonora que um profissional da indústria sofre em uma jornada diária de 8 horas.[51][52]

Além disso, eventos esportivos, comumente frequentados por adolescentes e adultos a faixa de intensidade pode chegar de 80 a 117 dB, igualmente prejudiciais a saúde auditiva.[53][54][55][56][57][58]

Por último, não somente o público jovem estão expostos a esses sons, alguns brinquedos infantis podem ser capaz de gerar intensidades de 110 a 150 dB.[59][60]

Abaixo, uma tabela adaptada da OMS relacionando algumas atividades recreativas e a intensidade do som (em dB) mensurados.[61]

Atividade Recreativa Intensidade do som (dB) Tempo médio de cada atividade
Brinquedos musicais, baterias e cornetas 120 (máx) -
Partida de futebol 92.7 90 minutos
Clube noturno Média de 110.2 4 horas semanais
Show ao vivo Cerca de 92 Por volta de 3 horas
Balada Entre 104.3 e 112.4 -

Mecanismos

Anatomia da Orelha

A PAIR ocorre quando muita intensidade sonora é transmitida para o sistema auditivo. Um sinal acústico de uma fonte sonora, como um rádio, entra no Meato Acústico Externo (MAE) e é canalizado para a membrana timpânica (tímpano), fazendo com que ela vibre. A vibração da membrana timpânica faz com que os ossículos da orelha média, o martelo, a bigorna e o estribo entrem em movimento. Os ossículos da orelha média transferem energia mecânica para a cóclea por meio da batida do estribo contra a janela oval. Esta movimentação faz com que o fluido dentro da cóclea (perilinfa e endolinfa) seja deslocado, provocando o movimento das células ciliadas (células sensoriais na cóclea) e um sinal elétrico a ser enviado do nervo auditivo (CN VIII) para o sistema auditivo central dentro do cérebro. É aqui que o som é percebido. Diferentes grupos de células ciliadas respondem a diferentes frequências, aquelas situadas na ou perto da base da cóclea são mais sensíveis a sons de alta frequência, enquanto aquelas no ápice são mais sensíveis a sons de baixa frequência. Existem dois mecanismos biológicos conhecidos de PAIR de intensidade sonora excessiva: danos às células ciliadas e danos à mielinização ou regiões sinápticas dos nervos auditivos.[62]

Danos as células ciliadas ou morte

Quando a audição é exposta a níveis sonoros excessivos ou sons fortes ao longo do tempo, a super estimulação das células ciliadas leva à produção pesada de espécies reativas de oxigênio, levando à morte celular oxidativa. Em experimentos com animais, verificou-se que as vitaminas antioxidantes reduzem a perda auditiva mesmo quando administradas no dia seguinte à exposição ao ruído[63],apesar de não previnir completamente. Os danos variam desde a exaustão das células ciliadas (audição) na orelha interna até a perda dessas células.[64] A PAIR é, portanto, consequência da super estimulação das células ciliadas e das estruturas de suporte. Danos estruturais às células ciliadas (principalmente as células ciliadas externas) resultam em perda auditiva que pode ser caracterizada por uma atenuação e distorção dos estímulos auditivos recebidos.

Durante a morte das células ciliadas, desenvolvem-se "cicatrizes" que impedem que o fluido rico em potássio da endolinfa se misture com o fluido no domínio basal[65]. O fluido rico em potássio é tóxico para as terminações neuronais e pode danificar a audição de toda a orelha. Se o fluido da endolinfa se misturar com o fluido no domínio basal, os neurônios se despolarizam, causando perda auditiva completa. Além da perda auditiva completa, se a área não for selada e o vazamento continuar, mais dano tecidual ocorrerá. As "cicatrizes" que se formam para substituir a célula ciliada danificada são causadas pelo suporte de células ciliadas que sofrem apoptose e selam a lâmina reticular, o que impede o vazamento de fluido. A morte celular de duas células ciliadas de suporte expande rapidamente seu domínio apical, que comprime a célula ciliada abaixo de seu domínio apical.[65]

Danos ao nervo auditivo

Estudos recentes investigaram mecanismos adicionais da PAIR envolvendo a transmissão eletroquímica de impulsos nervosos atrasada ou desativada da célula ciliada para e ao longo do nervo auditivo. Em casos de trauma acústico agudo extremo, uma porção do dendrito pós-sináptico (onde a célula ciliada transfere sinais eletroquímicos para o nervo auditivo) pode romper com a super estimulação, interrompendo temporariamente toda a transmissão do input auditivo para o nervo auditivo. Isso é conhecido como excitotoxicidade. Geralmente, esse tipo de ruptura se cura em cerca de cinco dias, resultando na recuperação funcional dessa sinapse. Enquanto cura, uma superexpressão de receptores de glutamato pode resultar em zumbido temporário. Rupturas repetidas na mesma sinapse podem falhar na cicatrização, levando à perda auditiva permanente.[66]

A exposição prolongada ao ruído de alta intensidade também tem sido associada ao rompimento das sinapses da fita localizada na fenda sináptica entre as células ciliadas internas e as fibras nervosas do gânglio espiral, levando a um distúrbio denominado sinaptopatia coclear ou perda auditiva oculta.[67] Esse distúrbio é cumulativo e, ao longo do tempo, leva à degeneração das células ganglionares espirais da orelha interna e à disfunção geral da transmissão neural entre as fibras nervosas auditivas e a via auditiva central. O sintoma mais comuns da sinaptopatia coclear é a dificuldade em compreender a fala, especialmente na presença de ruído competitivo. No entanto, esse tipo de deficiência auditiva é muitas vezes indetectável pela audiometria tonal convencional, portanto, o termo perda auditiva "oculta".[67]

A superexposição acústica também pode resultar em diminuição da mielinização em pontos específicos do nervo auditivo. A mielina, uma bainha isolante que envolve os axônios nervosos, acelera os impulsos elétricos ao longo dos nervos em todo o sistema nervoso. O afinamento da bainha de mielina no nervo auditivo retarda significativamente a transmissão de sinais elétricos das células ciliadas para o córtex auditivo, reduzindo a compreensão dos estímulos auditivos retardando a percepção auditiva, particularmente em ambientes ruidosos.[68]

Suscetibilidade individual ao ruído

Parece haver grandes diferenças na suscetibilidade individual à PAIR.[69] Os seguintes fatores foram implicados:

Diagnóstico

Exemplo de audiograma de uma perda auditiva nas frequências altas em forma de entalhe

Tanto a PAIR causada por trauma acústico como a PAIR desenvolvida de forma gradual podem frequentemente ser caracterizadas por um padrão específico apresentado nos achados audiológicos. A PAIR geralmente afeta a sensibilidade auditiva de uma pessoa nas frequências mais altas, especialmente em 4000 Hz. "A PAIR é geralmente associada a uma perda sensorioneural de alta frequência em forma de entalhe que é pior em 4000 Hz, embora o entalhe também ocorra frequentemente a 3000 ou 6000 Hz".[74] Os sintomas da PAIR são geralmente apresentados igualmente em ambas as orelhas.[74]

Este típico entalhe em 4000 Hz é devido à função de transferência da orelha.[75] De fato, como qualquer objeto diante de um som, a orelha atua como um filtro passivo (embora a orelha interna não seja um filtro passivo absoluto, já que as células ciliadas externas fornecem mecanismos ativos). Um filtro passivo é um passe baixo: as altas frequências são mais absorvidas pelo objeto, pois as altas frequências impõem um maior ritmo de compressão-descompressão ao objeto. Assim, os harmônicos de alta frequência de um som são mais prejudiciais para a orelha interna.

No entanto, nem todos os resultados audiológicos de pessoas com PAIR correspondem a este entalhe típico. Muitas vezes, um declínio na sensibilidade auditiva ocorrerá em frequências diferentes das típicas da faixa de 3000 – 6000 Hz. As variações surgem das diferenças na ressonância do meato acústico externo, na frequência do sinal acústico prejudicial e na duração da exposição.[76] À medida que a exposição ao ruído prejudicial continua, as freqüências comumente afetadas se ampliam e pioram em gravidade.[74] "A PAIR geralmente ocorre inicialmente em altas frequências (3, 4 ou 6 kHz) e depois se espalha para as frequências baixas (0,5, 1 ou 2 kHz)".[77]

Prevenção

Um vídeo descrevendo o uso adequado de protetor auricular de espuma

A PAIR pode ser evitada com o uso de ferramentas simples, amplamente disponíveis e econômicas. Isso inclui, mas não se limita, a redução de ruído pessoal por meio do uso de proteção auditiva (ou seja, protetores auriculares), educação e programas de conservação auditiva.

A exposição a ruído não ocupacional não é regulada ou governada da mesma maneira que a exposição ao ruído ocupacional; portanto, os esforços de prevenção dependem fortemente de campanhas de conscientização da educação e políticas públicas. A OMS cita que quase metade das pessoas afetadas pela perda auditiva poderia ter sido evitada por meio de esforços de prevenção primária, tais como: "reduzir a exposição (ocupacional e recreativa) a sons fortes, aumentar a conscientização sobre os riscos, desenvolver e fazer cumprir a legislação relevante", encorajar indivíduos a usarem dispositivos de proteção pessoal, como protetores auriculares comuns, protetores auriculares com cancelamento de ruído."[78]

Dispositivos pessoais de redução de ruído

Os dispositivos pessoais de redução de ruído podem ser passivos, ativos ou uma combinação. Proteção auditiva passiva inclui protetores auditivos que podem bloquear o ruído até uma frequência específica. Protetores auditivos podem fornecer ao usuário de 10 a 40 dB de atenuação.[79] No entanto, o uso de protetores auditivos só é eficaz se os usuários tiverem sido instruídos e os usarem adequadamente; sem o uso adequado, a proteção fica muito abaixo das classificações do fabricante.[77] Maior consistência de desempenho foi encontrada com protetores personalizados. Devido à facilidade de uso sem educação e facilidade de aplicação ou remoção, os protetores auditivos têm mais consistência com a conformidade e a atenuação do ruído. A proteção ativa da audição (dispositivos de proteção auditiva de passagem eletrônica ou EPHPs) filtra eletronicamente ruídos de frequências específicas ou decibéis, enquanto permite a passagem do ruído restante.[79]

Educação

A educação é fundamental para a prevenção. Antes de conhecer ações de proteção, a pessoa deve entender que está em risco para a PAIR e conhecer suas opções de prevenção. Os programas de proteção auditiva têm sido prejudicados por pessoas que não usam a proteção por várias razões, incluindo o desejo de conversar, dispositivos desconfortáveis, falta de preocupação com a necessidade de proteção e pressão social contra o uso de proteção.[80] Embora os jovens estejam em risco de perda auditiva, um estudo descobriu que 96,3% dos pais não acreditavam que seus adolescentes estivessem em risco, e apenas 69% haviam conversado com seus filhos sobre proteção auditiva; os que sabiam dos riscos da PAIR tinham maior probabilidade de conversar com seus filhos adolescentes.[81]

Uma revisão sistemática da eficácia das intervenções para promover o uso de dispositivos de proteção auditiva, como protetores auriculares (tipo plugue e abafadores) entre os trabalhadores, descobriu que intervenções personalizadas melhoram o uso médio de tais dispositivos quando comparados com nenhuma intervenção.[82] Intervenções sob medida envolvem o uso de comunicação ou outros tipos de intervenções que são específicas para um indivíduo ou um grupo e têm como objetivo mudar o comportamento.[82] Intervenções mistas, como correspondências, distribuição de dispositivos de proteção auditiva, avaliações de ruído e testes auditivos, também são mais eficazes para melhorar o uso de dispositivos de proteção auditiva em comparação com o teste de audição sozinho.[82] Programas que aumentaram a proporção de trabalhadores que usavam equipamento de proteção auditiva reduziram a perda auditiva geral.[83]

Dispositivos estéreos pessoais e atividades de lazer ruidosas

Embora a pesquisa seja limitada, ela sugere que o aumento da exposição a ruído de forte intensidade por meio de dispositivos de escuta pessoal é um fator de risco para PAIR.[84][85] Mais da metade das pessoas são expostas ao som em valores superiores aos recomendados por meio da exposição da música em dispositivos de escuta pessoal.[86] A pesquisa sugere correlações mais fortes entre a duração estendida ou o uso elevado desses dispositivos e perda auditiva.[87]

Equipamentos como aparelhos de som portáteis e estéreos pessoais são populares entre os jovens e são usados, por muitas horas durante o dia e em níveis de pressão sonora elevada.[88] O uso abusivo em duração, intensidade e frequência da exposição à música pode levar a distúrbios da função auditiva e provocar severas consequências na qualidade de vida.[89]

Programas de Conservação Auditiva

Para trabalhadores da indústria em geral que estão expostos a níveis de ruído acima de 85 dBA é preconizada pela Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA) a inclusão em um programa de conservação auditiva (PCA), que inclui medição de ruído, controle de ruído, audiometria periódica, proteção auditiva, educação dos trabalhadores e manutenção de registros. Vinte e quatro estados americanos, Porto Rico e as Ilhas Virgens dos EUA têm planos estaduais aprovados pela OSHA e adotam seus próprios padrões e políticas de fiscalização. A maioria desses padrões estaduais é idêntica à da OSHA federal. No entanto, alguns estados adotaram padrões diferentes ou podem ter políticas de aplicação diferentes. A maioria das regulamentações de saúde e segurança é projetada para manter o risco de danos dentro de "limites aceitáveis" - isto é, algumas pessoas provavelmente incorrerão em uma perda auditiva mesmo quando expostas a menos do que a quantidade diária máxima de ruído especificada em um regulamento. Programas de conservação auditiva em outras esferas (escolas, militares) tornaram-se mais comuns, e foi estabelecido que comportamentos de escuta inseguros, como ouvir ruídos de intensidade elevada por longos períodos sem proteção, persistem, apesar do conhecimento de possíveis efeitos de perda auditiva.[87][90]

No entanto, entende-se que os PCAs são projetados para mudar o comportamento, que é conhecido por ser uma questão complexa que requer uma abordagem multifacetada. Segundo Keppler et al. em seu estudo de 2015 sobre tal programação, é necessária uma mudança de atitude em relação à suscetibilidade de risco e grau de gravidade da perda auditiva. Entre os adultos jovens, o conceito de gravidade é mais crucial porque se descobriu que a mudança de comportamento pode não ocorrer a menos que um indivíduo sofra de PAIR ou zumbido a ela relacionado,[90] promovendo uma abordagem multifacetada baseada em programas de conservação auditiva e educação.

Intervenções para prevenir a PAIR geralmente têm muitos componentes. Uma revisão Cochrane de 2017 descobriu que os PCAs revelaram que uma legislação mais rigorosa poderia reduzir os níveis de ruído.[91] Dar aos trabalhadores informações sobre seus próprios níveis de exposição ao ruído não foi demonstrado para diminuir a exposição ao ruído. A proteção auricular, se usada corretamente, tem o potencial de reduzir o ruído a níveis mais seguros, mas não necessariamente previne a perda auditiva. Soluções externas, como a manutenção adequada do equipamento, podem levar à redução de ruído, mas é necessário um estudo mais aprofundado desse problema em condições da vida real. Outras soluções possíveis incluem melhor aplicação da legislação existente e melhor implementação de programas de prevenção bem concebidos, que ainda não foram provados conclusivamente para serem eficazes.[91] As implicações são que mais pesquisas poderiam afetar as conclusões alcançadas.

Outras iniciativas

Há uma variedade de programas de conscientização pública disponíveis, bem como currículos para ensinar as mensagens de conscientização. Um desses programas é Dangerous Decibels, cuja missão é "reduzir significativamente a prevalência de PAIR e zumbido através de exposições, educação e pesquisa.[92] We’re hEAR for You é uma pequena organização sem fins lucrativos que distribui informações e protetores auditivos em locais de concertos e festivais de música.[93] O programa Buy Quiet foi criado para combater as exposições ocupacionais ao ruído, promovendo a compra de ferramentas e equipamentos mais silenciosos e incentivando os fabricantes a projetarem esse tipo de equipamento.[94] O NIOSH fez uma parceria com a Associação Nacional de Conservação Auditiva em 2007 para estabelecer as premiações Safe-in-Sound de Excelência e Inovação em Prevenção de Perda Auditiva para reconhecer organizações que estão implementando com sucesso conceitos de prevenção de perda auditiva em suas rotinas diárias.[95]

Tratamento

As opções de tratamento que oferecem "cura" para a PAIR estão em pesquisa e desenvolvimento. Atualmente, não há cura comumente usada, mas sim dispositivos e terapias de auxílio para tentar controlar os sintomas da PAIR.

Trauma acústico

Vários ensaios clínicos foram realizados para tratar a PAIR temporária que ocorre após um evento de ruído traumático, como um tiro ou fogo de artifício. Em 2007, indivíduos com trauma acústico agudo após a exposição a fogos de artifício foram injetados intratimpânicamente com um ligante permeável às células, o AM-111. O ensaio encontrou que o AM-111 pareceu ter um efeito terapêutico em pelo menos 2 casos daqueles com trauma agudo.[96] O tratamento com uma combinação de prednisolona e piracetam pareceu resgatar pacientes com trauma agudo após exposição a tiros. No entanto, aqueles que receberam o tratamento dentro de uma hora de exposição tiveram taxas mais altas de recuperação e mudanças de limiar significativamente menores em comparação com aqueles que receberam tratamento após 1 hora.[97]

Além disso, ensaios clínicos utilizando antioxidantes após um evento de ruído traumático para reduzir as espécies reativas de oxigênio mostraram resultados promissores. Injeções de antibióticos contendo alopurinol, lazaróides, α-D-tocoferol e manitol reduziram o deslocamento do limiar após a exposição ao ruído.[98] Outro antioxidante, Ebselen, demonstrou ter resultados promissores para TTS e perda auditiva permanente.[99] O Ebselen imita o peróxido de glutationa, uma enzima que tem muitas funções, incluindo a eliminação de peróxido de hidrogênio e espécies reativas de oxigênio.[100] Após a exposição ao ruído, o peróxido de glutationa diminui na orelha. Uma administração oral de ebselen em ambos os testes pré-clínicos em cobaias e testes em humanos indicam que o TTS e a perda permanente foram reduzidos.[99]

Recentemente, a terapia combinada com oxigenoterapia hiperbárica (OHB) e corticosteróides tem se mostrado eficaz para o trauma acústico agudo. A exposição aguda ao ruído provoca inflamação e menor suprimento de oxigênio na orelha interna. Os corticosteróides impedem a reação inflamatória e a oxigenoterapia hiperbárica fornece um suprimento adequado de oxigênio. Esta terapia mostrou-se eficaz quando iniciada dentro de três dias após o trauma acústico. Portanto, essa condição é considerada uma emergência otorrinolaringológica.[101]

PAIR desenvolvida gradualmente

Atualmente, não existem tratamentos clínicos estabelecidos para reverter os efeitos da PAIR permanente.[102] No entanto, pesquisas atuais sobre o possível uso de drogas e terapias genéticas parecem esperançosas.[103] Além disso, existem opções de gerenciamento, como aparelhos auditivos e aconselhamento.

Muitos estudos foram realizados observando a regeneração de células ciliadas na orelha interna. Embora as células ciliadas geralmente não sejam substituídas pela regeneração celular,[104] mecanismos estão sendo estudados para induzir a substituição dessas importantes células.[105] Um estudo envolve a substituição de células ciliadas danificadas por células regeneradas, por meio do mecanismo de transferência gênica do gene atonal Math1 para células-tronco pluripotentes dentro da orelha interna.[106] Outros genes atonais estão sendo estudados para induzir a regeneração de células ciliadas na orelha interna.[104]

Gestão

Para as pessoas que vivem com a PAIR, existem várias opções de gerenciamento que podem melhorar a capacidade de comunicação. Essas opções incluem aconselhamento, amplificação e outros dispositivos de escuta assistida, como sistemas de frequência modulada (FM).[107] Os sistemas FM podem melhorar o uso de aparelhos auditivos e superar os efeitos de más condições de audição porque o sinal é enviado do microfone usado pelo alto-falante diretamente para o ouvinte.[108] O prognóstico melhorou com os recentes avanços na tecnologia de aparelhos auditivos digitais, como microfones direcionais, aparelhos auditivos de adaptação aberta e algoritmos mais avançados. As avaliações audiológicas anuais são recomendadas para monitorar qualquer alteração na audição do paciente e modificar as prescrições de aparelhos auditivos.

Uma revisão sistemática realizada pela Força-Tarefa da Academia Americana de Audiologia sobre a qualidade de vida relacionada à Saúde - Benefícios da amplificação em adultos - encontrou o uso de próteses auditivas para aumentar a qualidade de vida. A revisão refere-se a adultos que sofreram perda auditiva sensorioneural, que pode ser causada por ruído excessivo e forte.[109]

Epidemiologia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 360 milhões de pessoas têm perda auditiva de moderada a profunda por todas as causas.[110] As taxas de perda auditiva são tradicionalmente atribuídas à exposição ocupacional ou por armas de fogo, bem como à exposição recreativa.[110] A OMS estimou em 2015 que 1,1 bilhão de jovens correm risco de sofrer perda auditiva causada por práticas de escuta inseguras.[84] A estimativa foi atualizada em 2022 para 1,35 bilhão de jovens. [111] A exposição excessiva a ruídos intensos é parcialmente atribuída à exposição recreativa, como o uso de dispositivos escuta pessoal com música em volume intenso por longos períodos ou configurações sociais como bares, entretenimento e eventos esportivos.[84][112]

Aproximadamente 24% dos adultos entre 20 e 69 anos nos Estados Unidos possuem um entalhe audiométrico, sugerindo altos níveis de exposição ao ruído a partir de 2011.[113] Esses dados identificaram diferenças na PAIR com base na idade, sexo, raça / etnia e se a pessoa está ou não exposta ao ruído no trabalho. Entre as pessoas com idades entre 20 e 29 anos, 19,2% tiveram um entalhe audiométrico, em comparação com 27,3% das pessoas com idade entre 50 e 59 anos.[113] Em geral, os homens tiveram um entalhe mais frequente do que as mulheres, independentemente da exposição ocupacional ao ruído, tanto para os entalhes audiométricos unilaterais quanto bilaterais.

A exposição ao ruído ocupacional é um fator de risco para a PAIR. Um estudo examinou os resultados dos testes auditivos obtidos entre 2000-2008 para trabalhadores com idades entre 18 e 65 anos que tiveram uma exposição ocupacional ao ruído maior do que o trabalhador médio.[114] Da amostra coletada, 18% dos trabalhadores apresentaram perda auditiva. Das ocupações consideradas, a indústria de mineração apresentou a maior prevalência e risco de perda auditiva, em aproximadamente 27%.[114] Outras indústrias com maior prevalência e risco incluem Construção (23,48%) e Manufatura, com destaque para Produtos de Madeira e Produtos Minerais Não-metálicos (19,89%), Vestuário (20,18%) e Maquinário (21,51%).[114] Estimativas das taxas de perda auditiva foram relatadas para trabalhadores do setor de Agricultura, Silvicultura, Pesca e Caça (AFFH).[115] A prevalência geral de perda auditiva (definida como um limiar de média de tom puro nas frequências de 1000, 2000, 3000 e 4000 Hz de 25 dB ou mais em ambos as orelhas) foi de 15%, mas essa taxa foi excedida em vários dos subsetores dessas indústrias. As prevalências foram maiores entre os trabalhadores em viveiros florestais e coleta de produtos florestais em 36% e em operações de tratos florestais em 22%. O subsetor de Aquicultura teve o maior risco ajustado (razão de probabilidade ajustada de 1,7) de todos os subsetores das indústrias Agrícola, Florestal, Pesca e Caça.[115] A mesma metodologia foi usada para estimar a prevalência de perda auditiva para trabalhadores americanos expostos ao ruído dentro do setor de Assistência Médica e Assistência Social.[116] A prevalência de perda auditiva no subsetor de laboratórios médicos foi de 31% e no subsetor de escritórios de todos os outros profissionais de saúde foi de 24%. O subsetor de Serviços de Creches da Criança apresentou um risco 52% maior do que o setor de referência. Enquanto a prevalência geral do setor de HSA para perda auditiva foi de 19%, as prevalências no sub-setor de laboratórios médicos e no de escritórios de todos os outros profissionais de saúde foram de 31% e 24%, respectivamente. O subsetor de serviços de creche da criança teve um risco 52% maior do que a indústria de referência de trabalhadores que não estão expostos ao ruído no trabalho (mensageiros e mensageiros).[116]

PAIR e Saúde do Trabalhador

Mesmo que 56,2% relatam estar preparados para identificar problemas de saúde relacionados ao trabalho, apenas 43,7% se sentem aptos a identificar PAIR, pois não possuem formação em saúde do trabalhador, e possuem receio devido ao tempo reduzido das consultas. Podendo- se concluir que embora os profissionais da saúde saibam identificar os casos de PAIR, eles não são notificados, pois não identificam a saúde do trabalhador como um programa que faz parte dos serviços [117]. O que ocasiona prejuízos nas políticas de saúde do trabalhador [118]. E não indica inaptidão ao trabalho, de acordo com a Portaria n° 6.734, de 9 de março de 2020 [119]. Ela é monitorada pela vigilância em saúde do trabalhador (VISAT) e a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), possui 210 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) responsáveis pela coordenação das ações [120]. A Norma Regulamentadora nº 7 estabelece necessidade de realização exames audiométricos admissionais periódicos e sempre que o ambiente possuir níveis de pressão sonora superiores a 85dB em 8 horas de exposição [121].

Ver também

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