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'''Inajá''' ('''''Attalea maripa'''''), também conhecida como '''anaiá''', '''anajá''', '''aritá''', '''inajazeiro''', '''maripá''' e '''najá''', é uma [[palmeira]] nativa da [[região norte do Brasil]], sendo [[Roraima]] e [[Amapá]] os estados de maior concentração.<ref name="Embrapa">{{citar web|url=https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/1716005/inaja---de-praga-para-uma-alternativa-energetica|título=Inajá - de praga para uma alternativa energética|data=16/05/14|obra=[[Embrapa]]|local=|acessodata=17/11/17}}</ref> Alcança até 20 metros de altura<ref name=Embrapa/> e possui estipe anelado, com [[palmito]] nobre,<ref name=Embrapa/> folhas dispostas em cinco direções e [[inflorescência]]s interfoliares. Os [[fruto]]s do inajá tem uma polpa suculenta e comestível e possuem uma [[amêndoa]], de onde se pode extrair um [[óleo]] amarelo, que pode chegar até 4.000 litros por [[hectare]].<ref name=Embrapa/>
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[[Imagem:Attalea_maripa_MHNT.BOT.2017.10.8.jpg|thumb|''Attalea Maripa'' - [[Museu de Toulouse|MHNT]]]]
'''Inajá''' (''Attalea maripa''), também conhecida como '''anaiá''', '''anajá''', '''aritá''', '''inajazeiro''', '''maripá''' e '''najá''', é uma [[palmeira]] nativa da [[região norte do Brasil]], sendo [[Roraima]] e [[Amapá]] os estados de maior concentração.<ref name="Embrapa">{{citar web|url=https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/1716005/inaja---de-praga-para-uma-alternativa-energetica|título=Inajá - de praga para uma alternativa energética|data=16/05/14|obra=[[Embrapa]]|local=|acessodata=17/11/17}}</ref>


== Descrição ==
Alcança até 20 metros de altura<ref name=Embrapa/> e possui estipe anelado, com [[palmito]] nobre,<ref name=Embrapa/> folhas dispostas em cinco direções e [[inflorescência]]s interfoliares.
''Attalea maripa'' é uma grande palmeira que cresce até 3,5-20 metros de altura. As hastes variam de 20-33 centímetros de diâmetro, ocasionalmente atingindo até {{Convert|100|cm|in}}. As árvores têm de 10 a 22 folhas com [[Pecíolo (botânica)|pecíolos]] longos.<ref name="Henderson">{{Citar livro|título=Field Guide to the Palms of the Americas|ultimo=Henderson|primeiro=Andrew|ultimo2=Gloria Galeano|ultimo3=Rodrigo Bernal|editora=Princeton University Press|ano=1995|localização=Princeton, New Jersey|isbn=0-691-08537-4|autorlink=Rodrigo Bernal}}</ref> As frutas são grandes e marrons <ref name="Henderson" /> ou amarelas, tendo 5-6,5 centímetros<ref name="Fragoso">{{Citar periódico |título=Tapir-Generated Seed Shadows: Scale-Dependent Patchiness in the Amazon Rain Forest |periódico=Journal of Ecology |publicado=British Ecological Society |número=4 |ultimo=Fragoso |primeiro=Jose M. V. |ano=1997 |paginas=519–29 |doi=10.2307/2960574 |jstor=2960574 |volume=85}}</ref> com duas ou três sementes que possuem 6 centímetros de comprimento e 2,5-3 centímetros de diâmetro.<ref name="Henderson" /> São carregadas em [[infrutescência]]s que podem conter de várias centenas a mais de dois mil frutos.<ref name="Fragoso" />


== Taxonomia ==
Os [[fruto]]s do inajá tem uma polpa suculenta e comestível e possuem uma [[amêndoa]], de onde se pode extrair um [[óleo]] amarelo, que pode chegar até 4.000 litros por [[hectare]].<ref name=Embrapa/>
A espécie foi descrita pela primeira vez pelo [[Botânica|botânico]] francês [[Jean Baptiste Christian Fusée-Aublet|Jean Baptiste Christophore Fusée Aublet]] em 1775 em sua publicação ''Histoire des plantes de la Guiane Francoise'' como ''Palma maripa''. O botânico alemão [[Carl Friedrich Philipp von Martius]] transferiu-a para o gênero ''Attalea'' em 1844. [[Hermann Wendland]] mudou-a para o gênero ''Scheelea'' em 1878, enquanto [[Carl Georg Oscar Drude]] mudou-a para ''Maximiliana''. [[Carl Ernst Otto Kuntze|Otto Kuntze]] alterou-a para o gênero ''Englerophoenix'' em 1891.<ref name = Kew>{{citar web|url=http://apps.kew.org/wcsp/namedetail.do?accepted_id=17815&repSynonym_id=146386&name_id=17815&status=true |título= ''Attalea maripa''|acessodata=2008-09-07 |obra= WCSP World Checklist of Selected Plant Families}}</ref> F. Cook colocou-a em seu próprio gênero em 1940, chamando de ''Ethnora'' em reconhecimento a Aublet como um pioneiro do movimento antiescravagista.<ref name="Cook">{{Citar periódico |título=Aublet the botanist, a pioneer against slavery, with a memorial genus of palms |periódico=Journal of the Washington Academy of Sciences |número=7 |ultimo=Cook |primeiro=O. F. |autorlink=Orator F. Cook |ano=1940 |paginas=294–99 |volume=30}}</ref> Trabalhos recentes favoreceram a manutenção de todos os Attaleinae em um único gênero, ''Attalea''.<ref name="KewList">{{Citar web|ultimo=Govaerts|primeiro=R.|autorlink=Rafaël Govaerts|ultimo2=J. Henderson|url=http://www.rbgkew.org.uk/wcsp/home.do|titulo=World Checklist of Arecaceae|acessodata=6 de fevereiro de 2007|publicado=The Board of Trustees of the [[Royal Botanic Gardens, Kew]]|ano=2006|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070221180119/http://www.rbgkew.org.uk/wcsp/home.do|arquivodata=21 de fevereiro de 2007|urlmorta=dead|ultimo3=S.F. Zona|ultimo4=D.R. Hodel|ultimo5=A. Henderson}}</ref>


=== Nomes vernaculares ===
Em alguns lugares do nordeste, a palmeira ''[[Copernicia prunifera]]'', mais conhecida como [[Carnaúba]] ou carnaubeira, também é chamada de Inajá.{{carece de fontes|data=dezembro de 2017}}
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| Kukarit
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|}


== Distribuição ==
{{Referências}}
''Attalea maripa'' varia de Trinidad e Tobago, no norte, até a [[Bolívia]], no sul. Está presente na [[Colômbia]], [[Venezuela]], [[Guiana]], [[Suriname]], [[Guiana Francesa]], [[Equador]], [[Peru]] e [[Brasil]].<ref name="Kew" /> É encontrada em florestas de várzea e áreas perturbadas, em solos que não costumam ser alagados.<ref name="Henderson">{{Citar livro|título=Field Guide to the Palms of the Americas|ultimo=Henderson|primeiro=Andrew|ultimo2=Gloria Galeano|ultimo3=Rodrigo Bernal|editora=Princeton University Press|ano=1995|localização=Princeton, New Jersey|isbn=0-691-08537-4|autorlink=Rodrigo Bernal}}</ref>


== Ecologia ==
{{Esboço-palmeira}}
Os frutos de ''A. maripa'' são consumidos por uma variedade de mamíferos. Na [[Ilha de Maracá]], [[Roraima]], na [[Amazônia Legal|Amazônia brasileira]], as frutas eram consumidas por [[Anta-brasileira|antas]], [[Caititu|catetos]], veados e primatas. Roedores, incluindo [[cutia]]s, alimentavam-se dos frutos e, à medida que a disponibilidade de frutos diminuía, eles se alimentavam das sementes. Eles também armazenam sementes para consumo posterior. A maioria das espécies consome a polpa e cospe sementes intactas a uma curta distância da árvore-mãe. As antas engolem a fruta inteira e defecam as sementes intactas mais longe das árvores-mãe. A maioria das sementes que não foram retiradas das proximidades das árvores-mãe foram mortas por larvas do [[Bruchinae|besouro Bruchid]] ''[[Pachymerus cardo]]''. As larvas de besouros mataram 77% das sementes que não foram dispersadas para longe das árvores-mãe, mas menos de 1% das sementes que foram dispersadas para latrinas de antas. <ref name="Fragoso" />

Em [[Trindade (Trindade e Tobago)|Trinidad]], ''A. maripa'' é uma espécie característica das savanas que se desenvolve quando as florestas são convertidas em pastagens por meio de incêndios repetidos. O silvicultor britânico JS Beard denominou essas savanas de "Savanas Cocorite" (em homenagem ao nome local de ''A. maripa'').<ref name="Beard">{{Citar periódico |título=The Savanna Vegetation of Northern Tropical America |periódico=Ecological Monographs |publicado=Ecological Society of America |número=2 |ultimo=Beard |primeiro=J. S. |autorlink=John Stanley Beard |ano=1953 |paginas=149–215 |doi=10.2307/1948518 |jstor=1948518 |volume=23}}</ref>

== Usos ==
Sementes carbonizadas ''de Attalea maripa'' foram encontradas em sítios arqueológicos na Colômbia que datam de 9000 [[Antes do Presente|AP]]. <ref name="Morcote">{{Citar periódico |título=Remains of palms (Palmae) at archaeological sites in the New World: A review |periódico=Botanical Review |número=3 |ultimo=Morcote-Ríos |primeiro=Gaspar |ultimo2=Rodrigo Bernal |ano=2001 |paginas=309–50 |doi=10.1007/BF02858098 |volume=67}}</ref> Os Huaorani do Equador amazônico usam os mesocarpos como alimento. Eles usam o [[Pecíolo (botânica)|pecíolo]] e a [[Folha|raque das folhas]] para fazer dardos de [[zarabatana]] e esteiras de dormir, os pecíolos para tochas, os [[Fronde|pinas]] para gravetos e os caules para lenha.<ref name="Macía">{{Citar periódico |título=Multiplicity in palm uses by the Huaorani of Amazonian Ecuador |periódico=Botanical Journal of the Linnean Society |número=2 |ultimo=Macía |primeiro=Manuel J. |ano=2004 |paginas=149–59 |doi=10.1111/j.1095-8339.2003.00248.x |volume=144 |doi-access=free}}</ref> Além de utilizá-la como espécie alimentar, os [[Caiapós|Kayapó]] do Brasil utilizam a espécie como fonte de sal, e a valorizam por atrair a fauna silvestre.<ref name="Posey">{{Citar periódico |título=Indigenous management of tropical forest ecosystems: the case of the Kayapó indians of the Brazilian Amazon |periódico=Agroforestry Systems |número=2 |ultimo=Posey |primeiro=Darrell Addison |ano=1985 |paginas=139–58 |doi=10.1007/BF00122640 |volume=3}}</ref> As folhas também são usadas para cobertura de palha.<ref name="Henderson">{{Citar livro|título=Field Guide to the Palms of the Americas|ultimo=Henderson|primeiro=Andrew|ultimo2=Gloria Galeano|ultimo3=Rodrigo Bernal|editora=Princeton University Press|ano=1995|localização=Princeton, New Jersey|isbn=0-691-08537-4|autorlink=Rodrigo Bernal}}</ref>

O [[Óleo de cozinha|óleo comestível]] pode ser extraído do mesocarpo e da [[Semente|amêndoa]] de ''A. maripa''. O [[ácido oleico]] é o [[ácido graxo]] predominante no óleo extraído do mesocarpo, enquanto o [[Ácido dodecanoico|ácido láurico]] predomina no caroço. Cerca de metade dos ácidos graxos no óleo do mesocarpo são [[Gordura saturada|saturados]] e metade [[Gordura insaturada|insaturados]]. O teor de [[tocoferol]] do óleo do mesocarpo foi médio (em comparação com outros óleos comestíveis), enquanto o óleo do caroço foi baixo em tocoferóis.<ref name="Bereau">{{Citar periódico |título=''Maximiliana maripa'' Drude mesocarp and kernel oils: Fatty acid and total tocopherol compositions |periódico=Journal of the American Oil Chemists' Society |número=2 |ultimo=Bereau |primeiro=Didier |ultimo2=Bouchra Benjelloun-Mlayah |ano=2001 |paginas=213–14 |doi=10.1007/s11746-001-0245-8 |ultimo3=Michel Delmas |volume=78}}</ref>
{{Referências}}


[[Categoria:Arecaceae]]
[[Categoria:Arecaceae]]

Revisão das 12h08min de 28 de abril de 2023

 Nota: Para outros significados, veja Inajá (desambiguação).
Como ler uma infocaixa de taxonomiaInajá
Attalea maripa
Attalea maripa
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Subfamília: Arecoideae
Tribo: Cocoeae
Subtribo: Attaleinae
Género: Attalea
Espécie: A. maripa
Nome binomial
Attalea maripa
(Aubl.) Mart.

Inajá (Attalea maripa), também conhecida como anaiá, anajá, aritá, inajazeiro, maripá e najá, é uma palmeira nativa da região norte do Brasil, sendo Roraima e Amapá os estados de maior concentração.[1] Alcança até 20 metros de altura[1] e possui estipe anelado, com palmito nobre,[1] folhas dispostas em cinco direções e inflorescências interfoliares. Os frutos do inajá tem uma polpa suculenta e comestível e possuem uma amêndoa, de onde se pode extrair um óleo amarelo, que pode chegar até 4.000 litros por hectare.[1]

Attalea Maripa - MHNT

Descrição

Attalea maripa é uma grande palmeira que cresce até 3,5-20 metros de altura. As hastes variam de 20-33 centímetros de diâmetro, ocasionalmente atingindo até 100 centímetros (39 in). As árvores têm de 10 a 22 folhas com pecíolos longos.[2] As frutas são grandes e marrons [2] ou amarelas, tendo 5-6,5 centímetros[3] com duas ou três sementes que possuem 6 centímetros de comprimento e 2,5-3 centímetros de diâmetro.[2] São carregadas em infrutescências que podem conter de várias centenas a mais de dois mil frutos.[3]

Taxonomia

A espécie foi descrita pela primeira vez pelo botânico francês Jean Baptiste Christophore Fusée Aublet em 1775 em sua publicação Histoire des plantes de la Guiane Francoise como Palma maripa. O botânico alemão Carl Friedrich Philipp von Martius transferiu-a para o gênero Attalea em 1844. Hermann Wendland mudou-a para o gênero Scheelea em 1878, enquanto Carl Georg Oscar Drude mudou-a para Maximiliana. Otto Kuntze alterou-a para o gênero Englerophoenix em 1891.[4] F. Cook colocou-a em seu próprio gênero em 1940, chamando de Ethnora em reconhecimento a Aublet como um pioneiro do movimento antiescravagista.[5] Trabalhos recentes favoreceram a manutenção de todos os Attaleinae em um único gênero, Attalea.[6]

Nomes vernaculares

Nomes comuns de Attalea maripa
Nome comum Uso
Anajá Brasil[2]
Cocorita Trindade e Tobago [7]
cucurito Venezuela [2]
Cusi Bolívia[2]
Gaibamo (fruta) Huaroni (Equador) [8]
Gaibawe (madura) Huaroni [8]
Güichire Colômbia [2]
Inajá Brasil[9]
Inajai Brasil[2]
Inayo Equador [2]
Inayuga Peru[2]
Kukarit Guiana[2]
maripá Guiana Francesa, Suriname [2]
Namba (planta juvenil) Huaroni[8]
Wencayapa (planta juvenil) Huaroni[8]
Rikre Kakapó (Brasil)[10]

Distribuição

Attalea maripa varia de Trinidad e Tobago, no norte, até a Bolívia, no sul. Está presente na Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Equador, Peru e Brasil.[4] É encontrada em florestas de várzea e áreas perturbadas, em solos que não costumam ser alagados.[2]

Ecologia

Os frutos de A. maripa são consumidos por uma variedade de mamíferos. Na Ilha de Maracá, Roraima, na Amazônia brasileira, as frutas eram consumidas por antas, catetos, veados e primatas. Roedores, incluindo cutias, alimentavam-se dos frutos e, à medida que a disponibilidade de frutos diminuía, eles se alimentavam das sementes. Eles também armazenam sementes para consumo posterior. A maioria das espécies consome a polpa e cospe sementes intactas a uma curta distância da árvore-mãe. As antas engolem a fruta inteira e defecam as sementes intactas mais longe das árvores-mãe. A maioria das sementes que não foram retiradas das proximidades das árvores-mãe foram mortas por larvas do besouro Bruchid Pachymerus cardo. As larvas de besouros mataram 77% das sementes que não foram dispersadas para longe das árvores-mãe, mas menos de 1% das sementes que foram dispersadas para latrinas de antas. [3]

Em Trinidad, A. maripa é uma espécie característica das savanas que se desenvolve quando as florestas são convertidas em pastagens por meio de incêndios repetidos. O silvicultor britânico JS Beard denominou essas savanas de "Savanas Cocorite" (em homenagem ao nome local de A. maripa).[7]

Usos

Sementes carbonizadas de Attalea maripa foram encontradas em sítios arqueológicos na Colômbia que datam de 9000 AP. [11] Os Huaorani do Equador amazônico usam os mesocarpos como alimento. Eles usam o pecíolo e a raque das folhas para fazer dardos de zarabatana e esteiras de dormir, os pecíolos para tochas, os pinas para gravetos e os caules para lenha.[8] Além de utilizá-la como espécie alimentar, os Kayapó do Brasil utilizam a espécie como fonte de sal, e a valorizam por atrair a fauna silvestre.[10] As folhas também são usadas para cobertura de palha.[2]

O óleo comestível pode ser extraído do mesocarpo e da amêndoa de A. maripa. O ácido oleico é o ácido graxo predominante no óleo extraído do mesocarpo, enquanto o ácido láurico predomina no caroço. Cerca de metade dos ácidos graxos no óleo do mesocarpo são saturados e metade insaturados. O teor de tocoferol do óleo do mesocarpo foi médio (em comparação com outros óleos comestíveis), enquanto o óleo do caroço foi baixo em tocoferóis.[9]

Referências

  1. a b c d «Inajá - de praga para uma alternativa energética». Embrapa. 16 de maio de 2014. Consultado em 17 de novembro de 2017 
  2. a b c d e f g h i j k l m n Henderson, Andrew; Gloria Galeano; Rodrigo Bernal (1995). Field Guide to the Palms of the Americas. Princeton, New Jersey: Princeton University Press. ISBN 0-691-08537-4 
  3. a b c Fragoso, Jose M. V. (1997). «Tapir-Generated Seed Shadows: Scale-Dependent Patchiness in the Amazon Rain Forest». British Ecological Society. Journal of Ecology. 85 (4): 519–29. JSTOR 2960574. doi:10.2307/2960574 
  4. a b «Attalea maripa». WCSP World Checklist of Selected Plant Families. Consultado em 7 de setembro de 2008 
  5. Cook, O. F. (1940). «Aublet the botanist, a pioneer against slavery, with a memorial genus of palms». Journal of the Washington Academy of Sciences. 30 (7): 294–99 
  6. Govaerts, R.; J. Henderson; S.F. Zona; D.R. Hodel; A. Henderson (2006). «World Checklist of Arecaceae». The Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew. Consultado em 6 de fevereiro de 2007. Arquivado do original em 21 de fevereiro de 2007 
  7. a b Beard, J. S. (1953). «The Savanna Vegetation of Northern Tropical America». Ecological Society of America. Ecological Monographs. 23 (2): 149–215. JSTOR 1948518. doi:10.2307/1948518 
  8. a b c d e Macía, Manuel J. (2004). «Multiplicity in palm uses by the Huaorani of Amazonian Ecuador». Botanical Journal of the Linnean Society. 144 (2): 149–59. doi:10.1111/j.1095-8339.2003.00248.xAcessível livremente 
  9. a b Bereau, Didier; Bouchra Benjelloun-Mlayah; Michel Delmas (2001). «Maximiliana maripa Drude mesocarp and kernel oils: Fatty acid and total tocopherol compositions». Journal of the American Oil Chemists' Society. 78 (2): 213–14. doi:10.1007/s11746-001-0245-8 
  10. a b Posey, Darrell Addison (1985). «Indigenous management of tropical forest ecosystems: the case of the Kayapó indians of the Brazilian Amazon». Agroforestry Systems. 3 (2): 139–58. doi:10.1007/BF00122640 
  11. Morcote-Ríos, Gaspar; Rodrigo Bernal (2001). «Remains of palms (Palmae) at archaeological sites in the New World: A review». Botanical Review. 67 (3): 309–50. doi:10.1007/BF02858098