Barco

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 Nota: Para outros significados, veja Barco (desambiguação).
Pequenos barcos de pesca na Dinamarca.

Barco é um artefato construído por um ser humano, capaz de flutuar e se deslocar sobre a água que envolve vários princípios da física e da geometria bem antes de Arquimedes os antigos compreendiam a importância da relação entre o peso e deslocamento, as transformações de energia e cedo perceberam a utilidade da física aplicada nesse tipo de transporte.

Toda construção feita de madeira, ferro, aço, fibra de vidro, alumínio ou da combinação desses e de outros materiais, com uma forma especial, servindo para transportar, pela água, pessoas ou cargas é sinônimo de embarcação e designada de vários modos em diversas culturas. Adaptado a vários tipos de propulsão, cedo na história se percebeu que este meio de locomoção oferecia muitas vantagens.

História

Um barco em uma pintura, túmulo egípcio cerca de 1450 aC
Babur cruzando o rio Son; fólio de um manuscrito ilustrado de "Babur-Nama", Mughal, Akbar Período 1598 aC

Desde os tempos mais remotos, os barcos têm sido usado para transporte de curta distância.[1] Evidências circunstanciais, como um primitivo acampamento da Austrália de mais de 40 mil anos, e descobertas em Creta datadas de 130 mil anos[2] sugerem que barcos têm sido usado desde a Idade da Pedra. Considera-se[3] que os primeiros barcos tenham sido as canoas de tronco. Os mais antigos barcos descobertos por escavações arqueológicas são canoas de tronco de 7.000-10.000 anos atrás. O mais antigo barco recuperado no mundo é a canoa de Pesse, uma canoa de tronco escavado de Pinus sylvestris, construída entre 8200 e 7600 a.C. Esta canoa está exibida no museu Drents, na cidade holandesa de Assen.[4][5] Muitas outras canoas de tronco antigas têm sido descobertas.[6][7][8][9] Um barco feito de junco de 7 000 anos foi encontrado no Kuwait.[10]

Entre 4000 e 3000 a.C., já eram utilizados na Suméria [1] Egito antigo[11] e no Oceano Índico.[1][12]

Os barcos representaram um importante papel no comércio entre as civilizações do vale do Indo e da Mesopotâmia.[13] Foram encontradas evidências de variados modelos de barcos em vários pontos do vale do Indo.[14][15] O uru, um grande barco de madeira feito em Beypore, uma vila ao sul de Calcutá, no sudoeste da Índia, foi usado por árabes e gregos desde tempos antigos, como navios comerciais. Este gigantesco navio de madeira foi construído usando teca, sem qualquer ferro ou diagrama, e tem capacidade de transporte de 400 toneladas.

Os registros dos historiadores Heródoto, Caio Plínio Segundo, e Estrabão sugerem o uso de barcos em comércio e viagens.[16]

Barcos notáveis

Alguns barcos se tornaram famosos por um evento especial ou por suas características. Pode-se categorizar alguns tipos de barcos que são particularmente conhecidos: os relacionados a naufrágios e resgates; os navios com dimensões ou especificações excepcionais; aqueles associados a uma descoberta humana ou a um recorde; e também os barcos relacionados com um lenda ou uma história.

Naufrágios e resgates

Desenho do naufrágio do RMS Titanic, por Willy Stöwer.

Todos os anos, acontecem dezenas de naufrágios,[17] mas os mais notáveis são aqueles que causam catástrofe ambiental ou humana. O maior desastre marítimo da história foi o naufrágio do Wilhelm Gustloff que matou mais de 9 mil pessoas em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial. Depois dele, segue o naufrágio do Cap Arcona, com cerca de 8 mil mortos. Em tempos de paz, o maior desastre foi o do Titanic, em 1912, que vitimou mais de 1500 pessoas, e foi amplamente divulgado por ser um navio supostamente "inafundável". A Imperatriz da Irlanda afundou em maio de 1914 em St. Lawrence, causando a morte de 1.012 pessoas, tornando-se o segundo maior desastre marítimo. No entanto, as tragédias de Joola em 2002 (cerca de 2000 vítimas) e Doña Paz em 1987 (1565 vítimas oficialmente, ou 4 mil extra-oficialmente) teriam sido piores.

Entre os naufrágios notáveis, também se pode citar o do Lancastria, que em 1940 causou pelo menos 5.200 mortos, o Blanche-Nef, em 1120, que carregava o herdeiro do trono da Inglaterra, o Medusa, que inspirou o famoso quadro Vasa, que afundou na inauguração, em 1628, por sobrecarga no convés. Outros naufrágios podem não ter causado uma enorme catástrofe humana, mas trouxeram mudanças significativas na regulamentação do transporte: além do Titanic, que provocou a introdução do código Solas, há o Herald of Free Enterprise (portas estanques nos Supercargueiro Ro-Ro), o Amoco Cadiz (contrato de resgate), o MV Derbyshire (estrutura de navios graneleiros) e o Exxon Valdez (casco duplo para petroleiros).

O MV Blue Marlin carregando o USS Cole

Derramamentos de óleo causados ​​pelo naufrágio de um navio petroleiro pode causar graves danos ambientais. O maior derramamento de petróleo de um navio foi o do Atlantic Empress, que em 1979 lançou 287 mil toneladas de petróleo no mar. No entanto, os piores desastres são aqueles que ocorrem perto da costa, como o Amoco Cadiz e o Erika, na França, o Exxon Valdez nos Estados Unidos, o Prestige na Espanha ou o Torrey Canyon, na Inglaterra. Os navios-tanque químicos também representam um grande risco para o ambiente como o Ievoli Sun, em 2004. Há também os submarinos movidos a energia nuclear, que representam risco de contaminação, como o Koursk K-141 ou o Komsomolets.

Embarcações usadas por equipes de resgate também podem impressionar pelos recursos empregados: barcos de salvamento muitas vezes atraem a admiração do público, assim como os rebocadores de alto-mar ou de salvamento, como os franceses Bourbon Abeille e Flandre Abeille ou o semi-submersível Blue Marlin.

Tipos de barcos

Barco de turismo, rio Tietê em Barra Bonita.

Navio, nau e nave designam, em geral, embarcações de porte maior que 20m ou 65 pés.

Há, também, botes, chalanas, dingues, infláveis, etc que, apesar de também pertencerem a família das embarcações, são embarcações miúdas, quase sempre a serviço das maiores e que não tem mais do que 5m (15 pés) e obedecem a sua regulamentação própria e mais simples.

Barcos tradicionais portugueses

Barco ancorado nos arredores de Alcobaça, Bahia.

Organizados por Norte, Centro, Sul e Ilhas

Tipos de propulsão

Para se fazer mover uma embarcação pode-se utilizar os remos, as velas, o motor - que pode estar instalado fora da embarcação e é denominado de fora de bordo [18] ou dentro do barco, os inboard [19]. Com a aparecimento das mota de água (Jet ski) um novo sistema foi inventado, o jacto propulsor.

Imagens

Referências

  1. a b c Denemark 2000, page 208
  2. «Plakias Survey Finds Mesolithic and Palaeolithic Artifacts on Crete». www.ascsa.edu.gr. Consultado em 28 de outubro de 2011 
  3. McGrail 2001, pp. 11
  4. Van der Heide, G.D. (1974). Scheepsarcheologie in Nederland (Archeology of Ships in the Netherlands). Naarden (HOL): Strengholt. p. 507 
  5. «Worlds oldest boat». Consultado em 14 de março de 2010[ligação inativa]  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  6. «Oldest Boat Unearthed». China.org.cn. Consultado em 5 de maio de 2008 
  7. McGrail 2001, pp. 431
  8. «Africa's Oldest Known Boat». wysinger.homestead.com. Consultado em 17 de agosto de 2008 
  9. «8,000-year-old dug out canoe on show in Italy» (em inglês). Stone Pages Archeo News. Consultado em 17 de agosto de 2008 
  10. Lawler, Andrew (7 de junho de 2002). «Report of Oldest Boat Hints at Early Trade Routes». AAAS. Science. 296 (5574): 1791–1792. PMID 12052936. doi:10.1126/science.296.5574.1791. Consultado em 5 de maio de 2008 
  11. McGrail 2001, pp. 17
  12. McGrail 2001, pp. 17-18
  13. McGrail 2001, pp. 251
  14. McGrail 2001
  15. «Beypore History - The Dhows of Beypore». Maddy - http://www.blogger.com/profile/18163804773843409980 
  16. McGrail 2001, pp. 50-51
  17. Joseph, N. Gores (1972). Marine Salvage. [S.l.]: Newton Abbot. ISBN 071535454x 
  18. «Motor fora de bordo» (em inglês)  - Abril 2012
  19. «Inboard Engine» (em inglês)  - Abril 2012
  • BARROS, Geraldo Luiz Miranda de. Navegar é fácil. Editora Catau.

  • McGrail, Sean (2001). Boats of the World. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-814468-7 

Ligações externas

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