Diocese de Cádis e Ceuta

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Diocese de Cádis e Ceuta
Diœcesis Gadicensis o Gaditana et Septensis
Diocese de Cádis e Ceuta
Catedral de Cádis
Localização
País Espanha
Arquidiocese metropolitana Arquidiocese de Sevilha
Estatísticas
População 795 700
Área 3 764 km²
Paróquias 115
Sacerdotes 167
Informação
Rito romano
Criação 21 de agosto de 1263
5 de setembro de 1851 - Unificado com a Diocese de Ceuta
Catedral Catedral de Santa Cruz de Cádis
Catedral da Assunção de Ceuta
Governo da diocese
Bispo Rafael Zornoza Boy
Jurisdição Diocese
Página oficial www.obispadocadizyceuta.es/
dados em catholic-hierarchy.org

A Diocese de Cádis e Ceuta (Diœcesis Gadicensis o Gaditana et Septensis) é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica situada em Cádis, Espanha. Seu atual bispo é Rafael Zornoza Boy. Suas Sés são a Catedral de Santa Cruz de Cádis e a Catedral da Assunção de Ceuta.

Possui 115 paróquias servidas por 167 padres, contando com 795.700 habitantes, com 91,2% da população jurisdicionada batizada.

História[editar | editar código-fonte]

As origens do cristianismo no território da diocese de hoje, pode ser rastreada, com toda devida cautela, a Santo Isício (ou Hiscio), um dos sete viri apostolici que segundo a tradição trouxeram o evangelho para a Hispânia romana. Isício teria sido o fundador da Sé episcopal de Carteia, próximo de Algeciras, Sé que, devido a perseguições, teria sido transferida para o interior para Asidonia ou Assidona, a atual Medina-Sidonia. Desta diocese se conhece nomes de alguns bispos não apenas na época visigótica, mas também durante a dominação muçulmana, até 1145.[1]

Após a Reconquista da cidade por Alfonso X, a diocese de Cádiz foi erigida em 21 de agosto de 1263 pela bula Excelsum fecit do Papa Urbano IV, que lhe transferiu o antigo título episcopal de Asidonia.[2] O rio Guadalete tornou-se a histórica fronteira norte que separava a nova diocese do território da arquidiocese de Sevilha, da qual se tornou sufragânea.

A prematura morte de Urbano IV impediu a realização da fundação, que todavia foi confirmada pelo sucessor papa Clemente IV com duas bulas: a primeira, emitida em 2 de fevereiro de 1266, com a qual o pontífice encarregava o bispo de Avila Domingo Suárez de proceder à execução da bula do seu antecessor e de erigir a diocese de Cádis;[3]; a segunda, escrita em 25 de maio de 1267, com a qual Clemente IV encarrega alguns bispos espanhóis de proceder com a consagração do bispo eleito, o franciscano João Martins.[4] A primeira catedral da diocese foi a igreja da Santa Cruz.

Em 1344 Alfonso XI também conquistou a cidade de Algeciras, que se tornou uma nova diocese, ereta em 30 de abril daquele ano por força da bula Gaudemus et exultamus do Papa Clemente VI, e unida in persona episcopi àquela de Cádis.[5] O Mosteiro de Algeciras foi transformado em catedral, com o nome de Santa Maria da Palma; foi destruída pelos muçulmanos, como toda a cidade, em 1379. Os bispos de Cádis mantiveram o duplo título até 1851, quando a diocese de Algeciras foi suprimida pela concordata.

Em 2 de novembro de 1589 o bispo Antonio Zapata Cisneros institui em Cádis um seminário diocesano, dedicado a São Bartolomeu.[6]

O século XVIII foi de grande desenvolvimento religioso e eclesiástico para a cidade episcopal e a diocese. Em 1722 o bispo Lorenzo Armengual de la Mota iniciou as obras da nova catedral, que será concluída em 1832 e aberta ao culto em 1838. Em 1749 e em 1768 por impulso do bispo Tomás del Valle o Hospital das Senhoras e o Hospital San Juan foram estabelecidos, respectivamente. Inúmeros institutos religiosos abriram suas residências em Cádiz com a construção de inúmeras igrejas.

No século XIX, aa diocese de Cádiz também passou por um período de crise e declínio, ligado em grande parte à queda do antigo regime e ao estabelecimento de um regime liberal e, principalmente, anticlerical. Em 1873 o prefeito anarquista Fermín Salvochea fechou algumas igrejas em Cádis.

No início do século XX o bispo José María Rancés y Villanueva soube como dar à diocese uma orientação pastoral forte e moderna, com foco na pregação, na difusão da imprensa católica e na ação social.

Durante a Segunda República (1931) e a guerra civil (1936) muitas igrejas locais foram saqueadas e incendiadas.

A partir de 1933, nas fontes do Vaticano, a diocese aparece com seu nome atual.

Em 1980 cedeu uma pequena parte de território em vantagem da ereção da Diocese de Asidonia–Jerez.

Prelados[editar | editar código-fonte]

Bispos de Cádis[editar | editar código-fonte]

Bispos de Cádis e Ceuta[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Manuel Barea Patrón, op. cit., pp. 19-20.
  2. Mansilla, La creación del obispado de Cádiz..., p. 77. Ángel J. Sáez Rodríguez, Una sede episcopal en el Campo de Gibraltar Arquivado em 2019-04-02 no Wayback Machine, in: Almoraima, revista de estudios campogibraltareños, n° 2, 1989, p. 38, nota 13.
  3. Bulas fundacionales de la Diócesis de Cádiz (II), pp. 24 e 36-38.
  4. Bulas fundacionales de la Diócesis de Cádiz (II), pp. 24 e 39-45. José Sánchez Herrero, El episcopologio medieval gaditano..., p. 446.
  5. Bulas fundacionales de la Diócesis de Cádiz (III), pp. 57 e 66-72.
  6. Do site Arquivado em 2013-04-05 no Wayback Machine do Seminário de Cádis e Ceuta.
  7. Depois de João Martins, alguns historiadores inserem um bispo chamado Fernando, que seria mencionado em um documento datado de 7 de março de 1281; esse bispo, de existência incerta, é excluído de todas as outras fontes bibliográficas.
  8. Foi depois nomeado bispo da Guarda.
  9. A Sé era certamente vacante em 15 de setembro daquele ano. Sánchez Herrero, op. cit., p. 449.
  10. O último documento que menciona esse bispo é datado de 23 de junho de 1345.
  11. A cronologia proposta pelo site oficial da diocese coloca um bispo chamado Juan (1380-1383) entre Gonzalo González e Rodrigo de Alcalá.
  12. (em castelhano) Biografia de Alonso Pérez de Humanares.
  13. (em castelhano) Biografia de Antonio Ibarra.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]