Yitzhak Rabin: diferenças entre revisões

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Após se aposentar das Forças de Defesa de Israel, tornou-se embaixador nos [[Estados Unidos da América|Estados Unidos]] entre os anos de [[1968]] e [[1973]]. Nesse ano regressa a Israel, onde é eleito deputado no ''[[Knesset]]'' (Parlamento) pelo Partido Trabalhista. Foi Ministro do Trabalho no governo de [[Golda Meir]]. Com a queda do governo de Meir em [[1974]], Rabin é eleito primeiro-ministro, mas demitiu-se em [[1977]].
Após se aposentar das Forças de Defesa de Israel, tornou-se embaixador nos [[Estados Unidos da América|Estados Unidos]] entre os anos de [[1968]] e [[1973]]. Nesse ano regressa a Israel, onde é eleito deputado no ''[[Knesset]]'' (Parlamento) pelo Partido Trabalhista. Foi Ministro do Trabalho no governo de [[Golda Meir]]. Com a queda do governo de Meir em [[1974]], Rabin é eleito primeiro-ministro, mas demitiu-se em [[1977]].


Entre [[1985]] e [[1990]] é membro dos governos de unidade nacional, onde desempenhou as funções de Ministro da Defesa, tendo implementado a retirada das forças israelitas do sul do [[Líbano]]. Apanhado desprevenido pela [[Intifada]] de Dezembro de [[1987]], tenta sem sucesso reprimir o levantamento dos palestinianos.
Entre [[1985]] e [[1990]] é membro dos governos de unidade nacional, onde desempenhou as funções de Ministro da Defesa, tendo implementado a retirada das forças israelitas do sul do [[Líbano]]. Apanhado desprevenido pela [[Intifada]] de Dezembro de [[1987]], tenta, sem sucesso, reprimir o levantamento dos palestinos ordenando que os soldados quebrem os ossos dos manifestantes. Na ocasião, recebeu o pejorativo apelido de "quebra-ossos".


Em [[1992]] foi eleito líder do Partido Trabalhista, que conduz à vitória nas eleições legislativas de Julho desse ano, tornando-se primeiro-ministro pela segunda vez. Desempenhou um importante papel nos [[Acordo de Paz de Oslo]], que criaram uma [[Autoridade Nacional Palestiniana]] com algumas funções de controle sobre a [[Cisjordânia]] e a [[Faixa de Gaza]]. Em Outubro de [[1994]] assinou o tratado de paz com a [[Jordânia]].
Em [[1992]] foi eleito líder do Partido Trabalhista, que conduz à vitória nas eleições legislativas de Julho desse ano, tornando-se primeiro-ministro pela segunda vez. Desempenhou um importante papel nos [[Acordo de Paz de Oslo]], que criaram uma [[Autoridade Nacional Palestiniana]] com algumas funções de controle sobre a [[Cisjordânia]] e a [[Faixa de Gaza]]. Em Outubro de [[1994]] assinou o tratado de paz com a [[Jordânia]].

Revisão das 20h48min de 30 de abril de 2008

Yitzhak Rabin ao lado de Bill Clinton e Yasser Arafat, num aperto de mãos que selaria o Acordo de paz de Oslo, no dia 13 de Setembro de 1993

Yitzhak Rabin, em hebraico: יצחק רבין (Jerusalém, 1 de Março de 1922Tel Aviv, 4 de Novembro de 1995) foi um general e político israelita. Quinto primeiro-ministro de Israel entre 1974 e 1977, regressa ao cargo em 1992, exercendo funções até 1995, ano em que foi assassinado. Foi também o primeiro chefe de governo a ter nascido no território que se tornaria Israel e o segundo a morrer durante o exercício do cargo.

Biografia

Judeu, filho de pai nascido nos Estados Unidos e mãe nascida na Rússia, ambos imigrados para a então Palestina, Yitzhak Rabin nasceu em Jerusalém mas quando tinha um ano de idade a sua família mudou-se para Tel-Aviv, onde cresceu e frequentou a escola.

Em 1941, já formado pela Escola de Agricultura Kadoorie, ingressa na Haganá, uma organização paramilitar judaica, e dentro desta no seu corpo de elite, o Palmach, onde foi oficial de operações. Durante a Guerra de Independência (1948-1949) comandou a brigada Harel que conquistou a parte Ocidental de Jerusalém. Com o cessar fogo de 1949, foi membro da delegação israelita nas negociações de paz com o Egipto.

Em 1948 contraiu matrimónio com Lea Schlossberg, sua esposa durante os seguintes 47 anos. O casal teve dois filhos, Dalia (Pelossof-Rabin) e Yuval.

Entre 1964 e 1968 exerceu as funções de Chefe do Estado-Maior do Exército israelita, tendo sido um dos responsáveis pela vitória de Israel na guerra de 1967, que o opôs o país aos seus vizinhos árabes.

Após se aposentar das Forças de Defesa de Israel, tornou-se embaixador nos Estados Unidos entre os anos de 1968 e 1973. Nesse ano regressa a Israel, onde é eleito deputado no Knesset (Parlamento) pelo Partido Trabalhista. Foi Ministro do Trabalho no governo de Golda Meir. Com a queda do governo de Meir em 1974, Rabin é eleito primeiro-ministro, mas demitiu-se em 1977.

Entre 1985 e 1990 é membro dos governos de unidade nacional, onde desempenhou as funções de Ministro da Defesa, tendo implementado a retirada das forças israelitas do sul do Líbano. Apanhado desprevenido pela Intifada de Dezembro de 1987, tenta, sem sucesso, reprimir o levantamento dos palestinos ordenando que os soldados quebrem os ossos dos manifestantes. Na ocasião, recebeu o pejorativo apelido de "quebra-ossos".

Em 1992 foi eleito líder do Partido Trabalhista, que conduz à vitória nas eleições legislativas de Julho desse ano, tornando-se primeiro-ministro pela segunda vez. Desempenhou um importante papel nos Acordo de Paz de Oslo, que criaram uma Autoridade Nacional Palestiniana com algumas funções de controle sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Em Outubro de 1994 assinou o tratado de paz com a Jordânia.

Foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1994 pelos seus esforços a favor da paz no Médio Oriente, honra que partilhou com o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Shimon Peres, e com o então líder da OLP, Yasser Arafat.

No dia 4 de Novembro de 1995 foi assassinado pelo estudante judeu ortodoxo Yigal Amir, militante de extrema-direita que se opunha às negociações com os palestianianos, quando participava num comício pela paz na Praça dos Reis (hoje Praça Yitzhak Rabin) em Tel Aviv. A sua viúva faleceu em 2000 de cancro no pulmão. O túmulo do casal encontra-se no cemitério do Monte Herzl em Jerusalém.

Discurso por ocasião do Prêmio Nobel da Paz

“Senhoras e Senhores, eu fui jovem, e hoje estou cheio de anos. E de todas as recordações que armazenei nesses 72 anos, as que eu me lembro com mais intensidade, são os silêncios. O silêncio que paira no depois, e o terrível silêncio que chega no antes.

Como um militar, um comandante, eu dei ordens a centenas, provavelmente um sem número de operações. E junto com a alegria da vitória e a dor do fracasso, eu deverei sempre lembrar do instante preciso logo após a tomada da decisão para executar alguma ação: a correria com que os oficiais e ministros vagarosamente se levantam de seus assentos; o olhar de suas costas, o som do bater da porta, e logo depois, o silêncio em que permanecerei só.

Esse é o momento em que você se engasga sobre a decisão que tomou, pessoas estarão a beira de suas mortes. Povo da minha nação, povo de outras nações. E eles ainda não sabem.

Nesse instante, eles ainda estão sorrindo, fazendo planos e sonhando apaixonados; ainda idealizando sobre planta um jardim e construir uma casa – e ainda não sabem que são suas últimas horas de vida na terra. Qual deles foi destinado à morte? Qual foto estará no obituário do jornal de amanhã? Qual mãe tão logo estará chorando? Quem terá seu mundo destruído sob o peso da perda?

Como um militar, eu sempre lembrarei do silêncio ido antes: a correria com que os ponteiros do relógio parecem correr contra o tempo, e o pesadelo está a um passo de acontecer. Nesse terrível momento de tensão, nesse milésimo de segundo antes de puxar o gatilho, nesse terrível silêncio, ainda há tempo para se questionar sozinho: Esse ato é realmente imperativo? Existe outra chance? Existe outro caminho?

O gatilho foi puxado, o pesadelo começa (...)

Assim como não há duas impressões digitais idênticas, não há dois povos iguais, e todos os países têm suas leis e cultura, tradições e líderes. Mas existe uma mensagem universal que abraça o mundo inteiro.(...) Essa mensagem que o povo judeu carrega por milhares de anos, encontrada no Livro dos Livros: ve Nishmartem meod Nafshoteichem, nas palavras do Deteurônimo; “sendo assim, tome conta de si mesmo” ou em outra palavras conteporâneas, a mensagem da Preservação da Vida(...)

Existe apenas uma maneira radical de preservar o ser humano. Sem armaduras, tanques aviões ou fortificações de concreto. A solução radical, Senhoras e Senhores, chama-se PAZ!”


O último discurso de Yitzhak Rabin

Data: 4 de novembro de 1995 - Prefeitura de Tel-Aviv, Praça dos Reis de Israel (atualmente, Praça Rabin)

"Permitam-me dizer que estou profundamente emocionado. Eu quero agradecer a cada um e a todos vocês, que vieram aqui hoje manifestar-se contra a violência e a favor da paz. Este governo, que eu tenho a honra de dirigir, ao lado de meu amigo Shimon Peres, decidiu dar uma chance à paz - uma paz que resolverá a maioria dos problemas de Israel.
Eu fui um militar durante 27 anos. Lutei enquanto não havia chances para a paz. Eu acredito que agora existe uma chance para a paz, uma grande chance. Nós precisamos aproveitá-la pelo bem daqueles que aqui estão, e também pelo bem daqueles que não estão aqui - e existem muitos deles.
Eu sempre acreditei que a maioria das pessoas quer a paz e está pronta para assumir riscos para a paz. Ao virem aqui hoje, vocês demonstram que, juntos àqueles muitos outros que não vieram, as pessoas realmente desejam a paz e se opõem à violência. A violência destrói a base da democracia israelense. A violência deve ser condenada e isolada.
Este não é o modo do Estado de Israel. Numa democracia pode haver diferenças, mas a decisão final será tomada em eleições democráticas, como as eleições de 1992 que nos deram o mandato para fazermos o que estamos fazendo, e para continuarmos este curso.
Eu quero dizer que estou orgulhoso do fato de representantes de países com quem estamos vivendo em paz estão presentes conosco aqui, e continuarão a estar aqui: Egito, Jordânia e Marrocos, que abriram a estrada da paz para nós. Eu quero agradecer ao Presidente do Egito, ao Rei da Jordânia e ao Rei do Marrocos, representados hoje aqui, pela sua parceria conosco em nossa marcha a caminho da paz.
E, mais do que qualquer outra coisa, nos mais de três anos de existência deste governo, o povo de Israel provou que é possível fazer a paz, que a paz abre portas para uma melhor economia e sociedade; que a paz não é somente uma bênção. A paz é a primeira de todas em nossas rezas, mas também é a aspiração do povo judeu, uma aspiração genuína pela paz.
Há inimigos para a paz que estão tentando nos ferir, para bombardear o processo de paz. Eu quero dizer, diretamente, que nós encontramos um parceiro para a paz entre os palestinos também: a OLP, que era um inimigo, e que deixou de se engajar no terrorismo. Sem parceiros para a paz, não pode haver paz.
Nós demandaremos que eles façam a sua parte para a paz, assim como nós faremos a nossa parte para a paz, com o intuito de resolver o aspecto mais complicado, prolongado e carregado emocionalmente do conflito árabe-israelense: o conflito palestino-israelense. Este é um caminho carregado de dificuldades e dor.
Para Israel, não há caminho sem dor. Mas o caminho da paz é preferível ao caminho da guerra. Eu digo isto a vocês como um militar, alguém que é hoje o Ministro da Defesa e vê a dor da família dos soldados do Tzahal (exército de Israel). Por eles, por nossos filhos, no meu caso por nossos netos, eu quero que este governo exauste todas as aberturas, todas as possibilidades, para promover e atingir uma paz completa. Até mesmo com a Síria será possível fazermos a paz.
"Este esforço deve mandar uma mensagem ao povo de Israel, ao povo judeu ao redor do mundo, às muitas pessoas no mundo árabe e, de fato, ao mundo inteiro, de que o povo de Israel quer a paz, apóia a paz. Por isso, obrigado."

Veja também

Wikiquote
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Precedido por
Golda Meir
Primeiro-ministro de Israel
1974 - 1977
Sucedido por
Menachem Begin
Precedido por
Yitzhak Shamir
Primeiro-ministro de Israel
1992 - 1995
Sucedido por
Shimon Peres




Precedido por
Nelson Mandela e Frederik Willem de Klerk
Prémio Nobel da Paz
1994
Sucedido por
Józef Rotblat


Ligações externas

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