Saltar para o conteúdo

Carnaúba: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 44: Linha 44:
Bagana é a [[palha]] resultante da extração da cera da folha da carnaúba. A cera tem diversas aplicações industriais, e é também exportada. A palha pode ser aproveitada para fins [[agricultura|agrícolas]] em compostagem ou como cobertura morta, para ajudar a conservar a umidade do solo.
Bagana é a [[palha]] resultante da extração da cera da folha da carnaúba. A cera tem diversas aplicações industriais, e é também exportada. A palha pode ser aproveitada para fins [[agricultura|agrícolas]] em compostagem ou como cobertura morta, para ajudar a conservar a umidade do solo.
==Arquitetura==
==Arquitetura==
Também fornece materiais para uso arquitetônico, seja ele rústico ou requintado. A palha de carnaúba serve para cobertura de casas residenciais e/ou para pavilhões expositivos; o caule serve para enripamento, encaibramento e enforquilhamento<ref>[[Olavo Pereira da Silva Filho|SILVA FILHO, Olavo Pereira da]].''Carnaúba, Pedra e Barro na Capitania de são José do Piauí'', 3 V. Belo horizonte; Maria de Fátima, 2007. ISBN 8590683737</ref> .
Também fornece materiais para uso arquitetônico, seja ele rústico ou requintado. A palha de carnaúba serve para cobertura de casas residenciais e/ou para pavilhões expositivos; o caule serve para enripamento, encaibramentoe enforquilhamento<ref>[[Olavo Pereira da Silva Filho|SILVA FILHO, Olavo Pereira da]].''Carnaúba, Pedra e Barro na Capitania de são José do Piauí'', 3 V. Belo horizonte; Maria de Fátima, 2007. ISBN 8590683737</ref> .


==Artesanato==
==Artesanato==

Revisão das 00h22min de 10 de maio de 2016

 Nota: Para outros significados, veja Carnaúba (desambiguação).


Como ler uma infocaixa de taxonomiaCarnaúba

Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Género: Copernicia
Espécie: C. prunifera
Nome binomial
Copernicia prunifera
(Miller) H.E. Moore
Palha de carnaúba compondo a heráldica do brasão da Universidade Federal do Ceará.
Carnaubeira no brasão do Ceará.
Vista interna de uma cobertura com palha de carnaúba.

A carnaúba (Copernicia prunifera), também chamada carnaubeira e carnaíba, [1] é uma árvore da família Arecaceae endêmica do semiárido da Região Nordeste do Brasil. [2] É a árvore-símbolo do Estado do Ceará, conhecida como "árvore da vida", pois oferece uma infinidade de usos ao homem. Como exemplos, as raízes têm uso medicinal como eficiente diurético e antivenéreo; os frutos são um rico nutriente para a ração animal; o tronco é madeira de qualidade para construções; as palhas servem para a produção artesanal, adubação do solo e extração de cera (cera de carnaúba), um insumo valioso que entra na composição de diversos produtos industriais, tais como cosméticos, cápsulas de remédios, componentes eletrônicos, produtos alimentícios, ceras polidoras e revestimentos. [3] [4]

Etimologia

"Carnaúba" e "carnaíba" provêm do tupi karana'iwa, "árvore do caraná". [1] "Carandá" provém do tupi karã'dá. [5]

Descrição

Por tratar-se de uma planta adaptada ao clima semiárido, a carnaúba oferece grandes possibilidades de uso em atividades econômicas mesmo durante o período de estiagem, tratando-se, portanto, de importante alternativa na composição da renda familiar das comunidades rurais.

Os carnaubais formam florestas que têm predominância nas planícies aluviais dos principais rios do Ceará, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte e Bahia, cumprindo importantes funções para a manutenção do equilíbrio ecológico da região, como a conservação dos solos, fauna, cursos d'água e mananciais hídricos.

Nas últimas décadas, em virtude da desvalorização dos preços da cera vegetal, a carnaúba voltou a ser alvo de desmatamentos para a introdução de outras atividades produtivas, como a agricultura irrigada e a criação de camarão.

A cera da carnaúba

A cera de carnaúba é um produto usado em um grande número de indústrias. Popularmente conhecida como "rainha das ceras", a cera de carnaúba tem um ponto de derretimento muito maior que outras (78°C), além de ser extremamente dura. Isso faz com que seja ideal para criar coberturas extremamente fortes para pisos, automóveis, entre outras coisas. Adicionalmente, a cera de carnaúba aparece em doces, polimentos, vernizes, produtos cosméticos e em muitos outros lugares.

Ela também não é facilmente solúvel. A água não pode romper uma camada de cera de carnaúba, apenas outros solventes o podem fazer, geralmente em combinação com calor. Isso significa que o material possui alta durabilidade, tornando inclusive uma superfície um tanto ou quanto resistente à água. Muitos surfistas, por exemplo, usam cera para suas pranchas que contém carnaúba. Também é usada como cobertura de pratos de papel, fio dental e uma alternativa para gelatina vegetariana. Na indústria farmacêutica, aparece como cobertura de tabletes e em um grande número de embalagens de alimentos. Ao contrário de muitas outras ceras, o acabamento com cera de carnaúba não se desfaz com o tempo, apenas fica opaco. Apesar de a cera de carnaúba ter sido substituída em grande parte por sintéticos, ainda é um produto muito usado em muitas partes do mundo. Também é muito usada em cera de carros.

A cera de carnaúba é utilizada, ainda, na conservação de frutas. Ela é dissolvida com água e outros ingredientes e aplicada sobre as frutas, formando uma película protetora que impede a ação oxidante do oxigênio e evita a perda de líquido com a evaporação. Estudos demonstram que a aplicação dessa proteção em tomates, mangas, e tantas outras frutas pode prolongar o seu viço quase o dobro do tempo de uma fruta que não recebeu essa aplicação.

Bagana

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikcionário Definições no Wikcionário
Commons Imagens e media no Commons

Bagana é a palha resultante da extração da cera da folha da carnaúba. A cera tem diversas aplicações industriais, e é também exportada. A palha pode ser aproveitada para fins agrícolas em compostagem ou como cobertura morta, para ajudar a conservar a umidade do solo.

Arquitetura

Também fornece materiais para uso arquitetônico, seja ele rústico ou requintado. A palha de carnaúba serve para cobertura de casas residenciais e/ou para pavilhões expositivos; o caule serve para enripamento, encaibramentoe enforquilhamento[6] .

Artesanato

A palha da carnaúba também é muito utilizada para produzir peças artesanais como cestas, trançados, bolsas, chapéus e caixas. É muito apreciada por turistas que visitam a região, tornando-a importante fonte de renda da população local. A palha da carnaúba também é usada na alimentação dos animais. Estes, em tempo de escassez, comem as folhas (palhas) das carnaubeirinhas pequenas, chamadas pindoba.

Símbolo do Ceará

Por meio do Decreto Lei N° 27.413 de 30 de março de 2004, o então governador, Lúcio Alcântara, instituiu a carnaúba como árvore símbolo do Ceará. A decisão foi tomada considerando a importância de promover a conservação da biodiversidade, do desenvolvimento sustentável e do reconhecimento do valor histórico, cultural e paisagístico da árvore. Além disso, em seu Art.2º, o dispositivo legal condiciona o corte da carnaúba à autorização dos órgãos e entidades estaduais competentes. [7]

Referências

  1. a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.354
  2. «Carnaúba». Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST. Consultado em 08 de novembro de 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. «A planta e suas utilidades». Portal da Carnaúba. Consultado em 08 de novembro de 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4. «Cera de Carnaúba». Portal da Carnaúba. Consultado em 08 de novembro de 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  5. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.348
  6. SILVA FILHO, Olavo Pereira da.Carnaúba, Pedra e Barro na Capitania de são José do Piauí, 3 V. Belo horizonte; Maria de Fátima, 2007. ISBN 8590683737
  7. [FREITAS, Vicente. BELA CRUZ — biografia do município. Joinville: Clube de Autores, 2013, pp. 144-53. ISBN: 978-85-916141-0-3