Estádio Dr. Magalhães Pessoa

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Estádio Dr. Magalhães Pessoa

Estadio Dr. Magalhães Pessoa
Nomes
Nome Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa
Apelido Dr. Magalhães Pessoa
Características
Local Leiria
Gramado (105 x 68 m)
Capacidade 23 888 espectadores[1] + 5478 (bancada provisória para Euro 2004 e jogos de grande afluência)
Construção
Data 2003
Inauguração
Data 15 de novembro de 2003 (20 anos)
Partida inaugural Portugal-Kuwait
Recordes
Público recorde 29 160 pessoas
Data recorde 17 de junho de 2004
Partida com mais público Croácia-França
Proprietário CM de Leiria
Arquiteto Tomás Taveira

O Estádio Dr. Magalhães Pessoa é um estádio construído em 2003 para a realização do Euro 2004, que foi projetado pelo arquiteto Tomás Taveira. Atualmente é utilizado pela UD Leiria. Em 2004 recebeu uma prova de atletismo onde esteve presente Francis Obikwelu.

Foi o único estádio do Euro 2004 que foi construído de raiz com uma pista de atletismo.

A remodelação do estádio municipal de Leiria teve o propósito não só de dotar a cidade de uma importante infraestrutura desportiva, como também acolher o para o Euro 2004. O estádio possui uma capacidade de 23 888 lugares [1], totalmente cobertos, tendo sido criada uma bancada provisória para o Euro 2004 com mais 5478 lugares.

O Estádio Municipal de Leiria – Dr. Magalhães Pessoa foi objeto de obras de remodelação e ampliação realizadas.

A inauguração desta profunda intervenção ocorreu a 19 de Novembro de 2003, com o jogo Portugal versus Kuwait, que Portugal venceu por memoráveis 8-0, seguido por um espetáculo multimédia.

O estádio original tinha sido construído na década de 60 por iniciativa do então Presidente da Câmara Municipal de Leiria, Manuel Magalhães Pessoa. Foi o primeiro passo para a constituição, nesta zona da cidade, de um parque desportivo. Em reconhecimento do seu contributo para o desporto no Concelho, o município de Leiria atribuiu, já no início dos anos 70, o seu nome ao estádio que fez nascer.

A intervenção inaugurada em 2003 recuperou um espaço com o qual, ao longo de várias décadas, os leirienses desenvolveram uma identificação afetiva, por ter sido o palco da dinâmica desportiva de toda uma região. A tradição não pôs, no entanto, em causa a inovação, na medida em que o Estádio Municipal é uma infraestrutura de características até aqui inexistentes, embora desde há muito ambicionadas pelos responsáveis municipais e, sobretudo, pela população. As soluções técnicas e estéticas adotadas concretizam o arrojo das intenções subjacentes à intervenção.

Aproveitando de uma forma racional o que já existia – um estádio localizado praticamente no centro da cidade, conhecido e valorizado pelos Leirienses –, criou-se uma infraestrutura dotada de condições de excelência não só para o desporto, mas também para o lazer e os serviços.

Durante o Euro 2004, jogaram neste estádio a Croácia, França e Suíça.

A designação do Estádio Dr. Magalhães Pessoa presta homenagem a Manuel de Magalhães Pessoa, natural de Pocariça, concelho de Cantanhede, funcionário judicial, que foi vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria, entre outras funções que desempenhou, como as de governador civil de Beja e Portalegre, e deputado à Assembleia Nacional[2]

Ficha Técnica[editar | editar código-fonte]

  • Capacidade [Lugares sentados no total): 23.888 lugares[1]
  • Auditório de conferências de imprensa: 155 lugares
  • Pista de Atletismo
  • Zonas VIP Poente

Camarote Presidencial (330 lugares)

10 Camarotes Empresa (138 lugares)

  • Zona VIP Nascente

27 Camarotes Empresa (114 lugares)

  • Auditório (150 lugares)
  • Health Club (em instalação)
  • Espaços Administrativos

Sede da Associação Distrital de Atletismo

Sede da União Desportiva de Leiria

  • Espaços Multiusos para eventos diversos
  • Pista de Atletismo homologada pela IAAF - International Association of Athletics Federations

Equipamento[editar | editar código-fonte]

O estádio está equipado com 145 câmaras CCTV, 17 lavabos, dois balneários de 200 m² cada, dois painéis eletrônicos e pista de atletismo. Este equipamento conta ainda com 6.542 estacionamentos e um edifício para fins administrativos.

Eventos no Complexo Desportivo[editar | editar código-fonte]

Euro 2004[editar | editar código-fonte]

O primeiro jogo oficial realizou-se a 11 de Janeiro de 2004, quando a União Desportiva de Leiria recebeu o Benfica em jogo da Liga.

O Estádio foi o palco da UEFA Euro 2004 e acolheu 2 jogos do Grupo B.

Data Resultados Ronda Espectadores
13 Junho 2004  Suíça 0–0  Croácia Grupo B 24 090
17 Junho 2004  Croácia 2–2  França 29 160

Ainda no plano desportivo, a pista de atletismo – considerada uma das melhores da Europa – permitiu que no Estádio Municipal de Leiria se realizasse, a 18 e 19 de Junho de 2005, a Taça da Europa da modalidade (1ª Liga – Grupo B), após ter recebido já os Campeonatos Nacionais de Atletismo e os Campeonatos Nacionais de Desporto Escolar.


Desporto[editar | editar código-fonte]

O Estádio Municipal de Leiria foi concebido e construído e está a ser gerido numa perspetiva de multifuncionalidade, com diversas valências. Exemplo disso é a importante área de eventos, que potencia a utilização quase quotidiana de espaços polivalentes como o auditório, as salas de reunião/formação ou as zonas VIP. É a vocação de centro de negócios do Estádio Municipal de Leiria.

Cultura[editar | editar código-fonte]

No âmbito cultural, o Estádio acolheu já quatro exposições de pintura e escultura.

Concertos Musicais[editar | editar código-fonte]

Na vertente dos concertos musicais, realizou-se, a 14 de Junho de 2006, um espetáculo com a cantora baiana Daniela Mercury, a que assistiram cerca de 8.000 pessoas. Seguiu-se lhe, no dia 15 de Julho do mesmo ano, um concerto do brasileiro Martinho da Vila, no qual estiveram presentes cerca de 3.000 espectadores.

Em 2007, a 20 de Outubro, realizou-se no Estádio Municipal de Leiria o concerto de encerramento da Campanha “Todos Diferentes, Todos Iguais”, com os Fingertips, David Fonseca, os The Gift e os UHF. Segundo números da organização, terão estado presentes aproximadamente 7.000 espectadores.

Já em 2008, a 5 de Julho, o Estádio acolheu um concerto com o popular cantor Tony Carreira, responsável por uma audiência na ordem dos 8.000 espectadores. Na véspera, tinha subido ao palco – pela segunda vez – o consagrado Martinho da Vila, num concerto com cerca de 3.000 espectadores.

Desde 2014, o estádio acolhe ainda os concertos da Feira de Maio, que reúne diversões e tasquinhas durante todo o mês no seu parque de estacionamento. Estes concertos reúnem mais de 10.000 espectadores.

Futuro[editar | editar código-fonte]

O Edifício do Topo Norte integrará o projeto, em desenvolvimento, de construção de uma grande superfície comercial nesta zona da Cidade. Entre serviço da dívida e despesas próprias de manutenção o estádio custa cerca de cinco mil euros por dia à autarquia, havendo várias vozes que consideram que é um sorvedouro de dinheiro que devia ser aplicado noutras obras.[3]. Em Fevereiro de 2011, foi anunciado na imprensa que a União de Leiria vai deixar de utilizar o Estádio, tendo entregue um pedido de rescisão de contrato com a empresa municipal Leirisport[4].

Elevados custos para o erário público[editar | editar código-fonte]

Durante três anos, o contrato da cedência do estádio fez com que a empresa municipal que gere o estádio pagasse à União de Leiria, em vez de receber. O estádio teve quatro milhões de euros de prejuízos no ano de 2005 e cerca de três milhões em 2006. A União de Leiria deixou mesmo de realizar jogos no estádio, tendo-se deslocado para o estádio da Marinha Grande. O diretor-geral da SAD da União de Leiria, referiu que o contrato de utilização do estádio de Leiria previa o pagamento de 17500 euros por jogo, mais 500 euros por cada treino extra.[5]

A Câmara de Leiria devia, no final de 2020, cerca de 20 milhões de euros relativos ao estádio[6].

Eventual demolição[editar | editar código-fonte]

Segundo o economista e ex-ministro Augusto Mateus a demolição de alguns dos estádios construídos para o Euro 2004, entre os quais o de Leiria, pelos elevados custos que representam para os municípios, poderia ser considerada. Em declarações a uma agência noticiosa, referiu que há municípios que devem considerar a hipótese de demolição desses estádios de futebol e substitui-los por centros comerciais, por exemplo. Referiu também ser muito complicado lidar com as dívidas de algo que não cria riqueza nem representa um bem público. Augusto Mateus referia-se a entre outros, ao estádio de Leiria, que tem um elevado custo financeiro para os munícipes da cidade, pois têm fracas assistências aos jogos de futebol.[7]

Penhora pelo fisco[editar | editar código-fonte]

A Direção-Geral dos Impostos penhorou em 2009 o estádio devido a uma dívida que rondaria os quatro milhões de euros relativa ao pagamento do imposto sucessório. Segundo fontes ouvidas pelo jornal Económico a Lerisport [empresa municipal] foi notificada, fez-se uma reclamação graciosa que não foi atendida e [avançou-se] para a impugnação judicial.[8]

Venda em hasta pública[editar | editar código-fonte]

Devidos aos elevados gastos em 16 de Junho de 2011, a Câmara de Leiria aprovou a proposta para levar o Estádio Municipal a hasta pública pelo valor de 63 milhões de euros[9]. A hasta pública para venda do Estádio de Leiria, foi marcada em Agosto de 2011 em reunião de Câmara para o dia 22 de Setembro de 2011. O município pede 63 milhões de euros por um lote que junta três de quatro frações do estádio: o campo desportivo e as bancadas, assim como outras duas frações, o topo norte e o respetivo estacionamento[10]. A hasta pública não teve quaisquer interessados.[11]

Referências[editar | editar código-fonte]

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