Macrocypraea zebra

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaMacrocypraea zebra
Duas vistas da concha de M. zebra; espécimes da região nordeste do Brasil.
Duas vistas da concha de M. zebra; espécimes da região nordeste do Brasil.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Littorinimorpha
Superfamília: Cypraeoidea
Família: Cypraeidae
Género: Macrocypraea
Schilder, 1930[1]
Espécie: M. zebra
Nome binomial
Macrocypraea zebra
(Linnaeus, 1758)[2]
Distribuição geográfica
A região do golfo do México e mar do Caribe (no mapa) é o habitat da espécie M. zebra, indo da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, à região sul do Brasil, em Santa Catarina.[3][4]
Sinónimos
Cypraea zebra Linnaeus, 1758
Cypraea exanthema Linnaeus, 1767[2]

Macrocypraea zebra (nomeada, em inglês, measled cowrie)[4][5] é uma espécie de molusco gastrópode marinho, herbívoro,[3] pertencente à família Cypraeidae da ordem Littorinimorpha. Foi classificada por Carolus Linnaeus, em 1758, na obra Systema Naturae; descrita como Cypraea zebra, no gênero Cypraea.[2] É nativa do oeste do oceano Atlântico; considerada a espécie-tipo de seu gênero.[1][3]

Descrição da concha e hábitos[editar | editar código-fonte]

Concha cilíndrico-oval com até 13.3 a 15 centímetros de comprimento, quando desenvolvida; de superfície polida e de coloração castanha com faixas ou manchas mais ou menos pálidas, arredondadas, por vezes com o centro escurecido quando são vistas de lado. Sua abertura contém de 33 a 35 dentículos e lábio externo engrossado; sendo longa e estreita, terminando em dois canais curtos (um deles, o canal sifonal). Lábio interno muito projetado.[3][5][6][7]

É encontrada em águas rasas, da zona entremarés[3] até uma profundidade de 37 metros[8] (Rios cita até 10 metros), em áreas com recifes de coral; particularmente em habitats com algas (seu alimento), rochas, corais, octocorais, cascalho, areia e esponjas.[3][5]

Descrição do animal e distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

O animal de Macrocypraea zebra é de um castanho sujo ou amarelado, com expansões tentaculares dotadas de pontas, espalhadas sobre sua superfície; com seu manto podendo estar totalmente estendido, escondendo completamente a sua concha, ou parcialmente recolhido.[9][10] Duas subespécies não são mais reconhecidas: Macrocypraea zebra zebra (Linnaeus, 1758); Macrocypraea zebra dissimilis F.A. Schilder, 1924.[2][6][11]

Esta espécie ocorre no Atlântico ocidental, distribuída da Carolina do Norte, Flórida e Texas, nos Estados Unidos, e passando pelo mar do Caribe e norte da América do Sul, até Santa Catarina, na região sul do Brasil.[3][9] Em julho de 2016, foi realizada uma coleta pontual de invertebrados, na Ilha dos Lobos, que confirmou esta espécie para o estado do Rio Grande do Sul; ocupando, esta espécie, praticamente todo o litoral do Brasil,[12] desde o Pará.[9]

Utilização de Macrocypraea zebra pelo Homem[editar | editar código-fonte]

Conchas de Macrocypraea zebra têm sido utilizadas para artesanato e souvenir, também sendo comestível o seu animal. Nos sambaquis do Brasil, suas conchas são recuperadas inteiras ou com apenas a parte de sua abertura, provavelmente usadas para ornamento corporal.[7]

Filogenética[editar | editar código-fonte]

Esta espécie é praticamente idêntica a Macrocypraea cervinetta (Kiener, 1844), que é uma Macrocypraea residente no oceano Pacífico. Por sua semelhança, se crê na possibilidade de um ancestral comum, entre ambas, que tenha aparecido antes do Panamá surgir; separando os dois oceanos, Pacífico e Atlântico, cerca de três milhões de anos atrás.[13] Outra espécie do Atlântico, Macrocypraea cervus (Linnaeus, 1771), possui concha mais ovalada e de maiores dimensões, quando desenvolvida.[14]

Referências

  1. a b «Macrocypraea» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2020 
  2. a b c d «Macrocypraea zebra» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2020 
  3. a b c d e f g RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 74. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  4. a b ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 96. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  5. a b c «Macrocypraea zebra (Linnaeus, 1758) - measled cowrie» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2020 
  6. a b «Macrocypraea zebra zebra» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  7. a b SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; SILVA, Edson Pereira da; LIMA, Tania Andrade (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 177. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3 
  8. Welch, John J. (19 de janeiro de 2010). «The "Island Rule" and Deep-Sea Gastropods: Re-Examining the Evidence» (em inglês). PLOS ONE. 1 páginas. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  9. a b c «Macrocypraea zebra (Linnaeus, 1758)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2020 
  10. Goddard, Jeff (20 de fevereiro de 2013). «Cowrie, crawling» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2020. Young Cypraea zebra, found under coral rubble in shallow pool (Dangriga, Stann Creek, Belize). 
  11. «Macrocypraea zebra dissimilis» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  12. Gayeski, L.M.; Blum, G.; Ott, P.H.; Barros M.P. (2018). «Ocorrência de Macrocypraea zebra (Linnaeus, 1758) e Paracentrotus gaimardi (Blainville, 1825) no Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos: novos registros de invertebrados marinhos para o Rio Grande do Sul, Brasil; in VI SIMPÓSIO ACADÊMICO DE BIOLOGIA MARINHAː LIVRO DE RESUMOS» (PDF). SABMAR - UFRGS. p. 16. 38 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2020 
  13. Snow, John. «Little Deer Cowry» (em inglês). Mexico – Fish, Birds, Crabs, Marine Life, Shells and Terrestrial Life. 1 páginas. Consultado em 13 de janeiro de 2020 
  14. OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 108. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9