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Fuchsia

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaFuchsia
brincos-de-princesa
Fuchsia magellanica (ramos com flores (acima) e bagas (abaixo).
Fuchsia magellanica (ramos com flores (acima) e bagas (abaixo).
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Subclasse: Rosidae
Ordem: Myrtales
Família: Onagraceae
Género: Fuchsia
L.
Espécies
107 espécies (ver texto).
Sinónimos
  • Brebissonia Spach, Ann. Sci. Nat., Bot. sér. 2, 4: 175. 1835.
  • Ellobium Lilja, Linnaea 15: 262. 1841.
  • Encliandra Zucc., Abh. Math.-Phys. Cl. Königl. Bayer. Akad. Wiss. 2: 335. 1837.
  • Kierschlegeria Spach, Hist. Nat. Veg. 4: 403. 1835.
  • Lyciopsis Spach, Ann. Sci. Nat., Bot. sér. 2, 4: 176. 1835.
  • Myrinia Lilja, Fl. Sverig. Suppl. 1. 25. 1840.
  • Nahusia Schneev., Icon. Pl. Rar. (Schneevoogt) 21. 1792.
  • Quelusia Vand., Fl. Lusit. Bras. Spec. 23. 1788.
  • Schufia Spach, Hist. Nat. Veg. 4: 411. 1835.
  • Spachia Lilja, Tidning för trädgårdsskötsel och allmän wextkultur, 62. 1840 ex Linnaea. 15. 262. 1841.
  • Skinnera J.R. Forst. & G. Forst., Char. Gen. Pl. 29. 1775.
  • Thilcum Molina, Sag. Stor. Nat. Chili, ed. 2. 146. 1810.

Fuchsia é um género de plantas com flor pertencente à família Onagraceae, da ordem Myrtales, que agrupa 107 espécies validamente descritas, maioritariamente arbustos, com distribuição natural nas Américas e na Oceânia. Devido à forma vistosa das suas flores pendentes, muitas das espécies deste género são conhecidas pelo nome comum de brincos-de-princesa. Várias espécies deste género, e seus cultivares híbridos são utilizadas como planta ornamental, estando algumas naturalizadas em diversas regiões de clima subtropical.

Distribuição e taxonomia

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A grande maioria das espécies do género Fuchsia tem distribuição natural limitada à América do Sul, com poucas espécies com distribuição na América Central e no México e um outro grupo na Nova Zelândia e Tahiti. Uma espécie, Fuchsia magellanica, é originária do da Tierra del Fuego na zona temperada fria do Hemisfério Sul, mas as restantes são originárias de regiões tropicais ou subtropicais.

As espécies de Fuchsia são arbustos (microfanerófitos) de 0,2–4 m de altura, mas uma espécie da Nova Zelândia, conhecida pelo nome comum de "kotukutuku" (Fuchsia excorticata), desvia-se do padrão do género e é uma árvore que atinge 12–15 m de altura.

O género foi descrito por Lineu e publicado em Species Plantarum 2: 1191. 1753.[1] O nome genérico Fuchsia tem como etimologia o apelido do botânico Leonhart Fuchs (1501-1566), a quem foi dedicado.

As folhas de Fuchsia são opostas, inseridas em grupos de 3-5, lanceoladas simples , embora normalmente apresentem margens serradas (inteiras em algumas espécies), com 1–25 cm de comprimento. As plantas podem ser tanto de folha caduca como de folha perene, dependendo das espécies.

A flores são em geral vistosas, com diversos matizes ou cores, variando desde cálices brancos a magenta intenso (daí o nome de “fúcsia” dado à coloração magenta). As flores são em geral pendentes, com pedúnculos longos que as fazem orientar para baixo. O cálice é cilíndrico, com quatro lóbulos e corola de quatro pétalas. A maioria tem a forma de decorativos brincos (daí o nome comum destas plantas), que florescem com profusão no verão e no outono, ou, no caso das espécies tropicais, durante todo o ano. Apresentam quatro sépalas longas e estreitas, e quatro pétalas curtas e largas.

Em muitas espécies as sépalas são de coloração vermelho brilhante, e as pétalas de coloração púrpura (combinação de cores que atrai os colibris que as polinizam), mas as cores podem variar de branco a vermelho-escuro, azul-púrpura e laranja. Algumas poucas espécies apresentam coloração em tons de amarelo.

O fruto é uma baga pequena (5–25 mm), cilíndrica, com coloração vermelho-verdoso escuro a vermelho intenso quando madura, comestível. As sementes são pequenas e numerosas.

Diversas espécies do género Fuchsia são cultivadas como plantas ornamentais, sendo arbustos de jardim muito populares, As espécies mais resistentes ao frio, como Fuchsia magellanica, podem ser cultivadas ao ar livre em climas como o das Ilhas Britânicas (onde aquela espécie se encontra naturalizada na Irlanda e no sudoeste da Grã Bretanha), mas a maioria dos cultivares mais populares são plantas que necessitam de ser recolhidas em estufa durante o inverno.

Os cultivares mais correntes são híbridos, dos quais há milhares, propagados por estacas, dado que as sementes não permitem propagar as mesmas características da planta original. Estima-se que existem mais de 12 000 cultivares de Fuchsia em uso, sendo alguns de grande importância comercial.

O género abrange 107 espécies validamente descritas, maioritariamente oriundas da América do Sul e da América Central. Um pequeno número de espécies tem origem na ilha Hispaniola (duas espécies), na Nova Zelândia (três espécies) e no Taiti (um espécie). Dada a grande biodiversidade e plasticidade morfológica deste género e a facilidade de hibridização entre as suas espécies, o número de espécies consideradas como válidas tem variado muito, criando uma vasta sinonímia. Estas mesmas causas levaram a que o géneros tenha sido circunscrito de diversas formas, criando também uma rica sinonímia em termos de nomes genéricos.

Philip A. Munz, na sua obra de 1943 intitulada "A revision of the genus Fuchsia (Onagraceae)",[2] classificou as espécies de Fuchsia em sete secções com 100 espécies. Mais recentemente, publicações científicas, especialmente as dos botânicos Dennis E. Breedlove, da University of California, e Paul E. Berry, da University of Michigan, reconheceram 108 espécies e 122 taxa, organizados em doze secções.[3][4][5][6]

Na Nova Zelândia e Tahiti, a secção Skinnera passou a incluir apenas três espécies, dado que F. × colensoi foi identificada como um híbrido de ocorrência natural entre F. excorticata e F. perscandens. Também F. procumbens foi colocada na sua própria secção, Procumbentes. Foram criadas duas novas secções, Pachyrrhiza e Verrucosa, cada uma delas com apenas uma espécie.[7] A base de dados The Plant List, um empreendimento cooperativo que agrupa diversas reputadas instituições de investigação botânica para manter uma lista actualizada das espécies validamente descritas, lista como aceites as espécies de Fuchsia abaixo.[8]

A vasta maioria dos híbridos de jardim descende de apenas algumas espécies parentais.[9]

Secção 1: Ellobium

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México e Costa Rica. Esta secção contém as seguintes espécies:

Secção 2: Encliandra

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México ao Panamá. As flores das seis espécies desta secção apresentam pétalas aplainadas e estames curtos, retroflexos no tubo floral. Os frutos contêm poucas sementes.

Secção 3: Fuchsia

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Fuchsia boliviana

Norte da Argentina até à Colômbia e Venezuela. Hispaniola. Com 64 espécies correntemente reconhecidas, a Sect. Fuchsia (sin. Eufuchsia) é a mais numerosa do género.[11] As flores apresentam simetria perfeita, com pétalas convolutas. Os estames são erecto e podem ou não estender-se para além da corola; os estames opostos às pétalas são mais curtos. Os frutos apresentam numerosas sementes.

Secção 4: Hemsleyella

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Venezuela à Bolívia. As 15 espécies desta secção caracterizam-se por nectários fundidos com a base do tubo floral e pétalas total ou parcialmente ausentes.

Secção 5: Jimenezia

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Panamá e Costa Rica.

Section 6: Kierschlegeria

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Região costeira central do Chile. Esta secção é constituída por uma única espécie com pedicelos axilares pendulosos. As folhas são esparsas. As sépalas são reflexas e ligeiramente mais curtas que o tubo floral.

Secção 7: Pachyrrhiza

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Peru.

Secção 8: Procumbentes

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Nova Zelândia.

Secção 9: Quelusia

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Fuchsia regia

Sul da Argentina e do Chile, sueste do Brasil. As 9 espécies desta secção têm o nectário fundido à base do tubo floral, ou hipanto. O hipanto é cilíndrico e geralmente mais longo que as sépalas. Os estames são longos e saem para além da corola.

Secção 10: Schufia

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México ao Panamá. As espécies desta secção apresentam flores erectas, em panículas do tipo corimbo.

Secção 11: Skinnera

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Nova Zelândia e Tahiti. As três espécies extantes apresentam um tubo floral com um espessamento acima do ovário. As sépalas encurvam-se sobre si mesmas e as pétalas são pequenas ou quase ausentes. Foi descrita uma nova espécie fóssil do Mioceno da Nova Zelândia em Outubro de 2013.

Secção 12: Verrucosa

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Venezuela e Colômbia.

Notas

  1. «Fuchsia». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 3 de abril de 2014 
  2. Philip A. Munz, "A revision of the genus Fuchsia (Onagraceae)". Proceedings of the California Academy of Sciences, vol. 25 (1943), series 4, pp. 1-138.
  3. Dennis Eugene Breedlove, The Systematics of Fuchsia Section Encliandra (Onagraceae). Publications in botany, volume 53. University of California Press, Berkeley, Calif., 1968.
  4. Berry, P. E. 1982. "The systematics and evolution of Fuchsia sect. Fuchsia (Onagraceae)". Annals of the Missouri Botanical Garden 69: 1–198.
  5. Berry, P. E. 1989. "A systematic revision of Fuchsia sect. Quelusia (Onagraceae)". Annals of the Missouri Botanical Garden 76: 532–584.
  6. Berry, P. E. 1985. "The systematics of the apetalous fuchsias of South America, Fuchsia sect. Hemsleyella (Onagraceae)". Annals of the Missouri Botanical Garden 72: 213–251.
  7. «Revisão do género Fuchsia» .
  8. «The Plant List – Fuchsia». Consultado em 20 de junho de 2013 
  9. A. G. Puttock (1959). Lovely Fuchsias. London: Gifford 
  10. Fuchsia × bacillaris é um híbrido de ocorrência natural entre F. microphylla ssp. microphylla e F. thymifolia ssp. thymifolia.
  11. Berry, P. E. (1982). The systematics and evolution of Fuchsia Sect. Fuchsia (Onagraceae). Annals of the Missouri Botanical Garden 69(1) 1–199.
  12. a b Berry, P. E. (1995). Two new species of Fuchsia section Fuchsia (Onagraceae) from southern Ecuador. Novon: A Journal for Botanical Nomenclature 5(4) 318–22, f. 2.
  13. Berry, P. E. (1988). Nomenclatural changes in the genus Fuchsia. Annals of the Missouri Botanical Garden 75(3) 1150.
  14. Berry, P. E., et al. (1988). Fuchsia pachyrrhiza (Onagraceae), a tuberous new species and section of Fuchsia from western Peru. Systematic Botany 13(4) 483-92.
  15. «Fuchsia antiqua» .

Ligações externas

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