Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com Partido dos Trabalhadores da Coreia.
Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte
북조선로동당
Pukchosŏn Rodongdang
Presidente Kim Tu-bong
Vice-presidente Kim Il-sung, Chu Yong-ha, Ho Ka-i
Fundação 28 de agosto de 1946
Dissolução 30 de junho de 1949
Sede Pyongyang
Ideologia Comunismo
Marxismo-leninismo
Espectro político Extrema-esquerda
Publicação Rodong Sinmun, Kulloja
Sucessor Partido dos Trabalhadores da Coreia
Fusão Partido Comunista da Coreia e Novo Partido Popular da Coreia
Membros (1946) 366 000
País Coreia do Norte
Bandeira do partido

O Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte (em coreano: 북조선로동당; hanja: 北朝鮮勞動黨) foi um partido comunista na Coreia do Norte entre 1946 e 1949 e foi o antecessor do atual Partido dos Trabalhadores da Coreia. Foi fundado em um congresso que ocorreu em 28–30 de agosto de 1946, pela fusão do ramo norte do Partido Comunista da Coreia e do Novo Partido Popular da Coreia.[1][2][3] Kim Tu-bong, o líder do Novo Partido Popular, foi eleito presidente do partido. Os vice-presidentes do partido eram Chu Yong-ha e Kim Il-sung.[4] No momento da criação, acredita-se que o partido tinha cerca de 366 000 membros organizados em cerca de 12 000 células do partido.[4][5]

A partir de setembro de 1946, passou publicar o Jornal dos Trabalhadores e uma revista teórica: Kunroja[6].

Facções[editar | editar código-fonte]

Existiam quatro facções mais relevantes: a soviética, a doméstica, a chinesa e a guerrilheira[7].

  • A facção soviética, liderada por Ho Ka-i[8] [9], era formada por coreanos étnicos que nasceram ou foram criados na Rússia, a maior parte deles retornou à Coreia como integrante do Exército Vermelho ou como civis após agosto de 1945. Esses desempenharam um papel importante na construção da estrutura partidária do Partido Comunista em Pyongyang logo após a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, tinha três integrantes no Comitê Central[10];
  • A facção doméstica, era formada por militantes que nunca deixaram a Coreia, muitos membros da facção doméstica passaram algum tempo em prisões militares japonesas, dentre os membro importantes, podem-se citar: O Ki-sop, Chong Tal-hyon, Yi Chu-ha, Chu Yong-ha, Kim Yong-bom, Pak Chong-ae, Chang Shi-u e Yi Chu -yon. Esses tinham ligações com a antiga liderança do Partido Comunista da Coréia em Seul, que funadaria o Partido dos Trabalhadores da Coreia do Sul, liderado por Pak Hon-Yeong. Inicialmente, tinha dois integrantes no Comitê Central;
  • A facção chinesa, liderada por Mu Chong e, depois, por Kim Tu-bong e Choe Chang-ik, era formada por coreanos que viveram na província chinesa de Xianxim e foram filiados ao Partido Comunista da China, cuja sede regional ficava em Yanan. Eles formaram a Liga Norte-Chinesa para a Independência da Coréia e, quando voltaram do exílio para a Coréia do Norte, formaram o Novo Partido do Povo, que, em 1946, se fundiu com o Partido Comunista. Alguns integrantes tiveram relações estreitas com Mao Tsé-tung. Inicialmente, tinha seis integrantes no Comitê Central;
  • A facção guerrilheira, liderada por Kim Il-sung, era formada por ex-guerrilheiros coreanos que haviam atuado na Manchúria depois que ela foi ocupada pelo Japão em 1931. Muitos desse grupo acabaram fugindo da Manchúria, pois sua resistência armada foi suprimida, e mudou-se para a União Soviética, onde muitos deles foram incorporados no Exército Vermelho. Inicialmente, tinha dois integrantes no Comitê Central, era a mais fraca das facções, mas acabou tendo a hegemonia.

No início de 1947, foi realizado um expurgo contra a "facção doméstica", que expulsou entre 40.000 e 60.000 integrantes.

Entre 27 a 30 de março de 1948, foi realizado o Segundo Congresso[11]. Nessa época, o partido tinha 725.762 integrantes, organizados em 29.762 células.

No início de setembro de 1948, ocorreu a primeira reunião da Assembleia Popular Suprema, que contava 102 representantes do Partido dos Trabalhadores, entre um total de 212 representantes. Foi essa Assembleia que declarou a fundação da República Popular Democrática da Coreia, que teve Kim Il-sung, como seu primeiro-ministro[12].

Em 24 de junho de 1949, o partido se fundiu com o Partido dos Trabalhadores da Coréia do Sul, formando o Partido dos Trabalhadores da Coreia.

Referências

  1. «1940's (1945~1949)». NK Chosun. Cópia arquivada em 28 de fevereiro de 2007 
  2. «Short Biography of Kim Il Sung». Naenara. KCCKP. Cópia arquivada em 30 de setembro de 2007 
  3. «North Korea in 1985: A New Era after Forty Years». Asian Survey. 26: 78–85. 1986. ISSN 0004-4687. doi:10.2307/2644095 
  4. a b Chong-Sik Lee. «Politics in North Korea: Pre-Korean War Stage». The China Quarterly (14): 3–16. JSTOR 651339 
  5. «General NK Topics: NK Politics/Regime». KBS World Radio. Cópia arquivada em 24 de agosto de 2007 Esses números parecem ser retirados de fontes oficiais norte-coreanas. Os autores soviéticos A. Gitovich e B. Bursov alegaram que o partido tinha cerca de 160 000 membros em 1946.
  6. Let us adhere to line of building independent national economy =Joint article of Rodong Sinmun and Kunroja=, em inglês, acesso em 20/09/2021.
  7. Lankov, Andrei N. (2002). "Kim Takes Control: The 'Great Purge' in North Korea, 1956-1960". Korean Studies. 26 (1): 87–119.]
  8. ХЕГАЙ Алексей Иванович (18/03/1908 - 2/06/1952), em russo, acesso em 20/09/2021.
  9. Ланьков А.Н. ХО ГА И: ОЧЕРК ЖИЗНИ И ДЕЯТЕЛЬНОСТИ, em russo, acesso em 20/09/2021.
  10. Evolution of the Korean Workers' Party and the Rise of Kim Chŏng-il, em inglês, acesso em 22/09/2021.
  11. Photos Highlight 50-Year State History, em inglês, acesso em 20/09/2021.
  12. The Demise of Non-Communist Parties in North Korea (1945–1960), em inglês, acesso em 20/09/2021.
Ícone de esboço Este artigo sobre um partido político ou coligação partidária é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.