Syrinx aruana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaSyrinx aruana
Duas vistas da concha de S. aruana, indivíduo adulto, com seu opérculo no meio e com uma parte do perióstraco presente.
Duas vistas da concha de S. aruana, indivíduo adulto, com seu opérculo no meio e com uma parte do perióstraco presente.
Desenho das voltas iniciais de S. aruana. Estas conchas já se desenvolvem, assim, em suas cápsulas de ovos[1] e se perdem no adulto.[2]
Desenho das voltas iniciais de S. aruana. Estas conchas já se desenvolvem, assim, em suas cápsulas de ovos[1] e se perdem no adulto.[2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Orthogastropoda
Superordem: Caenogastropoda
Ordem: Hypsogastropoda
Subordem: Neogastropoda
Superfamília: Turbinelloidea
Família: Turbinellidae[3]
Subfamília: Turbinellinae[3]
Género: Syrinx
Röding, 1798[4]
Espécie: S. aruana
Nome binomial
Syrinx aruana
(Linnaeus, 1758)[3]
Sinónimos
Murex aruanus Linnaeus, 1758
Syrinx aruanus (Linnaeus, 1758) - concordância gramatical incorreta de seu descritor específico
Fusus proboscidiferus Lamarck, 1822
(WoRMS)[3]
Megalatractus aruanus (Linnaeus, 1758)[5]

Syrinx aruana (nomeada, em inglês, Australian trumpet,[1] giant conch[6] ou false trumpet;[7] durante o século XX, e início do século XXI, com a concordância gramatical incorreta de seu descritor específico, lhe denominando Syrinx aruanus) é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Turbinellidae. Foi classificada por Linnaeus, com o nome de Murex aruanus, em 1758, na sua obra Systema Naturae. Editio decima, reformata.[3] É nativa do norte da Austrália,[1] regiões sul da Nova Guiné e da Indonésia, sendo esta considerada a maior,[8] e mais pesada,[7] concha de caramujo existente no mundo.[8] É a única espécie do seu gênero (táxon monotípico).[4][7] Sua denominação, aruanus, provém das ilhas Aru, na Indonésia.[carece de fontes?]

Descrição da concha e hábitos[editar | editar código-fonte]

Concha de coloração creme a alaranjada,[9][10] angular[2] e alongada, de espiral bem aparente e com a superfície de suas voltas estriada; apresentando dimensões de até 91 centímetros de comprimento e peso de 18 quilos.[7] As primeiras 8 voltas[9] apresentam um pequeno relevo ondulado de nervuras axiais e são cilíndricas, se perdendo no espécime adulto.[2][11] O seu canal sifonal é longo e ligeiramente curvo e seu lábio externo é fino.[10] Columela e interior da abertura de coloração similar ao restante da concha que, em vida, se cobre de um perióstraco marrom ou cinzento.[7] Opérculo córneo, em forma de folha.

Esta espécie é encontrada desde a zona entremarés até a profundidade de 50 metros,[8] em fundos de areia.[7] São moluscos predadores que se alimentam de vermes Polychaeta dos gêneros Polyodontes, Loimia e Diopatra. Sua fêmea cimenta cápsulas de ovos, de até 15 centímetros, a conchas,[8] rochas e corais mortos, de onde pequenos caramujos eclodem e se arrastam para longe.[12]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Syrinx aruana ocorre no oceano Pacífico ocidental, principalmente no norte da Austrália,[1][6] regiões sul da Nova Guiné e da Indonésia.[8]

Uso humano[editar | editar código-fonte]

A concha de Syrinx aruana pode ser utilizada como um instrumento de sopro, e até mesmo percussivo, após a retirada da área superior de sua espiral o suficiente para a colocação da boca. O resultado é um som rouquenho e que pode ser variado na medida da intensidade do sopro ou pela inserção da mão do instrumentista na abertura da concha; ou dando pequenos tapas em sua perfuração, para a percussão.[13] Também é naturalmente usada para transportar água, podendo conter, quando desenvolvida, quase três litros.[14] Em Queensland, na península do cabo York, se confeccionou um pino nasal, em forma de meia-lua, conhecido como "i-mina", que era feito de uma parte extraída da concha de Syrinx aruana e usado apenas pelos homens.[5]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 176 / 378. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  2. a b c OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 202. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 
  3. a b c d e «Syrinx aruana (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 11 de novembro de 2021 
  4. a b «Syrinx Röding, 1798» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017 
  5. a b Roth, W. E. (1910). «North Queensland ethnography» (em inglês). Records of the Australian Museum 8(1) (Internet Archive). pp. 29–30. Consultado em 20 de fevereiro de 2017 
  6. a b «Syrinx aruanus (Linnaeus, 1758) - giant conch» (em inglês). Atlas of Living Australia. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017 
  7. a b c d e f «Australian Syrinx Trumpet Shells» (em inglês). Nature's Own Designs (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017 
  8. a b c d e «Syrinx - the world's largest snail» (em inglês). Queensland Museum (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017 
  9. a b LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 75. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  10. a b rmgarcia_cali (27 de agosto de 2012). «Syrinx aruanus (Linnaeus, C., 1758)» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017 
  11. «Syrinx aruanus picture» (em inglês). Sea Life Base. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017 
  12. «WHAT IS THIS?!» (em inglês). Western Australian Museum. 1 páginas. Consultado em 20 de fevereiro de 2017 
  13. Yeh, Yilan (17 de outubro de 2009). «Colin Offord. Bass Conch Shell & vocals in resonant space» (em inglês). YouTube. 1 páginas. Consultado em 5 de janeiro de 2021 
  14. COX, James A. (1979). Les Coquillages dans la Nature et dans l'Art (em francês). Paris: Librairie Larousse. p. 122. 256 páginas. ISBN 2-03-517101-6